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Tecnologia da Construção II Introdução: Mecânica dos Solos e Fundações Universidade Católica de Santos Conceito de Solo Diferentes visões: –Língua portuguesa: Chão ( do latim “solum”); –Agricultura: sustentação das raízes; –Geologia: sobrejacente a rocha; –Engenharia civil: aglomerados usado como material na construção civil e como suporte. Definição de Solo Mecânica dos Solos - Para a interpretação genérica de engenharia solos, este termo inclui todos os materiais terrosos, orgânicos, inorgânicos, que ocorrem numa zona que cobre a crosta do nosso planeta. Este termo originou do latim solum que tinha um significado semelhante ao atual e pode ter vários significados que depende do campo profissional no qual está sendo considerado. Origem e formação dos solos Rochas Atmosfera Processos: Físicos; Químicos; Físico-químicos; Biológicos Solo Intemperismo • Variedade de tipos de solo; • Diferentes densidades e conteúdo de água (umidade); • Complexa disposição ao longo das camadas. DESAFIO PARA A ENGENHARIA Origem e formação dos solos O PERFIL DO SOLO E SEUS HORIZONTES Conforme EMBRAPA (1988) são reconhecidos oito tipos de horizontes e camadas principais, representadas pelas letras maiúsculas O, H, A, E, B, C, F e R, sendo que A, E e B serão sempre designados horizontes e O, H, C e F, em função da evolução pedogenética, podem ser designadas horizontes ou camadas e R, que representa a rocha consolidada ou não, será sempre designada camada. Podemos dividir os horizontes do solo em dois tipos: horizontes orgânicos (O, H) e horizontes minerais (A, E, B, C). Origem e Natureza dos Solos Um perfil completo de solo apresenta as seguintes camadas: horizonte O - nível superficial de acumulação de material orgânico de restos de plantas e animais (humus), expressivo em regiões florestadas; horizonte A - camada superior, de mistura da rocha alterada, muitas vezes fortemente lixiviada de elementos solúveis, e de humus, onde se fixa a maior parte das raízes das plantas e vivem animais e vegetais do solo que ajudam a decompor restos orgânicos e deles se alimentam, como bactérias, minhocas..; horizonte B - muitos dos nutrientes, lixiviados dos horizontes superiores ocorrem neste nível que ainda tem restos de humus e pode ser atingido por raizes maiores das plantas; horizonte C - nível da rocha parcialmente alterada, podendo manter vestígios da estrutura e mesmo textura da rocha que deu origem ao solo, sem humus; horizonte R - rocha não alterada que deu origem ao solo e que pode ser a rocha-mãe local (bedrock) ou camada de material fragmentário rochoso trazido por gelo, por gravidade (colúvio), etc.. cobrindo a rocha local. Importância: Recebe esforços transmitidos pelas estruturas (elementos de fundações, estruturas de contenção; ancoragens;pavimentos); Utilizado como material de construção (aterros, bases para pavimentos, solo estabilizado); Estabilidade de encostas e cortes; Retenção, filtragem e decomposição de resíduos. Todas as obras de Engenharia Civil se assentam sobre o terreno e inevitavelmente requerem que o comportamento do solo seja devidamente considerado Fundações; Aterros sobre solos compressíveis; Estabilidade de taludes; Escavações; Estruturas de contenção; Solos como material de construção; Solos como elemento para disposição de resíduos. Problemas de engenharia que envolvem os conceitos de Mecânica dos Solos Trabalhos marcantes sobre o comportamento dos solos já foram desenvolvidos em séculos passados. Entretanto, um acúmulo de insucessos em obras de engenharia civil no inicio do século XX, dos quais podemos destacar os seguintes: Rupturas do Canal do Panamá; e rompimentos de grandes taludes em estradas e canais em construção na Europa e nos Estados Unidos. Mostrou a necessidade de revisão dos procedimentos de cálculo. Insucessos em obras de engenharia Torre de Pisa O caso mais clássico de recalque de apoio é sem dúvida o da Torre de Pisa. Sua construção foi iniciada em 1173, e terminada em 1350; desde o início, a torre apresentou recalques maiores de um lado que de outro, que levaram-na a inclinar-se. Várias tentativas foram feitas para solucionar o problema no curso da história, sempre sem sucesso. Em 1990, porém, estando o topo da torre mais de 4,5 m fora do prumo e continuando a