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�PAGE � �PAGE �20� PATOLOGIA DOS LEUCÓCITOS I- Distúrbios Morfológicos Hereditários: 1. Alterações no núcleo dos neutrófilos: a) Anomalia de Pelgert-Huët: Descrita primeiro por Pelger em 1928 é uma doença autossômica dominante. Caracteriza-se pela segmentação diminuída do núcleo, fazendo com que um grande número de células ( mais de 70 %) seja bilobuladas, tendo um aspecto semelhante ao núcleo dos eosinófilos, podendo confundir o analista fazendo-o anotar como bastões. Além dos neutrófilos, a anomalia envolve também eosinófilos e basófilos. "Pseudo-Pelger-Huët" é uma anomalia semelhante, porém adquirida, observada em alguns pacientes com infecções graves ou doenças mieloproliferativas. b) Hipersegmentação: Na hipersegmentação neutrófila hereditária, o núcleo apresenta-se com 5 ou mais lóbulos. 2. Alterações no citoplasma (presença de granulações anormais): a) Anomalias diversas: São várias as patologias que se apresentam com granulações anormais no citoplasma, tais como: Anomalia de May-Heggelim, doença autossômica dominante, cuja alteração evidente nos neutrófilos, monócitos e nos monócitos se assemelha aos corpúsculos de Dohle encontrados nos processos infecciosos ou tóxicos. Ocorre também defeito qualitativo nas plaquetas (plaquetas gigantes), fazendo com que os portadores tenham tendência a hemorragias. Anomalia de Alder-Reilly caracteriza-se pela presença de grandes e numerosas granulações azurófilas nos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, podendo envolver também os mononucleares. b) Anomalia de Chediak - Higashi - Steinbrink: É a mais importante das alterações morfológicas hereditárias, é autossômica recessiva, cuja anormalidade afeta os grânulos lisossômicos, os quais tornam-se gigantes. É vista principalmente na infância, mas pode ocorrer também em adultos jovens. Na forma homozigótica os pacientes apresentam Linfoadenopatia, hepato e esplenomegalia, infecções bacterianas repetidas e hemorragia, sua sobrevida é muito curta. Já na forma heterozigótica as manifestações são moderadas e compatíveis com a vida. II- Distúrbios Morfológicos Adquiridos: 1. Granulações Tóxicas: São grânulos inespecíficos (azurófilos ou granulações primárias) maiores e mais corados que surgem no citoplasma dos neutrófilos. Freqüentemente são observados nos processos infecciosos agudos, na toxemia metabólica, na ação de anticoagulantes (in vitro) e nas toxemias tanto medicamentosa como química. 2. Vacuolização Citoplasmática: São espaços vazios encontrados no citoplasma dos neutrófilos (pela degranulação) e dos monócitos (fruto da destruição dos microrganismos fagocitados , devido sua elevada capacidade de sintetizar enzimas lisossomais e radicais tóxicos de oxigênio). São observados com mais freqüência nas situações acima situadas. 3. Corpúsculos de Dohle: São partículas coradas de azul, as vezes vistas no citoplasma dos neutrófilos de pessoas com infecções bacterianas graves ou em queimaduras. São ovais ou arredondadas em número de 3 ou 4 na periferia do citoplasma celular. 4. Hipersegmentação dos Neutrófilos: O núcleo apresenta-se com 5 ou mais lóbulos. Esta alteração é observada principalmente na anemia megaloblástica, a qual caracteriza-se pela deficiência de Vitamina B12 ou ácido fólico. Ocasionalmente pode aparecer também nas anemaias por deficiência de ferro, na infecção crônica ou na uremia. 5. Polimorfismo Monocítico: Monócitos com grande alteração morfológica são encontrados principalmente nas septicemias, ou por ação dos anticoagulantes (in vitro). 6. Linfócitos Atípicos: Linfócitos polimórficos e com hiperbasofilia são observados com mais freqüência nas viroses (Mononucleose, Sarampo, Rubéola, etc.), na Toxoplasmose e nos casos de Hiperimunização (vacinas e picadas de cobras peçonhentas). III- Outras alterações funcionais: 1. Nos grânulos: a) Síndrome do Leucócito preguiçoso: Todas as atividades dos neutrófilos, tais como fagocitose, quimiotaxia e motilidade estão deficientes. b) Lisosssomas com atividade diminuída: Semelhante o que ocorre na Síndrome de Chediak-Higashi. � 2.Extra-celular: a) Deficiência de Opsonina. b) Deficiência de Fatores quimiotáticos. c) Outras deficiências. IV- Distúrbios Quantitativos dos Granulócitos: 1. Leucopenias (vistas anteriormente). 