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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL “DIOMÍCIO FREITAS”
CURSO: TÉCNICO EM GESTÃO COM HAB. EM ADMINISTRAÇÃO
CONTABILIDADE DE CUSTOS
PROFESSOR: WAGNER MACHADO DOS SANTOS
Fevereiro de 2010.�
SUMÁRIO
41.	Introdução à Contabilidade de Custos �
41.1.	Da Contabilidade Financeira a de Custos �
61.2.	Objetivos da Contabilidade de Custos �
72.	Terminologia Contábil �
72.1.	Conceitos �
82.2.	Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) �
123.	Classificação dos Custos �
123.1.	Quanto à identificação �
123.1.1.	Custos diretos �
123.1.2. Custos indiretos �
123.2.	Quanto ao volume produzido �
133.2.1	Custos Variáveis �
133.2.2. Custos Fixos �
164.	Os três ingredientes dos custos �
164.1.	Matéria prima �
174.1.1. Perdas de matéria-prima �
184.1.2. Composição do custo da matéria-prima �
184.1.2.1 O IPI e o ICMS incidentes nas compras �
224.2.	Mão-de-Obra Direta �
224.2.1. Exemplos de separação de mão-de-obra direta e indireta �
234.3.	O que integra o custo da mão-de-obra direta? �
265.	Alocação dos custos indireto de fabricação �
264.3.1 Dificuldades para estabelecer as bases de rateios �
284.3.2. Algumas bases de rateio mais comuns �
306.	Analise do Custo Volume e Lucro �
317.	Margem de contribuição �
327.1.	O uso da Margem de Contribuição para tomada de decisões �
327.1.1 Quando a empresa estiver operando abaixo do limite da capacidade instalada ou não existirem fatores limitantes �
337.1.2 Quando a empresa estiver operando no limite da capacidade instalada ou existirem fatores limitantes �
347.2.	Vantagens e limitações da Margem de Contribuição �
378.	Ponto de Equilíbrio �
388.1.	Formulas para o calculo do Ponto de Equilíbrio �
398.2.	Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro �
398.1.1 Ponto de Equilíbrio Contábil �
398.1.2 Ponto de Equilíbrio Econômico �
408.1.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro �
418.3.	Deficiências e limitações do Ponto de Equilíbrio �
428.4.	Margem de Segurança �
428.5.	Grau de Alavancagem Operacional (GAO) �
469.	Determinação do preço de venda �
469.1.	Método de Precificação �
479.2.	Cálculo do custo da compra �
489.3.	Taxa de marcação (MARK-UP) �
495.3.1 Mark-up divisor �
495.3.2 Mark-up multiplicador �
499.4.	Levantamento dos custos indiretos mensais �
52REFERÊNCIAS �
�
�
Introdução à Contabilidade de Custos
Hoje, mais do que nunca, conhecer contabilidade de custos ajuda a adicionar valor às organizações. Utilizando a cadeia de valor e as informações a respeito de custos de atividade, as empresas podem identificar vantagens estratégicas no mercado em que atuam. Se uma empresa puder eliminar atividades que não agregam valor, poderá reduzir custos sem ter de reduzir sua margem de lucratividade. Ao reduzir custos, ela pode baixar o preço que cobra dos consumidores, passando a ter uma vantagem sobre seus concorrentes. Ou, ainda, pode utilizar recursos economizados eliminando atividades que não adicionam valor para aprimorar o serviço prestado à clientela.
Os custos devem refletir a empresa. São reflexos de atitudes, comportamentos, estruturas e modos de operar. Quanto mais estruturada a empresa for, melhores serão os resultados encontrados. Quanto menos informações estiverem disponíveis, ou se a qualidade dessas informações não for das melhores, os resultados encontrados por certo serão deficientes.
Por se tratar de um assunto que ministra complexidade no tratamento de dados, é necessário definir os objetivos que se pretende atingir ao estruturar um sistema de custo.
Assim uma empresa apura seus custos para:
Atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de sua atividade e avaliação de estoques; e
Conhecimento dos seus custos para a tomada correta de decisões e o exercício de controles.
Para atender as exigências legais, a empresa precisa adequar seus métodos de apuração de custos aos princípios contábeis em conformidades com as normas e legislações vigentes.
Para a tomada de decisões, podem até certo ponto, ser empregados métodos de apuração derivados daquela anterior, capaz de fornecer as informações que atendam às necessidades gerenciais da empresa. Porém se faz necessário, efetuar alguns ajustes para que as informações possam ser úteis a tomada de decisão.
Os conteúdos trabalhados nessa disciplina, aplicam-se a empresas de qualquer porte, tanto comercial quanto industrial, como prestação de serviços, porém o enfoque será dado às empresas industriais por se tratar de empresas que necessitam de uma atenção maior em relação ao custo do processo produtivo. Nas empresas comerciais os custos referem-se à obtenção de mercadorias para revenda, já nas empresas industriais, a obtenção dos custos se tornam um pouco mais complexo, pois se referem ao custo da transformação da matéria prima em produto final.
Da Contabilidade Financeira a de Custos
A contabilidade ainda preserva as características oriundas do século XVI, expressas pelo conceito das partidas dobradas, que surgiu na Itália por volta de 1300 d.C., mas, apenas no ano 1494, Luca Pacioli, um frade italiano, escreveu e publicou, pela primeira vez, a descrição desse sistema. Nessa época, o objetivo do método era registrar os volumes de transações que eram realizadas, facilitar as transações de créditos e facilitar a vida dos gestores. As companhias que o utilizavam eram empresas comerciais e instituições financeiras. Porém, registraram-se evoluções, que vêm ocorrendo a um ritmo cada vez mais acelerado.
A contabilidade de custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII. As empresas que surgiram em decorrência dessa profunda modificação do sistema produtivo necessitavam de informações contábeis diferentes daquelas desenvolvidas pelas empresas comerciais da era mercantilista, porque passaram a transformar insumos, que antes eram comprados. Assim, surge a demanda por indicadores, para determinar o preço do produto que era obtido nas operações internas. 
O sistema desenvolvido nessa época visava avaliar os custos de transformação de cada processo e da mão-de-obra empregada, com o objetivo de fornecer referência para medir a eficiência do processo de produção. Até essa época, quase só existia a contabilidade financeira (ou Geral), que desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais.
	Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento de balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples: o Contador verificava o montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía em estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição:
Estoques Iniciais
(+) Compras
(-) Estoques Finais
(=) Custo das Mercadorias Vendidas
	Confrontando esse montante com as receitas obtidas na venda desses bens, chegava-se ao lucro bruto. Do qual bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades. Daí o aparecimento da também clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial:
Vendas
(-) Custo da Mercadoria Vendida
 Estoques Iniciais
 (+) Compras
 (-) Estoques Finais
 (=) Custo das Mercadorias Vendidas 
(-) Despesas
 Comerciais (Vendas)
 Administrativas
 Financeiras
 (=) Resultado Líquido
	Os bens eram quase todos produzidos por pessoas ou grupo de pessoas que poucas vezes constituíam entidades jurídicas. As empresas propriamente ditas viviam basicamente do comércio,e não da fabricação (fora, é claro, as financeiras). Dessa forma, era basicamente fácil o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens existentes, bastando, a simples consulta dos documentos de sua aquisição.
	Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, pra levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente de dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de compras na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fornecedores de produção utilizados.
	Nada mais razoável, para solução desse problema, do que vermos o Contador tentando adaptar à empresa industrial os mesmo critérios utilizados na comercial. Nessa, no balanço final, permaneciam como estoques no Ativo apenas os valores sacrificados pela compra dos bens. Nenhum outro valor relativo a juros e outros encargos financeiros, a honorários dos proprietários e administradores, a salários e comissões de vendedores etc. era ativado. Todos esses gastos eram automaticamente apropriados como despesa do período, independente da venda ou não de mercadorias.
	Começou-se então a adaptação, dentro do mesmo raciocínio, com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso industrial.
Objetivos da Contabilidade de Custos
A determinação dos custos serve para atingir os seguintes objetivos: apuração do lucro, controle das operações e tomadas de decisões.
	Para atingir esses objetivos, a empresa se vale de métodos de custeios onde para a obtenção desses é necessário coletar-se dados de diversos setores de uma empresa, como almoxarifado, produção, recursos humanos, vendas, entre outros, devendo estar em relatórios que abasteçam o sistema para que seja atingido o resultado pretendido. As fontes de informação devem prezar pela qualidade, sob pena de não atingirem os objetivos propostos. 
Além desses objetivos, as informações geradas pela contabilidade de custos atendem:
à determinação dos custos dos insumos� aplicados na produção;
à determinação dos custos das diversas áreas que compõe uma organização;
à redução dos custos dos insumos aplicados na produção ou das diversas áreas que compõe uma organização;
ao controle das operações e das atividades;
à administração, auxiliando-a para tomar decisões ou resolver problemas especiais;
à redução de desperdícios de materiais, tempo ocioso, etc.;
à elaboração de orçamentos.
A contabilidade de custos também auxilia na solução de problemas relacionados:
ao preço de venda;
à contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro da empresa;
o preço mínimo de cada produto em situações especiais;
ao nível mínimo de atividade em que o negócio passa a ser viável;
a outros problemas especiais.
Exercícios
Qual a diferença entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos?
Em sua opinião, as duas devem ser consolidadas? Por quê?
Cite três tipos de informações que a Contabilidade de Custos nos dá.
Com suas palavras, descreva a importância da contabilidade de custos para as empresas industriais.
Cite e explique dois tipos de problemas que o conhecimento de custos ajuda a solucionar.
Terminologia Contábil
Conceitos
	
