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ÉTICA PSICOLOGIA E MÍDIA

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
Julia Valeiro Paterlini RA: N148HA-6 
Monica Bandeira de Mello RA: D384BA-5 
Sarah Marques de Andrade RA: D267604 
Soraya Fonseca Simão RA: T4585H-2 
Valquíria Martins Ferro RA: D4977F-5 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE ÉTICA PROFISSIONAL: 
PSICOLOGIA E MÍDIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
 
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
Julia Valeiro Paterlini RA: N148HA-6 
Monica Bandeira de Mello RA: D384BA-5 
Sarah Marques de Andrade RA: D267604 
Soraya Fonseca Simão RA: T4585H-2 
Valquíria Martins Ferro RA: D4977F-5 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE ÉTICA PROFISSIONAL: 
Psicologia e Mídia 
 
 
 
 
 
Trabalho para fins avaliativos da 
disciplina Ética Profissional- sob a 
orientação da Prof.ª Ramona Barreto 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2. POSICIONAMENTO DO CRP-SP ........................................................................... 5 
3. VISÃO DO CFP ....................................................................................................... 6 
4. COMO O TEMA É TRATADO EM OUTROS PAÍSES ............................................ 7 
4.1. Associação Americana de Psicologia .............................................................. 7 
4.2. Federação Europeia de Associações Nacionais de Psicólogos .................... 10 
4.2.1. Diretrizes para psicólogos que contribuem para com a mídia. .............. 11 
5. VIOLAÇÕES AO CÓDIGO DE ÉTICA DE PSICOLOGIA BRASILEIRO ............... 14 
6. ATUAÇÃO ETICAMENTE RECOMENDADA ........................................................ 17 
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 20 
7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O presente trabalho tem como objetivo avaliar como os Psicólogos se 
comportam na mídia. 
Inicialmente, é importante definirmos o conceito de mídia. 
 
 Esta pode ser definida como todo suporte de difusão da 
informação que constitui um meio intermediário de expressão 
capaz de transmitir mensagens; o conjunto dos meios de 
comunicação social de massas (abrangem esses meios o 
rádio, o cinema, a televisão, a imprensa, os satélites de 
comunicação, os meios eletrônicos e telemáticos de 
comunicação etc.). 
 
Quando nos deparamos com este tema, percebemos a vastidão de seu 
alcance, ainda mais em um mundo globalizado e informatizado, onde nos 
comunicamos com o outro lado do planeta, tanto por voz, quanto por imagem, quase 
que simultaneamente. 
 
A mídia está presente em nossas vidas diariamente e, muitas vezes, nem nos 
damos conta. Nossos cérebros, atentos a tudo o que se passa, armazenam 
informações mesmo que não estejamos lhes dando a devida atenção. Neste 
processo assimilamos informações e necessidades que não se aplicam a nós. 
 
A mídia tem o seu poder que, devido à sua amplitude, poderia ser estudada 
tanto como influencia as pessoas, quanto o contrário. Neste ponto, entraria a ética, 
porém a mídia em si, não tem uma ética definida, uma vez que os meios de 
comunicação no Brasil exibem as mais variadas informações para uma infinidade de 
pessoas, muitas vezes, se não na maior parte delas, carente de ética ou moral 
quanto aos conteúdos abordados. 
 
No campo da Psicologia, quando entramos no quesito: “ética na mídia”, 
surgem as possibilidades de se falar sobre: a divulgação do trabalho do psicólogo, 
opiniões que o psicólogo tem à respeito de um evento ou atitude, atendimentos à 
distância, programas de rádio, via Skype, entre outros. Há ainda, programas 
televisivos em que o psicólogo faz um “tratamento breve” de um participante 
5 
 
voluntário, programas que convidam o psicólogo para dar seu parecer sobre algum 
assunto de relevância atual ou algum evento de repercussão nacional. Devido à 
vastidão do tema, abordaremos neste trabalho o posicionamento do psicólogo em 
programas de TV em que um tema é abordado e os convidados participam e 
interagem com o profissional. 
 
2. POSICIONAMENTO DO CRP-SP 
 
Devido à progressiva demanda de meios de comunicação por psicólogos que 
se apresentem para opinar sobre diversos assuntos nas variadas modalidades da 
mídia, o Conselho Regional de São Paulo publicou, através da série "CRP-SP 
Orienta", um comunicado enfatizando a necessidade da observância não só técnica 
como ética, nos casos em que esses profissionais venham a atuar. 
 
