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A Crítica da Razão Pura - Immanuel Kant

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Immanuel Kant 
De Otfried Hoffe
II. O QUE POSSO SABER? A CRÍTICA DA RAZÃO PURA
4. O PROGRAMA DE UMA CRÍTICA TRANSCEDENTAL DA RAZÃO
4.1 O CAMPO DE BATALHA DA METAFÍSICA (“Prefácio” à primeira edição)
	Kant projeta uma ciência fundamental, a qual ele denomina como filosofia transcendental. Para que seja diferenciada da medieval, é possível se expressar por filosofia transcendental crítica. Foi desenvolvida primeiramente com alusão à razão como faculdade de conhecimento. Ele também a chama de razão teórica ou especulativa, à diferença da razão prática, ou seja, da faculdade de desejar. Por isso a primeira crítica pode ser denominada de “crítica da razão especulativa pura”. O fato de Immanuel Kant negar ao adjetivo adicional, indica que ele, ao escrever esta obra, estava pensando apenas numa única crítica da razão. 
	Ainda em algumas vezes a argumentação tome um rumo curvo nos seus detalhes, a Crítica da razão pura, é uma obra bem complexa em seu conjunto. O “prefácio” que é presenta na primeira edição, expõe de maneira dramática, a trágica situação a qual a razão humana se encontra, uma conjuntura que exige a sua própria crítica, que determina as averiguações seguintes e encontrando seu desfecho apenas seguidamente de uma grande volta na segunda parte, a saber, na “Dialética”.
	Sem falar mais que o necessário, Kant nos confronta com a condição precária da metafísica, a qual é explicitamente necessária, mas também impossível. Pois impõem-se à razão humana certas indagações que não podem ser refutadas, mas tampouco podem ser contestadas. Estas questões não podem ser dispensadas porque a razão busca, ante a variedade de observações e experiências, alguns princípios gerais que evidencia essa multiplicidade, não como uma anarquia, senão como um todo estruturado, como coesão e unidade. As ciências naturais procuram por estes princípios, pois elas são unificadas em teorias gerais. A metafísica quer apenas indagar até que chegue no final, não querendo parar no meio do caminho. A dúvida se completa com certos princípios os quais não estão condicionados por outros; os princípios últimos são incondicionais. Enquanto a razão estiver a prol da experiência, sempre vai encontrar maneiras cada vez mais remotas, mas não algo incondicionado. Para poder, apesar disso, pôr fim ao questionamento, a razão “recorre a princípios... que transcendem toda a experiência possível, mas que parecem, não obstante, tão insuspeitos que até o senso comum consente com eles”. Aparentemente, o último fundamento da experiência se encontra além de toda a experiência. Devido a isso, a sua investigação é denominada de metafísica, literalmente: além (meta) da física, da natureza.
	Houve diversas tentativas de obter o conhecimento sem que seja necessário o uso da experiência, precipita a razão “em escuridão e contradições”. Por um lado, mostra Kant, onde há boas razões para afirmar que o mundo tem um começo, onde Deus existe, que há o livre arbítrio, e onde a alma é imortal. Por outro lado, encontramos boas razões para afirmar o contrário, mas não é possível dizer qual é a posição certa. Com estes princípios é possível formar a base da experiência. Tudo aquilo que se constitui pela metafísica, a saber, a superação da experiência, é uma das razões a qual esta não é dada como uma ciência. Não são obstáculos extrínsecos que se opõem à metafísica. E sim, a sua própria natureza, sendo assim, independente da experiência ou conhecimento puto da razão, que ocasiona a dificuldade; dado os fatos, a metafísica se torna campo primordial de disputas ilimitadas.
	A primeira das partes litigantes constitui a metafísica racionalista, representada na época moderna por nomes como Descartes, Espinosa, Malebranche e Leibniz, entre outros. Kant pensa, entretanto, primeiro na metafísica escolar de Wolff, o qual nesta época predomina nas cadeiras universitárias. Wolff considera a experiência como fonte genuína de conhecimento, porém, acredita na possibilidade de conhecer algo sobre a realidade apenas com o pensar (razão pura). Kant toma os racionalistas por dogmáticos e despóticos porque impõem ao homem determinadas suposições simples sem crítica prévia da razão, como por exemplo, a alma, que é de natureza simples e imortal, que o mundo tem um começo e Deus existe.