Para custos e preços é imprescindível compreender corretamente os conceitos relacionados. A interpretação inadequada das várias definições encontradas na literatura contábil ou administrativa pode levar o administrador a equivocar-se quanto aos fatores que sejam classificáveis como gasto, investimento, despesas, perdas, desembolsos e custos. Infelizmente encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas, em particular), certa quantidades de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra.
	Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas que dizem respeito a conceitos diferentes? Confunde-se com Desembolso? E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?
Em nosso estudo, passaremos a adotar a seguinte nomenclatura:
Gasto – Termo usado para definir as transações financeiras nas quais a empresa utiliza recursos ou assume dívida, em troca da obtenção de algum bem ou serviço. É um conceito abrangente e pode englobar os demais itens. Por exemplo: um gasto pode ser relacionado a um investimento (caso em eu será contabilizado no ativo da empresa) ou alguma forma de consumo (como custo ou despesa, quando será registrado em conta de resultado).
Note que o gasto implica em desembolso, mas são conceitos distintos.
Desembolso – Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.
Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.
Investimento – São gastos que irão beneficiar a empresa em períodos futuros. 
Custo – Gasto utilizado na produção de bens ou serviços. No caso industrial, são os fatores utilizados na produção, como matérias-primas salários e encargos sociais dos empregados da fábrica, depreciação das máquinas, dos móveis e das ferramentas utilizadas no processo produtivo. 
Despesas – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receita. Conceito utilizado para identificar os gastos relacionados às atividades não produtivas da empresa. Essas atividades podem ser classificadas como despesas comerciais ou de vendas, administrativas e financeiras.
Perda – Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.
Exemplificando os conceitos mencionados nessa, pode-se considerar que quando uma indústria de confecções compra um lote de matéria-prima está fazendo um investimento (pois registra tal item no ativo e espera um benefício futuro). Quando ocorre o corte equivocado de tecido em uma camisa, tornando a matéria-prima imprestável para uso ou reaproveitamento, classifica-se o valor respectivo como perda, por ser um gasto involuntário ou indesejado.
Os gastos do setor administrativo da empresa, relacionados com salários, encargos sociais, propaganda, comissões de venda, energia elétrica, depreciação e manutenção de equipamentos, são enquadráveis como despesas, pois ocorrem fora do ambiente fabril e de forma voluntária. Em relação aos valores gastos com salários e encargos dos operários, com energia elétrica, matérias-primas consumidas, depreciação e manutenção das instalações e máquinas fabris, ao serem utilizados para elaborar uma camisa, devem ser classificados como custo.
A denominação mais genérica de uma transação para aquisição de qualquer bem é um gasto, podendo ou não constituir custo, porém, ele terá um preço e acarretará um desembolso imediato ou futuro.
Custo significa o total de recursos, medido em termos financeiros, sacrificados ou previstos para alcançar um objetivo específico.
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
Após entendermos as principais nomenclaturas utilizadas na contabilidade de custos, temos subsídios para interpretar o conceito de DRE.
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar: 
-         a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
-         a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
-         as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
-         o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais
-         o resultadodo exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
-         as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;
-         o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
 	Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da competência:  
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
Exercícios
Classificar os eventos abaixo, relativos a uma indústria de manufatura, como Investimento (I), Custo (C), Despesa (D), ou perda (P), seguindo a terminologia contábil:
( ) Compra de matéria-prima.
( ) Consumo de energia elétrica.
( ) Gasto com mão-de-obra.
( ) Consumo de combustível.
( ) Gasto com pessoal do faturamento (salário).
( ) Aquisição de máquinas.
( ) Depreciação de máquinas.
( ) Comissões proporcionais às vendas. 
( ) Remuneração do pessoal da Contabilidade Geral (salários).
( ) Depreciação do prédio da empresa.
( ) Consumo de matéria-prima.
( ) Aquisição de embalagens.
( ) Deterioração do estoque de matéria-prima.
( ) Remuneração do tempo de pessoal em greve.
( ) Geração de sucata no processo produtivo.
( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material.
( ) Gasto com desenvolvimento de novos produtos em processos.
( ) Gasto com seguro contra incêndio.
( ) Consumo de embalagens.
O que é a demonstração de resultado do exercício?
Qual a diferença entre custo e despesa?
Quando uma empresa compra matéria prima, ela tem gasto, custo, despesa ou investimento? Explique.
Liste 5 contas que representem despesas e 5 que representem custos.
Ao final de 2005 havia 20 unidades do produto X no estoque de produtos acabados, com custo de $ 20.000,00. Em 2006 foram produzidas 800 unidades desse produto e vendidas 810 unidades por $ 1.100,00 cada. Nesse ano de 2006 os custos totalizaram $ 800.000,00 e as despesas, $ 50.000,00. Pede-se:
O saldo do estoque de produtos acabados.
O custo dos produtos vendidos.
O lucro de 2006.
O balanço de 2007 apresentou em sua conta estoque, o valor de R$ 350,00 onde havia 35 unidades. Em 2008 foram produzidas mais 47 unidades e o custo da produção acabada foi de $ 470,00. No mesmo ano, foram vendidas 70 unidades à $ 12,00. As despesas totalizaram $ 210,00. Apure o resultado do exercício.
O estoque inicial de uma empresa possui valor de $ 2.000,00 e contem 20 unidades. No período foram produzidas 60 unidades com custo de $ 6.000. As despesas totalizaram $ 4.000,00. Foram vendidas 40 unidades à $ 120 cada. Calcule o resultado do período.
Uma empresa inicia suas atividades em 01/01/x9. Nesse mês ocorre o seguinte:
Compra de matéria prima $ 30.000,00
Aluguel da fábrica 10.000,00
Mão-de-obra da fábrica 20.000,00
Despesas administrativas 30.000,00
Despesas de vendas 20.000,00
Custos diversos 15.000,00
Consumo de matéria-prima 25.000,00
Foram fabricadas 100 unidades do produto X e vendidas 80 por $ 1.625,00 cada.
Determine:
O saldo do estoque de produtos acabados.
O custo dos produtos vendidos.
O lucro operacional. Para isso elabore a DRE.
Os dados a seguir correspondem ao restaurante Saborearte. Responda ao que se pede.
A abertura do restaurante demandou a aquisição de um forno a gás especial. Qual a classificação contábil desse fato?
Para fabricar quatro medalhões de filé especial com 200 gramas cada, o restaurante consome um quilo de filé comprado por $ 10,00. Qual o custo de cada medalhão?
Os gastos com profissionais envolvidos na cozinha de restaurante são classificados como custos, despesa ou investimentos? Justifique
Classifique os gastos da Fabrica de Amaciantes Conforto Ltda., apresentados a seguir. Sabe-se que no período analisado a produção da empresa foi igual a 20.000 litros, comercializadas a $ 2,50 por litro. Pede-se: Quais os custos variáveis unitários, fixos totais e o lucro? Se a produção da empresa dobrar, qual será o efeito sobre o lucro? Explique.
	Item
	Valor ($)
	Consumo de matérias-primas
	10.000,00
	Despesas com correios
	500,00
	Horas de mão-de-obra apontadas
	3.500,00
	Depreciação de equipamentos industriais
	2.000,00
	Depreciação de equipamentos administrativos
	4.000,00
	Compra de uma nova autoclave industrial (máquina)
	50.000,00
	Consumo de embalagens
	8.000,00
	Fretes de entrega dos produtos
	12.000,00
APÊNDICE
IMPOSTO DE RENDA SOBRE FATURAMENTO OU SOBRE RESULTADO OPERACIONAL?
Alunos iniciantes de Contabilidade muitas vezes apresentam dúvidas sobre a ques​tão da forma de incidência. do Imposto de Renda. A dúvida geralmente consiste na consideração do IR como um percentual da receita ou um percentual do lucro. 
A legislação brasileira permite a adoção dos dois procedimentos. A empresa pode optar pela tributação sob a forma do lucro real. Neste caso, subtrai das receitas de vendas todas as deduções, custos e despesas, nesta ordem. Se positivo, é o lucro con​siderado operacional. Ajustado pelas receitas e despesas não operacionais, obtém-se o Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR). Sobre este lucro, apurado de forma. real, incidem as alíquotas do Imposto de Renda e da Contribuição Social. 
Agindo dessa forma, alguns empresários podem sentir-se "tentados" a retirar seus lucros da entidade sob a forma de despesas, já que estes incidem antes do pagamento do Imposto de Renda, correspondendo a valores dedutíveis. Logo, entidades fiscaliza​doras como a Receita Federal têm a preocupação de monitorar os gastos dedutíveis re​gistrados pelas empresas tributáveis pelo lucro real mediante auditorias mais rigorosas e freqüentes.
Assim, todos os gastos registrados devem ser devidamente documenta​dos. Como conseqüência, os gastos burocráticos com assessorias contábeis e registros para empresas tributadas pelo lucro real serão maiores.
Outra forma de tributação considera o pagamento de Imposto de Renda sobre um lu​cro presumido, isto é, a legislação permite que a empresa opte por considerar como lu​cro um percentual de seu faturamento. Este percentual varia de empresa para empresa, costumando oscilar entre 1,6 e 32%. Nesta situação, a empresa não precisa se preocupar com a apresentação de gastos dedutíveis do Imposto de Renda, já que este incide sobre o faturamento. Entidades fiscalizadoras tendem a se preocupar menos com entidades optantes pelo lucro presumido, em função das suas características mais simples. 
Uma variante da tributação sob a forma do lucro presumido consiste no Simples Nacional, que é um mecanismo de tributação simplificada para micro e pequenas empresas de setores específicos que consideram o pagamento de diversos impostos como um percentual sobre o faturamento.
Geralmente, boas assessorias contábeis costumam apresentar, após diversas análi​ses e cálculos, qual a melhor para a tributação de determinada empresa. Naturalmen​te, empresas que possuem percentuais expressivos de gastos documentados optarão pela tributação por lucro real. 
Classificação dos Custos
	Os custos podem ser classificados quanto:
à identificação: Diretos ou Indiretos.
ao volume produzido: Fixo ou Variável.
Quanto à identificação
3.1.1.	Custos diretos
Custos diretos são gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são aqueles que podem ser identificados como pertencentes a este ou aquele produto. 
	Em algumas condições especiais, todos os custos podem ser classificados como diretos. Assim, se determinadaempresa só fabrica um tipo de produto, não havendo variação de qualidade, tamanho ou qualquer outra, ou executa um só tipo de serviço, pode considerar que somente existem custos diretos.
	Um custo que é classificado como direto em uma empresa, pode ser classificado como indireto em outra ou em outras circunstâncias, tudo depende da situação da empresa. O que define a classificação desse custo como direto é a possibilidade de se conhecer a parcela aplicada em cada um dos diferentes produtos que o recebem, no momento de sua aplicação. 
3.1.2. Custos indiretos
Custos indiretos são gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional.
O custo indireto aparece quando determinada empresa fabrica mais de um tipo de produto, ou mais de uma qualidade ou tamanho de um só produto, ou quando uma empresa executa mais de um tipo de serviço e, mesmo assim, quando ele é atribuível a mais de um tipo de produto ou mais de um tipo de serviço, sem possibilidade de segregar a parcela pertencente a cada produto ou serviço de tipo diferente, no momento da aplicação do custo.
Como custos indiretos, entendem-se aqueles que dependem de rateios, parâmetros, cálculos ou estimativas para serem alocados aos diferentes tipos de produtos ou serviços. Exemplos: aluguel, supervisão, energia elétrica, combustíveis, água, material consumido na limpeza.
Cabe ressaltar que não se pode afirmar que os exemplos mencionados sempre serão classificados como indireto, tendo em vista que, em determinadas circunstâncias, eles podem se transformar em custos diretos.
Quanto ao volume produzido
Esses dois tipos de custos são definidos de acordo com sua variação do volume de produção, admitindo-se um período fixo.
3.2.1	Custos Variáveis
Custos variáveis são os que estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda. Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à quantidade produzida pela empresa.
	É importante ressaltar a diferença entre custo variável e custo direto. Um custo é variável se ele realmente acompanha a proporção da atividade com que ele é relacionado. Um custo direto é aquele que se pode medir em relação a essa atividade, setor ou produto. Exemplos: matéria-prima, mão-de-obra direta, combustíveis de máquinas, energia elétrica (máquinas/equipamentos), comissão de vendedores�. 
3.2.2. Custos Fixos
	Custos fixos são aqueles que tendem a se manter constantemente nas alterações de atividades operacionais, independente do volume de produção. São custos que têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume produzido, existindo independente de a empresa estar produzindo ou parada. Exemplo: se produzir uma unidade ou produzir 200 unidades, o valor do aluguel do galpão industrial terá o mesmo valor.
	A princípio, pode-se dizer que nenhum custo é completamente fixo ou variável, dentro dos conceitos apresentados. Por isso, alguns autores preferem identifica-los como semivariáveis e semifixos.
	
