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Filosofia O aprofundamento da modernidade e racionalismo de Descartes

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Fil. 
 
Professor: Gui Franco 
Monitor: Leidiane Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O aprofundamento da 
modernidade e racionalismo de 
Descartes 
22 
ago 
 
 
RESUMO 
 
 
Galileu Galilei 
 
Como se sabe, a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII foi um movimento intelectual que trouxe 
à tona uma série de ideias absolutamente inovadoras a respeito do funcionamento da natureza. Tais ideias 
questionavam tradições de séculos e por isso enfrentaram resistências e ataques por parte daqueles que 
defendiam as ciências tradicionais e as antigas explicações da natureza. Não à toa, diante de tantos 
questionamentos, os novos cientistas se viram na necessidade de explicar porque a sua forma de 
conhecimento era válida, porque aquilo que diziam era verdadeiro. Surgiu a questão dos fundamentos que 
validam a ciência moderna, ganhou força o problema do método científico, discutido antes de tudo por 
Galileu Galilei. 
De maneira resumida, pode-se dizer que o método galileano estava ancorado em duas bases 
fundamentais: 
. Experimentação: segundo Galileu, nenhum cientista tem o direito de afirmar nada a respeito da 
natureza pura e simplesmente a partir de seus raciocínios ou reflexões. Ao contrário, para quem uma teoria 
científica tenha valor, ela deve ser provada através de experimentos. Um detalhe importante, porém, aqui: 
experimento não é a mesma coisa que experiência. Experiência é o simples ato de observar a natureza, é 
apenas uma percepção sensível. Já o experimento, que era o que Galileu defendia, consiste em uma 
experiência planejada e controlada, cujo objetivo é testar as hipóteses científicas e verificar se são verdadeiras 
ou falsas. 
. Matematização da natureza: uma vez realizado o experimento e comprovada a hipótese, Galileu 
defendia que toda teoria científica fosse expressa em linguagem matemática. Segundo o filósofo, apenas a 
linguagem matemática seria adequada para o conhecimento. E isto não apenas por ela ser precisa e universal, 
mas sim, pois, para ele, o próprio Deus havia constituída o mundo em caracteres matemáticos. 
 
Nicolau Maquiavel 
 
Principal filósofo renascentista, Nicolau Maquiavel (1469 1527) ficou famoso sobretudo por seus 
escritos a respeito da política. Vivendo no contexto de formação dos Estados nacionais modernos e de 
desintegração das sociedades políticas medievais, o pensador italiano refletiu a respeito de seu tempo e 
propôs uma série de ideias revolucionárias. Seu principal livro foi O Príncipe, obra dedicada ao príncipe de 
Florença e cujo objetivo era mostrar ao monarca como se deve governar. Na obra, Maquiavel teve como 
principais adversários intelectuais os filósofos políticos clássicos, tais como Platão, Aristóteles e Santo Tomás 
de Aquino, bem como os chamados utopistas do Renascimento, tais como Thomas Morus e Tommaso 
Campanella. Tanto uns quanto outros padeciam do mesmo mal, de acordo com Maquiavel: eles se 
preocupavam não tanto em compreender como a política é, mas sim em como ela deveria ser. Indo, por sua 
vez, numa direção inteiramente oposta, Maquiavel se caracterizou, acima de tudo, por buscar construir uma 
explicação inteiramente realista da política. 
Para Maquiavel, em primeiro lugar, se queremos ter uma percepção realista da política, devemos ter 
em mente que ela é obra dos homens e que os homens são fundamentalmente maus, miseráveis, egoístas, 
traiçoeiros, mentirosos, que sempre pensam em seu próprio bem antes de pensar no dos demais e que a 
política é, portanto, basicamente um jogo de interesses. Assim, a função da política não é tornar as pessoas 
melhores, mais virtuosas ou construir uma sociedade. Seu papel é pura e simplesmente manter a ordem. 
Na medida em que é responsável por manter a ordem, o governante tem o direito e a obrigação de 
utilizar todos os meios necessários para tal. Toda ação governamental se justifica pelo critério da eficiência, 
isto é, na medida em que seja capaz de realizar a tarefa da política, que é manter a ordem e a paz. Como só 
o poder pode limitar o poder, o uso da força é necessário. Segundo o autor, entre ser temido e ser amado, 
 
 
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o governante deve, a princípio, desejar ambos, mas, se tiver de escolher entre um dos dois, deve preferir ser 
temido, dado que o medo é muito mais firme do que o amor. Mas veja: o que Maquiavel diz é que o príncipe 
deve agir de modo bruto quando for necessário. 
Em suma, a política é a arte da difícil conjugação entre dois elementos: a virtú e a fortuna. No linguajar 
maquiavélico, fortuna não é sinônimo de riqueza, mas sim se refere à sorte, ao acaso, ao âmbito do 
imprevisível nas relações humanas. Por sua vez, a virtú se refere à sagacidade humana, isto é, a capacidade 
do governante de utilizar os momentos fornecidos pela fortuna ao seu favor. Sem se pautar por parâmetros 
morais ou religiosos, o príncipe deve sempre fazer o que for preciso, no momento certo. 
 
