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Fisiologia do Sistema Reprodutor Masculino

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SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Fatores hormonais que estimulam a espermatogênese:
 Muitos hormônios têm funções essenciais na espermatogênese. 
1. A testosterona, secretada pelas células de Leydig no interstício do testículo, é essencial para o crescimento e divisão das células germinativas testiculares. 
2. O LH estimula as células de Leydig a secretar testosterona. 
3. O FSH estimula as células de Sertoli; sem essa estimulação, a conversão das espermátides em espermatozoides não ocorreria. 
4. Os estrogênios, formados a partir da testosterona pelas células de Sertoli, quando são estimulados pelo FSH são também essenciais para a espermatogênese. 
5. O GH é necessário para controlar as funções metabólicas basais dos testículos. Ele promove a divisão precoce das espermatogônias; em sua ausência, ocorre infertilidade. 
Maturação do espermatozoide no epidídimo: 
O espermatozoide requer muitos dias para passar pelo túbulo do epidídimo. 
Após o espermatozoide permanecer no epidídimo por 18 a 24 horas, ele desenvolve a capacidade da mobilidade. 
Estocagem do espermatozoide nos testículos: 
Pequena quantidade pode ser estocada no epidídimo, mas a maioria é estocada no canal deferente. 
Durante esse tempo, eles são mantidos no estado inativo, reprimido por múltiplas substancias inibitórias presentes nas secreções dos ductos. 
Com alto nível de atividade sexual e de ejaculações, a armazenagem por durar por menos de alguns dias. 
Após a ejaculação, os espermatozoides ficam moveis e também capazes de fertilizar o óvulo, processo chamado de maturação. 
As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo secretam liquido nutriente especial que é ejaculado junto com o espermatozoide. 
Contém hormônios (testosterona e estrogênio), enzimas e nutrientes especiais essenciais para a maturação dos espermatozoides. 
Fisiologia do espermatozoide maduro: 
A atividade do espermatozoide é muito aumentada em meio neutro ou ligeiramente alcalino, como o existente no sêmen ejaculado, mas é muito deprimida em meio ligeiramente ácido. 
A atividade do espermatozoide aumenta muito com a elevação da temperatura. 
Função das vesículas seminais: 
Cada vesícula seminal é um tubo tortuoso revestido por epitélio secretor que secreta material mucoso contendo frutose, acido cítrico e outras substancias nutritivas em abundancia, e prostaglandinas e fibrinogênio. 
Na ejaculação, cada vesícula seminal esvazia seu conteúdo no ducto ejaculatório, imediatamente após o canal deferente ter despejado os espermatozoides. Isso aumenta muito o volume do sêmen ejaculado. 
Acredita-se que as prostaglandinas auxiliem na fertilização de duas maneiras: reagindo com o muco cervical feminino e induzindo contrações peristálticas reversas para trás, no útero e nas tubas uterinas, movendo os espermatozoides ejaculados em direção aos ovários. 
Função da próstata:
A próstata secreta liquido fino, leitoso, que contem cálcio, íon citrato, fosfato, uma enzima de coagulação e uma pró-fibrolisina. 
As secreções vaginais são acidas. O espermatozoide não adquire mobilidade necessária ate que o pH dos líquidos que o envolvem esteja entre 6 a 6,5. 
O liquido prostático ligeiramente alcalino ajuda a neutralizar a acidez dos outros líquidos seminais durante a ejaculação. 
Sêmen:
O sêmen é composto de liquido e se espermatozoides do canal deferente (10%) liquido das vesículas seminais (60%), liquido da próstata (30%) e pequena quantidade de liquido das glândulas mucosas. 
A maior parte do sêmen é composta de liquido da vesícula seminal, que é o último a ser ejaculado. 
Enzima coaguladora do liquido prostático faz com que o fibrinogênio do liquido da vesícula seminal forme coagulo fraco de fibrina, que mantel o sêmen no colo uterino. 
Nos primeiros minutos após a ejaculação, o esperma permanece relativamente imóvel. 
À medida que o coagulo se dissolve, o espermatozoide fico muito móvel. 
Uma vez ejaculados no sêmen, sua expectativa máxima de vida é de 24 a 48 horas. 
“Capacitação” dos espermatozoides é necessária para fertilização do óvulo Embora os espermatozoides sejam considerados “maduros” quando deixam o epidídimo, sua atividade é mantida sob controle por múltiplos fatores inibitórios secretados pelo epitélio do ducto genital. 
Quando lançados inicialmente, são incapazes de fertilizar o óvulo. 