Exercícios
	
Qual a diferença entre custos fixos e custos variáveis?
Qual a diferença entre custo direto e custo indireto?
Em qual nível de produção o custo variável total e o custo variável unitário se igualam?
Por que o aumento da produção até o limite da capacidade instalada provoca redução dos custos unitários?
A empresa Piteleco Ltda. teve os seguintes custos no mês de março:
Matéria-prima $ 15.000,00
Mão-de-obra direta 20.000,00
Energia elétrica 2.000,00
Aluguel do prédio 7.000,00
Telefone 500,00
Depreciação de equipamentos 1.500,00
A produção deste mês foi de 20 unidades do produto Z.
Pese-se:
Qual foi o custo unitário do produto Z?
Qual seria o custo unitário de Z se a produção fosse 25 unidades?
Calcule o custo unitário de cada um dos níveis de produção abaixo:
	Contas
	80.000 unidades
	100.000 unidades
	Aluguel da fábrica
	$ 5.000
	$ 5.000
	Telefone da fábrica
	2.500
	2.500
	Mão-de-obra direta
	15.000
	20.000
	Seguros da fábrica (Prédio e equipamentos)
	1.500
	1.500
	Materiais diretos
	28.800
	30.500
	Depreciação das máquinas
	3.000
	3.000
	Materiais indiretos
	7.000
	7.500
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Considere que em um determinado mês a produção de X tenha sido de 1.000 unidades. Os custos incorridos nesse mês foram: fixos = $ 100.000,00 e variáveis = $ 200.000,00. Se a produção tivesse sido de 1.500 unidades, qual teria sido o custo total? Determine também os custos variáveis.
A comercial de Água Mineral Gasosa Ltda. compra seus produtos a $ 3,00, revendendo-os por $ 5,00. Supondo que a empresa apresenta gastos (custos) fixos na ordem de $ 120,00 por mês, pede-se calcular os gastos (custos) totais unitários, além do resultado para a empresa, supondo três cenários de comercialização correspondentes a 40, 80 e 120 unidades por mês.
Em uma indústria metalúrgica que fabrica vários produtos, verifica-se a ocorrência dos seguintes eventos em determinado período:
	Eventos
	$
	Transformação de Matéria-prima em produtos acabados
	580
	Gastos com pessoal do faturamento (salários e encargos sociais)
	415
	Depreciação de máquinas de produção comuns 
	235
	Honorários da administração da Produção
	600
	Consumo de energia diretamente proporcional ao volume
	350
	Depreciação de equipamentos de informática da Contabilidade
	100
Pede-se calcular o valor dos custos diretos (CD), indiretos (CI), fixos (CF) e variáveis (CV) no período.
Pede-se classificar em verdadeiro e falso as seguintes afirmações:
Encargos com mão-de-obra fabril são sempre diretos
Custos de produção são formados por MOD e MP
Custos diretos são formados MP e MOD
Comissão de vendedores são sempre gastos diretos
Despesas caracterizam gastos fabris
Sob o ponto de vista da gestão dos gastos, a analise dos gastos indiretos é mais simples que a analise dos gastos diretos.
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Os três ingredientes dos custos
A contabilidade financeira preocupa-se com a incorporação no valor dos estoques de todos os recursos consumidos com a produção e que podem ser apresentados, segundo a sua natureza, em três grandes grupos: materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.
	Para entender como ocorre a apuração dos custos, tomemos como exemplo uma empresa que fabrica carteiras escolares. Vamos identificar três grupos de custos para produzi-las:
Materiais: serão aqueles que a integram fisicamente, chamado de matérias-primas, e que representam parte visível do custo.
Mão-de-obra: para transformar as matérias-primas no produto, há a necessidade do emprego da mão-de-obra. Aqui consideramos somente aquela mão-de-obra que age sobre a matéria-prima de modo a modificá-la, dando origem ao produto, e por isso é chamada de mão-de-obra direta.
Custos indiretos de fabricação: além da matéria-prima e da mão-de-obra direta, cujos consumos podem ser quantificados nos produtos, há a ocorrência de outros custos, tais como energia elétrica, manutenção depreciação, telefone, impostos, etc., cujo consumo ocorre sem que se possa quantificá-lo por produto. 
Quanto à matéria-prima, havendo um controle de estoque, toda vez que um material for requisitado, identifica-se onde ele será aplicado. Assim, ao requisitar parafusos para montar uma carteira, reconhece-se o custo correspondente e o apropria ao produto de maneira “direta”.
Quanto à mão-de-obra precisamos entender que na fábrica temos funcionários que atuam diretamente 
Matéria prima
Antes de iniciarmoso assunto, vamos entender que uma empresa se utiliza de materiais para diversos fins: como matérias-primas, materiais de escritório, materiais auxiliares de pro​dução, materiais para embalagens, materiais de higiene e limpeza etc. 
Desses, somente as matérias-primas irão compor os produtos. No caso de uma carteira escolar, temos: madeira, fórmica, parafusos, rebites, tinta, verniz, solda etc. Sabemos que no processo de fabricação serão empregadas serras, lixas, estopas etc., porém sem integrar fisicamente o produto, e neste caso, serão os materiais auxiliares de produção, também chamados de materiais indiretos. 
Dentro da cadeia produtiva, um produto fabricado por uma empresa poderá ser matéria-prima em uma outra empresa. É o caso do parafuso, em cuja produção se consomem matérias-primas, e que agora será matéria-prima na fabricação de carteiras. 
Veja outro exemplo de matéria-prima transformada em um produto que volta a ser matéria-prima em um novo produto: 
 SHAPE ���
De modo geral, o produto é aquele destinado ao consumidor, que o utilizará para consumo ou aplicação em um outro produto (neste caso, como matéria-prima). 
A matéria-prima compreende os materiais aplicados na fabricação de um produto e que fazem parte dele. Entre os materiais integrantes de um produto encontramos aqueles cuja quantidade efetivamente consumida podemos identificar nesse produto e aqueles que não podemos. Os primeiros são considerados custos diretos e os demais, indiretos, pois sua apropriação se dará por rateio. 
	Aos primeiros, ainda, dá-se o nome de material direto. Conforme Li , "O termo material direto representa a parcela dos materiais usados no processo de fabricação que é imediatamente identificável e mensurável aos produtos fabricados. Os materiais postos no processo que não atendem a estes dois critérios são geralmente tratados como material indireto, uma parte do custo indireto de fabricação. 
