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questões direito das coisas com justificativas e resposta

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1) Os pais de Daniel viveram desde 4 de dezembro de 2000 em uma casa de 75 m2 no centro da cidade, exercendo posse como se donos fossem do imóvel, pois não possuíam outro imóvel, no entanto, faleceram em um trágico acidente ocorrido em 11 de agosto de 2008. Ficando o imóvel fechado e vazio por três meses, Ana, que possuía escritura de propriedade do imóvel, inscrita no Registro Público, retomou o imóvel e lá se encontra residindo há seis meses. Daniel, não se conformando com a situação, ingressou com ação objetivando reaver o imóvel. Diante desse fato, é correto o que se afirma em:
a) como Daniel não exercia posse sobre o imóvel, o falecimento de seus pais não lhe garante nenhum direito sobre este, por não ter somado suas posses.
b) Daniel somente poderia ter algum direito sobre o imóvel, se seus pais tivessem requerido a aquisição de propriedade do imóvel por ação de usucuapião.
c) o falecimento dos pais de Daniel interromperam a posse com animus domini, impossibilitando a aquisição da propriedade por usucapião.
d) Daniel adquiriu o imóvel por sucessão causa mortis, razão pela qual poderá intentar a retomada do imóvel por via judicial em face de Ana.
e) Ana é proprietária do imóvel por ter título público inscrito e retornando à sua posse, não se discute eventual direito de terceiros.
O fundamento para responder a presente questão encontra-se no art.183 da Constituição Federal de 1983. O referido artigo assegura a todo aquele que possuir como sua área urbana de até 250 m2, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o dominio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. No caso em questão, foi preenchido todos os requisitos legais para que fosse reconhecida a posse do imóvel, sendo feita assim a mais pura justiça social.
A questão diz que Ana era proprietária de um imóvel de 75 m2 em virtude de título inscrito no Cartório de Registro de Imóveis. Contudo, os pais de Daniel passaram a residir no local por quase 8 (oito) anos. Assim, nos termos do art. 1.240 do CC "Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural".Em 4 de dezembro de 2005, os Pais de Daniel adquiriram a propriedade por meio de usucapião especial urbana sendo transmitida ao seu sucessor, Daniel, que deverá ingressar com ação para ver declarado o seu direito por meio de uma sentença.Portanto, por direito sucessório, Daniel tem direito ao imóvel em virtude da posse de seus Pais perdendo Ana o direito de propriedade, mesmo que tenha Escritura Pública registrada em cartório.
DIREITO CIVIL. POSSE. MORTE DO AUTOR DA HERANÇA. SAISINE. AQUISIÇÃO EX LEGE. PROTEÇÃO POSSESSÓRIA INDEPENDENTE DO EXERCÍCIO FÁTICO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Modos de aquisição da posse. Forma ex lege: Morte do autor da herança. Não obstante a caracterização da posse como poder fático sobre a coisa, o ordenamento jurídico reconhece, também, a obtenção deste direito na forma do art. 1.572 do Código Civil de 1916, em virtude do princípio da saisine, que confere a transmissão da posse, ainda que indireta, aos herdeiros, independentemente de qualquer outra circunstância. 2. A proteção possessória não reclama qualificação especial para o seu exercício, uma vez que a posse civil - decorrente da sucessão -, tem as mesma garantias que a posse oriunda do art. 485 do Código Civil de 1916, pois, embora, desprovida de elementos marcantes do conceito tradicional, é tida como posse, e a sua proteção é, indubitavelmente, reclamada. 3. A transmissão da posse ao herdeiro se dá ex lege. O exercício fático da posse não é requisito essencial, para que este tenha direito à proteção possessória contra eventuais atos de turbação ou esbulho, tendo em vista que a transmissão da posse (seja ela direta ou indireta) dos bens da herança se dá ope legis, independentemente da prática de qualquer outro ato. 4. Recurso especial a que se dá provimento. (REsp 537.363/RS, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 07/05/2010)
2) Diva viveu maritalmente com Roberto entre agosto de 1991 e março de 1993, ocasião em que compraram juntos uma casa situada na rua Aurora. Após um período de separação, houve uma reconciliação e, visando formalizar a união, Diva e Roberto contraíram matrimônio no dia 17 de janeiro de 1995, firmando pacto antenupcial para a adoção do regime de separação de bens. Durante o casamento, venderam a casa da rua Aurora e com o dinheiro, Roberto adquiriu em seu nome a propriedade de uma casa situada na rua Consolação. Ocorre que Roberto hipotecou esse imóvel, sem outorga de Diva, em razão de seu regime de bens. Diante desses fatos, assinale a alternativa correta.
