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O USO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) COMO SUBSTITUIÇÃO DA MATÉRIA PRIMA NATURAL EM BASE, SUB-BASE E SUBLEITO DE PAVIMENTAÇÕES Katcher Jeanine Kist Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai das Missões – URI Santo Ângelo, RS katcher.brenda@live.com Resumo: Os resíduos de construção civil (RCC), tem sido um problema ambiental enfrentado tanto por grandes, médios e pequenos municípios ao longo do tempo, sendo depositado normalmente em bota foras e em alguns municípios são depositados em aterros licenciados. Poucos são os estudos para dar uma destinação a esses resíduos, que possuem grande potencial de reutilização. Uma alternativa para o RCD é sua utilização em camadas de pavimentos após ser submetido ao beneficiamento da reciclagem. Este projeto tem como objetivo o estudo da utilização de agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil em camadas de pavimentos. Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, onde foi usado dez artigos entre eles bibliográficos e experimentais, os artigos foram selecionados com palavras-chave e os instrumentos usados para pesquisa foram google acadêmico e google. Os resultados demonstram a viabilidade da utilização dos agregados de RCD na execução de pavimentos flexíveis, abrindo caminho para uma estrada rumo ao desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que o agregado reciclado analisado é de uso promissor em pavimentação, dadas suas propriedades físicas e mecânicas satisfatórias. Palavras-Chaves: RCD; Resíduos de Construção Civil; Pavimentação Sustentável. 1 INTRODUÇÃO A construção civil faz parte da vida das pessoas desde os tempos mais remotos aos dias atuais. Graças à necessidade da construção de moradia, o setor da construção desenvolveu várias técnicas que serviram de base para o desenvolvimento da sociedade, mas também é um setor que provoca grandes impactos ao ambiente. A Indústria do cimento, por exemplo, representa cerca de 5 % da produção de CO2 no mundo. As obras civis tem ocasionado um grande problema ambiental para a sociedade e para as administrações das cidades por conta do excessivo volume de resíduos sólidos gerados provenientes de novas construções e demolições. Os resíduos de construção e demolição (RCD) são aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção, e os resultantes da preparação e da escavação de terreno, comumente chamados de entulho ou caliça. Esses resíduos são geralmente considerados inertes e pertencentes à classe de resíduos sólidos urbanos. Com a urbanização acelerada que resultou no rápido adensamento das cidades, e, por conseguinte, o crescimento das atividades do setor construtivo, além da larga exploração dos recursos naturais, a geração de resíduos da construção e demolição (RCD) alcançou índices alarmantes, produto do desperdício nas obras de construções, reformas e demolições (MORAIS, 2006). Esses resíduos representam aproximadamente, de 20 a 30% do fluxo de resíduos sólidos gerados pelas cidades dos países desenvolvidos, sendo que nos demais pode alcançar índices bem maiores (CHUNG e LO, 2003; COSTA et al., 2007). Segundo Pinto (2003), nas cidades brasileiras o RCD representa de 41 a 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (RSU). Para Cabral et al. (2009) o RCD constitui uma importante parcela do RSU, correspondendo em torno de 50%, enquanto que para Silva e Fernandes (2012), em alguns municípios, representa 60% do montante de RSU. Uma política e conscientização sustentável por meio da reciclagem desses resíduos de construção e demolição, problema ambiental existente há décadas nos centros urbanos, seriam alternativas eficientes para solucionar esta questão. Em alguns países desenvolvidos a reciclagem do entulho está se tornando uma alternativa em diversos setores da construção civil. O RCD, após passar por um processo de reciclagem, pode ser empregado nas mais diferentes aplicações como, por exemplo, na confecção de elementos pré-moldados e na execução de camadas em estruturas de pavimentos (TRICHÊS e KRYCKYJ, 1999). Segundo Carneiro et al. (2001), o uso de agregado reciclado em camadas de pavimentos urbanos tem sido uma das maneiras mais difundidas para o seu fim. O aproveitamento deste material em pavimentação apresenta muitas vantagens como utilização de quantidade significativa de material reciclado, tanto na fração miúda quanto na graúda; simplicidade dos processos de execução do pavimento e de produção do agregado reciclado (separação e britagem primária). Todos estes aspectos contribuem para a redução dos custos, a difusão dessa forma