2. Leucocitoses 2.1 - Leucocitoses benignas (vistas anteriormente). 2.2 – LEUCEMIAS. LEUCEMIA 1 – Conceito: É uma proliferação desregulada de uma célula Hematopoiética na medula óssea. Pode ocorrer proliferação extra-medular. 2 – Fatores Etiológicos: a – Lesão na MO (Mutações por ag. ambientais) . Radiação ionizante (pode ser natural – minérios radioativos). . Intoxicação para agentes químicos: ex.: hidrocarbonetos (benzeno). b – Suscetibilidade genética . Hereditariedade. . Anormalidades cromossômicas e expressão ou ativação anormal de oncogens. . Transformações de gens. . Aberrações cromossômicas: EX.: Síndrome de DOWN. . Imuno deficiências hereditárias: Linfomas e leucemias linfóides incidem mais neste grupo. c – Infecções virais . Linfoma de Burkitt. . Vírus Epstein-Barr: Está associado com a Doença de Hodgkin. . HTLV – 1: Está associado com a leucemia de linfócitos T no adulto. d – Disfunção Imunológica . Linfomas. . Leucemias linfóides. 3 – Classificação a – Baseada na Clínica. . Leucemias Agudas – . Leucemias Sub-agudas – . Leucemias Crônicas – b – Baseada na Citologia . Leucemia Mielóide, Mielocítica ou Granulocítica – . Leucemia Linfóide – . Outras – 4 – Incidência Leucemia Aguda: ± 60%. Leucemia Mielóide Crônica: ± 20%. Leucemia Linfóide Crônica: ± 20%. Leucemia Aguda: 0 – 30 anos. Leucemia Mielóide Crônica: 40 – 50 ou mais. Leucemia Linfóide Crônica: rara antes dos 30 anos. Leucemias Agudas 1 – Conceito: Há bloqueios da maturação das fases diferenciadas. Predominam formas blásticas e possui alto poder invasivo. Geralmente é caracterizada por uma evolução rápida. 2 – Sinais e Sintomas: 3 – Características Laboratoriais: . Predomínio de células blásticas. . Presença de hiato leucêmico. . Ocorre hiperuricemia (podendo levar a uma nefrite úrica). . 4 – Prognóstico . Adultos: ( 2 anos. . Crianças: 50% de cura. 5 – Tipos predominantes: . Leucemia Mielóide Aguda . Leucemia Linfóide Aguda LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA (LMA) 1 – Conceito: É uma doença de natureza malígna caracterizada pela produção anômala dos precursores granulócitos da M.O.. Possui aparecimento súbito, predomínio de mieloblasto e presença de hiato leucêmico. 2 – Características Clínicas: Surgimento geralmente abrupto e em jovens. Anemia Fraqueza Sangramento * Em pacientes com mais de 40 anos de idade ela pode começar com mielodisplasia (estados pré-leucemicos). 3 – Classificações: FAB – Morfologia da células em esfregaços sg. e medula - Reações citoquímicas suplementares ou Níveis de lisozimas séricas. MIC = (FAB) + (CD – tipagem) + citogenética (aberração cromossômica). * Bastonete de Auer – Assegura diagnóstico de LMA ou Anemia Refratária com excesso de blastos em transformação. 3.1 – Classificação FAB: Características Morfológicas e Citoquímicas Principais. M1 – Leucemia Mieloblástica Aguda – os mieloblastos (tipo I e II) devem representar pelo menos 90% das células. No mínimo 3% blastos devem se corar pela mieloperoxidase como para o Sudan Black B. M2 – Leucemia Mieloblástica Aguda com Maturação – os mieloblastos representam 30 – 80% células. + de 10 % são pró-mielócitos à neutrófilos maduros e mais de 20 % são monócitos. Neste sub-tipo a maioria dos blastos (( 85%) coram-se pela mieloperoxidase e Sudan Black B. M3 – Leucemia Promielocítica Aguda – predomínio de pró-mielócito, com grânulos azurófilos abundantemente corados. Os bastonetes de Auer são freqüentemente encontrados na célula. Neste sub-tipo a maioria dos pró-mielócitos coram-se pela mieloperoxidase e Sudan Black, e 20 % destas células coram-se fortemente e difusa por (-naftil acetato esterase. M4 – Leucemia Mielomonocítica Aguda – os mieloblastos representam 30 % do total das células da M.O.. Monoblastos + Pró-monócitos + Monócitos = + que 20 %. Coloração variável pela mieloperoxidase e Sudan Black B. A (-naftil acetato esterase cora difusa e intensamente células monócitas. M5 – Leucemia Monocítica Aguda – monoblastos, pró-monócitos e monócitos devem representar mais que 80 % das células. A (-naftil acetato esterase cora difusa e intensamente as células leucêmicas. M6 – Eritroleucemia – O seu diagnóstico é feito quando + de 50 % das células eritróides sejam eritroblastos e 30 % ou mais das células não-eritróides sejam mieloblastos. Os eritroblastos apresentam PAS fortemente +, e os mieloblastos coram-se pelo Sudan BlacK B, mieloperoxidase e ASD cloro acetato esterase. M7 – Leucemia Megacarioblástica – o diagnóstico depende de um infiltrado de células blásticas que representa 30 % ou + das células, e pelo menos 30 % dos blastos devem ser megacarioblastos. Neste sub-tipo, a mieloperoxidade, o Sudan Black B e o ASD cloro acetato esterase são negativos, a (-naftil acetato esterase pode ser +. PAS mostra coloração difusa e granular periférica. 4 – Características laboratoriais . eritrócitos: ( . plaquetas: ( . leucócitos: ( (Alguns pacientes começam com leucopenia). . mielograma: hiperproliferação blástica medular. . citoquímica: mieloperoxidase, Sudan Black B, cloroacetato esterase +. 5 – Tratamento: . Medida de Suporte: - transfusão sangüínea. - hidratação oral. - alopurinol. - tratamento contra focos infecciosos. . Específico: - quimioterápicos, tioguanina, corticosteróides, ciclofosfamida. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA (LLA) 1 – Conceito: É uma doença resultante da proliferação clonal anômala de células progenitoras linfóides, originadas na medula óssea. Embora a etiologia seja desconhecida, em alguns casos existe a sugestão da participação de fatores genéticos. 2 – Incidência: Embora possa ocorrer em qualquer idade, em 75% dos casos ocorre em crianças com menos de 5 anos de idade, sendo mais comum em crianças de cor branca e do sexo masculino. É a segunda doença maligna mais comum abaixo dos 15 anos. Há também uma importante variação geográfica na incidência da doença, a qual é mais freqüente entre as populações do norte e do oeste da Europa, América do Norte e Oceania. No Brasil a incidência de LLA na infância é de 25 casos/milhão/ano (região de Ribeirão Preto, SP). Valor inferior ao descrito para os EUA (44), Austrália (37) e Reino Unido (28). 3 – Características clínicas: Os sinais ou sintomas surgem geralmente de maneira súbita. São eles: fraqueza, palidez, mal-estar, viroses de repetição, gengivorragias, petéquias, hepatosplenomegalia e linfadenopatia (enfartamento ganglionar) 4 – Classificação: a) Segundo FAB as L.L.A classificam-se em: CITOLOGIA L1 linfócitos B ou T L2 linfócitos B ou T L3 Geral/ linfócitos B Tamanho Pequeno Grande Grande e homogêneo Cromatina Homogênea Variável Finamente pontilhada Forma Regular Irregular Oval e redondo Nucléolos Raros Presente 1 – 3 Citoplasma Escasso Moderado Moderado Basofila Moderada Variável Intensa b) Segundo a Imunofenotipagem: 1º) As LLA de células B, estão divididas em 4 sub-tipos: - Pró-B ( B- I) (freqüência em crianças 5% e adultos 11%). - Comum (B - II) (também é chamada de pré-B inicial, early pré-B, células pré- precoce (crianças 63% e adultos 52%). - Pré-B (B – III) ( 16% e 9%) - B madura (B – IV) ( 3%, tanto em crianças como em adultos). 2º) As LLA de células T, estão divididas em 2 sub-tipos: - Pré-T (freqüência em crianças 1% e adultos 6%). - T (crianças 12% e adultos 18%). c) Segundo a citogenética: A classificação do cariótipo é o dado prognóstico mais importante disponível atualmente. São reconhecidos quatro grupos principais: 1º) Normal 2º) Pseudodiplóide (46 com anormalidades estruturais – mais comum em adultos). 3º) Hiperdiplóide do grupo I (de 47 a 50). 4º) Hiperdiplóide do grupo II (mais de 50 – comum em crianças com pré-B inicial). d) Devemos lembrar ainda das translocações não aleatórias, de significado clínico. 