 a) A Diva pertence a metade ideal do imóvel hipotecado, uma vez que foi adquirido por fruto da constância da união estável, o que deverá ser declarado em juízo.
 b) Roberto pode hipotecar o imóvel, visto que casado pelo regime de separação convencional de bens, não sendo possível opor-se Diva, resguardando-se direito de terceiros.
 c) A outorga uxória para a hipoteca não seria necessária se o regime de separação fosse o obrigatório, visto que afasta eventual comunhão dos aquestos.
 d) Diva não deve anuir com a hipoteca, uma vez que o bem não lhe pertence, mas apenas a Roberto, pois não houve comunhão dos bens adquiridos na constância do casamento.
 e) Independentemente do regime de bens, a outorga uxória é sempre necessária para gravar de ônus real o bem, ainda que este seja o de separação legal ou convencional de bens.
De acordo com a questão, Diva e Roberto viveram juntos entre agosto de 1991 e março de 1993 e, portanto, em União Estável. Na União Estável, deve-se ter em mente o disposto no art. 1.725 do CC:Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. Assim, o imóvel pertence a ambos, mesmo que posteriormente ambos tenham casado no regime de separação convencional de bens mediante pacto antenupcial.
A alternativa A é a única correta, por exclusão. A alternativa E gera dúvida, mas está errada.
Está em parte correta a alternativa E porque em tese o CC2002 não é aplicável ao caso. Também não seria aplicável a lei de União Estável (9.278/96 ou 8.971/94).
Concordo com o colega acima que afirmou, com razão, a necessidade da outorga uxória, independente do regime.
É o que consta no art. 235 do CC16: "Art. 235. O marido não pode, sem consentimento da mulher, qualquer que seja o regime de bens: I - alienar, hipotecar ou gravar de ônus os bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios (art. 178, § 9o, I, a, 237, 276 e 293); (Redação dada pelo Decreto do Poder Legislativo nº 3.725, de 15.1.1919) II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens e direitos; III - prestar fiança (arts. 178, § 9°, I, b, e 263, X); IV - fazer doação, não sendo remuneratória ou de pequeno valor, com os bens ou rendimentos comuns (art. 178, § 9o, I, b)."
O problema, no entato, é a especificidade utilizada na alternativa: "a outorga uxória é sempre necessária". A outorga uxória era sempre necessária, mas hoje, pelo CC/02, não mais o é para o regime de separação de bens. Uma vez que a resposta generaliza por meio do tempo verbal ("é"), por meio do advérbio de tempo ("sempre") completando o sentido de "necessária", a alternativa "E" está errada.
3) João doou para sua filha Célia cotas de estabelecimento comercial, permanecendo como seu usufrutuário. João percebe rendimentos dessas cotas e deseja transferir parte do usufruto à pessoa jurídica constituída por seu irmão Marcelo. Nesse caso,
a) não é possível a transferência do usufruto em parte, mas apenas em sua totalidade.
b) não é possível a transferência do usufrutopara pessoa jurídica, ainda que regularmente constituída.
c) é possível a transferência por cessão de parte do usufruto para pessoa jurídica a título gratuito.
d) é possível a transferência por alienação de parte do usufruto apenas para pessoa física.
e) é possível a transferência por alienação a título oneroso para pessoa física ou jurídica.
Codigo Civil 2002Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso.
4) Caio, condômino do Edifício B e C, situado em Belém/PA, pretende impugnar despesas que, no seu sentir, não estariam adequadas ao padrão do imóvel que ocupa. 
No dia designado para a assembléia geral de condôminos, comparece regularmente ao ato. 
Todos os condôminos comparecem ao evento, composto o quorum exigido pela lei e pela convenção condominial. As despesas são aprovadas, vencido Caio, bem como também aprovada a prestação de contas do síndico. 