René Descartes 
 
. Ambiente filosófico (século XVII): diante da série de conflitos econômicos, sociais, científicos e religiosos 
que permeavam a Europa, vários filósofos passaram a defender o ceticismo, isto é, a doutrina filosófica 
segundo a qual não é possível obter nenhum conhecimento seguro a respeito do que quer que seja. No fim 
das contas, tudo é relativo e só nos resta a dúvida. 
. Projeto cartesiano: refutar o ceticismo, estabelecendo as bases fundamentais de um conhecimento 
absolutamente seguro e, garantindo, assim nossa possibilidade de compreender a realidade com segurança. 
 
. Método cartesiano (método da dúvida): devo tomar seriamente para mim o propósito de, ao menos uma 
vez na vida, pôr todas, absolutamente todas as minhas convicções em dúvida (dúvida hiperbólica). Aquelas 
crenças que sobreviverem à dúvida mais radical mostrarão ser firmes e inabaláveis, sendo, portanto, seguras. 
. Etapas do Método: 
 
- 1ª dúvida (argumento dos sentidos): Já fui mais de uma vez enganado por minha sensibilidade. Ora, 
se os sentidos já me enganaram uma vez, que garantia tenho eu de que não me enganarão novamente? 
O que sobrevive: as impressões sensíveis mais fortes (de minha própria existência, por exemplo) 
 
- 2ª dúvida (argumento do sonho): Já tive a experiência, inúmeras vezes, de sonhos intensos, que me 
pareciam profundamente reais. Ora, se já estive dormindo e cria estar dormindo, o que me garante que não 
estou dormindo agora? 
O que sobrevive: os elementos básicos da percepção sensível (cor, tamanho, textura, tempo, etc.) e 
as verdades matemáticas 
 
- 3ª dúvida (argumento do gênio maligno): Ora, e se houver uma ser todo-poderoso que me engana 
a cada vez em que eu julgo possuir um conhecimento verdadeiro? É possível concebê-lo, portanto é razoável 
duvidar. 
O que sobrevive: aparentemente nada 
- 1ª verdade encontrada ( - ): O 
método da dúvida me garante ao menos uma coisa que estou duvidando. Ora, se estou duvidando, então 
penso. Se penso, logo existo 
Certeza adquirida: própria existência 
 . A partir desta primeira certeza indubitável, base de todo saber, Descartes passa a deduzir uma série 
de outras certezas. Nessa reconstrução do edifício do conhecimento, só que agora sob bases seguras, as 
mais importantes verdades que Descartes acreditou provar foram: 
 
- Se é através da minha capacidade de pensar que posso garantir a minha própria existência, mesmo 
que eu ainda não saiba de qualquer outra coisa (nem se tenho corpo), portanto, é esta capacidade de me 
pensar que define: minha essência é a racionalidade, é a capacidade
de pensar. 
- Dentre todas as idéias que possuo, ainda sem saber se existe algo além de mim, há uma idéia 
diferente de todas as outras: é a idéia de Deus. Esta idéia se diferencia por não dizer respeito a um ser finito, 
como as outras, mas sim a um ser infinito. Ora, de onde pode me ter vindo esta idéia? Ela não pode ter vindo 
de mim, pois eu sou um ser finito, enquanto esta idéia é infinita. Como o menor não pode dar origem ao 
maior, então o finito não pode gerar o infinito. Assim, essa idéia não pode ter sigo gerada por mim. Há, 
portanto, um Ser infinito que pôs esta idéia em mim. A este ser chama-se Deus. Sendo infinito, Deus possui 
necessariamente todas as perfeições, tanto de poder, quanto morais. 
- Prosseguindo, se há um Deus perfeitamente poderoso e bom, então o mundo à nossa volta também 
existe de fato, pois um Deus assim não permitiria que eu me enganasse tão radicalmente a respeito da 
realidade. É compatível com a bondade infinita de um ser todo-poderoso permitir que eu me engane às 
 
 
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vezes, mas não que eu me engane sempre. Graças a Deus, portanto, pode-se dizer com certeza absoluta que 
o mundo exterior à minha mente é real. 
- Por fim, se foi a descoberta do cogito, isto é, se foi a descoberta de minha capacidade racional que 
legitimou todo o meu saber obtido de modo seguro, e, ao contrário, tudo o que eu percebia pelos sentidos 
era desconfiável, então não há dúvida de que a razão é o fundamento último do conhecimento humano e 
que só ela nos dá segurança na busca da verdade. Os sentidos, ao contrário, só têm valor sob o comando 
da razão. 
 