"O Conselho Regional de Psicologia entende que, 
independente do veículo de comunicação em que a(o) 
profissional apareça publicamente, é fundamental que sejam 
seguidas as orientações contidas no Código de Ética 
Profissional do Psicólogo, Artigo 19, de modo que a(o) 
psicóloga(o) não poderá realizar atendimentos, intervenções, 
análise de casos ou outra forma de prática que exponha 
pessoas e/ou grupos, podendo caracterizar quebra de sigilo." 
 
"Cabe ainda à(ao) psicóloga(o) ser crítica(o) quanto aos 
convites de participação recebidos, devendo tomar cuidado não 
somente com sua fala, mas também atentar ao que esta mídia 
está falando. Salientamos que alguns programas podem se 
valer da presença da(o) profissional da Psicologia para 
corroborar ideias e posicionamentos destoantes daqueles 
defendidos e preconizados pela ética profissional." Dezembro 
de 2015 
 
 
 
 
 
6 
 
3. VISÃO DO CFP 
 
No livro lançado em 2009 pelo Conselho Federal de Psicologia, logo em seu 
preâmbulo, nota-se a preocupação do órgão concernente à importância da vigilância 
da mídia como um todo de muita abrangência e influência. 
 
“O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de 
Psicologia estão preparando cinco teses que aprofundarão 
debates e propostas sobre o fim da publicidade dirigida às 
crianças; o fim da publicidade de bebidas alcoólicas e 
substâncias psicoativas; a exploração da imagem da mulher, 
crianças e adolescentes na mídia; controle social da mídia e 
mídia e trânsito. Que neste ano de muito trabalho e muitos 
desafios, esses materiais possam contribuir para motivar e 
embasar a participação dos psicólogos nas Conferências locais 
e na Conferência Nacional e também para mostrar à sociedade 
que a Psicologia participa do movimento de construção de uma 
comunicação democrática no Brasil.” 
 
No Jornal de Psicologia CRP SP, número 150, jan/mar 2007, constou, na 
matéria intitulada: Psicologia e Mídia: universos paralelos em rota de intersecção a 
seguinte seguinte trecho da matéria que evidencia, mais uma vez o ponto de vista 
do órgão. 
 
Para a presidente do Conselho Federal de Psicologia, 
Ana Mercê Bahia Bock, essa característica da sociedade 
colaborou para valorizar a Psicologia, que dispõe de um 
discurso que interessa à coletividade e, por consequência, à 
mídia. Na mesma medida, aumenta a responsabilidade do 
profissional em sua relação com os meios de comunicação. 
Seu papel deve ser o de explicar as dimensões psicológicas 
produzidas pelos fenómenos sociais, e não o de emprestar 
suas credenciais científicas a um propósito manipulador. 
 
Neste mesmo viés, Roseli Goffman, a então conselheira do CFP, entrevistada 
pelo jornal PSI em 2009, sobre uma orientação mais específicaà respeito da ética 
dos psicólogos na mídia divulgou: 
 
7 
 
“O Conselho Federal de Psicologia e o Sistema 
Conselhos, além da forma de gestão democrática por meio da 
eleição de delegados para o Congresso Nacional de 
Psicologia, participam de várias instâncias de controle social, 
dando sua contribuição e exemplo pelo exercício da cidadania. 
Em particular, na temática da Comunicação, além de nosso 
apoio ao Fórum Nacional pela Democratização da 
Comunicação (Fndc), e a Campanha Ética na TV, construímos 
um grupo de trabalho, o Coletivo de Comunicação, que é 
constituído por representantes de todos os Conselhos 
Regionais, e, com essa articulação, participamos ativamente da 
1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 
2009, formulando teses e construindo alianças.” 
4. COMO O TEMA É TRATADO EM OUTROS PAÍSES 
 
4.1. Associação Americana de Psicologia 
 
 
Nos EUA o Código de Ética, foi publicado pela primeira vez no início da 
década de 1950 e agora está em sua 10ª edição. 
Para os americanos a ética está em constante desenvolvimento, pois a 
medida em que o campo cresce e evolui, enfrentam novos dilemas e desafios, que 
passam a fazer parte de uma possível revisão do Código. 
Atualmente, será difícil encontrar uma área de psicologia que cresça mais 
rapidamente do que a psicologia na mídia, que experimentou uma verdadeira 
explosão de interesse entre os membros da APA (American Psychological 
Association) nas últimas duas décadas. Houve um aumento do nível de interesse, o 
desejo do público pela psicologia parece insaciável, o que gera oportunidades e 
desafios éticos. 
8 
 
As dúvidas direcionadas ao Gabinete de Ética da APA refletem alguns dos 
dilemas dos psicólogos que interagem com a mídia. Esses desafios variam de 
relativamente simples, desde um psicólogo que é convidado a escrever uma coluna 
de jornal sobre uma desordem específica ou evento local relacionado à saúde 
mental, até o mais complexo, como quando um psicólogo é consultado a dar sua 
visão de uma tragédia num programa de TV de ao vivo. 
 