de reciclagem e a possibilidade de uso dos diversos materiais componentes do resíduo (concretos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.). Analisar a utilização dos resíduos da construção e demolição em base, sub-base e subleito de pavimentações e verificar se esses resíduos podem substituir a matéria- prima tradicional, sem afetar a durabilidade do pavimento. A correta aplicação desses resíduos traz benefícios em todos os âmbitos, tendo em vista que além de dar uma destinação final adequada aos resíduos, também a pavimentação uma qualidade superior a convencional. Por tanto, é preciso desenvolver pesquisas para aplicar esses resíduos de forma mais adequada, buscando o melhor custo-benefício e também o traço adequado. 2 METODOLOGIA O artigo é uma pesquisa bibliográfica, que é o ato de fichar, relacionar, referenciar, ler, arquivar, fazer resumo com assuntos relacionados com a pesquisa em questão. Segundo GIL (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado com o objetivo de analisar posições diversas em relação a determinado assunto. Para tal, foram usados dez artigos relacionados com o uso de resíduos da construção e demolição da construção civil, como instrumento de busca dos artigos foi usado o google acadêmico que é um site de pesquisas que oferece ferramentas específicas para que pesquisadores busquem e encontrem literatura acadêmica, com artigos científicos, teses de metrado ou doutorado, livros, resumos, citações, biblioteca de pré-publicações e material produzido por organizações profissionais e acadêmicas e o google que assim como o google acadêmico reúne diversas fontes em um só lugar de uma forma mais abrangente. Os artigos foram lidos e selecionados conforme o assunto em questão, a Tabela 2.1 mostra como os artigos foram classificados. Tabela 2.1 Tipo de Pesquisa, Nº de artigos e proporção, 2017 3 RECICLAGEM DOS RCD Os resíduos de construção e demolição na forma de agregados por meio de um beneficiamento, constituído de operações de triagem, britagem, peneiramento e armazenagem. Geralmente, os agregados reciclados são classificados de acordo com sua constituição predominante em dois grupos, agregados reciclados de concreto e agregados reciclados mistos. No Brasil, em 2002, diante da necessidade de se reduzir os impactos dos resíduos da construção civil, foi publicada Resolução CONAMA nº 307 (Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2002) que determina diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão deste tipo de resíduo. Segundo esta resolução, os geradores são responsáveis por seus resíduos e devem ter comoobjetivo prioritário a não geração e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. A Resolução CONAMA (2002) prescreve que os resíduos de construção que podem ser reutilizados ou reciclados para a produção de agregados são aqueles que se enquadram na chamada “Classe A”. Esta categoria engloba os resíduos provenientes de: (a) construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, incluindo solos provenientes de terraplenagem; (b) construção, demolição, reformas e reparos de edificações tais como componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto; (c) processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de obras. Segundo Bodi et al. (1995), aproximadamente 80% de todo o resíduo de construção gerado é passível de reciclagem. Já de acordo com o ALT-MAT (1999), de todo o resíduo produzido, até 90% é constituído de materiais “duros”, que podem se tornar agregados. 3 PROCESSO DE RECICLAGEM Segundo Ângulo et al. (2003), a reciclagem de resíduos de construção é, de forma simplificada, um beneficiamento mineral. Em linhas gerais, este processo compreende um conjunto de operações unitárias que podem ser divididas em: (a) concentração; (b) cominuição; (c) peneiramento; e (d) auxiliares (LUZ et al., 2004; CHAVES, 2002). a) Operação de concentração: Segundo Luz et al. (2004), os resíduos de construção são compostos por componentes minerais misturados com outros materiais como madeira, metais, restos de tintas e esmaltes, e gesso. Sendo assim, para ser utilizado em diversas finalidades como obras rodoviárias, o resíduo deve ser submetido à retirada das substâncias estranhas à fração mineral. A operação de concentração resume-se à separação dos diferentes componentes do resíduo de construção por processos como catação (Figura 3.1.1) ou separação magnética (Figura 3.1.2), podendo ser feita antes e/ou depois da operação de redução. Como forma de facilitar a reciclagem destes materiais, a triagem de alguns componentes do resíduo no próprio local de geração já é exigida em alguns países