	Os conflitos entre os dogmáticos fazem com que a metafísica acabe em confusão, e como segunda parte litigante aparecem os céticos, que minam “os fundamentos de todo o conhecimento... em uma ignorância artificial” e “líquida/m sumariamente toda a metafísica”. Mas estes não podem impedis que os dogmáticos continuem retomando a palavra. Para Kant, é John Locke (1632-1704) que em tempos recentes fez a tentativa de pôr fim em todas as disputas por intermédio a uma “fisiologia” (teoria da natureza) “do entendimento humano”. John Locke, rejeita o An Essay Concerning Human Understanding [ensaio acerca do entendimento humano, 1690] a doutrina cartesiana das ideias e princípios inatos, retrata o empirismo, doutrina que fundamenta em última iminência todo o conhecimento em uma experiência interna ou externa, o que nega qualquer possibilidade de um conhecimento extra empírico. David Hume, é o filósofo que por conta do ceticismo despertou Kant do “sono dogmático” (cf. capítulo 31), também pertence aos empiristas, Kant compreenderá, na “Dialética transcendental”, a briga pela metafísica como uma concorrência entre o racionalismo e o empirismo.
	As controvérsias que têm sobre os dogmáticos, céticos e os empiristas trazem à indiferença que, não elimina os questionamentos da metafísica, ao menos exclui as do campo de uma filosofia que pretenda ser científica. É uma posição de um iluminismo vulgar que trata com desdenho a metafísica, outrora “rainha de todas as ciências”. De acordo com Kant, a indiferença em relação à metafísica não pode ser mantida; pois “aqueles pretensos indiferentistas..., na medida em que pensam realmente alguma coisa”, recaem “inevitavelmente em afirmações metafísicas”. Com isto, é feito enunciados sobre os últimos princípios, o fundamento empírico ou supra empírico do conhecimento, que se posicionam na disputa – contradizendo-se — e aperfeiçoam o campo de batalha da metafísica.
	Kant não evita os questionamentos da metafísica, muito menos engaja-se a uma das partes litigantes. Segue a única via, a qual ainda é inexplorada, e permite realmente a metafísica de sua situação de aporia: o estabelecimento de um tribunal. Por meio disso que surge o processo judicial, para que não haja guerras, e este processo examina equanimemente as probabilidades de um conhecimento puro da razão, ratificando as aspirações legítimas e rejeitando as pretensões sem fundamento. Um exame dessa natureza, a qual envolve discernimento e justificação, denominada, no sentido original do termo, “crítica” (em grego krinein: distinguir, julgar, levar ante o tribular). O título kantiano de “Crítica” não significa uma sentença da razão pura, se não uma “determinação tanto das fontes, como da extensão e dos limites dela, porém tudo a partir de princípios” (A XII). (Encontramos as primeiras tentativas de uma crítica na pergunta, primeiro de Locke, depois de Hume, sobre a capacidade humana de conhecimento). 
	Todo conhecimento independentemente da experiência, não pode ter, o seu fundamento na experiência, pois esta precisa ser investigada para que tenha a possibilidade de um conhecimento puro da razão pela própria razão pura. No tribunal Kant instaura para resolver o caso do “dogmatismo contra o empirismo”, pois é a razão pura que julga a si mesma. A crítica da razão pura é o autoexame e a autolegitimação da razão independente da experiência. 
	É na autocrítica que a razão manifesta seu poder; mas isto pode servir para sua autolimitação. Na primeira parte da Crítica, na Estética e na Analítica, é possível encontrar o código que abrange um primeiro juízo sobre a rivalidade em torno da metafísica: em contraposição ao empirismo existem fundamentos independentes da experiência, e por conta disso um conhecimento rigorosamenteuniversal e necessário; mas este conhecimento é limitado, o que é uma característica contrária do racionalismo ao periférico da experiência possível. Na segunda parte, na Dialética, este processo é concluído formalmente e decididamente de forma definitiva. Com vínculo a objetos além de toda a experiência, a razão se mostra sem consistência. Assim que ela se move somente no perímetro de seus próprios conceitos, incide em contradições. Kant rejeita tanto o empirismo quanto o racionalismo; existem ideias puras da razão – mas meramente como princípios relativos a serviço da experiência. 