Nos Princípios Éticos do Psicólogo e no Código de Conduta (2002) fica bem 
clara a intenção de beneficência e não maleficência. Faça o bem e não faça 
mal. Não se deve presumir que, aqueles que da mídia, com quem o profissional 
trabalha, compartilham este princípio ético e estão conscientes de possíveis áreas 
de tensão entre seus objetivos e os objetivos de outros participantes de um projeto. 
 
Ainda nos Princípios Éticos de Psicólogos da APA e o Código de Conduta 
(2002), quanto as apresentações de mídia, conforme padrão 504, orientam os 
psicólogos: 
“Quando do aconselhamento público ou comentário via impressa, 
internet ou outra via de transmissão eletrônica, a tomar precauções para 
garantir que as declarações: 
 sejam baseadas em seu conhecimento profissional, treinamento ou 
experiência de acordo com literatura e prática psicológica adequada; 
 sejam consistentes com o Código de Ética; e 
 não devem estabelecer uma relação profissional com o destinatário.” 
 
Esboçadas aqui estão algumas considerações com o intuito de minimizar a 
possibilidade de cometer uma falta ética ao usar a mídia para fins profissionais. 
 
A primeira consideração é ser profissional. Dada a natureza da profissão, é 
muito provável que uma apresentação, mesmo uma entrevista informal de 30 
segundos, se refira a um tópico emocionalmente carregado, deverá o psicólogo se 
abster de comentários ou opiniões pessoais. 
 
Outra consideração é planejar com antecedência. Se der uma palestra sobre 
algum aspecto do trabalho como psicólogo, é provável que se aproveite das 
experiências com os clientes. A falta de planejamento pode levar a violações 
inadvertidas da confidencialidade. 
9 
 
 
O Padrão de Ética 4.07 afirma: 
“Os psicólogos não podem divulgar na sua redação, palestras ou outros 
meios de comunicação públicos, informações confidenciais e pessoais, 
identificáveis sobre seus clientes/pacientes, estudantes, participantes da 
pesquisa, clientes organizacionais ou outros destinatários de seus serviços 
que obtiveram durante o curso de seu trabalho, a menos que: 
 tomem medidas razoáveis para disfarçar a pessoa ou organização, 
 a pessoa ou organização tenha consentido por escrito, ou 
 haja uma autorização legal para fazê-lo.” 
 
 
Simplesmente alterar um nome pode não ser suficiente para preservar a 
confidencialidade. Deverá haver uma conversa com o cliente sobre quais as 
informações serão usadas e obter um termo que conceda a permissão para incluir 
suas experiências em sua palestra. 
 
No caso de ser convidado para participar de um programa, deverá informar o 
anfitrião ou o entrevistador, antes que o programa comece, o que está fora dos 
limites para discussão. 
 
Uma terceira consideração é esclarecer a finalidade do programa. Os 
psicólogos são frequentemente convidados a comentar sobre indivíduos e eventos 
que chamaram a atenção do público. Norma ética 9.01, que discorre sobre as bases 
de avaliação, deixa claro que os psicólogos somente podem dar opiniões "sobre 
informações e técnicas suficientes para fundamentar suas descobertas" e que "os 
psicólogos fornecem opiniões sobre as características psicológicas dos indivíduos 
somente depois de ter realizado um exame dos indivíduos adequadamente para 
apoiar suas declarações ou conclusões". O padrão 9.01 adverte o psicólogo a 
permanecer dentro dos limites de seus dados. Esta nota cautelosa pode ser 
inestimável quando um entrevistador está pressionando o psicólogo a fazer 
declarações definitivas sobre um indivíduo específico, objeto de foco na mídia, a 
quem o psicólogo não tenha entrevistado, nem se encontrou. 
 
