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Histamina e anti-histamínicos UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Roberta da Silva Jesus Santa Maria, 8 de abril de 2014. 1 2 Histamina É uma substância endógena que se encontra em diversas células animais e vegetais e estão em maior concentração nos seguintes locais: PELE PULMÕES TRATO GASTRINTRSTINAL MASTÓCITOS E BASÓFILOS 3 Formação da Histamina A histamina provém da descarboxilação da histadina, através da histamina carboxilase. Histadina Histamina 4 Liberação da Histamina Os mastócitos + alérgenos = Liberação de Histamina Ocorre: Agentes que causam lesão no tecido Agentes que causam sensibilização Agentes liberadores de histamina. 5 A histamina exerce suas ações através de um efeito sobre receptores histamínicos específicos que são de três tipos: Ações farmacológicas H1 H2 H3 SNC, regulação da síntese e liberação de histamina 6 Ações farmacológicas Como é realizada essa ação nos receptores? 7 Ações da ligação da histamina ligada ao receptor ? Constrição brônquica, da capacidade vital, prurido no nariz, espirros. Elevação da frequência, vasodilatação aumentada, diminuição da pressão arterial. Aumento da secreção das células parietais *, aumento da contração do músculo liso. 8 Ações da ligação da histamina ligada ao receptor ? Respostas endócrinas: Liberação aumentada da adrenalina e noradrenalina Respostas tegumentares: Angioedema (urticária e edema da pele, das mucosas e dos órgão internos) Rubor e prurido 9 Medicamentos que atuam no sistema imune Corticosteróides Os imunosupressores não corticosteróides Anti-histamínicos Os uricosúricos Fármacos utilizados em casos de alergias e choques Antagonistas não competitivos da adrenalina (Anula efeito subst. endógenas, impede liberação de Histamina, pelos M e B ) Antagonistas competitivos Inibidores da liberação de histamina 10 Anti-histamínicos H1** Não bloqueiam a liberação de Histamina, não interferem na reação Ag-Ac Competem com a histamina pelos locais do receptor H1 sobre as células efetoras, impedindo a manifestação das respostas mediadas pela histamina . Antagonistas da ação da Histamina Sabe-se que a histamina age através de dois tipos especiais de receptores H1 e H2. 11 Principais indicações Tratamento de rinite e conjuntivite alérgica Tratamento de urticária aguda e crônica Tratamento de reações anafiláticas Tratamento da asma brônquica 12 Efeitos colaterais SEDAÇÃO ZUMBIDO DISTÚRBIOS NA COORDENAÇÃO DO SONO FREQUÊNCIA Ocasionais: insônia, tremores, irritabilidade, cefaléia. LIPOFILICIDADE DA MOLÉCULA 13 Classificação dos anti – H1 Derivados da etanolamina; Derivados da etilenodiamina; Derivados da alquilamina; Derivados da piperazina; Derivados da fenotiazínicos. 14 Anti-histamínicos de 1ª geração Os anti-histamínicos que atuam nos receptores H1, são representados pela fórmula geral: Cadeia intermediária = CH2- CH2 Quando: x = O, elevada ação sedativa (etanolamidas) x = N, mais ativos e mais tóxicos (etilenodiaminas) x = C, menos ativos e menos tóxicos (alquilaminas) Piperazina: núcleo piperazínico; Fenotiazina: núcleo fenotiazínico. 15 Relação estrutura X atividade O nitrogênio terminal deve ser terciário. Derivados dimetilamínicos possuem atividade mais intensa. Cadeia alquílica entre X e N, para atividade ótima, deve possuir dois átomos de C. Atividade ótima: R e R´ são aromáticos Potência acentuada: Introdução de um grupo com efeito indutivo (–I), na posição para da fenila (Cl, Br, Fl, I) 16 Estrutura X atividade AMINA 3ª CADEIA ALQUÍLICA R`e R´´ AROMÁTICOS (-I) Para da fenila Dexclorfeniramina O M p p 17 Estrutura geral Elevada ação sedativa. Apresentam atividade anticolinérgica*. Possuem efeitos antieméticos. Derivados da etanolamina 18 Difenidramina Possui efeitos sedativos pronunciados Integra várias associações usadas como descongestionantes. Antiemético, renites, conjuntivites, reações alérgicas de pele. Produtos comerciais: Benadryl, Benalet, Caladryl 19 Dimenidrinato Possui propriedades antiemética, anticinetótica, antivertiginosa e