Ao entrar em contato com os líquidos do trato genital feminino, ocorrem mudanças que ativam o espermatozoide para os processos finais de fertilização. 
Esta é a capacitação do espermatozoide, e requer:
1. Os líquidos das tubas uterinas e do útero eliminam os vários fatores inibitórios que suprimem a atividade dos espermatozoides nos ductos genitais masculinos. 
2. Após a ejaculação, os espermatozoides depositados na vagina se movem para cima da cavidade uterina, afastando-se das vesículas de colesterol, e gradualmente perdem esse excesso de colesterol. 
3. A membrana dos espermatozoides fica muito permeável aos íons cálcio, e o cálcio entra em abundancia e o dá um potente movimento de chicote. 
Causam também alterações de membrana que cobre a ponta do acrossomo, tornando possível a liberação das enzimas, para penetrar na zona pelúcida do ovulo. 
Sem elas o espermatozoide não pode seguir seu percurso para o interior do óculo, causando fertilização. 
Enzimas do acrossomo “reação do acrossomo” e penetração do óvulo: 
Grande quantidade de enzimas proteolíticas e de hialuronidase estão armazenadas no acrossomo do espermatozoide. 
Quando o ovulo é expelido do folículo ovariano para a trompa, ele ainda carrega múltiplas camadas de células da granulosa. 
O esperma deve dissolver essas camadas, antes de fertilizar o óvulo e deve penetrar através do revestimento espesso do ovulo a zona pelúcida. 
As enzimas estocadas no acrossomo começam a ser liberadas – as hialuronidases. 
Quando o espermatozoide atinge a zona pelúcida do ovulo, a membrana anterior do espermatozoide se liga especificamente as proteínas receptoras na zona pelúcida. 
Todo o acrossomo se dissolve rapidamente. Em alguns minutos, essas enzimas abrem uma via de penetração para a passagem da cabeça do espermatozoide através da zona pelúcida, para dentro do ovulo. 
Em 30 minutos, as membranas celulares da cabeça do espermatozoide e do oócito se fundem, formando uma só célula. 
Esse processo é a fertilização. 
Porque somente um espermatozoide penetra no oócito? 
Alguns minutos após o espermatozoide ter penetrado a zona pelúcida do ovulo, os íons cálcio se difundem através da membrana do oócito e provocam a liberação de grânulos corticais. Eles contem substancias que permeiam todas as regiões da zona pelúcida e impedem a ligação de espermatozoide adicional. Assim, quase nunca ocorre a entrada de mais de um espermatozoide no oócito, durante a fertilização. 
Espermatogênese anormal e fertilidade masculina: 
O epitélio dos túbulos seminíferos pode ser destruído por varias doenças. 
A orquite bilateral, resultante da caxumba. 
Acontece a temperatura excessiva dos testículos. 
Efeitos da temperatura sobre a espermatogênese: 
O aumento da temperatura dos testículos pode impedir a espermatogênese, por causar degeneração da maioria das células dos túbulos seminíferos, além das espermatogônias. 
O saco escrotal atua como mecanismo de resfriamento para os testículos. 
Criptorquidismo: 
É uma falha na descida dos testículos no abdome para o sacro escrotal à época do nascimento ou próximo ao nascimento. 
De 3 semanas a 1 mês antes do nascimento, os testículos normalmente descem pelos canais inguinais par ao saco escrotal. 
Ocasionalmente essa descida não ocorre. 
O testículo que permanece na cavidade abdominal por toda a vida é incapaz de formar espermatozoides. 
A secreção de testosterona pelos testículos fetais é o estimulo inicial que induz os testículos a descer para o saco escrotal. 
Efeito do numero de espermatozoides sobre a fertilidade: 
Em média, um total de 400 milhões de espermatozoides é presente em cada ejaculação. 
Quando número de espermatozoides em cadamL cai abaixo de 20 milhões, o indivíduo é infértil. 
Efeito da morfologia dos espermatozoides e da motilidade e fertilidade: 
Às vezes o homem tem quantidade normal de espermatozoides, mas mesmo assim é infértil. 
Isso pode ser, pois encontram anormalidades físicas em metade deles, ou eles não são móveis ou relativamente móveis. 
Testosterona e outros hormônios sexuais masculinos:
Os testículos secretam muitos hormônios sexuais masculinos, os androgênios, incluindo a testosterona (principalmente), a di-hidrotestosterona e androstenediona. 
A maioria da testosterona é por fim convertida nos tecidos alvo, no hormônio mais ativo, a di-hidrotestosterona. A testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig, entre os túbulos seminíferos e são 20% da massa dos testículos adultos. 