Sendo a matéria-prima um custo direto, além de se incorporar ao produto, há a necessidade de se reconhecer a quantidade consumida neste, quer seja medindo ou contando. Por exemplo, em um produto que utiliza cola ou tinta, embora tenha estes componentes como matéria-prima, o consumo por produto nem sempre é possível ser obtido; em razão disso. São agrupados aos custos indiretos para rateio. 
4.1.1. Perdas de matéria-prima
O custo da matéria-prima deve corresponder à quantidade consumida na fabricação do produto. Dessa forma, vamos observar que de alguns materiais são necessárias quantidades maiores que aquelas efetivamente incorporadas ao produto. É o caso do tecido para confec​cionar uma calça. Certamente ocorrem sobras (retalhos) na produção. O mesmo acontece com outros materiais, como a madeira para fazer o braço de uma carteira, chapas de aço para fazer uma peça e assim por diante. Estas perdas fazem parte do processo de fabricação, podendo-se minimizá-las, mas não evitá-las. São chamadas de perdas normais, e por isso integram o custo dos produtos.
Assim, a quantidade necessária de um material corresponde àquela disponibilizada para a produção. Nessa quantidade incluem-se as perdas normais de processos, por exemplo: se de uma chapa de aço de 300 kg se obtém uma peça de 290 kg, os 10 kg sobram naturalmente no processo. 
Caso tenha disponibilizado quantidade excedente de material à produção e a sobra decorrente possuir aproveitamento em outro produto, nesse caso não haverá o consumo e, conseqüentemente, não haverá o custo no produto. 
Suponhamos que no exemplo acima fossem disponibilizados 500 kg de matéria-prima para retirar 300 kg necessários à fabricação da peça. Os 200 kg excedentes seriam devolvidos ao estoque, e o custo do material corresponderia aos 300 kg. 
Se houver perda anormal, como no caso, por exemplo, de incêndio no almoxarifado, roubo, enchente etc., os valores correspondentes não devem ser tratados como custo de produção, e sim levados diretamente ao resultado.
4.1.2. Composição do custo da matéria-prima
Ao adquirir materiais, geralmente a empresa incorre em outros gastos que não somente o valor pago ao fornecedor. Pode o comprador ser o responsável pelo frete, seguro, armazenagens e outros gastos e, se o material for importado, pelo frete marítimo ou aéreo, despesas aduaneiras e outros gastos alfandegários. Somando todos esses gastos, temos o valor do material. 
Conforme Martins, a regra é "Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em condições de venda (mercadorias etc.) incorporam o valor desse mesmo ativo." 
Assim, o valor de um material pode ser obtido mediante a aplicação da seguinte seqüência de cálculo: 
Valor pago ao fornecedor 
(-) IPI (se houver recuperação) 
(-) ICMS (se houver recuperação)
(+) Frete (se houver) 
(+) Seguro (se houver) 
(+) Armazenagem e outros gastos (se houver)
(=) Valor do material 
Se forem materiais integrantes da política de estoques da empresa, esse resultado será ativado para posterior consumo. 
Se o material for adquirido para aplicação específica em um produto, será este o valor matéria-prima a ser apropriado ao produto. 
4.1.2.1 O IPI e o ICMS incidentes nas compras
Os impostos IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) incidentes na aquisição dos materiais merecem atenção especial.
São impostos “pagos” somente uma vez pelo consumidor final. Em termos gerais funciona assim: uma empresa vende seus produtos e cobra do cliente esses impostos. Recolhe-os para o governo, não constituindo dessa forma, receita sua. O cliente utiliza esse material para fabricar seu produto, que por sua vez será vendido. Ao vender o produto, irá cobrar novamente esses impostos. Se recolher os valores recebidos, o governo irá receber os impostos duas vezes. No entanto, não há incidência em cascata desses impostos, sendo eles compensados pelo consumidor seguinte até atingir o alvo final, que não terá como repassa-lo e, consequentemente, compensá-lo.
	Exemplificando: suponhamos que a matéria-prima V seja transformada no produto X pelo fabricante Alfa. Esse produto X volta a ser matéria-prima no produto Y quando transformado pelo fabricante Beta. Esse produto Y volta a ser matéria-prima quando aplicado no produto Z pelo fabricante Gama, que vende a um consumidor final.
O fabricante de X vende este produto por $ 2.200,00, estando inclusos nesse valor 10% de IPI ($ 200,00) e 18% de ICMS ($ 360,00). 
	O fabricante de Y adquire e aplica esta matéria-prima em seu produto, que é vendido por $ 22.000,00, estando inclusos nesse valor 10% de IPI ($ 2.000,00) e 18% de ICMS ($ 3.600,00).
O fabricante de Z adquire e aplica esta matéria-prima em seu produto, que é vendido por $ 110.000,00, estando inclusos nesse valor 10% de IPI ($ 10.000,00) e 18% de ICMS ($ 18.000,00).
Ocorreram três transações, tendo os fabricantes destacados nas notas fiscais de vendas um total de $ 12.200,00 de IPI e $ 21.960,00 de ICMS.
Nesse caso, não seriam esses os valores recolhidos ao governo, pois eles não constituem custo ou receitas para essas empresas. Representam para elas, na compra, um adiantamento dos impostos para o governo, que foram compensados na venda de seus produtos, ocasião em que tais impostos foram cobrados novamente. Funcionaram elas como intermediárias entre o governo e o cliente.
No exemplo acima, seriam recolhidos os seguintes valores ao governo:
1º fabricante de X 
Valor bruto da venda 	 = $ 2.200,00 
(-) IPI incluso (10%) 	 = 200,00
(-) ICMS incluso (18%) = 360,00
(=) Receita líquida da venda = 1.640,00
Esse fabricante recolhe $ 200,00 de IPI ao governo federal e $ 360,00 de ICMS ao 
governo estadual.
2º fabricante de Y 
Valor pago ao 1º fabricante = $ 2.200,00
(-) Crédito de IPI = 200,00
(-) Crédito deICMS = 360,00
(=) Custo da matéria-prima = 1.640,00
Valor bruto da venda = 22.000,00 
(-) IPI incluso (10%) = 2.000,00
(-) ICMS incluso (18%) = 3.600,00
(=) Receita líquida da venda = 16.400,00
Este fabricante recolhe $ 1.800,00 ($ 2.000,00 - $ 200,00) de IPI ao governo federal e 
3.240,00 ($ 3.600,00 - $ 360,00) de ICMS ao governo estadual. 
3º fabricante de Z 
Valor pago ao 2º fabricante = $ 22.000,00
(-) Crédito de IPI = 2.000,00
(-) Crédito de ICMS = 3.600,00
(=) Custo da matéria-prima = 16.400,00
Valor bruto da venda = 110.000,00 
(-) IPI incluso (10%) = 10.000,00
(-) ICMS incluso (18%) = 18.000,00
(=) Receita líquida da venda = 82.000,00
Esse fabricante recolhe $ 8.000,00 ($ 10.000,00 - $ 2.000,00) de IPI ao governo federal e $ 14.400,00 ($ 18.000,00 - $ 3.600,00) de ICMS ao governo estadual. 
Resumidamente, recolhem: 
	IPI
	