É de suma importância que, ao comparecer à um programa, o psicólogo deixe 
claro que está fornecendo informações, educação, até opiniões - não tratamento ou 
10 
 
consulta, pois o público pode não ver a distinção. Então, antes de dar sua opinião, 
deve considerar as possíveis consequências, pois está respondendo como 
psicólogo. A pessoa que participar do programa pode não ser sua cliente, 
portanto, nenhum consentimento foi assinado. Para dar aconselhamento ou 
consulta, o código, sugere que o profissional é um provedor de tratamento. O 
Padrão Ético 504 afirma que “não deve agir como se uma relação profissional tenha 
sido estabelecida”. 
 
Se, no entanto, os espectadores interessados contatarem o psicólogo após o 
programa, deve haver uma política clara sobre como responder perguntas do 
público. O profissional deverá publicar ou anunciar um aviso legal antes e depois do 
seu programa, declarando que se trata de uma apresentação apenas com fins 
informativos e que não oferece conselhos ou responde a perguntas individuais por 
meio de e-mails/textos/ligações telefônicas, e assim por diante. Os espectadores 
devem ser estimulados a consultar seu médico ou entrar em contato com o seu 
consultório para agendar uma consulta. O psicólogo tem ainda a opção de obter 
uma consulta legal em sua companhia de seguros de responsabilidade, para 
confirmar que se está coberto por programação de mídia específica. 
 
4.2. Federação Europeia de Associações Nacionais de Psicólogos 
 
A Federação Europeia de Associações 
de Psicólogos Profissionais (EFPA) foi fundada 
na Alemanha em 1981, quando representantes 
de 12 associações nacionais de psicologia 
assinaram os Estatutos. 
A primeira Assembleia Geral (G.A.) foi 
realizada em Heidelberg em 1981. A próxima Assembleia Geral da EFPA, realizada 
em conjunto com o Congresso bienal europeu de psicologia, será em Moscou em 
2019. 
A Federaçãofornece um fórum para a cooperação europeia em uma ampla 
gama de campos de formação acadêmica, prática de psicologia e pesquisa. 
Existem 37 associações membros da EFPA que representam cerca de 300 
mil psicólogos. 
11 
 
As organizações membros da EFPA estão preocupadas com a promoção e 
melhoria da psicologia como profissão e como disciplina, em particular, embora não 
exclusivamente, em contextos aplicados e com ênfase na formação e pesquisa 
associada a tal prática. 
Os psicólogos nas associações membros incluem profissionais, bem como 
psicólogos acadêmicos e de pesquisa. 
A Federação tem como um dos seus objetivos a integração da prática com 
pesquisa e a promoção de uma disciplina integrada de psicologia. 
 
4.2.1. Diretrizes para psicólogos que contribuem para com a mídia. 
 
1. Preâmbulo 
1.1 Estas diretrizes são baseadas no Meta-Código de Ética EFPA, 
aprovado pelo EFPA em Assembléia Geral, realizada em Granada, 
Espanha, em julho de 2005 (www.ef.europa.eu). 
1.2 Os psicólogos têm a responsabilidade de compartilhar seus 
conhecimentos, idéias e conhecimentos com o público. Os meios de 
comunicação (televisão, rádio, internet, mídia impressa) tornaram-se 
importantes fontes de conhecimento, opiniões e poder. Ao usar a mídia, os 
psicólogos podem divulgar seus conhecimentos e aspirar a contribuir para o 
bem-estar das pessoas. 
1.3 Os psicólogos podem ter muitos objetivos ao lidar com a mídia, por 
exemplo: 
a. para compartilhar informações sobre várias áreas de psicologia, pesquisa 
e serviços; 
b. para informar as pessoas sobre os serviços psicológicos, bem como as 
formas de obtê-los; 
c. para participar da apresentação de desafios psicológicos e problemas 
através da mídia; 
d. atuar como educadores e informantes para os consumidores; 
e. para apoiar atividades de capacitação; 
f. para reduzir a incerteza e o estresse em tempos de crise de forma 
informativa. 
1.4 Estas diretrizes subjacentes foram desenvolvidas para apoiar 
associações membros elaborando diretrizes nacionais para: 
a. apoiar psicólogos que aparecem na mídia pública para se comportarem e 
serem ouvidos de forma ética; 
b. respeitar e proteger os direitos de todas as pessoas envolvidas. 
12 
 