torre, que possui 58,5 m de altura, a inclinar-se a uma taxa de 1,2 mm por ano, foi constituída mais uma comissão de especialistas para salvá-la. A solução proposta por esta comissão e executada a partir de 1997 foi a de, utilizando sondas especiais, retirar solo debaixo do trecho do bloco que havia recalcado menos, fazendo com que apenas esta região viesse a afundar e assim a inclinação da torre viesse a diminuir. Este procedimento foi coroado de êxito, e, em junho de 2001, o desaprumo do topo da torre já havia diminuído em 40 cm. Em dezembro de 2001, a Torre de Pisa, que, por razões de segurança havia sido fechada à visitação pública em 1990, pôde ser reaberta para visitas. Continuação – Solos 2ª Aula A textura de um solo é sua aparência ou “sensação ao toque” e depende dos tamanhos relativos e formas das partículas, bem como da faixa ou distribuição desses tamanhos. Solos granulares: Pedregulhos Areias Solos finos: Siltes Argilas 0.075 mm (USCS) 0.06 mm (BS) Peneiramento Sedimentação USCS: Unified Soil Classification BS: British Standard Origem e Natureza dos Solos Visto em Tecnologia da Constr. I Tamanho dos Grãos Esquema comparativo do tamanho das partículas num solo Forma da Partícula Importante para solos granulares Partículas angulares maior atrito Partículas arredondadas menor atrito Notar que as partículas de argila têm formato lamelar. Arredondada Subarredondada Subangular Angular (Holtz and Kovacs, 1981) Solos granulares Origem e Natureza dos Solos Além da natureza variável, o solo é um material difícil de ser tratado por causa da complexidade das suas propriedades físicas, por isso torna-se necessário considerar um grande número de propriedades quando se deseja informações razoavelmente completas para a finalidade do seu uso. Solo na Natureza – 3 fases: -Sólida; -Líquida; -Gasosa. Limites de Atterberg Solo seco Mistura fluida solo-água Limite de Liquidez, LL Estado Líquido Limite de Plasticidade, LP Estado Plástico Limit de Contração, LC Estado Semi-sólido Estado Sólido Te o r d e u m id ad e cr es ce n te 100% 0% Índice de Plasticidade, IP Limites de Atterberg 24 Limite de Liquidez-LL •Materiais •Solo passando na peneira No.40 (0,425 mm). •Água destilada •Método de Casagrande •(ASTM D4318-95a) •O Professor Casagrande normatizou o ensaio e desenvolveu o aparelho para determinação do limite de liquidez. Método de Casagrande N=25 golpes Abertura da ranhura = 12,7mm (0.5 in) (Holtz and Kovacs, 1981) •Aparelho O Limite de Liquidez é o teor de umidade para o qual a ranhura de solo se fecha com 25 golpes, no aparelho de Casagrande. Método de Casagrande N w Das, 1998 Limite de Plasticidade - LP O limite de plasticidade, LP, é o teor de umidade no qual um cilindro de solo com 3,2 mm de diâmetrocomeça a trincar quando moldado. ASTM D4318-95a, BS1377: Part 2:1990:5.3 (Holtz and Kovacs, 1981) Sólidos Líquido Ar V VV Vs VA Vw Vs Sólidos Líquido Ar P PA Pw Ps V = Volume total da amostra Vv = Volume de vazios Vs = Volume dos sólidos Va = Volume do ar Vw = Volume da água P = Peso total da amostra Ps = Peso dos sólidos Pa = Peso do ar Pw = Peso da água Representação das 3 fases dos solos VOLUME PESO V P solo V PwPs Solo RELAÇÕES FUNDAMENTAIS PESOS ESPECÍFICOS APARENTES: ( ) S = PESO ESPECÍFICO DOS SÓLIDOS W = PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA solo= PESO ESPECÍFICO NATURAL Obs: nat é medido no campo. PESO ESPECÍFICO DE UM SOLO SECO (S) V Ps s Obs: Sem a presença da água. s V V V e ÍNDICE DE VAZIOS POROSIDADE e e V V n V 1 TEOR DE UMIDADE 100x P P w S W w P P WS 1 GRAU DE SATURAÇÃO 100x V V S V W w = 1g/cm 3 a 4oC Destilada Exercícios 1. Determine o teor de umidade (w) e o peso específico da amostra de solo, baseados em ensaios de laboratório, como segue: Peso da cápsula + areia úmida = 258,7g Peso da cápsula + areia seca = 241,3g Peso da cápsula = 73,8g Volume da cápsula = 100cm3 Resolução Exercícios 2. Uma amostra arenosa foi colhida em um frasco com capacidade volumétrica de 594cm3 e pesou 1280g. O peso deste frasco coletor é de 350g. Feita a secagem em estufa a 105 graus C , a amostra passou a pesar 870g. Sabendo-se que o peso específico dos grãos é de 2,67 g/cm3, determine: a) O índice de vazios b) A porosidade c) O teor de umidade d) O grau de saturação
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