As células de Leydig são praticamente inexistentes nos testículos durante a infância. 
São numerosas no recém nascido nos primeiros meses de vida e no homem adulto após a puberdade, secretando grande quantidade de testosterona. 
Secreção de androgênios em outros locais do corpo:
Androgênio significa qualquer hormônio esteroide que tenha efeitos masculinizantes, e inclui a testosterona e os hormônios sexuais masculinos produzidos em outros locais do corpo além dos testículos. 
A glândulas adrenais produzem 5 androgênios, embora a atividade masculinizante total de todos eles seja normalmente baixa. 
O ovário normal também produz pequenas quantidades de androgênios, mas não são significativas. 
Química dos androgênios São compostos esteroides. 
Nos testículos e adrenais, eles podem ser sintetizados do colesterol ou diretamente da acetilcoenzima-A. 
Metabolismo da testosterona: 
97% se liga fracamente a albumina ou a betaglobulina ligada ao hormônio sexual. 
Ela é então transferida para os tecidos ou é degradada, formando produtos inativos que são subsequentemente excretados. 
A maior parte da testosterona que se fixa aos tecidos é convertida nas células dos tecidos em di-hidrotestosterona, especialmente na próstata no adulto e genitália externa do feto masculino. 
Degradação e excreção da testosterona: 
A testosterona que não se fixa aos tecidos é convertida rapidamente em sua maior parte pelo fígado em androsterona e desidropiandroesterona, e depois é conjugada com glicuronídeos. 
São excretados pelo intestino, pela bile, ou na urina pelos rins. 
Produção de estrogênio no macho: 
Pequenas quantidades de estrogênios são formados no macho. 
A concentração de estrogênios no liquido dos túbulos seminíferos é bastante alta, e tem papel importante na espermiogênese. 
Ele é formado pelas células de Sertoli, pela conversão de testosterona em estradiol. 
Quantidades maiores ainda são formadas a partir da testosterona e do androstanediol em outros tecidos corporais, principalmente o fígado. 
Funções da testosterona: 
É responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino. 
Durante a vida fetal, os testículos são estimulados pela HCG, proveniente da placenta, a produzir quantidades moderadas de testosterona. 
Praticamente não é produzida durante a infância, até cerca de 10 a 13 anos. 
Sua produção aumenta sob estímulo dos hormônios gonadotrópicos da adenohipófise na puberdade, permanecendo assim pela maior parte da vida. 
Funções da testosterona durante o desenvolvimento fetal:
A testosterona começa a ser elaborada pelos testículos fetais masculinos na 7ª semana de vida embrionária. 
O cromossomo masculino tem o gene SRY que codifica uma proteína o fator de determinação testicular. 
Ela inicia a cascata de ativações genéticas e faz com que células do tubérculo genital se diferenciem em células que secretem testosterona, e forme testículos enquanto o cromossomo feminino faz com que a crista se diferencie em células que secretam estrogênios. 
A testosterona secretada inicialmente pelas cristas genitais e depois pelos testículos fetais é responsável pelo desenvolvimento das características do corpo másculo, incluindo a formação do pênis e saco escrotal em vez de clitóris e vagina. 
Ela induz a formação da próstata e vesículas seminais e ductos genitais masculinos, em vez de órgãos genitais femininos. 
Efeito da testosterona na descida dos testículos:
Eles geralmente descem para o saco escrotal durante os últimos 2 a 3 meses de gestação, quando começam a secretam quantidades razoáveis de testosterona. 
A administração de hormônios gonadotrópicos que estimulam as células de Leydig dos testículos do menino recém-nascido a produzir testosterona pode também induzir a descida dos testículos. 
Efeito da testosterona sobre o desenvolvimento das características sexuais adultas primárias e secundárias: 
Após a puberdade, quantidades crescentes de secreção de testosterona fazem com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, oito vezes antes dos 20 anos de idade. 
Ela induz o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas. 
Efeito sobre a distribuição dos pelos corporais:
Induz crescimento de pêlos no púbis, em cima ao longo da linha alba do abdômen.
A testosterona aumenta a matriz óssea e induz retenção de cálcio: 
Os ossos crescem consideravelmente mais espessos e depositam grandes quantidades adicionais de sais de cálcio. 
Assim aumenta a quantidade total de matriz óssea. 
Tem efeito especifico na pelve e estreitar a passagem pélvica, alonga-la, dar-lhe forma afunilada. 
A testosterona aumenta o metabolismo basal: 
A testosterona aumenta as hemácias. Efeito sobre o balanço hídrico e eletrolítico. 