sedativa. Dramamine ®, Dramin B6 ® 20 A atividade anticolinérgica é menos acentuada que a dos derivados da etanolamina. Ausência de efeito antiemético Causam irritação gastrintestinal Representantes dos derivados da etilenodiamina: Mepiramina Anti-histamínico e sedativo hipnótico (Atravessa a barreira hematoencefálica) Tripenelamina Anti-asmático e expectorante Derivados da etilenodiamina 21 Derivados da etilenodiamina Atividade sedativa e hipnótica. Efeitos colaterais: sedação, zumbido e irritação gastrintestinal. Ausência de efeito anti-emético 22 Derivados da alquilamina Atividade anti-histamínica bem pronunciada, com atividade anticolinérgica semelhante aos derivados da etilenodiamina. Não apresentam efeitos antieméticos. Efeitos gastrintestinais pouco intensos. São moléculas quirais. Algumas são usadas como mistura racêmica. Isômeros destrorrotatórios são mais ativos (Dextrógiro). 23 Bronfeniramina Clorfeniramina Dexclorfeniramina Feniramina Tripolidina Representantes dos derivados da alquilamina 24 Usada em associações para o tratamento dos sintomas da gripe e descongestionantes nasais. Descongex Plus ®, Bialerge ®, Dimetapp ®. Bronfeniramina 25 Dexclorfeniramina Isômero dextrógiro da clorfeniramina Principal uso em rinites, conjuntivites e reações alérgicas dérmicas. Polaramine ®, Celestamine ®, Histamin ®. 26 Derivados da Piperazina Ação lenta e duradoura Alguns são utilizados no tratamento da cinetose Buclizina®, Cinarizina®, Flunarizina®, Hidroxizina®. 27 Derivados da Fenotiazina Foram gerados ligando os grupamentos arílicos dos derivados da etilenodiamina, através de um átomo de enxofre. Dessa modificação, resultaram novos anti-histamínicos e psicotrópicos úteis. Prometazina®, Oxomemazima® 28 Derivados da Fenotiazina Prometazina Potente anti-histamínico. Usado em distúrbios alérgicos, como antiemético e adjuvante na anestesia geral. Efeitos colaterais são: leucopenia, hipotensão, agranulocitose, tremor e distonias. Fenergan ®. 29 Dimetotiazina Tratamento de alergias e enxaqueca. Antagonisa receptores da histamina e da serotonina. Migristen ® Derivados da Fenotiazina 30 Anti-histamínicos de 2ª geração Estrutura química +complexa; Efeitos sedativos Atividade anticolinérgica menos intensa; Ausência de efeitos antieméticos e gastrintestinais; Loratadina Ebastina Fexofenadina Desloratadina 31 Anti-histamínicos H2 Estrutura geral São menos lipossolúveis e não apresentam grupo amino ionizável. Mais POLARES. Cadeia lateral para impedir que atravessem a barreira hematoencefálica H2 Atuam na secreção gástrica 32 Protonação: H+ se liga a um íon = Conjugado ácido 33 Ação anti-histamínicos H2 Inibem a produção de ácido pela competição reversível com histamina pelos sítios receptores H2 na membrana basolateral das células parietais. Promovem diminuição da secreção basal e da secreção noturna de suco gástrico. Também reduzem a secreção de suco gástrico estimulada por alimentos, betazol, cafeína, insulina e pentagastrina 34 Anti-histamínicos de 2ª geração Indicações: Profilaxia e tratamento da úlcera duodenal Tratamento de úlcera gástrica Tratamento da esofagite de refluxo Hemorragia gastrintestinal alta Adjuvante no tratamento da artrite reumatóide Efeitos adversos Diarréia Cefaléia Náusea 35 Principais representantes Núcleo imidazólico: inibe citocromo P450 e altera metabolismo e concentração de fármacos Metila em C5 Função tio-éter (propriedades hidrofóbicas adequadas) Função ciano-guanidina 36 Pode diminuir a biotransformação hepática de anticoagulantes cumarínicos, benzodiazepínicos, cafeína, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, metoprolol, metronidazol, propranolol, teofilina. Reduz pela metade a absorção do cetoconazol. Sua biodisponibilidade é diminuída por antiácidos. Interações da Cimetidina 37 4 a 13 vezes mais potente que a cimetidina em antagonizar a secreção gástrica estimulada pela pentagastrina. + eficaz Ranitidina Inibe a secreção de ác. Gástrico Reduz o volume e o conteúdo de pepsina da secretada. 