	ICMS
	Fabricante
	Valor
	
	Fabricante
	Valor
	1º
	200,00 
	
	1º
	360,00 
	2º
	1.800,00 
	
	2º
	3.240,00 
	3º
	8.000,00 
	
	3º
	14.400,00 
	Total
	10.000,00 
	
	Total
	18.000,00 
Verifica-se que a soma dos impostos recolhidos equivale ao valor dos impostos destacados pelo último fabricante, não ocorrendo, dessa forma, incidência em cascata. Será custo para o consumidor final, pelo fato de este não ter como compensá-lo. 
Exercícios
Ocorre-se custo quando compra ou quando se consome matéria-prima? 
Ocorrendo perdas anormais de matéria-prima, qual o tratamento que deve ser dado?
Por que o frete e o seguro, quando pagos pelo comprador, incorporam o valor do material debitado no estoque? Explique.
Uma empresa ao adquirir 7.000 kg de certa matéria prima ao preço de $ 6.500,00 a tonelada, incorre ainda nos seguintes gastos:
 Frete $ 1.500,00
 Seguro $ 650,00 
Calcule o valor a ser debitado no estoque, considerando 12% de IPI e que a alíquota de ICMS seja 17%.
Qual a condição básica para que se possa caracterizar um material como material direto?
Em 2005 o estoque inicial de certa matéria-prima era de $ 66.000,00. Durante o ano foram adquiridos $ 2.211.600,00 dessa matéria-prima. No final do ano o estoque era de $ 123.600,00. Demonstre o cálculo do custo da matéria-prima consumida.
Uma fábrica de equipamentos industriais precisa compor uma Nota Fiscal com os dados apresentados a seguir. Sabe-se que, para o produto apresentado, a alíquotas de IPI é igual a 5%. Calcule o valor do IPI e o valor da Nota com o IPI..
	Valor dos produtos sem impostos
	1.992,000
	Valor do ICMS
	408,00
	Valor dos produtos com ICMS
	2.400,00
Uma empresa ao adquirir 6.000 kg de chapas de aço ao preço de $ 6.000,00 a tonelada, incorre ainda nos seguintes gastos:
 Frete $ 2.400,00
 Seguro $ 960,00 
Calcule o valor a ser debitado no estoque, considerando que há isenção de IPI e que a alíquota de ICMS é zero.
A J. D. Mayo Ltda. adquiriu em maio de 2006 500 kg de chapas de aço, pagando ao fornecedor, $ 32.912,00. Nesse valor estão inclusos 18% de ICMS e 10% de IPI. Incorreu ainda em gastos com frete e seguro no valor de $ 3.520,00. Qual foi o valor debitado no estoque, considerando que esses impostos são recuperáveis?
Mão-de-Obra Direta
Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apro​priação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimati​vas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de "direta". 
4.2.1. Exemplos de separação de mão-de-obra direta e indireta
O operário que movimenta um torno, por exemplo, trabalhando um produto ou componente de cada vez, tem seu gasto classificado como Mão-de-obra Direta. Porém, se outro operário trabalha supervisionando quatro máquinas, cada uma executando uma operação num produto diferente, inexistindo possibilidade de se verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquela pessoa, temos aí um tipo de Mão-de-obra Indireta. 
Se surgir a possibilidade de se conhecer o valor de mão-de-obra aplicada no produ​to de forma direta por medição, existe a Mão-de-obra Direta; se recorrer a qualquer critério de rateio ou estimativa, transforma-se, para efeito contábil, em Indireta. 
Encontra-se às vezes outro tipo de conceituação, tratando-se como direta toda e qualquer mão-de-obra utilizada na produção, mas isso traz algumas conseqüências in​desejáveis. 
Ocorre muitas outras vezes haver a possibilidade de a empresa medir a mão-de​-obra mas, por razões econômicas, não o fazer; ou então essa medição é difícil de ser realizada, e desiste-se dela. Temos aí a existência física da Mão-de-obra Direta, mas a Contabilidade de Custos a tratará como Indireta devido à adoção de sua alocação por critérios estimativos (como ocorre com vários outros custos diretos, como materiais, tinta etc.). Essas razões de desistência de medição podem ser: pequeno valor da mão-​de-obra, inexistindo interesse por uma medida mais apurada; custo elevado para se fazer a medição; dificuldade de se processar a mensuração (como no caso de um homem operando diversas máquinas) etc.
Alguns exemplos mais comuns de mão-de-obra direta são: torneiro, prensista, soldador, cortador, pintor etc. E de mão-de-obra indireta: supervisor, encarregado de setor, carregador de materiais, pessoal da manutenção, ajudante etc: 
4.2.2 Tempo Não Produtivo da Mão-de-obra Direta 
Normalmente deixa de ser considerado como Mão-de-obra Direta o tempo ocioso em virtude de falta de produção, avarias etc.; é claro que, se ele estiver sendo utilizado numa outra função, como limpeza, manutenção etc., deverá então ser reclassificado para ela, saindo da Mão-de-obra Direta. 
Caso a ociosidade seja normal e o operário esteja sendo mantido parado, o mais comum é a acumulação desse tempo como Tempo Improdutivo dentro dos Custos In​diretos para rateio à produção geral. Quando houver paradas apenas em determi​nadas épocas do ano, deverá a empresa utilizar um sistema de provisionamento para rateio desses Custos Indiretos a todos os produtos feitos no ano, e não somente aos elaborados no mês ou nos poucos meses em que houve o tempo não utilizado da Mão​-de-obra Direta.
Entretanto, outros procedimentos podem ser indicados em algumas situações específicas. Se a parada for obrigatória por causa do tipo de produto que vem a seguir, como é o caso do tempo de preparação de máquinas, poderá ser interessante que esse valor seja apropriado diretamente ao produto ou à ordem; isso se realmente o produto elaborado tiver como requisito constante tal parada para preparação, fazendo pane da própria programação de sua fabricação. Se, por outro lado, a preparação ou outro tempo parado se dever não ao produto que vai ser elaborado, e sim ao que acabou de ser produzido, deverá então ser atribuído a este. 
Caso ocorra, todavia, uma situação em que ao passar do produto A para o B haja uma parada de duas horas, do B para o C de três, do C para o B de uma, do A para o C de duas etc., passará a não haver mais condição de se alocar quer ao produto que findou quer ao seguinte. Nessa situação, deverá voltar o critério de atribuição do tempo improdutivo aos Custos Indiretos para posterior rateio a toda a produção: 
O fundamental é que seja cuidadosamente estudado cada caso para se verificar qual o procedimento que melhor se coaduna com cada situação. Não existem soluções apriorísticas universais. 
Existem também as paradas normais para descanso, café etc.;estas também pre​cisam de uma análise para a fixação do procedimento a lhes ser dado. Normalmente são consideradas como se fossem produtivas, quando ocorrem numa produção con​tínua ou em ordens de longa duração. Mas, se se tratar de ordens ou produtos de duas ou três horas de fabricação, haverá uma distorção, caso atribuamos a um ou ou​tro os 15 minutos de parada; uma ordem sairia por um custo e outra por valor bas​tante diferente. 
O que integra o custo da mão-de-obra direta?
Em alguns países, como no caso dos EUA, atribui-se muitas vezes como custo de Mão-de-obra Direta somente o valor contratual, sem inclusão dos encargos sociais; tal procedimento pode ser aceitável num local como esse, onde tais encargos normal​mente não são grandes e, o que é importante, nem sempre dependem diretamente do valor da própria Mão-de-obra. Mas no Brasil esse fato assume outra magnitude, sendo necessária a inclusão desses encargos no custo horário da Mão-de-obra Direta. 
Nesses países, os encargos sociais assumem um caráter mais de custo fixo do que de variável, por serem mais uma função do número de pessoas do que do valor pago. No Brasil, todavia, são totalmente dependentes do pagamento feito, tomando-se tais encargos um custo variável com relação à própria mão-de-obra e diretamente propor​cionais a ela. 
Na situação de nosso país, ao se optar então pela inclusão dos encargos sociais no próprio montante da Mão-de-obra Direta, precisa-se calcular para cada empresa (ou para cada departamento, se houver variações significativas entre eles) qual o va​lor a ser atribuído por hora de trabalho. Sabemos que decorrem da legislação e do contrato de trabalho os repousos semanais remunerados, as férias, o 13º salário, a contribuição ao INSS, a remuneração dos feriados, as faltas abonadas por gala, nojo, etc., além de vários outros direitos garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. A quanto monta esse total? 
A maneira mais fácil de calcular esse valor é verificar o gasto que cabe à empre​sa por ano e dividi-lo pelo número de horas em que o empregado efetivamente se en​contra à sua disposição. Vejamos um exemplo: 
Suponhamos que um operário seja contratado por $ 5,00 por hora. A jornada máxima de trabalho permitida pela Constituição brasileira é de 44 horas semanais (sem considerar horas extras). Supondo-se semana não inglesa, isto é, semana de seis dias sem compensação do sábado, a jornada máxima diária será de: 
44 ÷ 6 = 7,3333 horas, que equivalem a 7 horas e 20 minutos. 
Assim, podemos estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode oferecer à empresa: 
	Número de dias por ano
	365 dias
	(-) Repousos semanais Remunerados
	48 dias
	(-) Férias
	30 dias
	(-) Feriados
	12 dias
	(=) Número máximo de dias a disposição do empregador
	275 dias
	(x) jornada máxima diária (em horas)
	7,3333 horas
	(=) Número máximo de horas a disposição, por ano:
	2.016,7 horas
	(*) deduzidas quatro semanas já computadas nas férias.
	
