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Flexibilidade Antagonistas

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XICBB'2005
IMPORTÂNCIA DA FORÇA DE ISQUIOTIBIAIS NO DESEMPENHO DA
FLEXIBILIDADE ATIVA DA MUSCULATURA QUADRÍCEPS
Luiz Antônio Moreira Júnior, Cynthia Helena Fantini, Adriana Diniz Monteiro, Cristiane Bhering
Moretzsohn Silva, Gustavo H. Peixoto, Hans-Joachim Menzel, Mauro Heleno Chagas
UFMG / Laboratório de Biomecânica – CENESP, Belo Horizonte - MG
Abstract: Some authors have stated that active
flexibility performance can be affected by two factors,
antagonist flexibility and agonist strength. The aim of
the present study was to verify the influence of
hamstring strength on the active knee flexion
performance. The subjects of the study were, 12 male
and 16 female, university students of physical
education. Quadriceps flexibility test was applied to all
subjects through active knee flexion. To evaluate
hamstring maximal strength, a maximal concentric
contraction was performed. The results showed a non
significant relationship between the hamstring strength
and the performance on the knee active flexion test. The
Pearson correlation coefficient was low and not
significative: r= -0.270 (men) and r=0.187 (women) for
a significance level of p<0,05. These findings suggest
that antagonist flexibility can affect active flexibility test
more than agonist strength.
Key-words: active flexibility test, antagonist flexibility,
agonist strength.
Introdução
No âmbito esportivo, o diagnóstico do nível de
flexibilidade é importante para o controle e
direcionamento do treinamento desta capacidade. Na
reabilitação, a mensuração da flexibilidade também
auxilia nas intervenções terapêuticas a serem adotadas.
Os testes utilizados para o diagnóstico desta capacidade
física permitem que diferentes formas de manifestação
da flexibilidade sejam avaliadas.
A forma de manifestação ativa é definida por
Hartley-O’Brien [1] como a máxima amplitude de
movimento possível de ser alcançada sem auxílio de
força externa. Segundo este autor, o aumento da
amplitude de movimento avaliada de forma ativa
poderia ser alcançado aumentando-se a força da
musculatura agonista ou reduzindo-se a força de
resistência ao alongamento oferecida pela musculatura
antagonista. Estudos que investigaram a flexibilidade
ativa têm concentrado a atenção nas comparações entre
as diferentes técnicas de alongamento (ativa e passiva)
no que diz respeito ao aumento da amplitude de
movimento - ADM [2,3]. Nesses estudos as medidas de
ADM foram realizadas com a utilização de apenas um
teste de flexibilidade: passivo ou ativo, e não ambos os
testes em um mesmo experimento. Poucos autores têm
investigado o efeito de diferentes técnicas de
alongamento ativo e passivo, mensurando a ADM
através de testes ativos e passivos [4]. Isto possibilitaria
avaliar de forma específica as adaptações provocadas
por diferentes tipos de treinamento.
Roberts e Wilson [4] levaram em consideração a
especificidade dos testes de flexibilidade quando
utilizaram um teste ativo e um passivo para avaliar a
flexibilidade treinada ativamente. Foi observado que o
treinamento de flexibilidade ativa com séries de 15
segundos de duração foi mais eficaz que séries de 5
segundos quando a amplitude de movimento foi
avaliada ativamente. Os autores sugerem que o estímulo
de 15 segundos foi suficiente para provocar um aumento
da força da musculatura agonista, justificando o melhor
desempenho deste grupo no teste ativo. Entretanto, a
relação entre o desempenho de força da musculatura
agonista e a ADM alcançada em um teste de
flexibilidade ativo não é conhecida.
Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi
avaliar o nível da correlação entre o desempenho da
força muscular de isquiotibiais e a flexibilidade ativa da
musculatura quadríceps em indivíduos do sexo
masculino e feminino.
Materiais e Métodos
Amostra: Participaram voluntariamente deste
estudo 28 indivíduos (12 homens e 16 mulheres)
saudáveis sem histórico de lesões músculo-tendíneas de
membros inferiores e quadril. Este trabalho foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP ETIC 480/04) e todos
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Os indivíduos apresentaram média de idade de 25,4
(±5,0) anos, estatura de 168,3 (±10,0) cm e massa
corporal de 64,3 (±13,5) Kg.