2. Elementos básicos de uma diretriz de mídia 
Os seguintes são elementos básicos das diretrizes de mídia. Cada item tem 
uma referência ao artigo relevante do Meta-código (MC). 
Um psicólogo que aparece na mídia deve: 
2.1 Mostrar respeito por todas as pessoas envolvidas. 
Embora seja esperado respeito em todas as atividades profissionais, é de 
extrema importância quando o psicólogo aparece na televisão, escreve em 
um jornal ou quando o psicólogo se apresenta em público. Aparecer na 
mídia envolve muitas pessoas assistindo ou ouvindo o psicólogo. 
Deve ter cuidado para não mostrar desrespeito involuntário a qualquer 
pessoa envolvida ou a referir-se negativamente a qualquer indivíduo ou 
organização sem provas suficientes. Declarações públicas são sempre 
feitas em um contexto local e, portanto, deve ser cuidadoso para não 
identificar acidentalmente ou erroneamente terceiros. (MC: 3.1.1.ii) 
2.2 Evitar dar opiniões profissionais sobre qualquer pessoa em público. 
Geralmente é aceito entre os psicólogos que a avaliação de uma pessoa 
sobre sua condição psicológica deve basear-se em uma investigação 
adequada, que só pode ser feita com o consentimento da pessoa envolvida, 
a menos que seja exigida por lei. Uma investigação adequada inclui 
observações, entrevistas e/ou testes. 
Mas, ainda que possa ser considerada possibilidade de se fazer um 
julgamento profissional sobre uma pessoa baseada unicamente em 
informações fornecidas pela mídia, o psicólogo deve abster-se de tais 
declarações, pois não tem o consentimento da pessoa envolvida. 
Em geral, esta regra não se aplica ao estudo de pessoas falecidas de 
interesse histórico. Mas, mesmo nessa situação, deve-se ter cuidado para 
não prejudicar os interesses de outros, por exemplo, descendentes. (MC: 
3.1.2, 3.1.3 e 3.2.3.ii) 
2.3 Ter muito cuidado para não levar ao domínio público qualquer 
informação pessoal sobre pessoas com quem o psicólogo tem ou teve uma 
relação profissional. 
A confidencialidade é um valor-chave no trabalho dos psicólogos. Mesmo 
com o consentimento ou à pedido do cliente, o psicólogo deve abster-se de 
trazer informações sobre o cliente para o domínio público. 
O psicólogo deve estar ciente de potenciais conflitos de interesse ao 
assumir diferentes funções que envolvem o fornecimento de um serviço a 
um grupo particular de clientes e ao mesmo tempo publicar informações 
sobre eles. (MC: 3.1.2.ii e 3.4.4.i) 
2.4 Ter cautela para não ir além do seu alcance e nível de competência. 
O envolvimento bem sucedido com a mídia pelo psicólogo pode resultar em 
convites para participar de programas abordando questões semelhantes. O 
13 
 
psicólogo deve tomar cuidado para não ir além de sua experiência e campo 
de competência. (MC: 3.2.2) 
2.5 Visar a capacitação do público. 
Os psicólogos visam compartilhar o conhecimento psicológico e as idéias 
que podem ser relevantes para a vida de seu público. Ao fazê-lo, é 
aconselhável usar uma linguagem que será entendida pelo público em 
geral, para que, na medida do possível, mal entendidos sejam evitados. 
(MC: 3.1.1.i e 3.4.4) 
2.6 Estar ciente de que também está representando a comunidade de 
psicólogos. 
Estando ciente dessa responsabilidade, o psicólogo deve ser respeitoso 
com diferentes modelos psicológicos e estilos de trabalho e abster-se de 
declarações que poderiam desacreditar ou dificultar a forma de 
apresentação do trabalho dos colegas. No entanto, uma crítica baseada em 
argumentos válidos não deve ser descartada, pois isso pode até fortalecer a 
profissão. (MC: 3.3.1.ii) 
2.7 Ter sensibilidade com relação aos potenciais efeitos em terceiros, como 
parentes e outros conhecidos. 
Embora possa ser difícil prever efeitos negativos para com terceiros e suas 
relações, o psicólogo deve fazer o seu melhor para evitar tais 
consequências. (MC: 3.3.3) 
2.8 Ter sensibilidade com relação aos efeitos negativos da auto-promoção. 
Ao aparecer na mídia pública, os psicólogos têm a oportunidade de 
aumentar a promoção da organização para a qual eles trabalham, ou sua 
própria prática. Tal atitude deve ser tomadas de diretrizes sobre 
honestidade e integridade ao apresentar esta informação e ser sensível aos 
efeitos potencialmente negativos da auto-promoção. (MC: 3.4.2 e 3.4.4) 
3. Recomendações para as Associações Membros: 
3.1 Implementar essas diretrizes EFPA sobre os aspectos éticos de 
aparecer e trabalhar com a mídia; 
3.2 Verificar - dentro dos regulamentos legais nacionais - se as pessoas que 
estão se apresentando na mídia pública como psicólogos, de fato são 
psicólogos de acordo com os regulamentos do país; 
3.3 Oferecer a seus membros treinamento em mídia que inclui treinamento 
em consciência ética, bem como os aspectos técnicos. 
 
