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Teoria Interacionista de Vygotsky

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Vygotsky (Teoria Interacionista)
Lev Semyonovic Vygostsky nasceu no dia 05 de novembro do ano de 1896 em Orsha. O que se sabe da vida deste teórico é que ele vinha de uma família com uma classe social aparentemente boa. Vygotsky recebeu uma educação judaica tradicional, e teve oportunidade de estudar e incentivo da família para isso, já que em sua casa havia uma grande biblioteca que Vygotsky e os irmãos puderam aproveitar. 
Resumindo basicamente a teoria de Vygostky com relação ao desenvolvimento infantil, 
O Aspecto Instrumental – refere-se à natureza como mediadora das funções psicológicas mais complexas. Não apenas respondemos aos estímulos que nos são apresentados pelo meio, como também o alteramos e usamos as modificações. 
O Aspecto Cultural – envolve os meios socialmente estruturados pelos quais a sociedade organiza os tipos de tarefas que a criança em desenvolvimento deve enfrentar, e os tipos de instrumentos mentais e físicos que ela dispõe para dominar estas tarefas. 
O Aspecto Histórico – os instrumentos culturais expandem os poderes do homem e estruturam seu pensamento. 
Falar da perspectiva de Vygotsky é o mesmo que falar de dimensão social do desenvolvimento humano. Interessado principalmente nas funções psicológicas superiores, e tendo produzido seus trabalhos dentro das concepções materialistas que predominavam na União Soviética após a revolução de 1917, Vygotsky tem como pressupostos básicos a ideia de que o ser humano se constitui na sua relação com o outro no meio social. Sendo assim, para ele a cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que, ao longo do desenvolvimento do indivíduo, vem moldar o funcionamento psicológico do homem. 
Este teórico multidisciplinar deu muita importância ao substrato material do desenvolvimento psicológico, enfocando o cérebro, tendo realizado estudos sobre lesões cerebrais, perturbação da linguagem e organizações de funções psicológicas em condições normais e patológicas. Suas preposições vem contemplar a dupla natureza do homem, membro de uma espécie biológica que só se desenvolve quando inserido em um grupo cultural. 
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano fundamentam-se na sua ideia de que as funções psicológicas superiores são construídas durante toda a história social do homem na sua relação com o mundo que o cerca, mediada pelos instrumentos e símbolos desenvolvidos pela cultura, deixando claro que o ser humano se diferencia dos animais porque o ser humano é capaz de criar formas de ação. 
Sendo assim a compreensão do desenvolvimento psicológico, não pode ser buscada em propriedades naturais do sistema nervoso central. Vygotsky, não aceitou a ideia de funções mentais fixas e imutáveis, trabalhando com o entendimento de que o cérebro funciona como um sistema aberto e possui grande plasticidade, cuja estrutura e modo de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e ao longo do desenvolvimento individual. Vygotsky, o homem possui natureza social, visto que nasce em um ambiente carregado de valores culturais. Nesse sentido, a convivência social é fundamental para transformar o homem de ser biológico em ser humano social a criança nasce apenas com funções psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura, estas funções transformam-se em funções psicológicas superiores .Essa evolução é mediatizada pelas pessoas que interagem com as crianças, e é essa intermediação que dá ao conhecimento um significado social e histórico.
A construção de conhecimentos e o desenvolvimento mental possuem características individuais e particulares, ou seja, os significados culturais historicamente produzidos são internalizados pelo homem de forma individual, possuem um sentido pessoal. Segundo a palavra, a língua, a cultura relaciona-se com a realidade, com a própria vida e com os motivos de cada indivíduo".
Nesse processo de construção social e histórica do homem, a linguagem possui dupla importância na construção do saber. É ela que intermédia a relação entre os homens, a linguagem simplifica e generaliza a experiência, ordenando os fatos do mundo real em conceitos cujo significado é compartilhado pelos homens que, enquanto coletividade, utilizam a mesma língua”.
Como se sabe, para Vygotsky, existem três momentos importantes da aprendizagem da criança: a zona de desenvolvimento potencial, que é tudo que a criança ainda não domina mas que se espera que ela seja capaz de realizar; a zona de desenvolvimento real, que é tudo que a criança já é capaz de realizar sozinha; a zona de desenvolvimento proximal, que é tudo que a criança somente realiza com o apoio de outras pessoas. É na zona de desenvolvimento proximal, que a "interferência de outros indivíduos é mais transformadora. Isso porque os conhecimentos já consolidados não necessitam de interferência externa". 
Isso significa que o ensino-aprendizagem deve ter como ponto de partida o desenvolvimento real da criança e, como ponto de chegada, os conhecimentos que estão latentes, mas ainda não desabrocharam. "a escola tem o papel de fazer a criança avançar em sua compreensão do mundo a partir de seu desenvolvimento já consolidado e tendo como etapas posteriores, ainda não alcançadas.
Nesse processo, o professor deve ser o estimulador da zona de desenvolvimento proximal, provocando avanços nos conhecimentos que ainda não aconteceram. A interferência do professor não pressupõe, no entanto, uma pedagogia diretiva, autoritária e, menos ainda, uma relação hierárquica entre professores e alunos .
Para Vygotsky, o erro deve ser visto pelo professor como parte do processo ensino-aprendizagem, mas jamais deve ser ignorado. A correção é importante para que o aluno perceba a necessidade de melhorar e de dedicar-se mais aos conhecimentos que ainda não domina. Nesse sentido, o trabalho em grupo, além de estimular a interação social, pode ser um bom momento para o amadurecimento de ideias e aprimoramento dos conhecimentos. Entretanto, o contato individualizado entre professor e aluno não pode ser dispensado, pois é o momento em que o professor pode detectar o desenvolvimento real e proximal dos alunos .
. Além disso, cabe ressaltar que a base dos estudos de Vygotsky foram crianças e jovens abandonados, órfãos ou pessoas que se perderam da família, que apresentavam doenças derivadas da desnutrição, deficientes, com distúrbios emocionais, transtornos de conduta, envolvidas em delinquência, dentre uma série de características decorrentes de um período intenso de instabilidade econômica, política, cultural e social pelo qual passou a Rússia na década de 1920 e que está associada tanto ao período que abrangeu a Primeira Guerra Mundial quanto a Revolução Russa e a Guerra Civil Russa (GÓES, 2002), o que tem muito a ver com a realidade de grande parte das escolas públicas brasileiras. Nesse sentido, o desenvolvimento de pesquisas, estudos e análises que tratam da educação de indivíduos que possuem identidades muito peculiares, ora marcadas por condições econômicas e socais desfavorecedoras, ora por deficiências, ora por se acreditar num potencial que talvez não corresponda ao padrão exigido pelas escolas, numa proposta de estudo e trabalho baseada nos pressupostos vygotskyanos, necessita-se que seja feita uma visita a alguns dos principais conceitos dessa teoria para que se tenha uma idéia geral sobre a concreticidade dos sujeitos presentes na escola, independente de quaisquer características de ordem física, mental, social, familiar ou sensorial. Para tanto, este estudo, ora apresentado, tem como objetivo revisitar alguns conceitos de Vygotsky para entender um pouco mais a prática pedagógica num processo que veja o ser humano em sua plenitude e em seu processo de humanização.
No que se refere ao brincar, segundo Vygotsky as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. O brinquedo entendido como o ato de brincar, para acriança, pode representar um momento de extrema importância, pois, é um momento em que ela pode representar através do simbólico, aspectos presentes em sua realidade.

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