5 – Fatores que Influenciam o Prognóstico . Idade e sexo: crianças do sexo feminino e entre 1,5 – 10 anos, têm melhor prognóstico. . Tipo celular: * leucemia comum (de células pré-B precoce): prognóstico melhor. * leucemia de células T e pré-B: prognóstico pouco pior. * leucemia B transformada: é o pior prognóstico. . Extensão e distribuição da doença: Quanto mais extensa maior o risco de recaída. . Leucometria inicial: Quanto mais elevados são os valores, pior o prognóstico. 4 – Características Laboratoriais: . eritrócitos: anemia. . plaquetas: trombocitopenia de grau moderado à acentuado. . leucócitos: (, N, (. . mielograma: hiperproliferação blástica linfóide. . citoquímica: A peroxidase, o Sudan Black B, e o ASD cloroacetato esterase são negativos. A reação de fosfatase ácida é moderada à forte/ +. O PAS mostra blocos grosseiros de material. . marcadores imunológicos: os linfoblastos contêm a enzima nuclear terminal desoxi nucleotidil transferase (TdT). Obs.: A confirmação diagnóstica é feita com a aspiração da medula óssea e a imunofenotipagem tanto dos blastos circulantes como dos da medula óssea. A análise citogenética serve para identificar subgrupos prognosticamente importantes. 5 – Tratamento: Vincristina e Prednisona. Após utilizar-se a terapêutica de consolidação, administrando L-asparaginase. Metotrexato (quimioterapia intratecal). OBS: L. linfoblástica de células T e de células B transformada – DAUNORRUBICINA. LEUCEMIAS CRÔNICAS Al leucemias crônicas caracterizam-se pela capacidade de diferenciação celular. O clone anômalo infiltra de maneira lenta e progressiva o parênquima medular, em detrimento da proliferação das células normais até mesmo de outras linhagens e posteriormente invade o sangue periférico e outros órgãos. Pela atual classificação da OMS (WHO Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues, 2001), as leucemias crônicas da série linfóide estão classificadas dentro das neoplasias de células B ou T maduras e as da série mielocítica nas doenças mieloproliferativas crônicas ou nas doenças mieloproliferativa/ mielodisplásica. LEUCEMIAS LINFÓIDES CRÔNICAS As leucemias linfóides crônicas constituem um grupo de pelo menos 12 doenças neoplásicas, que têm em comum a sua origem a partir de células linfóides maduras, que além de infiltrarem órgãos linfóides também estão presentes na medula óssea e no sangue periférico. Atual classificação das leucemias linfóides crônicas: * Leucemias de Células B maduras. . L. Linfocítica Crônica (90% dos casos). . L. Pró-linfocítica de células B. . Tricoleucemia (“Hairy Cell”). . Linfomas não-Hodgkin em fase leucêmica. * Leucemias das Células T maduras: . Linfoma / Leucemia das Células T do adulto. . Fase leucêmica do linfoma Cutâneo das Células T. . Leucemia pró-linfocítica de células T (clássica e variante). . Doença linfo-proliferativa de linfócitos granulares: Células T Células NK . Síndrome de Sézary. . Linfomas T - periféricos. Leucemia linfocítica crônica (LLC) 1 – Conceito: É uma proliferação clonal com acúmulo de linfócitos pequenos, de aspecto maduro, na medula óssea, sangue periférico, baço, gânglios, fígado e eventualmente outros órgãos. Na maioria das vezes apresenta linfocitose persistente acima de 5.000/mm3 (linfócitos B maduros) e 30% de linfócitos na medula óssea. 2 – Características Clínicas: - Ocorre em adultos mais velhos (90% tem mais de 50 anos de idade). - Proporção homem/mulher é 2:1 - Aumento de Linfonodos (80% têm linfadenopatia não dolorosa ao diagnóstico). - Redução à tolerância ao exercício. - Esplenomegalia de discreta a moderada em 50%, na apresentação inicial. A doença avançada manifesta-se com perda de peso, infecções de repetição, sangramento e/ou anemia sintomática. 