 
14 
 
 
5. VIOLAÇÕES AO CÓDIGO DE ÉTICA DE PSICOLOGIA BRASILEIRO 
 
Daremos enfoque, especificamente ao programa “Encontro Marcado” com o 
psicólogo Luiz Gasparetto. 
 
Encontro Marcado foi um programa diário da RedeTV!, 
exibido de segunda a sexta-feira, de agosto de 2005 a junho de 
2008, apresentado pelo Luiz Gasparetto, auto intitulado 
"terapeuta espiritual", . 
Luiz Antonio Alencastro Gasparetto é um psicólogo de 
formação, médium psicopictográfico, escritor e locutor 
brasileiro. Durante quase três anos, foi apresentador de 
televisão do programa Encontro Marcado da RedeTV!, que 
propunha ajudar casos comuns em família ou sociedade.Wikipédia 
Filho de pais espíritas, Luiz foi primeiramente 
considerado um medium e fazia trabalhos psicográficos de 
pinturas supodtamente orientado por pintores famosos como 
Renoir e Monet. Formado em Psicologia e tendo frequentado 
alguns cursos em Esalen (EUA), um dos centros mais famosos 
das chamadas “terapias alternativas”, acabou redefinindo o 
rumo de sua carreira. 
 
Na descrição da atividade do apresentador para justificar o programa, o 
descreveram como “terapeuta espiritual”, contudo, ao buscarmos informações sobre 
ele temos: 
 
Faz-se necessário informar que a inscrição de Gasparetto no site do CRP-
SP, está cancelada na presente data, porém não é divulgada desde quando. 
 
Levando em consideração se tratar de pessoa notória e que os 
telespectadores teriam conhecimento de sua formação em psicologia, o que confere 
maior credibilidade ao que é apresentado, baseamos as teses de várias violações ao 
Código de Ética de Psicologia. 
 
Neste programa, como o próprio Gasparetto dizia na abertura: 
15 
 
 
“...esta é uma oportunidade diária de aprendermos 
mais um pouco, ver como é a vida, como podemos fazer, 
solucionar situações, aprender a viver melhor (...) sabe que 
gosto demais quando recebo e-mails do público dizendo o 
quanto tem aproveitado o programa e tem melhorado (...) quero 
mostrar como o programa está ajudando as pessoas a 
melhorarem (...)” 
 
Tendo em mente que o programa consistia em um atendimento filmado em 
estúdio, com platéia, no qual o psicólogo faz toda uma exposição do cliente, com o 
intuito de ajudá-lo a resolver suas dificuldades, pode-se enumerar vários artigos 
infringidos no Código de Ética: 
 
Partindo dos princípios fundamentais: 
 
I - O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito à dignidade e à integridade 
do ser humano; 
Onde ficam o respeito e a dignidade do ser humano num programa onde fica 
exposto em sua intimidade? 
 
VI – O Psicólogo colaborará na criação de condições que visem a eliminar a 
opressão e a marginalização do ser humano; 
 O cliente é exposto frente à uma platéia e em rede nacional onde o 
apresentador faz várias críticas às pessoas com determinados comportamentos e 
ainda os ridiculariza. 
 
VII - O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que 
atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, 
posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste 
Código. 
Inexiste qualquer consideração com as pessoas, sejam as que participam, 
sejam as que assistem ao programa, o condutor do programa tem o poder. 
 
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: 
16 
 
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho 
dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, 
conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, 
na ética e na legislação profissional; 
Não há serviço de qualidade e as condições de trabalho são inequivocamente 
impróprias. 
 
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, 
informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; 
Quesito totalmente questionável, ainda que o participante do programa 
assinasse um consentimento para participar, certamente a metodologia e o objetivo 
do serviço não é informado. Nota-se, visivelmente o olhar de surpresa dos 
participantes que não tinham conhecimento de como seria conduzido o “tratamento” 
proposto. 
 
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de 
serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de 
decisões que afetem o usuário ou beneficiário; 
Os “resultados” supostos pelo apresentador, assim como o tratamento e vida 
do beneficiário são expostos na íntegra. Não há o menor sigilo. 
 