Inconformado com o ocorrido, Caio busca aconselhamento jurídico, com o fito de não pagar as despesas aprovadas em assembléia, pois com elas não concorda, desejando, dentre outras alternativas, postular prestação de contas detalhadas. 
Diante do narrado, analise as afirmativas a seguir.
I. O condômino, cujo voto é contrário às despesas aprovadas em assembléia geral não está compelido ao seu pagamento, já que o ato violaria direito individual. 
II. Sendo a assembléia hígida, a mesma constitui o órgão adequado à aprovação de despesas condominiais, o que vincula todos os condôminos. 
III. Não pode, regra geral, o condômino, individualmente, propor ação de prestação de contas em relação ao síndico ou ao condomínio. 
IV. Havendo quorum legal, as decisões da assembléia geral de condôminos têm validade e eficácia, desde que não colidam com a lei ou a convenção.
V. A ausência do condômino à assembléia, quando regularmente comunicado, não impede que os efeitos dela decorrentes lhe atinjam, equiparado aos demais condôminos que compareceram ao ato. 
Assinale:
 a) se somente as afirmativas II, III, IV e V estiverem corretas.
 b) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
 c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
 d) se somente as afirmativas I e V estiverem corretas.
 e) se somente as afirmativas III e V estiverem corretas.
O item I não é verdadeiro, óbvio, pois se um condômino não quisesse pagar por despesas bastaria votar de forma contrária às autorizações despesas. É claro que o condômino deve se vergar à válida decisão da maioria.
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
5) Roberto abandonou o lar e sua companheira, Francisca, no Recife – PE e foi para São Paulo – SP, deixando um imóvel urbano de 120 m2 , adquirido onerosamente na constância da união estável, mas registrado no cartório de imóveis apenas no nome de Roberto. Francisca não tinha outra propriedade imóvel e residiu no local ininterruptamente e sem oposição. Após três anos, Roberto voltou ao Recife – PE com o propósito de retirar Francisca do imóvel.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Francisca não terá direito ao imóvel, uma vez que o bem estava registrado apenas no nome de Roberto.
 b) Francisca terá direito à metade do imóvel caso comprove que contribuiu financeiramente para a sua aquisição na constância da união estável.
 c) Roberto, por ter abandonado o lar, não terá direito ao imóvel, porque Francisca usucapiu o bem.
 d) Roberto terá direito ao imóvel, porque, para Francisca usucapir o bem, ela teria de atender ao requisito temporal mínimo de cinco anos.
 e) A residência do casal deverá ser partilhada na proporção de 50% para cada companheiro, tendo em vista que, em se tratando de união estável, aplica-se o regime de comunhão parcial de bens.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
6) John Locke, no século XVII, analisou a sociedade e organizou a defesa teórica da propriedade burguesa absoluta, que serviu de fundamento a muito que se conhece hoje do modelo de propriedade. A propriedade da terra passou a ser objeto no mundo das trocas. Na sociedade contemporânea, ela sofre uma série de limitações formais cujos conteúdos delineiam a sua função social, que se distingue da função social da posse e da função social da terra. A propriedade privada e seus consectários têm o caráter individualista dos direitos gerados nas concepções liberais do Estado moderno, e algumas restrições ao exercício desse direito ora se dão em favor da sociedade, ora em favor dos interesses dos próprios titulares dos direitos relacionados a ela.
Considerando o texto acima, os fundamentos teóricos do direito de propriedade e os limites estabelecidos pelas suas funções na sociedade contemporânea, conclui-se que a demarcação de terras, como restrição oriunda dos direitos relativos à propriedade privada e das relações de contiguidade, é direito
a) exclusivo do proprietário do bem, em razão da natureza dos interesses tutelados e do atendimento aos interesses sociais e à função social.
b) de titular de direito real de qualquer classe, como o condômino e o credor pignoratício, atendendo-se, assim, a interesses sociais e à função social. 
c) de titular de direito real de posse, uso e fruição do imóvel, incluídos o locatário e o usufrutuário, atendendo-se, assim, aos interesses sociais. 
d) daqueles que se encontram no imóvel em razão de direito real, como o enfiteuta e o usufrutuário, o que atende diretamente aos interesses privados, sendo essa sua função. 
e) de titular de direito real ou obrigacional, incluídos o usufrutuário e o depositário, o que atende a interesses privados e à sua função social.