	No escoar do autoexame, a razão repugna o racionalismo porque o pensamento puro não é capaz de compreender a realidade. Mas, a razão rejeita também o empirismo. Kant admite que todo o conhecimento começa com a experiência; mas não resulta disso, como supõe o empirismo, que o conhecimento deriva exclusivamente da experiência. Pelo contrário, mesmo o conhecimento empírico se revela irreal sem fontes independentes da experiência. 
	Uma forma básica do conhecimento empírico é consiste na ligação de dois eventos, como causa e efeito. Locke descendeu os conceitos de causa e efeito da experiência, admitindo a possibilidade de um conhecimento além da experiência. Porém, Kant considera este pensamento um “devaneio”; certos supostos fundamentais da experiência, como o princípio de causalidade (“todas as transformações sucedem conforme ao princípio de causa e efeito”), o que não são artigos da experiência, nem possibilitam um conhecimento além dela. Mas os supostos fundamentais também não nascem do hábito (psicológico), como acredita Hume. Eles são universalmente válidos, de modo que Kant em contraposição ao ceticismo, acha possível um conhecimento objetivo. O que demonstra a existência de condições da experiência não empíricas, porém, válidas, Kant mostra que a metafísica é possível, mas, em confrontação ao racionalismo, somente como teoria da experiência, não como uma ciência que transcende o círculo da experiência; e, o que diferencia o empirismo, porém não como teoria empírica, senão como teoria transcendental da experiência (cf. cap. 4.5). 
	Convencido da importância histórica e sua crítica da razão, Kant expressa seu orgulho da “erradicação de todos os erros”. Ele acredita es especificado as questões, “com bate em princípios e de forma completa”. Afirma “que não deve haver um só problema metafísico que não tenha sido solucionado aqui ou para cuja solução não se tenha fornecido ao menos a chave”. Esta pretensão de Kant, parece exagerada, porém, a ideia de que “nada resta à posterioridade senão a sistematização de tudo em forma didática” é desmentida não somente pela história da filosofia posterior a Kant, mas também pelo desenvolvimento do pensamento do próprio Kant até seu Opus postumum. Por conta disso, não há nenhuma incerteza que: o programa kantiano de uma crítica da razão e seus elementos principais, como a virada copernicana para o indivíduo transcendental e a conexão entre teoria do conhecimento e a teoria do objeto. 
4.2 A REVOLUÇÃO COPERNICANA (“PREFÁCIO” À SEGUNDA EDIÇÃO)
	O que diferencia do primeiro Prefácio, é que este segundo deixa aparente a serenidade de um autor o qual está seguro do caráter revolucionário de suas ideais. Kant integrou os Prolegômenos à sua crítica o que resultou em uma maior clareza. A ideia principal é a revolução copernicana do pensamento.
	Kant pretende levar a metafísica “ao caminho seguro de uma ciência”. Na metafísica não é encontrado um uma conformidade sobre o método; por conta disso não pode esperar progressos, independente do esforço de dois mil anos. Na crítica da razão pura Kant apresenta este novo método. Nele ainda não revela a metafísica como uma ciência, porém, a define como uma suposição necessária; é um tratado do método.
	Há três disciplinas conhecidas universalmente até os dias de hoje como ciências, elas são: a lógica, a matemática e a ciência natural. Kant expõe como é descoberto o caminho assegurado da ciência. O caso mais acessível é a lógica. Pois a lógica averigua as “regras formais de todo o pensamento”, nomeadamente desde Aristóteles, o caminho mais seguro da ciência. Nela a assimilação “só se ocupa de si mesmo e se sua forma”, a lógica é “vestíbulos das ciências” e exerce na crítica da razão o papel de padrão negativo para as ciências reais. 
	As ciências reais também se ocupam de objetos. Depois de passarem pela fase de “andar às cegas”, finalmente encontraram o trajeto seguro da ciência “graças à intuição feliz de um só homem”. Esta intuição instituidora da ciência se constitui em uma “revolução no modo de pensar”. Esta revolução já aconteceu na antiguidade quando se trata da matemática, e consiste numa ideia que se pratica toda a demonstração geométrica: para os fins da ciência, não é suficiente apenas ver uma figura geométrica ou meramente perseguir seu conceito; é necessário construí-la a priori segundo conceitos próprios. Este pensamento causa diversas consequências, senso elas: de uma coisa só se pode saber com certeza aquilo que se colocou no seu conceito; só mediante um pensar e um construir criativos torna-se possível o conhecimento científico. Entretanto, aquilo que se põe no objeto não pode proceder dos nossos preconceitos pessoais; em oposição, trataria de ocorrências arbitrárias, mas não de um conhecimento objetivo. A matemática como ciência se trata de um suposto subjetivo, dado este fato, é objetivamente válida.