38 Cimetidina: Conservação do núcleo imidazólico da Histamina 39 ANEL IMIDAZÓLICO FAVORECE TAUTOMERIA AUMENTO DA SELETIVIDADE Receptores H2 40 Receptores H3 Estudos experimentais evidenciaram a existência de receptores H3, localizados nos neurônios histaminérgicos do Sistema Nervoso Central. Provável função: regulação da síntese e liberação de histamina, atuando como auto-receptores inibitórios. Agonista de H3: -metil-histidina Antagonista de H3: Tioperamida 41 REVISÃO... Anti H1: Reações alérgicas em geral. Anti H2: Efeitos na secreção Gástrica. Anti H3: Efeitos no SNC, REGULANDO a síntese e a liberação da HISTAMINA. COMPARANDO ESTRUTURAS Anti H1 Anti H2 Polares Apolares 42 Caso clínico Ellen, uma estudante de 16 anos de nível secundário, sofre de rinite alérgica. No início da primavera, ela vem apresentando rinorréia, prurido dos olhos e espirros. Para aliviar esses sintomas, ela vem fazendo uso de um anti-histamínico de venda livre, a difenidramina. Todavia, sente-se incomodada com os efeitos desagradáveis que acompanham a medicação antialérgica. Toda vez que toma esse anti-histamínico, Ellen sente-se sonolenta e com a boca seca. Decide então marcar uma consulta com o médico, que, após realizar testes para alergia, aconselha a tomar loratadina. Com essa nova medicação antialérgica, seus sintomas são aliviados, e ela não apresenta mais sonolência nem outros efeitos adversos. n 1. Por que Ellen desenvolve rinite sazonal? n 2. Por que a difenidramina alivia os sintomas de Ellen? n 3. Por que a difenidramina provoca sonolência? n 4. Por que a loratadina não causa sonolência? 43 Fármacos ANTIÚLCERA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Roberta da Silva Jesus Santa Maria, 9 de abril de 2014. 44 TERMINOLOGIA USADAS EM DISTÚRBIOS DO TGI Meteorismo: Flatulência: Dispepsia: Formação anormal de gases no intestino Formação de gás no intestino provocada por dispepsia gástrica ou intestinal Termo para designar distúrbios da digestão 45 Condições patológicas nas quais há necessidade de controle na liberação de suco gástrico: Ulceração péptica ( tanto gástrica quanto duodenal); Esofagite de refluxo; Síndrome de Zollinger-Ellison (tumor secretor de gastrina); Infecção por Helicobacter pylori. 46 a) Antagonistas dos receptores H2*** b) Inibidores da bomba protônica c) Antiácidos diversos... Fármacos utilizados para inibir ou neutralizar a secreção do suco gástrico Fármacos que protegem a mucosa gástrica a) Agonistas seletivos de receptores de prostaglandinas b) Fármacos diversos Fármacos ANTIÚLCERA 47 Inibidores da bomba protônica Inibidores da enzima H+, K+, +-ATPase (bomba de prótons), que constitui a etapa terminal da secreção ácida. Omeprazol Lanzoprazol Pantoprazol Rabeprazol 48 omeprazol É um benzimidazol substituído Em pH neutro é quimicamente estável e sem atividade inibitória. Em pH abaixo de 5, sofre rearranjo, originando um ácido sulfênico e uma sulfenamida, que reagem com os grupos tiólicos da enzima H+, K+-ATPase, inibindo-a irreversivelmente. INIBIÇÃO = IMPEDE A PRODUÇÃO HCl, PELAS CÉLULAS PARIETAIS por estímulo dos receptores colinérgicos, histaminérgicos e gastrinérgicos. Benzimidazol 49 omeprazol Ph ácido: Ocorre uma PROTONAÇÃO = Rearranjo em duas espécies que reagem com grupos sulfidrila da enzima. A inibição é completa quando duas moléculas reagentes do omeprazol se ligam à enzima por ligações dissulfeto. Via oral, na forma de comprimidos e capsulas (revestidos) gastroresistentes Absorvido no intestino delgado Inibidor da Bomba de prótons. 50 Omeprazol : Estrutura Rearanjo do omeprazol 52 Ligação a enzima 53 É o isômero S do omeprazol Os isômeros R e S do omeprazol possuem atividades farmacodinâmicas semelhantes NexiumR ESOMEPRAZOL MAGNÉSIO 54 Outros inibidores da bomba... 