A questão trata de matéria relativa aos limites entre prédios e é regulada pelos Arts. 1297 e 1298 do CCB, que estabelecem o direito de demarcar o imóvel. Tal direito é exercido pela Ação Demarcatória, cujo procedimento está previsto nos Arts. 946 e seguintes do CPC.
O texto anexado à questão descreve a evolução do direito de propriedade. Embora faça referência aos limites estabelecidos à propriedade, não tem ligação diretacom a matéria-objeto da questão. O objeto da questão está dirigido às disposições concernentes ao Direito de Vizinhança, mais especificamente aos limites entre prédios. Por essa razão, o texto anexado à questão não precisa ser considerado pelo candidato para a sua resolução.
A questão tem por finalidade definir a titularidade do direito de demarcar terras, conforme a parte final de seu enunciado, a se ver: “demarcação de terras, como restrição oriunda dos direitos relativos à propriedade privada e das relações de contiguidade, é direito…”. Nas alternativas apresentadas são indicados possíveis legitimados ao direito referido. Para resolução da questão, fazem-se necessários o exame e a interpretação da legislação, doutrina e jurisprudência, conforme adiante se explanará.
O Art. 1297 do CCB dispõe que o proprietário tem o direito de estabelecer os limites do seu imóvel ou constranger o seu confinante a proceder com ele a demarcação entre os dois imóveis. Também estabelece a possibilidade de aviventar rumos apagados ou arruinados. O dispositivo legal faz referência somente à legitimidade do proprietário sem incluir outros sujeitos como titulares do direito de demarcar.
A redação do dispositivo repete a essência da regra contida no Art. 569 do CC de 1916, segundo a qual, o proprietário teria o direito de delimitar o seu imóvel. A orientação também foi seguida pelo CPC, ao dispor nos Arts. 946 e 950 a legitimidade do proprietário para promover a ação demarcatória.
A leitura dos textos legais conduz à conclusão da legitimidade exclusiva do proprietário, tanto para o direito material de demarcar o imóvel como para promover a ação demarcatória. Aos dispositivos legais referidos, são apresentadas duas interpretações opostas, uma decorrente da doutrina e outra da jurisprudência. A doutrina majoritária defende a inaplicabilidade da interpretação literal do dispositivo.
Já a jurisprudência majoritária opta por posição completamente distinta, restringindo a legitimidade ativa para a propositura da ação demarcatória ao proprietário. A matéria é polêmica, sendo passível de discussão a resposta apresentada pelo gabarito oficial, como será demonstrado a seguir.
A doutrina majoritária defende que não deve ser adotada a interpretação literal dos dispositivos legais (tanto do CCB como do CPC), o que possibilitaria a inclusão de outros titulares além do proprietário para o direito de demarcar os limites do imóvel e por consequência para reconhecer também a legitimidade de outros sujeitos para a propositura da ação demarcatória. Já na vigência do Código Civil de 1916, a doutrina brasileira defendia que a titularidade estabelecida na legislação não poderia ser interpretada como restrita ao proprietário, sendo cabível a interpretação extensiva do dispositivo, para abranger outros titulares de direitos reais, ou mesmo possuidores.
Assim, Pontes de Miranda advertia que o Art. 946 do CPC precisava ser interpretado considerando duas espécies de demarcação: a demarcação de posse e a demarcação de domínio. O autor asseverava que a ação de demarcação do domínio somente toca ao proprietário, ao titular do domínio.
Mas os compossuidores têm ação de demarcação do terreno possuído, portanto a ação de demarcação da posse, como têm a ação de divisão da composse. Supõe tal ação existir disputa sobre limites; ora disputa sobre limites entre dois possuidores é disputa possessória e não de demarcação da propriedade. Têm-na os que são titulares de direito real (o enfiteuta, o usufrutuário, usuário, o habitador, o credor anticrético, o titular da servidão), sendo litisconsorte necessário o proprietário. Tem-na o possuidor, mas somente a ação de demarcação da posse, contra o possuidor ou contra o proprietário do prédio confinante.
