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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER NOME DO ALUNO, RU PORTFÓLIO UTA FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO MÓDULO A – FASE I CIDADE 2018 2 INCLUSÃO COMO TAREFA CIDADÃ Na Constituição Federal de 1988, em seu art. 205, lemos: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Sabemos que, na realidade, para muitas pessoas, a escola não era um espaço aberto, como é o caso das pessoas com deficiência, que eram, literalmente, excluídas das escolas. Só em 2015 foi promulgada a Lei nº 13.146 – Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (LBI), que trata especificamente do direito das pessoas com deficiência. Segundo essa lei a educação deve ser inclusiva, de qualidade em todos os níveis de ensino, garantindo permanência, condições de acesso, aprendizagem e participação, pondo fim às barreiras e à discriminação. Em 02 de março de 2018 visitei uma escola da prefeitura da cidade de ................ para observar a aplicabilidade da nova lei. Fiquei na sala do oitavo ano, onde havia uma aluna inclusa, na faixa etária dos 15 anos, acompanhada por uma estagiária; a sala tinha um total de 30 alunos. A primeira aula foi de ciências, a professora de ciências tem uma boa relação com a aluna, porém não tinha atividade adaptada para ela, solicitou que a aluna copiasse um texto do livro. A aluna copiou um pouco, mas logo ficou cansada e se recusou a terminar a atividade. A segunda aula foi de matemática, a aluna estava muito agitada e não queria sentar, depois de um tempo a estagiária conseguiu acalmar a aluna, porém ela se recusava a realizar a atividade proposta pelo professor de matemática; este, da mesma maneira, não tinha atividade adaptada. Como a aluna não queria realizar a atividade o professor a liberou para desenhar. A aluna aceitou, porém começou a falar e o professor de matemática pediu para que a aluna fosse retirada da sala, alegando que a mesma estava atrapalhando a aula. A aluna ficou com a estagiária no pátio da escola. No intervalo todos os inclusos lanchavam juntos, em um banco no pátio da escola, não havia interação com os demais alunos, eles ficavam juntos com as estagiárias e alguns conversavam entre si. A terceira e última aula foi de educação física, apesar das limitações 3 físicas da aluna, ela demonstrou bastante interesse na atividade realizando com satisfação todos os comandos solicitados pelo professor de educação física. A escola tem uma boa estrutura física com rampas de acesso as salas, banheiro para deficientes físicos, mesas adaptadas e sala de recursos. Porém, é nítido o despreparo dos professores e as dificuldades encontradas por eles. Segundo Silvia (2011, p.15) “o professor necessita de apoio da sala de recursos, da família e da equipe de direção”. Infelizmente, a realidade é outra, a sala de recurso que deveria funcionar auxiliando os professores nas atividades e no relacionamento com esses alunos não tem interação com os professores, mas sim com os estagiários. A responsabilidade pela aprendizagem do aluno incluso fica a cargo dos estagiários. Os estagiários são convocados para assistirem filmes referentes a inclusão e acompanham os alunos nas atividades realizadas na sala de recurso. Outra dificuldade encontrada pelos professores é o apoio da família, que as vezes não querem reconhecer que seu filho tem deficiência, dificultando ainda mais o trabalho e há também a dificuldade da escola em não querer se aproximar da família, preferindo mantê-los distantes. Silva (2011, p16) afirmar: “é importante considerar a participação da família das crianças com necessidades especiais em seu processo de inclusão, pois sem dúvida, essa criança requer mais cuidados ao longo do seu desenvolvimento”. A direção da escola também não tem uma boa relação com os professores, não discute alternativas para melhorar a inclusão desses alunos. Além dos problemas acimas, ainda há uma grande quantidade de alunos em salas de aulas que sobrecarregam os professores e os mesmos não tem tempo para se dedicarem ao aluno incluso. Com relação a adaptação do conteúdo curricular, na prática não existe. Segundo Silva (2011, p. 15), “para decidir em quais aspectos deve sofrer a adaptação é necessário que os envolvidos no processo conheçam as peculiaridades de cada aluno”. Quando questionados sobre qual deficiência a aluna tinha nenhum professor soube informar. Eles não conhecem os alunos inclusos, não tem tempo para se dedicar a esses alunos. 4 Para que, realmente, haja a inclusão nas escolas é necessário mais conhecimento dos professores, eles precisam ser melhor preparados, precisam do apoio da família, da direção e de órgão público. O que vemos hoje na escola não é uma inclusão, mas sim uma exclusão, pois os alunos ficam na escola sem atividades adaptadas, e por isso não tem interesse em participar, os demais alunos não interagem com eles, ficam, praticamente, isolados sem atividades para desenvolver. O que temos, hoje, é uma falsa inclusão. Eles só estão na escola para fazer cumprir a lei e nada mais. Referências Bibliográficas BRASIL, Constituição, 1988. Disponível em: <http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/10/docs/constituicao_federal_de_1988_- _da_educacao.pdf>. Acesso: em 04 de março de 2018. BRASIL, Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 04 de marco de 2018. SILVA, Margaret do Rosário. Dificuldades Enfrentadas pelos Professores na Educação Inclusiva. 2011. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/2487/1/2011_MargaretRosarioSilva.pdf>. Acesso em: 04 de março de 2018.
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