	Na ciência natural, Kant descobre uma estrutura básica. Para que a física se torna uma ciência é necessário de “uma revolução do seu modo de pensar”. A física consiste na ideia proposta por um filósofo britânico Bacon (1561-1626), mas ela só é realizada nos experimentos de Galilei e Torricelli, de que a razão só conhece da natureza “o que ela mesmo produz segundo seu projeto”. É confirmado por diversos cientistas modernos em prática e teoria, eles não desempenham ante a natureza o papel “de um aluno que se deixa ditar tudo o que o professor quer, mas sim o de um juiz nomeado que obriga as testemunhas a responder às perguntas que ele lhes propõe”. 
	Para que a metafísica conquiste finalmente a excelência de uma ciência, Kant propõe que ela faça igualmente uma evolução em seu modo de pensar, a qual coloque, como no caso da matemática e da ciência natural, o sujeito cognoscente numa relação criadora com o objeto. Kant compreende sua proposta como uma suposição, como um experimento da razão que só pode se justificar pelo seu próprio sucesso. Por tratar-se de experimentos da razão, só podem validar-se por meio da razão ou, porém, fracassar ante ela.
	O experimento da razão é confirmado por duas etapas: Kant acredita que sua proposta concede fundamento e objetividade da matemática e da ciência natural; isso ocorre na “Estética transcendental” e na “Analítica Transcendental”. Nesta última, Kant indica que no modo tradicional de pensar o objeto da metafísica, o incondicionado, “não pode ser pensado sem contradição”. A razão se reconcilia consigo mesma, de modo que o experimento pode ser considerado bem-sucedido e a proposta verdadeira e fundada. 
	Kant relaciona sua proposta com a exploração do astrônomo Copérnico; o experimento da razão tornou-se ilustre como “revolução copernicana”. Copérnico supera as perspectivas de uma consciência natural, o que evidencia o caráter ilusório, encontrando a verdade, antes, numa posição nova, não sendo mais natural, do sujeito ante seu objeto, sendo assim, ante o movimento do Sol e dos planetas. Na crítica da razão pura, Kant manifesta mais de uma mera refutação de teorias metafísicas. O conhecimento não deve mais regular-se pelo objeto, mas sim o objeto pelo conhecimento.
	
4.3 A METAFÍSICA COMO CIÊNCIA, OU SOBRE A POSSIBILIDADE DE JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI (“INTRODUÇÃO”)
	Kant mantém explícito o modo específico do saber da metafísica, ou seja, o conhecimento puro da razão e o caráter do saber da matemática e da ciência pura da natureza, a qual é dividida em: 1) os conhecimentos sãoválidos a priori ou a posteriori; 2) os juízos são ou sintéticos ou analíticos. Estas duas distinções são relevância gnosiológica e epistemológica, não tem diminuído até hoje. As manifestações de Kant não se exibem de maneira mais suficientemente exatas, e em busca de conceitos precisos dá lugar a dificuldades que fizeram com que pragmatistas como M. G. White e Quine colocassem em dúvida a utilidade desses conceitos. 
	
	A priori – A posteriori
	Primeiramente, Kant atribui que o empirismo é uma forma natural, dessa forma, o conhecimento começa pela experiência, consoante Locke e as ideias inatas de Descartes. Outros autores são conduzidos por Kant na ideia de que os objetos nos afetam por meio da percepção sensível e que posiciona a atividade do conhecimento humano em “linha reta”. Mas isto não quer dizer que não exista outra forma de conhecimento que não seja a experiência, porém Locke não concorda com este pensamento. Por conta disto, Kant não é defensor da teoria do empirismo. À vista disso, para Kant o conhecimento o qual é originado da experiência é chamado de a posteriori, e o conhecimento que é independente de toda a impressão dos sentidos é chamado de a priori. Kant dá importância a priori, pois esta é absolutamente independente de experiências e não se torna um conjunto a nada do empírico. Para que haja diferença entre estes conhecimentos, Kant designa duas características por Platão e Aristóteles. As quais são: uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo, ela não pode ser nada além dela mesma, e a generalidade absoluta. Dito isso, a priori-posteriori é diferenciada em conhecimento da razão e o da experiência. 