Assim, com fundamento na posse ou no domínio, a ação poderia ser proposta pelo proprietário, por titulares de direitos reais limitados de gozo e fruição, e até mesmo por possuidores. A distinção entre ação real e ação com fundamento na posse também é referida pela doutrina atual, a se ver: 
A legitimidade ativa deve ser alargada para aqueles cuja titularidade está muito próxima à de proprietário, como o enfiteuta, o nu-proprietário e o usuário. Cada condômino do imóvel confinante, no âmbito de seu direito concomitante de propriedade, também pode intentar a demarcação, sem o concurso dos demais condôminos. Trata-se de ação real. Todavia, possuidores também têm ação demarcatória de sua posse, como têm ação de divisão de composse, em face da exteriorização da propriedade. A declaração da sentença movida por possuidor restringe-se à delimitação do fato da posse.
Portanto, vislumbra-se ainda hoje a necessidade de distinguir a fundamentação da ação demarcatória, o que irá influenciar na escolha da alternativa da questão proposta. Além da distinção a respeito das espécies de demarcação, a doutrina também defende a ampliação dos legitimados definidos pela lei, como se vê das passagens que seguem:
Pode propô-la o proprietário, nos termos da lei. Mas essa expressão se deve atribuir sentido amplo, legitimando-se, pois, a ação daquele que seja titular de direito real, como o enfiteuta, nas enfiteuses constituídas na vigência do Código Civil de 1916 (Art. 2038 do CC 2002), o superficiário e o usufrutuário. Já o simples possuidor, ainda que de boa-fé, não tem qualidade para promovê-la, bem como o sucessor em herança ainda não partilhada.
Igualmente, pode o condômino intentá-la (Código de Processo Civil, Art. 952). Nosso direito (Art. 1297 do CC) assegura a todo proprietário, e por extensão ao usufrutuário e ao enfiteuta, a faculdade de obrigar o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, estabelecendo por onde deve passar a linha lindeira.
A doutrina brasileira também refere que a intepretação do Art. 946, I do CPC deve seguir a orientação dada pelo Art. 934, I do CPC, estendendo-se a legitimidade ao possuidor, a saber:
A demarcatória pode ser estendida a qualquer titular de jus in re, seja de direito real na coisa própria – propriedade –, como de jus in re – direitos reais limitados – facultando-se aos usufrutuários e enfiteutas, como titulares de faculdades de uso e gozo sobre a coisa, o manejo da ação, visando ao estabelecimento de limites. Aliás, basta observar a dilatação de legitimidade à propositura da ação de nunciação de obra nova (Art. 934, I, do CPC).
Essas lições demonstram argumentos consistentes para favorecer a extensão da legitimidade aos titulares de direitos reais limitados de gozo e fruição e aos possuidores. Já na jurisprudência, a orientação a respeito da interpretação dos dispositivos é no sentido oposto, considerando a legitimidade exclusiva do proprietário para a propositura da ação demarcatória.
Feitas essas considerações, passa-se ao exame das alternativas.
A alternativa considerada correta pelo gabarito foi a alternativa D. Porém, como a matéria é muito controversa, é possível questionar a possibilidade de mais de uma alternativa correta ou mesmo nenhuma, em virtude da possibilidade de ser adotada uma das várias posições defendidas pela doutrina ou aplicadas pelos Tribunais, por esse motivo, passa-se ao exame de cada uma das alternativas.
A alternativa A atribui a titularidade do direito de demarcar exclusivamente ao proprietário e foi considerada
incorreta pelo gabarito oficial. No entanto, no texto legal (tanto civilista como processual civil), e também na posição majoritária jurisprudencial, a titularidade é conferida única e exclusivamente ao proprietário. Logo, a alternativa A poderia ser considerada correta.
A alternativa B não pode ser considerada correta, pois refere estar legitimado o titular de direito real de qualquer classe e, por essa razão, englobaria os casos de direitos reais em garantia. O titular de tais direitos somente seria titular do direito de demarcar nos casos de exercer posse sobre o bem, como no caso de credor anticrético.
A alternativa C está errada, pois posse não é direito real, e a mesma refere-se a “direito real de posse”.A alternativa D é considerada correta pelo gabarito oficial e acompanha a doutrina majoritária, a qual defende a legitimidade do proprietário e dos titulares de direitos reais limitados de gozo e fruição sobre coisas alheias, como visto anteriormente.