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: 
a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; 
Há uma evidente exploração das dificuldades alheias, com momentos de 
humilhação visíveis. 
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de 
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas 
funções profissionais; 
O que não falta no programa são induções filosóficas, morais, ideológicas e 
religiosas. 
 
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o 
exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; 
17 
 
A emissora de televisão, que exibiu estes programas, era sua maior cúmplice. 
 
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de 
serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos 
ou organizações. 
O participante do programa era diagnosticado e “tratado” no programa e o 
Gasparetto se orgulhava dos resultados obtidos. 
 
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, 
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a 
que tenha acesso no exercício profissional. 
Inexiste sigilo ou confidencialidade. 
 
Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, 
zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito 
das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. 
AS informações de fato se disseminam, porém de forma negativa, sem 
qualquer base científica e deixando uma imagem questionável da profissão. 
 
Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer 
meios, individual ou coletivamente: 
 
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. 
 Foi exatamente o oposto do que aconteceu. 
 
6. ATUAÇÃO ETICAMENTE RECOMENDADA 
 
 Ao falar sobre um profissional de psicologia que se posiciona na mídia com o 
intuíto de abordar assuntos de interesse da população em geral, dando ênfase ao 
enfrentamento de problemas comumente vivenciados por um grande número de 
pessoas, verificamos a necessidade dele agir em acordo com o Código de Ética, 
para que, não somente os direitos dos participantes sejam preservados, mas 
também para que a abordagem não caracterize quebra de sigilo. Desta forma, o 
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profissional estará respeitando a privacidade do outro, assim como mantendo intacta 
a própria capacidade de seguirem atuantes, sem sofrer punições por atitudes 
indevidas, como foi o caso citado anteriormente. 
 
 Notamos que, quando o psicólogo direciona as suas considerações para um 
tratamento generalizado das angústias das pessoas que se dispõem a expor suas 
intimidades em tais programas, muitos participantes sentem-se pertencentes a um 
grupo que sofre com as mesmas questões, tendo a oportunidade de uma escuta 
competente e compartilhada. Nos tempos atuais, vemos que este tipo de atuação 
vem crescendo e se tornando cada vez mais popular. 
 
“Ao passar por um momento difícil na vida, de tristeza e 
angústia, o indivíduo pode se sentir extremamente solitário. Dar 
a ele o sentimento de pertencer a um grupo, pode fazer com 
que desenvolva novas formas de entrar em contato com a sua 
realidade interna, através das experiências dos colegas. A 
psicoterapia de grupo promove o crescimento pessoal através 
de um processo que envolve o próprio indivíduo e também 
suas relações. O crescimento de um, desencadeia o de outro. 
Os participantes aprendem a se apoiar, se reconhecer e a 
confiar uns nos outros.” 
 
 A citação acima é da psicólogaPamela Magalhães, em cujos vídeos 
facilmente encontrados na internet, são abordados variados assuntos, de diversas 
áreas e interesses pertinentes. Ela se posiciona não apenas coerentemente em 
relação aos seus próprios princípios, mas principalmente com os princípios que 
regem a sua profissão. 
 Pamela Magalhães é Psicóloga Especialista Clínica, Hospitalar e Terapeuta 
de Casal e Família - CRP 06/88376- formada pela Universidade Presbiteriana 
Mackenzie. Filha de pais cuidadores, a mãe psicoterapeuta e o pai médico, cresceu 
“acompanhando de camarote esse incrível exercício de amparo tanto da dor física, 
quanto mental dos indivíduos.” 
 
 Pamela é uma profissional articulada e ciente de seu papel. Além de fazer 
palestras, ela participa nos seguintes programas: 
 
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* Rede Vida! - ao vivo, todas as quintas às 20h30min, no programa Tribuna 
Independente, falando sobre relacionamento. 
 
 TV Gazeta - em sextas alternadas, no programa Mulheres, trazendo temáticas 
sobre comportamento e relacionamento. 
 
 Rádio Boa Nova- ao vivo, às quartas às 7h, respondendo as dúvidas e 
questionamentos pessoais, familiares e profissionais. 
 
 RitTV- ao vivo, uma sexta por mês, no Nosso Programa para tirar dúvidas sobre 
relacionamentos. 
 
Nos programas ao vivo, Pamela recebe questões de participantes que 
chegam através do Whatsapp e fala sobre o assunto de maneira generalizada, sem 
que o participante se sinta constrangido, exposto e sem caracterizar quebra de 
sigilo. 
 