3 – Caracteristicas Laboratoriais Eritrócitos: Plaquetas: a trombocitopenia pode não estar presente no início da doença, torna-se grave à medida que a doença progride. Leucócitos: ( (30.000 – 200.000/ (l). São pequenos linfócitos que na aparência são normais. Possuem citoplasma escasso, sem basofilia, núcleo pequeno com cromatina condensada e sem nucléolos. Mielograma: Proliferação hiperplásica da célula. Os linfócitos estão infiltrados nos tecidos hematopoéticos adjacentes, o grau de infiltração linfocitária correlaciona-se com a sobrevivência do paciente. Citogenética: 80% apresenta deleção envolvendo a região 13q14 (nesta região um gene pro-apoptótico é deletado). Quando há alteração no 17p13 ocorre deleção do gene TP53 que exerce um efeito onco-supressor. Citoquímica: PAS +. Marcadores Iimunológicos: As células linfossarcomatosas e da leucemia pró-linfócita usualmente não tem Ig D, mas possuem maiores concentrações de Ig M de superfície, que os pacientes de LLC. Os linfócitos da LLC exibem coloração imunofluorescente para imunoglobulina de superfície. 4 – Diagnóstico diferencial: Linfocitose persistente (( 15.000 / (l) por 3 meses – evidência de LLC. Exame de medula (com mais de 30%de linfócitos maduros) – confirma diagnóstico. Na LLC os linfócitos têm aparência normal, nas células linfossarcomatosas possuem cromatina com condensação variável, núcleos ovais e entalhados. Já a L. Pró-linfocítica caracteriza-se por células com núcleo vesicular grande, cromatina nuclear condensada e quantidade moderada de citoplasma e nucéolos evidentes. 5 – Extensão da doença: (áreas linfóides: cervical, axilar Inguinal). Baseia-se no número de aumento linfóide e no grau de insuficiência da M.O.. Os estágios são: Estágio A: Sem anemia ou trombocitopenia + 1 ou 2 áreas. Estágio B: Sem anemia ou trombocitopenia + 3 ou + áreas. Estágio C: Com anemia (< 10g HL), trombocitopenia independe do nº de áreas. Áreas Linfóides: cervical, axilar, inguinais, fígado, baço. 6 – Tratamento: Quando iniciado o tratamento utiliza-se um agente alquilante e prednisona; pacientes com anemia ou trombocitopenia severas podem ser tratados durante várias semanas com prednisona isolada antes de se associar um agente alquilante. Leucemia das Células em Cabeleira “Hairy Cell” 1 – Conceito: É uma doença rara e caracterizada pela proliferação das células malignas nos órgãos reticulo-endoteniais e no sangue. (ocorre em homem de meia-idade) 4:1. 2 – Características Clínicas: . Esplenomegalia. . S/ linfadenopatia. . Anemia. 3 – Características Laboratoriais: Forma pancitopênica: caracterizada por anemia de moderada à severa, leucopenia e trombocitopenia. Os granulócitos e monócitos estão reduzidos. Na maioria dos pacientes as células cabeludas podem ser identificadas. Forma leucêmica: a contagem de leucócitos ultrapassa 10.000 (l, e mais que 50 % são células cabeludas. Esta forma é encontrada em ( 15% dos pacientes. Morfologia das células cabeludas: tamanho médio (10 a 20 (m de (), núcleos redondos ou ovais, alguns são fendidos ou em forma de halteres. O padrão de cromatina comumente é uniformemente reticular e seus nucléolos são pequenos e discretos. Mielograma: é difícil a aspiração da M.O.. A biópsia mostra que varia em celularidade, há áreas hipocelulares, hipercelulares e fibrose reticular. Citoquímica: possuem fosfatose ácida resistente a inibição por tartarato, ao contrário da fosfatase ácida das isoenzimas presentes em outras células sangüíneas. 4 – Tratamento: Pacientes esplenectomizados têm benefícios significativos, mas o tratamento em conjunto com o (-interferon e L-cleoxicoformicina tem sido relatado indutor de remissão. LEUCEMIAS MIELOCÍTICAS CRÔNICAS (LMC) Atualmente classificadas dentro das doenças mieloproliferativas crônicas, as LMCs caracterizam-se pela manutenção da capacidade de diferenciação celular. Surgem pela decorrência de anomalia da célula primordial ou indiferenciada (stem-cell) da medula óssea. O clone anômalo de maneira lenta e progressiva infiltra o parênquima medular, em detrimento da proliferação das células normais. Elas podem ser às custas de neutrófilos (L. neutrofílica crônica – a mais comum), às