A alternativa E aponta como legitimados os titulares de direito real e obrigacional. Para parte da doutrina, a alternativa poderia ser considerada correta, pois refere a necessidade de se proceder a distinção entre os fundamentos da discussão a respeito das espécies de demarcação, com fundamento na posse ou no domínio.
Embora o enunciado da questão faça referência à demarcação de terras como uma limitação à propriedade, ele não restringe o direito de demarcar ao proprietário, pois o direito de propriedade do confinante pode ser exercido pelo possuidor de um imóvel em detrimento do exercício. Nessa ótica, o exercício do direito de demarcar não estaria destinado somente ao proprietário mas também ao possuidor, e isso em virtude de a possibilidade do direito de demarcar representar uma limitação ao exercício da propriedade do confinante.
7) A propriedade dos automóveis só se adquire com a(o): 
 a) inscrição no DETRAN. 
 b) pagamento do preço.
 c) tradição.
 d) quitação.
 e) registro.
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
8) Francisco comprou, em janeiro de 2014, um lote de 240 m2 de Antônio, que se apresentou como proprietário do imóvel. Francisco construiu uma casa de alvenaria, instalando-se no local com sua família. Depois de três anos de posse mansa e pacífica, Danilo, o verdadeiro proprietário, ajuizou ação para reaver a posse do imóvel. Só então, Francisco descobriu que fora vítima de uma fraude, pois Antônio havia falsificado os documentos para induzi-lo a erro.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
 a) Francisco não poderá adquirir o terreno mediante pagamento de indenização a Danilo, ainda que a construção exceda consideravelmente o valor do terreno.
 b) Não tendo observado a fraude no momento da contratação, Francisco não poderá pleitear indenização em face de Antônio.
 c) Danilo perderá o terreno em favor de Francisco, cabendo-lhe apenas o direito à indenização.
 d) Francisco adquiriu, em 2017, a propriedade do imóvel pela usucapião especial urbana, ficando, nesse caso, dispensado de pagar indenização a Danilo.
 e) Francisco, que agira de boa-fé, perderá em favor de Danilo os direitos sobre as construções realizadas no terreno, devendo, no entanto, ser indenizado.
A) Francisco não poderá adquirir o terreno mediante pagamento de indenização a Danilo, ainda que a construção exceda consideravelmente o valor do terreno. ERRADO
Art. 1.255. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
B) Não tendo observado a fraude no momento da contratação, Francisco não poderá pleitear indenização em face de Antônio. ERRADO
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
C) Danilo perderá o terreno em favor de Francisco, cabendo-lhe apenas o direito à indenização. ERRADO
Vide demais comentários.
D) Francisco adquiriu, em 2017, a propriedade do imóvel pela usucapião especial urbana, ficando, nesse caso, dispensado de pagar indenização a Danilo. ERRADO
Lei 10.257/2001, art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
No caso , a posse de Franciso é de apenas 3 anos.
E) Francisco, que agira de boa-fé, perderá em favor de Danilo os direitos sobre as construções realizadas no terreno, devendo, no entanto, ser indenizado. CERTO
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
9) Considera-se bem imóvel, para os efeitos legais,
 a) o direito à sucessão aberta. 
 b) o automóvel que, por defeito irreparável do motor, é insuscetível de movimento próprio. 
 c) a energia que tenha valor econômico.
 d) o direito pessoal de caráter patrimonial. 
 e) o direito real sobre objetos móveis.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
10) Em relação às disposições inerentes aos Direitos Reais, é INCORRETO afirmar que
 a) dentre outros previstos, são direitos reais o usufruto, o penhor e a hipoteca.
 b) o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
 c) aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
 d) o descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com culpa ou dolo. 
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo. 
11) Um devedor pretende transferir a seu credor, a título de garantia, a propriedade resolúvel de determinado bem móvel infungível.
Nessa situação,
 a) a garantia será desfeita caso o objeto já integre o patrimônio do devedor.
 b) a exigência de outras garantias será considerada cláusula não escrita.
 c) o credor poderá manter a coisa caso haja inadimplemento absoluto.
 d) o devedor poderá ceder o direito eventual que advém do contrato
 e) a propriedade será constituída com a entrega ao credor da coisa que é objeto do contrato.
Art. 1365 Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.
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