Avaliação da flexibilidade: Para mensuração do
nível de alongamento do quadríceps, foi desenvolvido
no Laboratório de Biomecânica do Centro de
Excelência Esportiva da UFMG o Banco de
Alongamento do Quadríceps (BAQ). O Teste de Flexão
de Joelho (TFJ), realizado com a utilização deste
instrumento, consiste em avaliar a máxima Amplitude
de Movimento (ADM) alcançada através de uma flexão
ativa de joelho. A ADM desta articulação foi registrada
através de um flexômetro da marca Leighton (modelo
01146) fixado no tornozelo do membro inferior (MI)
testado, logo acima dos maléolos medial e lateral. O
joelho do MI não testado foi apoiado sobre uma base
horizontal com altura regulável, o que possibilitou
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XICBB'2005
manter a pelve do indivíduo nivelada. O critério adotado
para o nivelamento da pelve foi o alinhamento
horizontal das espinhas ilíacas postero-superiores. Para
esse nivelamento, um inclinômetro de bolha é apoiado
sobre um suporte de madeira, desenvolvido para esta
finalidade, que é posicionado sobre as espinhas ilíacas
póstero-superiores. O MI não testado foi fixado por uma
fita de velcro posicionada na parte distal da coxa, acima
da articulação do joelho, evitando o movimento
compensatório de extensão do quadril. Foi utilizado um
esquadro para a determinação de um ângulo de 90º do
quadril do MI não testado, padronizado através do
alinhamento vertical do trocânter maior e do epicôndilo
lateral do fêmur. Após o posicionamento do indivíduo,
um estabilizador pélvico é posicionado sobre a região
glútea do indivíduo. Este possui duas hastes que se
encaixam em trilhos fixados, lateralmente ao
instrumento.
Posição Inicial: O indivíduo se posicionou em
decúbito ventral sobre o BAQ. O MI a ser testado foi
apoiado até a borda superior da patela, no suporte para
coxa, e a articulação do joelho foi posicionada a 90º de
flexão (Fig. 1).
Figura 1: Posição inicial do teste de flexão de joelho.
Execução: Partindo da posição inicial, uma flexão
ativa de joelho foi realizada pelo voluntário. O
movimento foi executado de forma lenta e progressiva,
até que se alcançasse a máxima amplitude de
movimento, que deveria ser mantida por
aproximadamente 2 segundos para que fosse feita a
leitura de ADM no flexômetro (Fig. 2). Cada MI foi
avaliado separadamente, sendo executadas três medidas
para cada um. A média dessas tentativas foi calculada
para posterior análise dos dados.
Figura 2: Posição final do teste de flexão de joelho.
Foi realizado um procedimento de teste re-teste
para determinar a confiabilidade deste instrumento. O
coeficiente de correlação intraclasse encontrado foi 0,80
e o teste-T para amostras pareadas não mostrou
diferenças significativas (p= 0,45) entre as médias dos
valores encontrados no teste e re-teste.
Teste de Força: Para avaliar a força da musculatura
isquiotibial de cada membro inferior, foi realizado o
teste de uma Repetição Máxima (1RM). O aparelho
utilizado foi o banco flexor modelo PL 2100 da marca
Paramount. Nesse aparelho, o indivíduo encontrava-se
na posição sentada e com as costas apoiadas em um
encosto que formava um ângulo de 94º com o assento.
A articulação do joelho no início do teste foi
posicionada a aproximadamente 180º de extensão. (Fig.
3). Com o objetivo de minimizar algum movimento
compensatório no quadril, foi utilizada uma fita
posicionada sobre a espinha ilíaca ântero-superior que
fixava o indivíduo no assento. Durante a execução do
teste, uma outra fita foi utilizada para fixaro MI não
testado na posição de máxima flexão de joelho
permitida pelo aparelho. Antes de iniciar o teste, os
voluntários realizavam uma série preparatória de baixa
intensidade com o objetivo de se familiarizarem à
tarefa. As progressões de peso foram maiores para as
primeiras tentativas, ocorrendo menores progressões
para as últimas. A tentativa foi considerada válida no
instante em que o suporte para o MI testado entrasse em
contato com o MI não testado, que foi mantido em uma
mesma posição padronizada para todos os indivíduos. O
intervalo entre cada tentativa foi no mínimo 3 e no
máximo 5 minutos.
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XICBB'2005
Figura 3: Posição adotada para a realização do teste de 1
RM. (A) Fixação do quadril. (B) Fixação do MI não
testado.
Análise Estatística: Foi utilizado o pacote
estatístico SPSS versão 11.0. Os dados apresentaram
distribuição normal e homogeneidade. Foi realizada
análise estatística descritiva para as variáveis idade,
massa corporal e estatura. Para avaliar a relação entre o
desempenho no teste de força e de flexibilidade, foi feita
uma análise do coeficiente de correlação de Pearson.
Foi adotado neste estudo um nível de significância
p<0,05.
Resultados
Como cada MI foi avaliado separadamente, a
amostra de 28 voluntários possibilitou a comparação do
desempenho de 56 MI nos testes de força e de
flexibilidade. Não foi encontrado um coeficiente de
correlação de Pearson significativo entre o desempenho
no teste de força de isquiotibiais e no teste de
flexibilidade ativa da musculatura quadríceps para
ambos os gêneros (homens: r= -0,270; p= 0,202 e para
mulheres: r= 0,187; p= 0,306) (Fig. 4 e 5).