EXERCÍCIOS DE AULA 
 
 
1. A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste 
comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que 
passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da 
Filosofia. 
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.) 
 
A partir do texto, é correto afirmar que: 
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes. 
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor 
metodológico. 
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são 
coincidentes. 
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento 
filosófico moderno. 
 
2. É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo 
o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma 
gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente 
varridas por essa mesma dúvida. 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter 
positivo por contribuir para o(a) 
a) dissolução do saber científico. 
b) recuperação dos antigos juízos. 
c) exaltação do pensamento clássico. 
d) surgimento do conhecimento inabalável. 
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. 
 
3. Texto I 
Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas 
opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados 
não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, 
desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de 
estabelecer um saber firme e inabalável. 
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). 
 
Texto II 
É de caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo 
o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma 
gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente 
varridas por essa mesma dúvida. 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
 
 
 
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A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do 
conhecimento, deve-se 
a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. 
b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. 
c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. 
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. 
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 
 
4. 
apenas a prudência nos negócios, mas um conhecimento perfeito de todas as coisas que o homem 
pode saber, tanto para a conduta da sua vida como para a conservação da saúde e invenção de todas 
as artes. E para que este conhecimento assim possa ser, é necessário deduzi-lo das primeiras causas, 
de tal modo que, para se conseguir obtê-lo e a isto se chama filosofar , há que começar pela 
investigação dessas primeiras causas, ou seja, dos princípios. Estes devem obedecer a duas condições: 
uma, é que sejam tão claros e evidentes que o espírito humano não possa duvidar da sua verdade, 
desde que se aplique a considerá-los com atenção; a outra, é que o conhecimento das outras coisas 
dependa deles, de maneira que possam ser conhecidos sem elas, mas não o inverso. Depois disto, é 
indispensável que, a partir desses princípios, se possa deduzir o conhecimento das coisas que 
dependem deles, de tal modo que, no encadeamento das deduções realizadas, não haja nada que não 
 
Descartes. 
 
vemos surgir dois componentes específicos da visão cartesiana. O primeiro é um individualismo 
pessoas, jamais logra acercar-se tanto da verdade quanto os raciocínios simples de um indivíduo de 
 
 
Cottingham. 
 
Considerando os textos acima, que tratam da teoria cartesiana do conhecimento, é INCORRETO 
afirmar que 
a) a teoria cartesiana do conhecimento implica um sistema em que todos os conteúdos encontram-
se intimamente relacionados. 
b) a teoria do conhecimento cartesiana pretende, a partir da elaboração de um método preciso, 
reconstruir o conhecimento em bases sólidas. 
c) a teoria do conhecimento cartesiana, que tem como objetivo a elaboração de uma ciência 
universal, serve-se, em certa medida, do modelo indutivista para alcançar seu objetivo. 
d) o conhecimento que se tem de cada coisa deriva de um processo no qual cada etapa pode ser 
conhecida sem o concurso de etapas posteriores, mas não o inverso. 
e) quando determinada noção se apresenta com clareza e com distinção, o sujeito pensante 
entende que se encontra frente a um conhecimento verdadeiro pela própria natureza da 
concepção cartesiana do conhecimento. 
 
5. Texto I 
 
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar 
inteiramente em quem já nos enganou uma vez. 
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 
 
Texto II 
 
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum 
significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for 
impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. 
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). 
 
 
 
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Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A 
comparação
dos excertos permite assumir que Descartes e Hume 
a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. 
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. 
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. 
d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. 
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. 
 
EXERCÍCIOS DE CASA 
 
 
1. Ao analisar o cogito ergo sum penso, logo existo, de René Descartes, conclui-se que 
a) o pensamento é algo mais certo que a própria matéria corporal. 
b) a subjetividade científica só pode ser pensada a partir da aceitação de uma relação empírica 
fundada em valores concretos. 
c) o eu cartesiano é uma ideia emblemática e representativa da ética que insurgia já no século XVI. 
d) Descartes consegue infirmar todos os sistemas científicos e filosóficos ao lançar a dúvida 
sistemático-indutiva respaldada pelas ideias iluministas e métodos incipientes da revolução 
científica. 
 