A remuneração anual desse empregado será, então, em moeda constante:
	(a) Salários: 2.016,7 horas x $ 5,00
	$ 10.083,50
	(b) Repousos Semanais: 48 x 7,3333 = 352 h x $ 5,00
	$ 1.760,00
	(c) Férias: 30 dias x 7,3333 = 220h x $5,00
	$ 1.100,00
	(d) 13º Salário: 220 h x $ 5,00
	$ 1.100,00 
	(e) Adicional constitucional de Férias: (1/3 de “C”) 
	$ 366,67
	(f) Feriados: 12 x 7,3333h = 88h x $ 5,00
	$ 440,00
	Total
	$ 14.850,20
Sobre esse total o empregador é obrigado a recolher as seguintes contribuições (em porcentagens):
	INSS
	20,0 %
	FGTS
	8,5 %
	Seguros – acidentes do trabalho
	3,0 %
	Salário – Educação
	2,5 %
	SESI ou SESC
	1,5 %
	SENAI ou SENAC
	1,2 %
	INCRA
	0,2 %
	SEBRAE
	0,6 %
	Total
	37,5 %
O custo anual empregador será, então:
	$ 14.850,20 x 1,375 = $ 20.419,02
E o custo hora será:
	$ 20.419,02 ÷ 2.016,7 h = $ 10,12 
Os encargos sociais mínimos provocaram, então, um acréscimo de ((10,12 ÷ 5,00) -1) x 100 = 102,40 % sobre o salário-hora contratado.
Exercícios
Como distinguir a MOD da MOI?
Caso um funcionário classificado como MOD venha a executar um determinado serviço na casa de campo do dono da empresa em que trabalha, o custo correspondente ao período de execução desse serviço será classificado como direto? Justifique.
Podemos dizer que o custo dos funcionários classificados como mão-de-obra direta é sempre custo direto?
Como é composto o custo da mão-de-obra?
Qual a diferença básica entre o custo da mão de obra e folha de pagamentos?
O tempo não produtivo da MOD é considerado como custo da MOD?
Um funcionário é contratado com um salário de $ 4,00 a hora. Nesta empresa, os encargos sociais trabalhistas representam 113,5% dos salários. Determine o custo/hora.
Considere que em um departamento haja apenas 1 funcionário classificado como mão-de-obra direta. Seu salário é de $ 10,00 a hora. O percentual de encargos sociais corresponde a 100% dos salários. Em certo mês de 30 dias houve 4 domingos e 1 feriado que caiu em uma 2ª feira. A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, sem compensar os sábados. Oitenta por cento do tempo disponível foi apontado como produtivo e o restante como não produtivo. Calcule o custo do tempo produtivo e do tempo não produtivo.
Considere que em determinado departamento os salários dos funcionários diretos sejam de $ 5,00 por hora. Os encargos sociais representam 107%. A tabela abaixo mostra os produtos fabricados por esse departamento, indicando o número de peças fabricadas e o total de horas apontadas. Calcule o custo da mão-de-obra direta de cada unidade de X, de Y e de Z.
	Produtos
	N° de Peças
	Tempo Total
	X
	234
	136 horas
	Y
	875
	237 horas
	Z
	392
	176 horas
São exemplos de mão de obra direta:
Torneiro e pessoal da manutenção. 
Carregadores de materiais e pintor. 
Prensista, soldador e supervisores. 
Torneiros, soldadores e cortadores.
Ajudantes, supervisores e pintores.
�
Alocação dos custos indireto de fabricação
		Com a redução gradativa do custo da mão-de-obra direta pela eliminação de postos de trabalho e sua substituição por atividades automatizadas, os custos indiretos vem aumentado sua participação nos custos totais das empresas e, conseqüentemente, nos seus produtos.
		Esse agrupamento contempla todos os elementos de custos que não tem medição de consumo nos produtos, e por isso mesmo são apropriados por intermédio de rateios. Exceto a matéria-prima e a mão-de-obra direta, praticamente todos os demais custos são tratados como indiretos.
		Em regra, a base de rateio empregada é a mão-de-obra direta que, como dissemos, vem reduzindo sua participação e, por isso mesmo, é alvo de criticas por parte de especialistas em custos, propiciando, como conseqüência, o desenvolvimento de novos métodos de custeio. Entendemos que a utilização desses novos métodos deva ser gradativa, em função de avanços dos conhecimentos sobre o assunto e do tipo de informação de custos desejada.
	
4.3.1 Dificuldades para estabelecer as bases de rateios
A dificuldade que encontramos para alocar os custos indiretos reside na definição da base de rateio a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado de custo ficará por certo deficiente para atender aos fins a que se propõe. Tendo em vista, que o montante dos custos indiretos será absorvido pela produção por qualquer base que venha a ser empregada, alguns produtos podem ficar subavaliados, enquanto outos superavaliados. O que se procura ao definir uma base é minimizar tais distorções.
Para entender essa situação, analisamos um caso bem simples de como poderíamos alocar o custo da energia elétrica aos três produtos de uma empresa: Z, Y e Z.
Supondo ser de $ 1.500,00 o valor dessa conta, quanto caberia a cada um dostrês produtos?
Em primeiro lugar, sem informações adicionais, podemos dividir em partes iguais, uma para cada produto:
= $ 500,00 para cada um produto.
	Nessa divisão não se levou em consideração a quantidade fabricada de cada produto.
	Levantando-se o volume de produção, constatamos ser de 310 unidades no período, assim distribuídos por produtos:
Produto X = 10 unidades
Produto Y = 100 unidades
Produto Z = 200 unidades
	Considerando-se esse volume de produção como base de rateio, custo de energia elétrica seria:
 
= $ 4,83871/unidade.
Produto X = 10 unidades x $ 4,83871/u = $ 48,39
Produto Y = 100 unidades x $ 4,83871/u = $ 483,87
Produto Z = 200 unidades x $ 4,83871/u = $ 967,74
	Aparentemente, o resultado ficou melhor que o anterior, pois levou em consideração a quantidade produzida, ou seja, aquele produto que teve uma produção maior, em tese deveria absorver parcela maior do custo.
	No entanto, podemos admitir que o consumo de energia elétrica seja proporcional ao tempo de fabricação. Um produto que consumir mais tempo para ser fabricado, utilizará mais máquina e, consequentemente, maior será o seu consumo de energia e o custo também.
	Levantando-se os tempos de fabricação temos:
Produto X = 5 horas por unidade
Produto Y = 4 horas por unidade
Produto Z = 10 horas por unidade
	Nosso rateio do custo da energia elétrica ficará mais complexo. Temos agora alguns cálculos a serem realizados.
1º Cálculo do tempo de fabricação
	Produto
	Quantidade
	Tempo Unitário
	Tempo Total
	X
	10 u
	5 h
	50 h
	Y
	100 u
	4 h
	400 h
	Z
	200 u
	10 h
	2.000 h
	Total de horas
	2.450 h
2 º Cálculo da taxa-hora de energia elétrica
 = $ 0,61224/h 
3º Cálculo do custo da energia dos produtos
	Produto
	Tempo Total
	Taxa/Hora
	Custo dos Produtos
	X
	50 h
	$ 0,61224
	$ 30,61
	Y
	400 h
	0,61224
	244,90
	Z
	2.000 h
	0,61224
	1.224,49
	Total
	2.450 h
	
	1.500,00
	Esse último procedimento, mais trabalhoso, deve aproximar-se de um possível consumo de energia elétrica por parte dos produtos. Porém, outros procedimentos poderiam ser considerados, como, por exemplo, ratear o custo da energia pelo peso das matérias-primas empregadas ou outra base que melhor se ajustar ao caso. Uma precisão para o caso em específico seria instalar medidores de energia elétrica em cada maquina e ter o consumo controlado. Nesse caso, a energia elétrica deixaria de ser custo indireto e passaria a ser custo direto.
4.3.2. Algumas bases de rateio mais comuns
	Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue ao custo dos produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim de não serem obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que todo e qualquer critério que venha a ser empregado deve ser escolhido em função de uma base que represente relação lógica, procurando aproximar-se daquilo que seria o “custo perfeito”.
	Nessa busca do “custo perfeito” podem ser utilizadas diversas bases de rateios, uma para cada conta de custos indiretos, bem como para os departamentos auxiliares.
	Normalmente, utilizam-se as seguintes base para ratear os custos indiretos:
Área ocupada pelos departamentos, para ratear o custo do aluguel, depreciação do prédio e impostos prediais;
Número de funcionários para ratear os custos indiretos do departamento de administração da fábrica;
Potência instalada em quilowatts/hora para energia elétrica;
Número de requisição de materiais, para ratear os custos do departamento de almoxarifado.
	Ao definir as bases de rateios dos custos indiretos de fabricação, o responsável pelos cálculos de custos precisa ter em mente que elas devem ser duradouras, evitando mudanças freqüentes, pois acabaria provocando flutuações nos custos dos produtos de um período para outro, perdendo, com isso, a possibilidade de comparações e criado confusão para os destinatários dos resultados de custo, que necessariamente não conhecem a sistemática de apropriação.
	No entanto, se a base utilizada necessitar de alteração, o responsável pelos cálculos dos custos deve proceder à mudança, efetuando observações a respeito nos relatórios de custos, para que os usuários possam compreender com clareza os resultados em análise, e refazer os cálculos do período anterior utilizando as novas regras, se possível, permitindo como isso que sejam feitas comparações com os resultados.
 