Força Máxima -1RM (Kg)
60504030
Fl
ex
ib
ilid
ad
e
At
iv
a
(º
)
50
40
30
20
10
Figura 4 – Diagrama de dispersão para o
grupo masculino (r = -0,270).
Figura 5 – Diagrama de dispersão para o grupo
feminino (r = 0,187).
Discussão
Roberts e Wilson [4] sugerem que um possível
aumento da força dos agonistas resultante de um
treinamento de flexibilidade ativa poderia levar a um
melhor desempenho alcançado no teste ativo. Estes
autores observaram uma diferença de desempenho entre
os grupos que treinaram ativamente com estímulos de 5
e 15 segundos, porém esta diferença não foi observada
no teste passivo. Sendo assim, os autores acreditaram
que os estímulos de treinamento dos dois grupos
provocaram adaptações semelhantes no que diz respeito
à capacidade da musculatura antagonista em se alongar.
Desta forma, a força muscular do agonista poderia ser
um fator determinante para explicar o desempenho no
teste ativo. Entretanto, neste estudo não foi relatada
nenhuma avaliação de força da musculatura agonista, o
que poderia dar subsídio a esta hipótese. Uma outra
limitação foi a falta de informações sobre a execução do
teste passivo, principalmente aquelas relacionadas aos
critérios de determinação da ADM máxima
(padronização da força aplicada pelo avaliador e
tolerância do indivíduo ao alongamento).
Os resultados de Hartley-O’Brien [1] demonstraram
aumento da amplitude de movimento mensurada
ativamente após quatro semanas de treinamento
utilizando técnicas ativas e passivas. Isto indica que a
força da musculatura agonista não foi um fator
determinante para o desempenho no teste ativo, uma vez
que foi encontrado aumento na ADM para os grupos
que utilizaram técnicas passivas durante o período de
treinamento. No entanto, vale ressaltar que o grupo
controle, que não foi submetido a treinamento, também
apresentou um aumento significativo da ADM.
Os resultados do presente estudo não mostraram
uma correlação significativa entre a força máxima
concêntrica de isquiotibiais e a amplitude de movimento
de flexão do joelho avaliada de forma ativa para ambos
os sexos. Observando o coeficiente de determinação
A
B
Força Máxima - 1RM (Kg)
3020100
F
le
xi
bi
lid
ad
e
At
iv
a
(º
)
50
40
30
20
10
Força Máxima – 1RM (Kg)
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XICBB'2005
(r2), verificamos que a força muscular do agonista é
capaz de explicar apenas 7,3% do desempenho
alcançado no teste ativo para o sexo masculino e 3,5%
para o feminino.
Com o aumento da amplitude de movimento de
flexão de joelho, a força de resistência ao alongamento
do quadríceps apresenta um aumento não linear [5]. Isto
significa que, aproximando-se dos valores máximos de
ADM, a força necessária para que ocorram pequenos
aumentos no comprimento muscular deveria ser
significativamente aumentada. O momento em que a
força de resistência ao alongamento é maior pode
coincidir com o estado de insuficiência ativa da
musculatura agonista. Isto nos leva a concluir que
possivelmente o melhor desempenho alcançado no teste
ativo não esteja principalmente relacionado à força
muscular do agonista, mas sim à capacidade do
antagonista em se alongar.
Em nosso estudo não foi avaliada a flexibilidade
passiva, limitando nossas especulações em relação ao
quanto o fator extensibilidade dos antagonistas poderia
explicar os resultados obtidos no teste ativo.
Ao final deste estudo foi possível concluir que o
desempenho no teste ativo de flexibilidade da
musculatura quadríceps parece estar mais relacionado à
capacidade desta musculatura em alongar-se do que à
força de isquiotibiais. Futuros estudos deveriam
investigar o efeito de um treinamento de força da
musculatura agonista no desempenho dos testes de
flexibilidade ativo e passivo.
Agradecimento: Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
Referências
[1] HARTLEY-O’BRIEN. “Six mobilization exercises
for active range of hip flexion”, Research Quarterly
for Exercise and Spor. 51(4): 625-635,1980.
[2] BANDY WD, IRION JM, BRIGGLER M. “The
effect of static stretch and dynamic range of motion
training on the flexibility of the hamstring
muscles”, The Journal of Orthopaedics and Sports
Physical Therapy. 27(4): 295-300,1998.
[3] HARDY L, JONES D. “Dynamic flexibility and
proprioceptive neuromuscular facilitation”,
Research Quarterly for Exercise and Spor. 57(2):
150-153,1986.
[4] ROBERTS J, WILSON K. “Effect of stretching
duration on active and passive range of motion in
the lower extremity”, The British Journal of Sports
Medicine. 33: 259-263, 1999.
[5] FUNG YC. “Biomechanics. Mechanical Properties
of Living Tissues”. New York: Springer-Verlag
New York, 1981.
e-mail dos autores:
chfantini@yahoo.com.br
luiz.lam@gmail.com
mauro@eef.ufmg.br
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