55 Age por inibição da enzima que bloqueia o passo final da secreção ácida. Produz taxas de cura mais altas que a ranitidina ou famotidina em pacientes com úlcera duodenal e gástrica. Efeitos colaterais: constipação. diarréia, tontura, náusea, anemia, prurido, exantema, leucopenia e anemia. Lansoprasol 56 Antiácidos diversos Antiácidos Neutralizam o ác. gástrico pH Atividade péptica São utilizados: Gastrite aguda Azia, dispepsia, indigestão ácida Hiperacidez e refluxo Adjuvante trat. úlcera 57 Antiácidos diversos São compostos básicos de alumínio, cálcio e magnésio que reagem com o ácido clorídrico no estômago, formando compostos neutros menos ácidos ou pouco solúveis. Efeito de pequena duração, 20 a 30 minutos. Antiácidos absorvíveis Antiácidos não-absorvíveis 58 Antiácidos absorvíveis Mais potentes Neutralização rápida Uso contínuo pode resultar em alcalose sistêmica Bicarbonato de sódio Carbonato de cálcio 59 Bicarbonato de sódio Elevação rápida do Ph do suco gástrico. Liberação de CO2 Utilizado como fornecedor de eletrólitos Não deve ser disponibilizado a pacientes com restrição de sódio na dieta. Antiácidos absorvíveis 60 Antiácidos não absorvíveis Menores efeitos adversos Reagem com o ácido clorídrico, formando sais pouco absorvíveis ou não-absorvíveis Elevação do pH gástrico com diminuição da atividade da pepsina Hidróxido de Alumínio Hidróxido de Magnésio Malgaldrato 61 Antiácidos efeitos adversos Constipação: causada pelos antiácidos com alumínio Diarréia: causada pelos antiácidos com magnésio Preservação das funções intestinais normais: uso de mistura de antiácidos 62 Mistura de hidróxido de alumínio e óxido de alumínio No intestino, o cloreto é liberado e reabsorvido. Al(OH)3 + 3 HCl AlCl3 + 3H2O Baixa capacidade neutralizante Adsorção da pepsina AnacidronR, FluagelR, NatusgelR NoacidR, PepsamarR Hidróxido de alumínio 63 Hidróxido de magnésio Leite de magnésia Pó insolúvel que forma cloreto de magnésio no estômago. Mg(OH)2 + 2HCl MgCl2 + 2 H2O O magnésio é pouco absorvido pelo intestino, não produzindo alcalose sistêmica. Ação laxante 64 malgaldrato É o sulfato de hidróxido de alumínio e magnésio. Ação tamponante rápida Hidróxido de magnésio reage rapidamente com o ácido clorídrico; Hidróxido de alumínio reage mais lentamente, originando efeito prolongado. pH: oscila entre 3,5 a 5,0 RiopanR 65 Fármacos que protegem a mucosa gástrica: a) AGONISTAS SELETIVOS DE RECEPTORES GÁSTRICOS DE PROSTAGLANDINAS... Prostaglandinas As prostaglandinas são sintetizadas em grandes quantidades pelas mucosas gástrica e intestinal, sendo que as séries E e I são consideradas como protetoras das células mais profundas da mucosa. Uma deficiência na produção de prostaglandinas pode contribuir para a formação de úlceras. 66 AGONISTAS SELETIVOS DE RECEPTORES GÁSTRICOS DE PROSTAGLANDINAS Misoprostol: É um derivado sintético da prostaglandina E1. Exerce ação direta nos receptores da prostaglandina E1 situados na superfície das células parietais gástricas. Inibe a secreção gástrica basal e a estimulada pela histamina e pentagastrina, alimentos e café através de uma ação direta sobre a célula parietal. É um agente antiúlcera e protetor da mucosa gástrica. Misoprostol Efeitos adversos: diarréia e cólicas abdominais, contrações uterinas.. 68 Outros derivados do misoprostol 69 Fármacos antiúlceras diversos Mesalazina Subcitrato de bismuto coloidal Sucralfato 70 mesalazina Corresponde ao ácido 5-aminossalicílico (5-ASA); Atua como supressora da doença inflamatória dos intestinos, sendo indicada para o tratamento de colite ulcerativa AsalitR, PentasaR 71 subcitrato de bismuto coloidal Sal de amônio potássico de oxoidroxocitratobismutato (III); Eficácia comparável aos anti-H2 em pacientes com úlcera péptica; Ativo contra Campylobacter pylori; Em meio ácido, forma precipitado que se deposita sobre as ulcerações, impedindo ataques agressivos do ácido clorídrico. PeptulanR sulcralfato É um complexo de hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada, que, na presença de ácido, libera alumínio, adquirindo uma carga negativa que propicia sua ligação à proteínas; Pode formar géis complexos com o muco estomacal (formação de uma pasta viscosa que reduz a degradação do muco pela pepsina); O sucralfato reduz a absorção da fluorquinolona, teofilina, tetraciclina, digoxina e amitriptilina...
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