custas de eosinófilos (L. eosinofílica crônica), e outras mais raras. Etiopatogenia: A causa primária da LMC talvez seja um aumento das células indiferenciadas comprometidas com a granulocitopoese. A falha na resposta das células jovens aos fatores reguladores da granulocitopoese pode explicar esse aumento. A biologia molecular demonstra a translocação recíproca entre partes dos cromossomos 9 e 22. Isso origina cromossomos atípicos, o cromossomo 9q+ e o 22q-, denominado cromossomo Ph1 (filadélfia), presente em mais de 90% das LMC. Esta alteração determina o aparecimento no paciente de uma proteína com atividade de tirosinaquinase tipo P210. Esse rearranjo de DNA na região bcr estaria ligado à maior capacidade proliferativa dos granulócitos da LMC. Esse processo ocorre de forma lenta, sendo necessário vários anos para que a LMC se manifeste. As mutações de outros genes (p53, RB) ocorrem em número cada vez maior de stem-cells à medida que a doença progride, depois de alguns anos ela se modifica deixando as características de cronicidade. É a transformação da LMC em LMC agudizada, Com o aumento de células blásticas, os precursores granulocíticos invadem órgãos não-hemopoéticos. Epidemiologia: A LMC incide preferencialmente entre os 40 e 50 anos de idade, com ligeiro predomínio sobre o sexo masculino e nos indivíduos brancos. Sua incidência é rara antes dos 20 anos e quando ocorre tem evolução clínica mais severa, com quadro de hemorragia, e costumam ser Ph1 negativo. Diagnóstico Clínico: Evolui de forma lenta, porém progressiva. Geralmente o diagnóstico ocorre um ano após o início da doença. Os pacientes referem: fraqueza progressiva aumento do baço (esplenomegalia). raramente adenopatia aumento do fígado (hepatomegalia). São descritas 3 fases clínicas da LMC: Fase crônica: 3 a 5 anos. Fase acelerada: Na qual a doença torna-se refretária ao tratamento. Fase de agudização ou crise blástica: A anemia se intensifica, com quadro hemorrágico.Os blastos surgem em grande número. Costuma ser rápida e fatal. Pode ocorrer a forma linfóide de transformação blástica. Diagnóstico laboratorial: Hemograma mostra leucocitose variável, sendo a maioria do tipo maduro. Há desvio à esquerda até blastos, de modo não escalonado. A anemia pode ser discreta ou acentuada. No início as plaquetas estão normais ou aumentadas, depois tendem baixar. Ocorre basocitose e esosinofilia. Mielograma: Ocorre hipercelularidade acentuada, com aumento dos precursores granulocíticos. Há marcado aumento da plaquetogênese. Na fase acelerada nota-se parada de maturação na série branca, e na fase blástica há infiltração por blastos muito atípicos. Reação citoquímica: A fosfatase alcalina se reduz ou desaparece do citoplasma dos neutrófilos. Dosagens bioquímicas: o ácido úrico está aumentado, DHL, Vit. B12 e transcobalamina também. Citogenética: O cromossomo Ph1 está em quase todas as LMC. (A PCR é importante para pesquisar P210 na doença residual). Prognóstico: Em 1981 foram definidos critérios de pior prognóstico: Esplenomegalia (> 15 cm de rebordo costal). Hepatomegalia (> 6 cm do rebordo costal). Leucócitos no sangue superior a 100.000/mm3. Células blásticas acima de 1%. Plaquetas abaixo de 150.000/mm3 Plaquetas superior a 500.000/mm3 Grupos: Grupo I: Presença de 0 a 1 fator acima. Grupo II: Presença de 2 a 3 fatores acima. Grupo III: Presença de 4 a 6 fatores acima. Em 1984, surgiu um novo esquema, classificou quanto a outros ítens como: idade, sexo, tamanho do baço, regressão de variáveis múltiplas, hematócrito, número de plaquetas, etc. de baixo risco. de risco intermediário. de alto risco. Tratamento e evolução: Quimioterápicos que promovem a supressão (Busulfan, Hidroxiuréia, Interferons. Na crise blástica (blasto > de 30%) são utilizados esquemas quimioterápicos agressivos. Transplante de medula óssea: É a forma mais promissora de cura da doença, principalmente logo após o diagnóstico. �PAGE �16�
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