2. O filósofo francês René Descartes escreveu o seguinte em seu Discurso do Método: 
 
-las ocultas, 
sem pecar grandemente contra a lei que nos obriga a procurar o bem geral de todos os homens. Pois 
elas me fizeram ver que é possível chegar a conhecimentos que sejam úteis à vida e assim nos tornar 
como que senhores e possuidores da natureza. O que é de desejar, não só para a invenção de uma 
infinidade de utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo, os frutos da terra e de todas as 
comodidades que nela se acham, mas principalmente também para a conservação da saúde, que é 
sem dúvida o primeiro bem e o 
 
Assinale a alternativa que resume o pensamento de Descartes. 
a) O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar que seja empregado para dominar a 
natureza. 
b) O conhecimento da natureza satisfaz apenas ao intelecto e não é capaz de alterar as condições 
da vida humana. 
c) Nosso intelecto é incapaz de conhecer a natureza. 
d) Devemos buscar o conhecimento exclusivamente pelo prazer de conhecer. 
e) O conhecimento e o domínio da natureza devem ser empregados para satisfazer as necessidades 
humanas e aperfeiçoar nossa existência. 
 
3. Considerando-se as primeiras linhas das Meditações sobre a filosofia primeira de René Descartes: 
-me conta de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões 
por verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre princípios tão mal assegurados devia ser 
apenas muito duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar seriamente, uma vez em minha vida, 
desfazer-me de todas as opiniões que recebera até então em minha crença e começar tudo novamente 
desde os fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa de firme e de constante nas ciências. 
(...) Agora, pois, que meu espírito está livre de todas as preocupações e que obtive um repouso seguro 
numa solidão tranquila, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em geral todas as minhas 
 
 
É correto afirmar sobre a teoria do conhecimento cartesiana que 
a) Descartes não utiliza um método ou uma estratégia para estabelecer algo de firme e certo no 
conhecimento, já que suas opiniões antigas eram incertas. 
b) Descartes considera que não é possível encontrar algo de firme e certo nas ciências, pois até então 
esse objetivo não foi atingido. 
 
 
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c) Descartes, ao rejeitar o que a tradição filosófica considerou como conhecimento, busca 
fundamentar nos sentidos uma base segura para as ciências. 
d) ao investigar uma base firme e indestrutível para o conhecimento, Descartes inicia rejeitando suas 
antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até encontrar algo de firme e certo. 
e) Descartes necessitou de solidão para investigar as suas antigas opiniões e encontrar entre elas 
aquela que seria o verdadeiro fundamento do conhecimento. 
 
4. 
contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, De -me 
quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou 
 
Pensadores.) 
 
Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o 
conhecimento, é correto afirmar: 
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que 
ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se 
apresentam certas e indubitáveis. 
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito 
como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os 
fenômenos observados. 
c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as 
coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real. 
d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e 
universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode 
alcançar. 
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo 
sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais 
obstinada. 
 
5. Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de investigação baseado 
em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência, análise, síntese, controle. 
 
ssinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese. 
a) A regra da análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta 
decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples. 
b) A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais 
simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos. 
c) A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra da 
síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples. 
d) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da 
análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO CONTEXTO 
 
 
 
 
Nos últimos duzentos anos, o pensamento político esteve dividido em duas grandes correntes antagônicas 
que, com diferentes nuances, comandaram o mundo e induziram diversos experimentos políticos e sociais 
com alguns sucessos e dramáticos fracassos: o socialismo e liberalismo. De forma simplificada, é possível 
dizer que estas correntes se diferenciavam em dois aspectos dicotômicos: direitos individuais versus direitos 
sociais; e mercado versus estado. Enquanto o liberalismo combinava os direitos e liberdades civis com o livre 
funcionamento do mercado, o socialismo defendia a atuação dominante do estado (no controle ou anulação 
do mercado) e os interesses coletivos (acima dos direitos individuais). No fundamental, a diferença entre 
liberalismo e socialismo se manifestava também na ênfase dada à liberdade ou à igualdade, à escolha entre 
competitividade, com ênfase econômica, e a equidade social.(...)No meio dos dois extremos, surgia e se 
consolidava na Europa a socialdemocracia se equilibrando entre objetivos do socialismo e valores e princípios 
do liberalismo, incorporando aspectos relevantes de cada um dos modelos e combinando doses 
significativas de liberdade e de igualdade, de mercado e de Estado, de competitividade e de equidade. Desde 
o pós-guerra, este tem sido o
experimento social e político mais avançando, contornando e negando o trade 
off liberdade/igualdade pela combinação de democracia política com um Estado provedor e regulador. 
http://www.politicademocratica.com.br/article/socialismo-liberalismo-e-a-sintese/ 
 
Baseado nas informações do texto acima, indique como Hegel explicaria o processo histórico de formação 
da socialdemocracia. 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
 
 
Exercícios de aula 
 
1. d 
2. d 
3. b 
4. c 
5. e 
 
 
Exercícios de casa 
 
 
1. a 
2. e 
3. d 
4. e 
5. b

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