	Analítico – Sintético 
	A começar do juízo de linguagens é possível ter a estrutura de sujeito e de predicado. Consequentemente, surgem os juízos analíticos e os sintéticos. Como é existente uma estrutura que não são sujeitos e nem predicado, a teoria kantiana deveria ser ampliada. Segundo Kant, analítico é tudo o que está ligado ao sujeito. Sendo assim, ele considera analiticamente verídico a asseveração de que todos os corpos são extensos. Porquanto pode-se verificar apesar de toda a experiência, o sujeito “corpo” e o predicado “extenso". Os juízos analíticos são aqueles que afirmam um predicado que não está contido no sujeito, que é atribuído a ele por uma razão qualquer, pode ser um objeto pertencente ao mundo da experiência e pode afirmar, por exemplo, que todo “A” é “A” e todo “B” é “B”. Isto é chamado de princípio de contradição. Sintéticos são tudo aquilo o que não é analítico, da mesma forma que as afirmações sejam verdadeiras não se aplica ao princípio de contradição. Desta maneira, os sintéticos ampliam o conhecimento em relação ao sujeito. Os juízos analíticos são válidos a priori e por isso não existem e não podem existir juízos analíticos a posteriori. 
	Para a metafísica, é necessário que seus juízos sejam pertinentes a priori, e isso gera um questionamento na crítica da razão pura: “Como são possíveis os juízos sintéticos a priori? ”. Depende muito do objeto de pesquisa e a possibilidade de um conhecimento filosófico, diferente dos conhecimentos que são utilizados como ciências analíticas e empíricas. 
	Primeiramente, o empirismo lógico poderá afirmar que todo o conhecimento sintético a priori é contraditório. Por estes, pode ser dito que a lógica e a experiência são as únicas formas de conhecimento. Posteriormente, é explícito que são apenas exatidões e falsidades dadas por estas duas formas, pois não podem fundamentá-la. Uma das influências mais relevantes para a crítica da razão pura é que Kant não reconhece a prioridade do saber da matemática e da ciência natural matemática, mas também a fundamenta filosoficamente. É esclarecido no decorrer da fundamentação que alguns elementos e condições da matemática e da física que não vem da ciência específica. Sendo assim, a filosofia assume o nascimento da ciência natural, em duas partes: alentar o pesquisador das ciências específicas autônomas e para o legado metafísico da filosofia. 
	É comum a razão humana crer que é possível conhecer objetos além das experiências. Entretanto, todas as tentativas destes levam a contradições. Estes questionamentos só podem ser deslindados se reconhece o resultado da revolução copernicana, para que saiba a distinção dos fenômenos e das coisas em si. 
4.4 A MATEMÁTICA CONTÉM JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI?	
	De acordo com Leibniz, a matemática pode ser fundamentada apenas a partir de definições e do princípio de contradição. A matemática é caracterizada como uma ciência analítica. Consoante pesquisas recentes, a crítica ao caráter sintético a priori da matemática é quase um conceito comum. O caráter analítico da matemática foi defendido por Gottlob Frege (1848-1925) e David Hilbert (1862-1943), Frege com a proa de que o conceito de número, e por meio dele, os conceitos fundamentais da aritmética podem ser definidos incontestavelmente com recursos meramente lógicos, e Hilbert, através da axiomatização da aritmética e da geometria. A matemática é tida como sintética, mas é fundada na experiência, portanto, renuncia à sua pretensão apriorística. Por Kant possuir a visão da matemática pura, a tese do caráter empírico da geometria aplicada não o afeta.
Ainda assim, pode-se contestar a clareza da matemática pura. Existem duas correntes das quais o fazem: a escola intuicionista do holandês L. E. J. Brouwer (1881 – 1966) e a concepção construtivista (operativa) de Paul Lorenzen ou de E. Bishop. E este caráter analítico é considerado com ceticismo até por filósofos que se sentem ligados a este pensamento como J. Hintikka que tem como argumento principal: pertencem à matemática intuições e representações individuais; ambas não pertencem à lógica, assim como a matemática não é exclusivamente analítica. 