Em um dos vídeos, num dado momento, a mensagem do ouvinte é lida, 
terminando com a pergunta: “O que eu devo fazer?”. Sua resposta é categórica: “Eu 
nunca vou dizer o que você deve fazer” e completa discorrendo sobre o assunto de 
maneira ampla, fazendo com que sua resposta possa também servir para vários 
outros ouvintes. Fica claro no exemplo, que ela age em concordância com o Artigo 
2o, item “q” do Código, que diz que é vedado ao psicólogo realizar diagnósticos, 
divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios 
de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. 
“Todas as respostas estão dentro de nós, aguardando estrutura suficiente 
para acessá-las”. Pamela Magalhães 
 
 
 
 
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7. CONCLUSÃO 
 
Constatamos, com nossa pesquisa sobre o tema proposto, que os meios de 
comunicação são extremamente potentes, e que as mensagens emitidas por eles 
tem um potencial influenciador na maneira de pensar e podem atuar diretamente no 
comportamento humano. 
Podemos dizer que o Psicólogo quando atua nas diversas mídias exerce um 
papel importantíssimo como formador de opinião. 
Há um consenso de que em torno de 90% de tudo que a população vê, ouve 
e lê no país, está nas mãos de meia dúzia de grupos empresariais de comunicação 
que, em vez de se ocuparem em veicular, prioritariamente, programas educativos, 
culturais e artísticos, conforme previsto na nossa Constituição Federal, esses grupos 
tratam o Brasil como se contivesse uma monocultura. Vera Lucia Eraudez 
Canabrava, formada em Psicologia pela UFRJ, mestre em Comunicação e Cultura 
pela Escola de Comunicação da UFRJ e doutora em Psicologia Social pela UERJ, 
entende que a capacidade de a mídia produzir modos de pensamento está 
relacionada aos direitos humanos. 
Na mesma medida, aumenta a responsabilidade do profissional em sua 
relação com os meios de comunicação. Seu papel deve ser o de explicar as 
dimensões psicológicas produzidas pelos fenômenos sociais, e não o de emprestar 
suas credenciais científicas a um propósito manipulador. 
É dever do Psicólogo contribuir para a universalização e acesso à informação 
qualificada, pautada pela ética profissional e pela ciência psicológica, favorecendo o 
bem-estar da população e não a exposição de pessoas, grupos ou organizações. 
É preciso, entretanto, compreender que a natureza da mídia quase nunca 
favorece o esclarecimento dos assuntos de maneira reiterada. 
Ter postura ética, colocar-se em temas sobre os quais tem propriedade e 
conhecer as características do programa ou da emissora de TV - em geral, 
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preocupada com a audiência -, já seriam, segundo Maria da Graça, um bom ponto 
de partida para evitar que o psicólogo seja um títere do veículo de comunicação. "O 
profissional deve procurar ter clareza, ver quais objetivos de ele estar concedendo a 
entrevista, em que contexto isso acontece e como, dentro disso, pode se manter nos 
preceitos do que a ética da Psicologia fala. 
O Psicólogo deve, ainda, zelar pelo papel social da profissão, apresentando 
análises que garantam os direitos e a dignidade das pessoas envolvidas. Lembrando 
que é vedado ao psicólogo realizar atendimento, intervenções, análise de casos ou 
outra forma de prática que exponha a intimidade de pessoas e/ou grupos, podendo 
caracterizar quebra de sigilo. 
O profissional deve ter a preocupação crítica de se interrogar sobre qual é o 
seu papel naquele momento, a que estará se prestando. 
É compromisso da Psicologia combater preconceitos, estereótipos e 
discriminações, afirmando a diversidade humana enquanto um importante valor para 
a nossa sociedade. 
 
O Prof. Manuel Calvino (psicólogo e professor da Universidade de Havana) 
citou na Mesa de Abertura do Seminário Nacional de Mídia e Psicologia: "o problema 
não é a mídia. O problema é o que se faz com a mídia (Conselho Federal de 
Psicologia, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
7. BIBLIOGRAFIA 
 
 Código de Ética do Psicólogo 
 http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2009/07/livro_midiapsicologia_final_web.pdf 
 http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/165/frames/fr_questoes_etica
s.aspx 
 https://www.youtube.com/watch?v=caSCRcK_MiA 
 https://www.youtube.com/watch?v=EkFuYq4b9tU 
 http://efpa.eu/ 
 http://www.bdp-verband.org/bdp/verband/clips/efpa_media_guidelines.pdf 
 http://www.apa.org/index.aspx

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