Exercícios
Explique o seu entendimento por custos indiretos de fabricação.
Podemos tratar como indiretos para fins de alocação aos produtos algumas matérias-primas bem como alguns casos de mão-de-obra direta? Em quais circunstancias isso ocorre?
A fabrica de refrigerantes Água Doce Ltda. teve os seguintes custos em seus departamentos de colocação de tampas de garrafas no ano de 2007.
Mão-de-obra indireta $ 3.200.000
Lubrificantes 700.000
Energia elétrica 950.000
Depreciação 500.000
Outros custos indiretos 1.200.000
Nesse período a produção foi de:
Produto Quantidade
Garrafa de 0,5 l 7.000 dúzias
Garrafa de 1,0 l 8.000 dúzias 
Garrafa de 1,5 l 5.000 dúzias 
Efetue o rateio dos custos indiretos aos produtos.
Rateie as contas de custos indiretos aos produtos, com base no tempo de fabricação:
	
	Produto A
	Produto B
	Produto C
	Total
	Quantidade Produzida
	100 u
	120 u
	80 u
	
	Base p/ rateio
	
	
	
	
	a) Tempo de fabricação
	5 h/u
	3 h/u
	7 h/u
	
	Energia elétrica
	
	
	
	750.000
	Mão-de-obra indireta
	
	
	
	70.000
	Eletrodos de solda
	
	
	
	50.000
	Manutenção das máquinas
	
	
	
	30.000
	Óleo lubrificante
	
	
	
	25.000
Calcule o custo dos produtos considerando quatro bases de rateios dos custos indiretos. Utilize o quadro a seguir, reproduzindo-o quatro vezes, uma para cada base de rateio. Indique em cada um a base que você utilizou.
	Contas
	Produto X
	Produto Y
	Produto Z
	Total
	Custo da mão-de-obra direta
	750.000
	125.000
	1.800.000
	2.675.000
	Custo da matéria-prima
	890.000
	300.000
	5.000.000
	6.190.000
	Total do custo direto
	
	
	
	
	Custos indiretos de fabricação
	
	
	
	720.000
	Custo total
	
	
	
	
	Tempo de fabricação
	200 h
	40 h
	500 h
	740 h
Analise do Custo Volume e Lucro
	Um dos instrumentos da área de custos que podem ser utilizados nas decisões gerenciais é a analise de custo/volume/lucro. Tal expressão abrange os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, cujo conhecimento é de fundamental importância para os gestores de custos em virtude do número de benefícios informativos que proporcionam.
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As análises de custo/volume/lucro são modelos que visam demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações existentes entre as vendas, os custos (fixos ou variáveis), o nível de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado. Seu estudo proporciona resposta às questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa se ocorrer:
Aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo);
Diminuição ou aumento do volume de vendas; e
Redução ou majoração dos preços de venda.
	Por exemplo: a administração necessita conhecer com antecedência quais efeitos teriam uma modificação no preço de venda, no volume de produção, nas combinações do mix de produtos, uma alteração salarial ou uma modificação nas máquinas da fabrica. Para que essas informações estejam disponíveis com a rapidez que as decisões empresariais exigem, cabe ao analista de custos dispor de dados indispensáveis à análisede custo/volume/lucro.
	Custo, preço e volume são fatores considerados no planejamento e na análise da variação do lucro. O preço de venda geralmente é de controle limitado, mas custo e volume possuem elementos mais controláveis. As decisões gerenciais requerem uma análise cuidadosa do comportamento de custos e lucros em função das expectativas do volume de vendas. No curto prazo (menos que um ano), a maioria dos custos e preços dos produtos da empresa podem ser determinados. A principal incerteza não está relacionada com custos e preços dos produtos, mas com a quantidade que irá ser vendida. A analise de custo/volume/lucro aponta os efeitos das mudanças nos volumes de vendas na lucratividade da organização.
Margem de contribuição
Os produtos, ao serem fabricados, provocam a ocorrência de custos variáveis. Além, dos custos variáveis, ao serem comercializados, os produtos provocam o surgimento de certas despesas também variáveis: comissões, fretes, seguros, etc.
Assim, temos custos e despesas que também ocorrem em virtude de produzir e vender. São os variáveis (custos e despesas)
A margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do valor de venda de um produto são deduzidos os custos e despesas por ele gerados. De outra forma, representa a parcela excedente dos custos e despesas que os produtos provocam. A empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição dos produtos supera os custos e despesas fixos do exercício.
	Para Martins, a margem de contribuição, conceituada como diferença entre receita e soma de custos e despesas variáveis, tem a faculdade de tornar bem mais facilmente visível à potencialidade de cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos, e depois, formar o lucro propriamente dito.
	Assim, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos aos custos e despesas fixos e também ao lucro. Ela obedece ao seguinte calculo:
MC = PV – (CV + DV)
MC = Margem de Contribuição
PV = Preço de Venda
CV = Custos Variáveis
DV = Despesas Variáveis
Exemplo: Uma empresa fabrica os produtos X, Y, e Z. Em fevereiro/2008 foram produzidos e vendidos com os preços e custos abaixo:
	Produtos
	Quantidade
	Preço de Venda Unitário
	Custo Variável Unitário
	X
	1.000 n
	238,00
	183,00
	Y
	800 u
	404,00
	367,00
	Z
	1.500 u
	382,00
	350,00
As despesas variáveis de vendas (comissões) representam 5% do preço.
Os custos e despesas fixos totalizaram $ 55.000,00 no mês.
O resultado dessa empresa é obtido da seguinte maneira:
Cálculo da margem de contribuição de cada produto
	Produtos
	Preço Unitário
	Custo Variável Unitário
	Despesas de venda unitária
	Custos (+) Despesas Variáveis
	Margem de Contribuição
	
	A
	b
	c = a x 5%
	d = b + c
	e = a-d
	X
	$ 238,00
	$ 183,00
	$ 11,90
	$ 194,90
	$ 43,10
	Y
	404,00
	367,00
	20,20
	387,20
	16,80
	Z
	382,00
	350,00
	19,10
	369,10
	12,90
Cálculo da margem de contribuição total:
	Produtos
	Quantidade Vendida
	Margem de Contribuição Unitária
	Margem de Contribuição Total
	X
	1.000 u
	 $ 43,10
	43,100,00
	Y
	800 u
	16,80
	13.440,00
	Z
	1.500 u
	12,90
	19.350,00
	Total
	75,890,00
Cálculo do resultado:
	Margem de Contribuição Total
	$ 75.890,00
	( - ) Custos de Despesas Fixos
	55.000,00
	( =) Lucro Operacional
	20.890,00
Outra maneira de demonstrar o cálculo seria:
	
	Produto X
	Produto Y
	Produto Z
	Total
	Quantidade Vendida
	1.000 u
	800 u
	1.500 u
	
	Preço de Venda Unitário 
	238,00
	404,00
	382,00
	
	Receita
	238.000,00
	323.200,00
	573.000,00
	1.134.200,00
	Custo Variável Unitário 
	183,00
	367,00
	350,00
	
	Custo Variável Total
	183.000,00
	293.600,00
	525.000,00
	1.001.600,00
	Despesas Variáveis (5%)
	11.900,00
	16.160,00
	28.650,00
	56.710,00
	Total Variável
	194.900,00
	309.760,00
	553.650,00
	1.058.310,00
	Margem de Contribuição
	43.100,00
	13.440,00
	19.650,00
	75.890,00
	(-) Custos e Despesas Fixos
	
	
	
	55.000,00
	(=) Lucro Operacional
	
	
	
	20.890,00
O uso da Margem de Contribuição para tomada de decisões
Uma empresa pode operar no limite de sua capacidade instalada ou abaixo dela, bem como trabalhar com outros fatores que limitem sua produção, chamados “gargalos”. Para cada caso, é necessário conhecer a margem de contribuição, por produto ou pelo fator que representa o “gargalo” da produção, a fim de maximizar o resultado.
7.1.1 Quando a empresa estiver operando abaixo do limite da capacidade instalada ou não existirem fatores limitantes
Sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que proporcionem as melhores margens de contribuição, pois, assim agindo, mais rapidamente absorverá os custos e despesas fixos e conseqüentemente irá gerar lucro.
	