A geometria pura é analítica por conta de suas proposições que só podem ser deduzidas com definições e lógica. Desta maneira, a geometria deveria ser dada como uma verdade lógica, a qual teria de existir em todos os mundos possíveis. Caso não fosse deste jeito, ela teria que ser interpretada de uma maneira independente. O caráter sintético a priori da matemática é significativo em dois aspectos: para a crítica da razão ela deve ser como a teoria da metafísica. Os enunciados da metafísica são ascendentes a qualquer questionamento. Dito isso, seria possível ter a metafísica como ciência mesmo se não houvesse nenhum conhecimento sintético a priori em outras localidades. Se a saberia objetiva é sintética a priori, suas suposições também devem ser. Já que, no entanto, seus pressupostos estão localizados em um nível inferior do que o próprio conhecimento, o que foi afirmado por Kant. Devido a este fato, é possível considerar como inválido a hipótese epistemológica a respeito do modo de aprendizado da matemática. 
4.5 O CONCEITO TRANSCENDENTAL 
	De acordo com Kant, transcendental é a ideia de um mundo além do mundo da experiência. Ele também acredita que seja algo objetivo, pelo qual é possível haver um conhecimento válido e teórico. Na investigação transcendental de Kant, se ultrapassa a experiência, nada obstante, este sentido de ultrapassar se opõe. Kant se volta para trás, não para frente. O conceito transcendental adquire uma naturalidade com Kant e na filosofia da idade média já é notada por este intelecto. Ela é entendida por transcendentais demarcações as quais foram ultrapassadas de sua divisão em espécies e gêneros que vão além da restrição para o que tudo é. Dado estas informações, o caráter é valioso e apetecível. 
	O conhecimento transcendental é uma hipótese da possibilidade do conhecimento a priori, mas para Kant, isto não significa que a priori é transcendental. Isso também está ligado a este fato a matemática e a ciência natural, ou contém tais elementos. Transcendental significa, na Crítica de Kant, somente aquele conhecimento “pelo qual conhecemos que e como certas representações (intuições e conceitos) são aplicadas ou possíveis unicamente a priori”. A críticatranscendental não concorre om as ciências particulares, protociencias e as teorias das ciências. Diferentemente destas, a crítica transcendental questiona se é racional, ou se é possível e como pode haver uma relação verdadeira com os objetos. 
	A crítica de Kant, não tem por objetivo buscar achar um sentindo de verdade e nem procurar se as proposições são verídicas, o livro aborda a possibilidade fundamental da veracidade e os questionamentos a respeito de que são objetos objetivos gerais. Com isto, Kant investiga a verdade como adequação. Explicitando que conforme a revolução copernicana o objeto não é independendo do sujeito, mas sim constituído pelas condições da inteligência do sujeito. A compreensão das condições pré-empíricas do conhecimento objetivo está em conjunto à compreensão de seus limites. A crítica não tem como propósito ampliar o compreender científico, porém, Kant pondera considerar a investigação de ciências naturais em seu período. 
	A crítica indiretamente alcança a importância para as ciências particulares. À vista disso, a reflexão transcendental tem conhecimentos de segundo grau e a ciência é transparente a si mesma e se concebe como racional. 
5. A ESTÉTICA TRANSCENDENTAL 
	Como parte da crítica transcendental, a estética transcendental não investiga a intuição em geral, mas exclusivamente suas formas puras, que são o espaço e o tempo, como fontes de conhecimento. Por conta disso, o fato de que certas dificuldades de uma teoria geral da intuição não são argumentos questionados, não podem ser atribuídos a Kant, mas a uma enganadora expectativa. 
	A estética transcendental tem duas partes as quais são evidentemente diferenciadas. Na metafísica, Kant deixa explícito o espaço e o tempo, que são as formas puras de intuição. Na exposição transcendental revela as possibilitadas formas do conhecimento sintético a priori. Esta estética exibe uma nova solução na disputa da filosofia moderna.
	A priori como conhecimento a todo momento foi entendido como algo que se trata do conceito gral, tanto antes quanto depois de Kant. Sendo assim, ela constitui uma das partes mais legítima da primeira crítica da razão. 