da Europa e no Japão (SCHNEIDER, 2003). b) Operação de cominuição A operação de cominuição, comumente chamada de britagem, consiste em reduzir as dimensões do material para adequar o tamanho dos grãos à sua finalidade ou às operações subsequentes (ÂNGULO et al., 2003; CHAVES, 2002; LUZ et al., 2004). Após a cominuição, os grãos tornam-se mais resistentes à compressão, se comparados ao resíduo bruto, uma vez que a fragmentação se dá no plano de menor resistência do material. Além disso, são formadas frações mais finas que favorecem o imbricamento das partículas maiores (BODI et al., 1995). A Figura 3.1.3 ilustra o lançamento de resíduos de construção no britador de impacto da recicladora de Estoril em Belo Horizonte -MG. Já a Figura 3.1.4 apresenta a vista de um britador primário, do tipo mandíbula, pertencente a uma usina de reciclagem. c) Operação de peneiramento: A operação de peneiramento consiste em selecionar granulometricamente os grãos, passando-os por peneiras. A Figura 3.1.5 e a Figura 3.1.6 apresentam, respectivamente, o peneirador e a separação dos agregados reciclados em diferentes frações granulométricas da usina recicladora. d) Operações auxiliares As operações auxiliares englobam procedimentos que visam dar assistência ao processo de reciclagem como, por exemplo, o uso de esteiras transportadoras e de sistemas nebulizadores; a Figura 3.1.7 e a Figura 3.1.8 ilustram estes procedimentos na usina recicladora. No Brasil, tem-se verificado a produção de agregados reciclados dos tipos concreto (às vezes denominado como cinza ou branco, e composto basicamente de concreto e argamassa) e misto (também chamado de vermelho, cuja composição inclui diversos materiais pertencentes à Classe A da Resolução CONAMA de 2002). Ângulo et al. (2003) estudaram agregados reciclados da usina recicladora da PMSP classificados como cinza e vermelho e verificaram que ambos apresentaram características físicas similares. Estes pesquisadores chegaram à conclusão de que a classificação dos agregados reciclados de acordo com a cor é pouco precisa. 4 EMPREGO DE AGREGADOS RECICLADOS DE RCD EM PAVIMENTAÇÃO A utilização de agregados reciclados provenientes de resíduos de construção e demolição em camadas de base e sub-base apresenta diversas vantagens às administrações municipais. Segundo Motta (2005), o maior atrativo para emprego de agregados reciclados em camadas de pavimentos é o fator econômico, uma vez que esses materiais têm sido vendidos, geralmente, a preços inferiores aos dos convencionalmente utilizados em pavimentação. De acordo com Carneiro et al. (2001), a utilização de RCD dessa forma é a maneira mais simples de aproveitamento por exigir processos de reciclagem menos sofisticados. Os agregados reciclados de resíduos de construção podem ser empregados em camadas de base, sub-base ou reforço do subleito de pavimentos, cujo tema é escopo deste trabalho. Luz et al. (2004) mencionam que o agregado reciclado tem “boa aceitação no mercado de materiais para obras rodoviárias” (p. 711). No Município de São Paulo, mesmo antes da instalação da usina de reciclagem, os resíduos de construção e demolição já eram utilizados para o revestimento primário de subleito de vias urbanas. A prefeitura Municipal de São Paulo incentiva a utilização de agregados reciclados de RCD na construção de camadas de pavimentos de diversas formas. Em 2003, a PMSP publicou a especificação de serviços PMSP/SP ETS – 001/2003 que define os critérios para a execução de camadas de reforço de subleito, sub-base ou base de pavimentos com agregados reciclados da construção civil. No final de 2006, por meio de um decreto, as contratações de obras e serviços de pavimentação de vias públicas passaram a comtemplar de modo preferencial o emprego de agregados reciclados. A partir de julho de 2007, os projetos prevendo materiais reciclados começaram a ser obrigatórios, nos casos onde há viabilidade técnica (PMSP, 2008). A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PMBH) emprega resíduos de construção e demolição na construção de camadas de bases e sub-bases de pavimentos desde 1996. Segundo Dias (2004), desde 1996 até 2001, foram utilizadas quase 137.000 toneladas de RCD na implantação ou reconstrução de 271 vias totalizando cerca de 400 km de ruas. Um aspecto interessante sobre o emprego de agregados reciclados de RCD em pavimentação foi observado pelos engenheiros deste município. De acordo com Pinto (1999), após a reabertura de uma base, meses depois de sua execução, os técnicos se surpreenderam com a “coesão” apresentada por essa camada. A reabertura permitiu observar que, diferentemente das bases