Vejamos como ocorre (aproveitando o exemplo anterior):
	Produtos
	Preços de Venda Unitário
	Custos + Despesas Variáveis Unitários
	Margem de Contribuição Unitária
	X
	$ 238,00
	$ 194,90
	$ 43,10
	Y
	404,00
	387,20
	16,80
	Z
	382,00
	369,10
	12,90
	Seqüencialmente, os produtos que proporcionam as melhores margens de contribuição são: 1° legar, produto X; 2° lugar, produto Y e em 3°lugar, produto Z. Cada unidade de X proporciona $ 43,10 de margem de contribuição, enquanto Y proporciona $ 16,80, ou seja, seriam necessárias mais de 2 unidades de Y para se obter a mesma margem de contribuição de uma unidade de X. se comparado com Z, seriam necessária mais de 3 unidades.
	Não havendo fatores que limitem a produção ou as vendas, a seqüência acima costuma ser obedecida.
7.1.2 Quando a empresa estiver operando no limite da capacidade instalada ou existirem fatores limitantes
Como dissemos, quando não existirem fatores limitantes, buscará uma empresa produzir e vender os produtos que proporcionem a melhor margem de contribuição.
	No entanto, ocorrendo fatores que venham a limitar a produção (conhecidos por gargalos de produção), há necessidade de se fazer um estudo da margem de contribuição pelo fator limitante para tomada de decisão.
	Vamos admitir que os produtos X, Y e Z do caso anterior utilizem a mesma matéria-prima e que, por imposição do fornecedor, são entregues apenas 90.000 kg mensais. Supondo-se que o mercado esteja disposto a consumir as quantidades abaixo, seriam necessários 95.800 kg dessa matéria-prima.
	Produtos
	Demanda Mensal
	Consumo de Matéria-Prima
	Quantidade de Matéria-Prima Necessária
	X
	1.300 u
	50 kg/u
	65.000 kg
	Y
	900 u
	12 kg/u
	10.800 kg
	Z
	2.000 u
	10 kg/u
	20.000 kg
	Total
	95.800 kg
	Caso a empresa venha a tomar a decisão com base nas margens de contribuição dos produtos, como vimos, procuraria priorizar aqueles de maiores margens. Assim limitados à demanda e o fornecimento mensal de 90.000 kg de matéria-prima, seu mix� de produtos seria:
	Produtos
	Produção e Venda
	Peso Unitário
	Quantidade de Matéria-Prima 
	X
	1.300 u
	50 kg/u
	65.000 kg
	Y
	900 u
	12 kg/u
	10.800 kg
	Z
	1.420 u
	10 kg/u
	14.200 kg
	Total
	90.000 kg
Com esse mix, o resultado alcançado seria:
	
	Produto X
	Produto Y
	Produto Z
	Total
	Quantidade Vendida
	1.300 u
	900 u
	1.420 u
	
	Preço de Venda Unitário 
	238,00
	404,00
	382,00
	
	Receita
	309.400,00
	363.600,00
	542.440,00
	1.215.440,00
	Custo Variável Unitário 
	183,00
	367,00
	350,00
	
	Custo Variável
	237.900,00
	330.300,00
	497.000,00
	1.65.200,00
	Despesas Variáveis (5%)
	15.470,00
	18.180,00
	27.122,00
	60.772,00
	Total Variável
	253.370,00
	348.480,00
	524.122,00
	1.125.972,00
	Margem de Contribuição
	56.030,00
	15.120,00
	18.318,00
	89.468,00
	(-) Custos e Despesas Fixos
	
	
	
	55.000,00
	(=) Lucro Operacional
	
	
	
	34.468,00
	Esse lucro operacionalde $ 34.468,00 foi obtido a partir do mix de produtos calculados com base nas margens de contribuição deles.
Vantagens e limitações da Margem de Contribuição
O estudo da margem de contribuição é elemento fundamental para decisões de curto prazo. Além disso, o estudo da margem de contribuição possibilita análises objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incremento de quantidades de vendas e redução de preços unitários de vendas dos produtos ou mercadorias.
	Entre as vantagens e desvantagens do conhecimento da margem de contribuição pode ser listadas as seguintes:
É um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados;
Ajuda a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer outros produtos;
São essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo deve ser abandonado ou não;
Pode ser usado para avaliar alternativas quanto a redução de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas por uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento na receita da venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais;
A margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volumes, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda;
Basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter a atividade em longo prazo;
É útil para tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos.
Exercício
Tome as decisões necessárias com base na margem de contribuição.
	Produtos
	Quantidade Produzida
	Custo Unitário
	Preço de Venda Unitário
	Alfa 
	1.200 u
	$ 21,00
	$ 40,00
	Beta 
	750 u
	55,00
	70,00
	Gama
	5.200 u
	8,00
	13,00
 
Você como administrador, qual desses produtos, cortaria da linha de produção?
Qual desses receberia maior investimento em propaganda para incentivar a procura por parte do consumidor?
 
Considere que uma empresa fabrique dois produtos: X e Y. Em certo mês foram fabricados 800 u de X e 1.100 u de Y.
Os custos incorridos no mês foram:
Fixos = $ 20.000,00
Variáveis alocados a X = $ 200,00/u e Y = $ 300,00/u
Os preços de venda praticados foram: X = $ 220,00/u e Y = $ 350,00/u. Determine a margem de contribuição e o lucro da empresa, supondo que toda a produção tenha sido vendida e que as despesas, todas fixas, foram de $ 10.000,00 no mês.
A Alfabeto S.A. fabrica os produtos Alfa, Beta e Gama. Em seu primeiro ano de atividades sua produção e custos, faturamento e preços foram:
	Produtos
	Produção
	Faturamento
	
	Qtde.
	Custo Total
	Qtde.
	Valor Total
	
	
	MP
	MOD
	CIF (F+V)
	
	
	Alfa
	1.300
	28.000,00
	21.000,00
	15.750,00
	1.000
	118.750,00
	Beta
	2.500
	72.000,00
	65.000,00
	48.750,00
	1.870
	260.584,50
	Gama
	1.195
	36.050,00
	52.000,00
	39.000,00
	1.195
	208.527,50
Dados complementares:
Os custos fixos representam 50% dos custos indiretos.
As despesas variáveis de vendas foram de 4% do faturamento.
As despesas fixas representam $ 230.000,00 no ano.
Caso a Alfabeto não tenha problemas de limitação na produção, ordene os produtos que proporcionam maior lucratividade à empresa. Justifique sua ordem.
Um bar comercializa mensalmente 4.000 latas e 5.000 garrafas de cerveja. Os valores pagos ao distribuidor são: $ 0,45 à lata e $ 0,60 à garrafa. São vendidas a $ 1,00 à lata e $ 1,50 à garrafa. Ambas são acondicionadas na mesma geladeira, e uma garrafa ocupa o espaço de duas. O proprietário do bar percebeu a possibilidade de aumentar as vendas, no entanto, está disposto a oferecer as quantidades adicionais de apenas um desses produtos. O espaço ocioso é suficiente para acomodar o correspondente a 400 latas. Pede-se: Qual dos dois produtos você escolheria?
Ponto de Equilíbrio
Quando um empreendedor resolve montar um negócio, provavelmente passará por um período em que as receitas geradas pelas vendas sejam insuficientes para cobrir seus custos e despesas. O negócio estará no prejuízo. À medida que o tempo passa, a tendência é de redução do prejuízo, até que este desapareça, entrando em uma nova fase, ou seja, o negócio passa a gerar lucro.
	No entanto, vemos muitas empresas que quebram por falta de lucros ou mesmo, por um lucro insuficiente para recuperar os investimentos realizados. Pode ser que o empreendedor detenha tecnologia para fabricar determinado produto, e o faz com qualidade, porém o volume de vendas se revela insuficiente. Isto pode ser conseqüência da falta de visão sobre o mercado, incluindo ai, fornecedores, concorrência e consumidores.
	A determinação de qual volume precisaria produzir e vender o teria ajudado a decidir sobre a implantação do empreendimento ou então buscar alternativas. Essa informação obtida por meio do cálculo do ponto de equilíbrio.
	O ponto de equilíbrio, nada mais é do que aquele momento em que a empresa não apresenta nem lucro e nem prejuízo. Esse momento é aquele em que foi atingido um nível de vendas no qual as receitas geradas são suficientes apenas para cobrir os custos e as despesas. O lucro começa a ocorrer com vendas adicionais, após ter atingido o Ponto de Equilíbrio.
	A Margem de Contribuição é a contribuição dos produtos para a cobertura dos custos e despesas fixos. Quando o montante da margem de contribuição se iguala ao montante de custos e despesas fixos, temos o Ponto de Equilíbrio.
	Assim, qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e despesas variáveis contribuem, primeiramente, para a cobertura dos custos e despesas fixos, e depois, para o lucro.
	Certamente, em uma empresa existirão produtos capazes de proporcionar melhores margens de contribuição que outros, no entanto, o fato de haver margem de contribuição, já é uma condição para se chegar ao Ponto de Equilíbrio.
Exemplo: Considere uma empresa que produz e vende 10 unidades mensais do produto X, com os seguintes dados:
Preço de venda unitário..............................................$ 8.000,00
Custos e despesas variáveis unitários............................4.000,00
Custos e despesas fixos mensais..................................20.000,00
Seu resultado seria:
Receita de Vendas......................................................$ 80.000,00
(- ) Custos de Despesas Variáveis...............................(40.000,00)
(=) Margem de Contribuição.........................................40.000,00
(- ) Custos de Despesas fixos......................................(20.000,00)
(=) Lucro Operacional...................................................20.000,00
	No exemplo, a margem de contribuição de cada unidade é de $ 4.000,00, como são vendidas 10 unidades, temos um total de $ 40.000,00 ($ 4.000,00 X 10 unidades), valor que supera os custos e despesas fixos em $ 20.000,00. Nesse caso, são necessárias 5 margens de contribuição para os custos e despesas fixos em (5 x $ 4.000,00 = $ 20.000,00), ou seja, para atingir o Ponto de Equilíbrio. As margens de contribuição das 5 unidades adicionais são o lucro.
Formulas para o calculo do Ponto de Equilíbrio
	
O equilíbrio ocorre quando a soma das margens de contribuição dos produtos vendidos se iguala aos custos e despesas fixos do período. Em uma

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