Ela pode aumentar a reabsorção de sódio nos túbulos renais.
Mecanismo básico da ação da testosterona: 
A testosterona estimula a produção de proteínas praticamente em todo o corpo embora de modo mais especial afete as proteínas nos tecidos ou órgãos alvo, como a próstata principalmente. 
Controle das funções sexuais masculinas pelos hormônios hipotalâmicos e da adenohipófise: 
O hormônio liberados de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo estimula a adenohipófise a secretar FSH e LH. 
O LH é o estimulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos, e o FSH estimula principalmente a espermatogênese. 
O GnRH e seus efeitos em aumentar a secreção de FSH e LH:
O GnRH é secretado durante poucos minutos intermitentes a cada 1 a 3 horas. 
A secreção de LH é também cíclica, seguindo quase fielmente o padrão de liberação pulsátil do GnRH. 
Ao contrário, a secreção de FSH aumenta e diminui apenas a cada flutuação de secreção do GnRH. 
Por causa dessa relação mais estreita entre a secreção de GnRH e a secreção de LH, o GnRH é também conhecido como hormônio liberador de LH. 
Hormônios gonadotrópicos: 
LH e FSH: 
LH e FSH são secretados pela adenohipófise, nas mesmas células, as gonadotropos. 
O LH e FSH são glicoproteínas. 
Exercem seus efeitos sobre os tecidos-alvo nos testículos, principalmente em ativar o AMPc. 
Regulação da produção de testosterona pelo LH. 
A testosterona é secretada pelas células de Leydig nos testículos, mas apenas quando essas são estimuladas pelo LH. 
A quantidade de testosterona aumenta diretamente proporcional a quantidade de LH. 
Inibição da secreção de LH e FSH pela testosterona – controle por feedback negativo da secreção de testosterona: 
A testosterona secretada pelos testículos em resposta ao LH tem o efeito recíproco de inibir a secreção de LH pela adenohipófise. 
Essa inibição tem efeito direto da testosterona sobre o hipotálamo, reduzindo a secreção de GnRH, que daí reduz a secreção de FSH e LH, que reduz a secreção de testosterona pelos testículos.abdome, na face e tórax. 
Calvície:
 Ela reduz o crescimento de cabelos no topo da cabeça. 
Efeito sobre a voz: 
Gera hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe, deixando a voz típica masculina. 
A testosterona aumenta a espessura da pele e pode contribuir para o desenvolvimento da acne. 
Ela aumenta a secreção das glândulas sebáceas do corpo, e em excesso no rosto leva a acne. 
A testosterona aumenta a formaçãode proteínas e desenvolvimento muscular. 
Leva aumento muscular em cerca de 50% e relação as meninas, pois aumentam a quantidade de proteínas. 
Regulação da espermatogênese pelo FSH e pela testosterona:
O FSH se liga a receptores específicos associados às células de Sertoli nos túbulos seminíferos. 
Daí as células crescem e secretam várias substancias espermatogênicas. 
Simultaneamente, a testosterona também tem efeito trófico intenso sobre a espermatogênese. 
Assim, para iniciar a espermatogênese, é necessário tanto FSH quanto testosterona. 
Papel da inibina no controle da atividade dos túbulos seminíferos por feedback negativo: 
Quando os túbulos seminíferos deixam de produzir espermatozoides, a secreção de FSH pela adenohipófise aumenta acentuadamente. 
O inverso também vale. 
A causa é feedback negativo sobre a adenohipófise por um hormônio das células de Sertoli, a inibina, que tem efeito direto na adenohipófise e discreto sobre o hipotálamo, inibindo a secreção de GnRH. 
A inibina é glicoproteína secretada pelas células de Sertoli, e tem feedback inibitório na adenohipófise, tendo feedback negativo na espermatogênese e também na secreção de testosterona. 
O HCG secretado pela placenta durante a gravidez estimula a secreção de testosterona pelos testículos fetais:
Durante a gravidez o HCG tem quase os mesmo efeitos do LH sobre os órgãos sexuais. 
Ele faz com que os testículos do feto secretem testosterona. 
Ela é crítica para promover a formação dos órgãos sexuais masculinos. 
Puberdade e regulação de seu início: 
Durante a infância o hipotálamo simplesmente não secreta quantidades significativas de GnRH. 
Durante a infância pequena secreção de qualquer hormônio esteroide exerce efeito inibitório intenso sobre a secreção de GnRH hipotalâmico. 
Na puberdade, a secreção de GnRH supera a inibição infantil, iniciando a vida sexual adulta.

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