com RCD reciclado apresentaram-se consolidadas, demonstrando a ocorrência de componentes reativos no RCD que agiram com a exposição à umidade na execução e umidade natural dos solos locais (PINTO, 1999). A Figura 4.1 mostra o corte feito nessa base. Figura 4.1 – Corte de um pavimento executado com base de agregados reciclados de RCDem Belo Horizonte. Fonte: Pinto, 1999. Já no final de 2003, foi construída, na Rua dos Ciprestes em Goiânia, uma pista experimental empregando uma mistura de agregados reciclados de resíduos de construção e demolição com um solo argiloso em suas camadas de base e sub- base. A construção foi realizada através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Goiânia, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e empresas da região, como parte integrante do programa municipal de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil (OLIVEIRA, 2007). Os resíduos empregados na construção desta pista foram processados em agregados reciclados de três frações granulométricas, denominadas de brita de 19 mm, brita de 9,5 mm e areia. A mistura foi proporcionada combinando essas frações com um solo argiloso retirado do próprio local. A distribuição granulométrica da mistura foi enquadrada na faixa D da especificação do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) de bases estabilizadas granulometricamente (MENDES, et al., 2004). O solo utilizado foi classificado segundo a classificação MCT, como sendo do grupo LG’ – solo argiloso de comportamento laterítico. Em novembro de 2004, a pista experimental foi liberada para o tráfego e o monitoramento de campo foi iniciado. Para o acompanhamento do desempenho pavimento, foram realizadas medidas de deflexão com a viga Benkelman e de penetração com o penetrômetro dinâmico de cone. Além disso, foram feitos ensaios pressiométricos e de prova de carga (OLIVEIRA, 2007). Oliveira (2007) ainda relata que depois de decorridos dois anões e nove meses da ação do tráfego, a pista experimental não apresentou defeitos superficiais aparentes, nem deformações que comprometam sua estrutura e funcionalidade. Dessa forma, este pesquisador concluiu que os resultados apresentados para o trecho experimental indicam que os agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil com as características semelhantes às estudadas são apropriados para o emprego em camadas de base e sub-base de estruturas de pavimentos. 5 DISCUSSÃO Motta, R. dos S. (2005) diz que a composição dos resíduos de construção é dependente das características específicas de cada região, como técnicas construtivas e matérias-primas disponíveis. No Brasil, a maior parte desses resíduos é composta por materiais inertes e recicláveis, como restos de argamassas, concretos, agregados pétreos e materiais cerâmicos. O gráfico 2.1 apresenta a constituição dos RCD da cidade de Salvador – BA. De acordo com Carneiro et al. (2001), os resíduos de construção e demolição dessa cidade apresentam em sua composição 94% de materiais com alto potencial de reciclagem. Para Grubba, D. C. R. P. (2009) a reciclagem dos resíduos de construção e demolição, além de amenizar os impactos gerados por sua deposição sobre o meio ambiente, permite que uma quantidade significativa de materiais possa ser reutilizada de forma racional (EC, 2000), transformando um produto, antes descartado, em uma matéria prima de qualidade. Já segundo Ricci, G. et al.(2009) o uso de agregados reciclados de RCD vem se ampliando, com casos mais recentes de aplicações dos materiais em camadas não tratadas de pavimentos (DIAS, 2004; BERNUCCI et al., 2005; dentre outros), sendo até disponível norma para o emprego do material (PMSP, 2003). Em 28.12.2006, por decreto do executivo da capital paulista, o emprego desses agregados reciclados em pavimentação tornou-se obrigatório. Beja, I. A. (2014) diz que no Brasil, o quantitativo de resíduos de construção está cerca de 68,5 milhões de toneladas/ano (JOHN et al., 2004). Tendo em vista que boa parte destes resíduos é destinada a aterro de inertes, os valores para deposição final crescem com a falha de área para tal prática, aumentando a necessidade de reuso para o equilíbrio econômico e sustentável. Segundo Brasileiro, L. L. (2013) a maioria dos resíduos gerados nos canteiros de obras e de demolição é composta por restos de argamassas, tijolos, concretos, cerâmicas, gesso, madeira, metais e etc. que são descartados em aterros sanitários, devido à ausência de mercados para suas formas recicladas (DURAN, LENIHAN e O’REGAN, 2006). O RCD serve de matéria-prima para agregados de ótima qualidade, podendo ser utilizados num leque de variedades de