5.1 OS DOIS TRONCOS DE CONHECIMENTO: SENSIBILIDADE E ENTENDIMENTO
	A crítica a razão pura adere a uma divisão. Se inicia pela teoria da sensibilidade na estética transcendental, seguem a analítica dos conceitos e a analítica dos princípios. A crítica conclui com a teoria das conclusões na dialética transcendental e com uma doutrina transcendental. A estética transcendental afirma que o conhecimento só é reconhecido por duas fontes: a sensibilidade e o entendimento. Ambas dependem uma da outra. Kant supõe que a sensibilidade e o entendimento talvez brotem de uma raiz comum, mas que é desconhecida a todos. 
	Apesar disso, a tese inicial de Kant encontra uma justificação indireta pela solução bem-sucedida do problema fundamental, a qual busca fugir do empirismo e do racionalismo diante a mediadora. Mais à frente, com o reconhecimento da sensibilidade, Kant concede a razão ao empirismo, mas abandona o racionalismo puro. Kant estuda três faculdades as quais são indispensáveis ao conhecimento humano, estas são: sensibilidade, entendimento e juízo. 
	A sensibilidade são as formas de intuição do espaço e tempo, o entendimento dos conceitos putos e assimilação das categorias, e o juízo que são os esquemas transcendentais e os princípios de uma concepção pura. 
5.2 A EXPOSIÇÃO METAFÍSICA: O ESPAÇO E O TEMPO COMO FORMAS A PRIORI DA INTUIÇÃO
	Em relação ao espaço e ao tempo, a metafísica é finalizada a em um duplo processo de abstração, o qual se isola no complexo absoluta do conhecimento componentes da intuição e da compreensão, elimina tudo o que pertence a sensação, ou seja, cores, sons, sentimento de calor, etc. O que resta é as reapresentações originárias do espaço e do tempo. 
	A estética transcendental, é dada especialmente do espaço e do tempo intuitivo. De acordo com Kant, que afirma que delas há um componente independente da experiência. Também confirma que o espaço e o tempo são puras formas com quatro argumentos: dois contra o empirismo e depois contra o racionalismo. Em um segundo momento, Kant afirma que o caráter intuitivo tem representação de espaço ilimitado, enquanto conceito pode ter uma quantidade indefinida de representação não em si, porém sob si. 
5.3 A FUNDAMENTAÇÃO TRANSCENDENTAL DA GEOMETRIA 
	Juntamente ao espaço e o tempo, Kant une uma exposição transcendental. Devido a isto, ela mostra que o espaço e o tempo não são apenas representações (“entes do pensamento”), mas que possuem uma função constitutiva de objetos; pois são espaços e tempo mediante os quais se tornam possíveis os objetos de um conhecimento sintético a priori. Uma forma de intuição a qual não depende da experiência e da ciência, um exemplo disso é a matemática.
	Segundo a objeção mais contraditória de Kant, a geometria não é uma ciência sintética, e sim analítica. De modo que, são quatro pressupostos os quais tem uma quadrupla consequência na estética transcendental. Primeiramente, não se segue caráter sintético a priori da intuição geral do espaço. Em segundo lugar, a geometria pura possui um caráter de sabedoria do sujeito, porém, em um sentido limitado. Em terceiro, a estética transcendental não é ligada na exposição da metafísica, nem na exposição transcendental. Como finalidade, a fundamentação transcendental da geometria e da física não tem voto direito nos conflitos científicos de fundamentação. Uma teoria transcendental não contém variáveis relativas a muitas mudanças na matemática e na física.
5.4 REALIDADE EMPÍRICA E IDEALIDADE TRANSCENDENTAL DE ESPAÇO E TEMPO
	Consequentemente, pela sabedoria empírica não é concebível sem as sensações externas e a internet, de modo que não podem existir sem o espaço e o tempo. De acordo com Kant, o espaço e o tempo são válidos objetivamente. Sendo assim, estes possuem idealidade transcendental. Consoante esta teoria, Kant traz à tona a ideia de Newton, o qual determina o espaço como Sensorium Dei, caracterizando ele como infinito e uniforme, o que deixa explícito que identifica a física de Newton como paradigma de uma ciência a qual é fixa, sem resguardar cegamente suas hipóteses filosóficas.

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