processos construtivos: confecção de tijolos, blocos pré-moldados, meio-fio, calçadas, argamassa de revestimento e assentamento, camadas de base e sub-base, pavimentos, entre outros. Brasileiro, L. L. et al. (2011) fala que o RCD pode ser oriundo de obras viárias, material de escavação, demolição de edificações, construções, renovação de edifícios, limpeza de terrenos (Swana, 1993) e até mesmo de catástrofes naturais (tsunamis, tornados, terremotos, etc.) ou artificiais (incêndios, desabamentos, bombardeios, etc.) (Levy e Helene, 1997). Brasileiro, L. L. et al. (2011) diz que na maioria dos países, emprega-se largamente o revestimento asfáltico como camada de pavimentos rodoviários, urbanos, entre outros. No Brasil, mais de 95% das estradas pavimentadas são de revestimento asfáltico, além de ser também utilizado em grande parte das vias urbanas. Bagatini, F. (2011) diz que como uma solução de destinação final, estes materiais descartados podem ser incorporados aos agregados utilizados nas camadas de base e sub-base na pavimentação de estradas, devendo obrigatoriamente passar por um prévio processo de seleção, com o objetivo de não haver mistura de materiais considerados de qualidade inferior que possam interferir na vida útil e no perfeito funcionamento do pavimento. Abdou, R. M. et al. (2008) diz também que o uso de agregado reciclado em camadas de pavimentos urbanos tem sido uma das maneiras mais difundidas para o seu fim. O aproveitamento deste material em pavimentação apresenta muitas vantagens como utilização de quantidade significativa de material reciclado, tanto na fração miúda quanto na graúda; simplicidade dos processos de execução do pavimento e de produção do agregado reciclado (separação e britagem primária). Todos estes aspectos contribuem para a redução dos custos, a difusão dessa forma de reciclagem e a possibilidade de uso dos diversos materiais componentes do resíduo (concretos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.). Quadros, G. M. de et al. diz que a correta aplicação desses resíduos traz benefícios em todos os âmbitos, tendo em vista que além de dar uma destinação final adequada aos resíduos, também a pavimentação uma qualidade superior a convencional. Por tanto, é preciso desenvolver pesquisas para aplicar esses resíduos de forma mais adequada, buscando o melhor custo-benefício e também o traço adequado. 6 RESULTADOS No quadro a seguir será apresentado os resultados obtidos em cada artigo. Quadro: Autores, ano, objetivo, resultados e conclusão dos dez artigos estudados. BRASILEIRO, L. L. et al 2013 Tem como objetivo investigar a viabilidade da substituição parcial e total dos agregados do concreto asfáltico por agregados reciclados provenientes de RCD, de forma a reduzir os impactos ambientais. Os resultados demonstram a viabilidade de util ização dos agregados de RCD na util ização dos agregados de RCD na execução de pavimentos flexíveix,abrindo caminho para ruma ao desenvolvimento sustentável. Apresentaram características importantantes que permitem a sustentação das camadas superiores. os agregados reciclados estudados apresentam boas características, atendendo às especificações das normas na maioria dos aspectos. O objetivo principal é a verificação do desempenho de pavimentos cujas base e sub-base são constituídas por RCD reciclado. BAGATINI, F. 2011 Apresentaram características importantantes que permitem a sustentação das camadas superiores, de forma a não apresentar deformação excessiva ocasionadas pelo desgaste e atrito entre pneus e pista. Poderia ser feita a util ização dos resíduos de construção e demolição com relativa classificação em blocos para a pavimentação de vias e meio-fio. Caracterizar os agregados reciclados de RCD e os agregados naturais e comparar ambos com as normas vigentes brasileiras util izadas para produção de concreto asfáltico, de forma a verificar se os agregados reciclados de RCD podem ou não substituir os agregados naturais. BRASILEIRO, L. L. 2013 Os agregados reciclados, além de apresentarem custo de produção inferior ao dos agregados naturais, ainda promovem um “ganho ambiental”, uma vez que deixa-se de extrair matéria-prima natural e dá-se um destino final a este tipo de resíduo que tem uma elevada participação no RSU. Conclusão O trabalho realizado pelo GEPERSCC, terá como objetivo chegar a uma mistura que seja facilmente atingida e com custos reduzidos, para que possam ser implantadas pelos municípios da região, dando destinação adequada aos resíduos de construção civil. Este projeto tem como objetivo o estudo da util ização de agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil em camadas de pavimentos em vias de baixo volume de tráfego. Os resultados obtidos afirmam que o agregado reciclado tem potencial adequado para ser util izado em camadas de pavimentos de vias de baixo volume de tráfego. De acordo com esta pesquisa, o agregado reciclado estudado apresentou resultados e características satisfatórias, de acordo com as especificações da NBR 15115 (2004), demonstrando potencial para util ização em camadas de pavimentos. ABDOU, M. R. et al. 2008 QUADROS, G. M. de et al. 2016 Autor O propósito desta pesquisa baseia-se na util ização desses resíduos na pavimentação de estradas de terra, util izando materiais, que seriam descartados em aterros, para melhorar a malha viária da região, com pequenos investimentos. Objetivo Resultados Possuem um grande potencial, podendo eles ser reutil izados ou até mesmo reciclados. Eles representam cerca de 60% da massa dos resíduos sólidos urbanos (KARPINSKI, 2009), sobrecarregando o sistema de limpeza pública. MOTTA, R. dos S. 2005 GRUBBA, D. C. R. P. 2009 Pavimentação em concreto trata- se de mais um foco de emprego potencial dos agregados reciclados de resíduos de construção e de demolição como produto final e sustentável ambientalmente. Esta pesquisa objetiva analisar laboratorialmente aspectos físicos e de comportamento mecânico de agregados reciclados de resíduo sólido da construção civil para uso em camadas de base, sub-base ou reforço do subleito, em substituição aos materiais convencionalmente util izados, com enfoque em vias de baixo volume de tráfego. O agregado reciclado analisado é de uso promissor em pavimentação, dadas suas propriedades físicas e mecânicas satisfatórias, comparáveis a tradicionais materiais estabilizados granulometricamente ou mesmo a brita graduada simples. Nesta pesquisa foi possível observar os resultados de uma série de ensaios realizados por pesquisadores do Brasil e do exterior com diversos tipos de agregados reciclados. Esta pesquisa tem como objetivo estudar as propriedades físicas e o comportamento mecânico, através de análise de resultados de ensaios laboratoriais. Conclui-se que o agregado reciclado de concreto pode ser empregado na construção de camadas de sub-base e base de pavimentos. Os resultados desta pesquisa indicam que a util ização de agregados reciclados de concreto pode ser uma interessante alternativa ao emprego de agregados naturais na construção de camadas de base e sub-base de pavimentos. Esta pesquisa tem com objetivo contribuir para um maior conhecimento das propriedades físicas, mecânicas e de estado, do agregado reciclado proveniente de RCD por meio de ensaios laboratoriais. BEJA, I. A. 2014 Diante dos resultados , sugere-se para o uso e aplicação do agregado reciclado de construção e demolição, como base ou sub- base de pavimentos. As respostas obtidas com a realização dos ensaios apresentam-se dentro dos limites específicados, mostrando aplicabilidade ao uso do RCD em pavimentação. Apresentar resultados de investigação em laboratório de características mecânicas básicas de concretos compactados com rolo (CCR) fabricados com RCD. RICCI, G. et al. 2009 Os resultados obtidos permitem observar inexpressiva alteração em resistências com pequenos ajustes nos consumos de cimento. Este trabalho visa avaliar o uso do agregado reciclado de RCD na produção de concreto asfáltico usinado a quente (CAUQ). A pesquisa comprova a viabilidade do ponto de vista técnico, para a util ização de agregados reciclados no pavimento asfáltico, tanto na sua granulometria grossa como na granulometria fina. BRASILEIRO, L. L. et al 2013 Os resultados indicam que o agregado reciclado, em proporção definida, pode substituir o agregado natural nos pavimentos flexíveis. 7 CONCLUSÃO De acordo com esta pesquisa, o agregado reciclado estudado apresentou resultados e características satisfatórias, de acordo com as especificações da NBR 15115 (2004), demonstrando potencial para utilização em camadas de pavimentos. Além disso, o uso do agregado reciclado em pavimentação deve ser incentivado, pois seu preço é inferior ao de materiais convencionais (em São Paulo é cerca de 30% mais barato que a brita graduada simples), além de dar uma destinação adequada para o grande volume de resíduo de construção e demolição gerado, reduzindo problemas ambientais presentes e futuros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDOU, M. R.; BERNUCCI, L. L. B. PAVIMENTO ECOLÓGICO: UMA OPÇÃO PARA A PAVIMENTAÇÃO DE VIAS DAS GRANDES CIDADES. ALTERNATIVE MATERIALS IN ROAD CONSTRUCTION (ALT-MAT). 1999. Literature Review – Volume 1. 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