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Distúrbios Morfológicos e Quantitativos dos Leucócitos

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PATOLOGIA DOS LEUCÓCITOS
I- Distúrbios Morfológicos Hereditários:
1. Alterações no núcleo dos neutrófilos: 
a) Anomalia de Pelgert-Huët: Descrita primeiro por Pelger em 1928 é uma doença autossômica dominante. Caracteriza-se pela segmentação diminuída do núcleo, fazendo com que um grande número de células ( mais de 70 %) seja bilobuladas, tendo um aspecto semelhante ao núcleo dos eosinófilos, podendo confundir o analista fazendo-o anotar como bastões. Além dos neutrófilos, a anomalia envolve também eosinófilos e basófilos. "Pseudo-Pelger-Huët" é uma anomalia semelhante, porém adquirida, observada em alguns pacientes com infecções graves ou doenças mieloproliferativas. 
b) Hipersegmentação: Na hipersegmentação neutrófila hereditária, o núcleo apresenta-se com 5 ou mais lóbulos.
2. Alterações no citoplasma (presença de granulações anormais):
a) Anomalias diversas: São várias as patologias que se apresentam com granulações anormais no citoplasma, tais como: Anomalia de May-Heggelim, doença autossômica dominante, cuja alteração evidente nos neutrófilos, monócitos e nos monócitos se assemelha aos corpúsculos de Dohle encontrados nos processos infecciosos ou tóxicos. Ocorre também defeito qualitativo nas plaquetas (plaquetas gigantes), fazendo com que os portadores tenham tendência a hemorragias. Anomalia de Alder-Reilly caracteriza-se pela presença de grandes e numerosas granulações azurófilas nos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, podendo envolver também os mononucleares. 
 
b) Anomalia de Chediak - Higashi - Steinbrink: É a mais importante das alterações morfológicas hereditárias, é autossômica recessiva, cuja anormalidade afeta os grânulos lisossômicos, os quais tornam-se gigantes.
É vista principalmente na infância, mas pode ocorrer também em adultos jovens. Na forma homozigótica os pacientes apresentam Linfoadenopatia, hepato e esplenomegalia, infecções bacterianas repetidas e hemorragia, sua sobrevida é muito curta. Já na forma heterozigótica as manifestações são moderadas e compatíveis com a vida. 
II- Distúrbios Morfológicos Adquiridos:
1. Granulações Tóxicas: São grânulos inespecíficos (azurófilos ou granulações primárias) maiores e mais corados que surgem no citoplasma dos neutrófilos. Freqüentemente são observados nos processos infecciosos agudos, na toxemia metabólica, na ação de anticoagulantes (in vitro) e nas toxemias tanto medicamentosa como química. 
2. Vacuolização Citoplasmática: São espaços vazios encontrados no citoplasma dos neutrófilos (pela degranulação) e dos monócitos (fruto da destruição dos microrganismos fagocitados , devido sua elevada capacidade de sintetizar enzimas lisossomais e radicais tóxicos de oxigênio). São observados com mais freqüência nas situações acima situadas.
3. Corpúsculos de Dohle: São partículas coradas de azul, as vezes vistas no citoplasma dos neutrófilos de pessoas com infecções bacterianas graves ou em queimaduras. São ovais ou arredondadas em número de 3 ou 4 na periferia do citoplasma celular. 
 
4. Hipersegmentação dos Neutrófilos: O núcleo apresenta-se com 5 ou mais lóbulos. Esta alteração é observada principalmente na anemia megaloblástica, a qual caracteriza-se pela deficiência de Vitamina B12 ou ácido fólico. Ocasionalmente pode aparecer também nas anemaias por deficiência de ferro, na infecção crônica ou na uremia.
5. Polimorfismo Monocítico: Monócitos com grande alteração morfológica são encontrados principalmente nas septicemias, ou por ação dos anticoagulantes (in vitro).
6. Linfócitos Atípicos: Linfócitos polimórficos e com hiperbasofilia são observados com mais freqüência nas viroses (Mononucleose, Sarampo, Rubéola, etc.), na Toxoplasmose e nos casos de Hiperimunização (vacinas e picadas de cobras peçonhentas).
III- Outras alterações funcionais: 
1. Nos grânulos:
a) Síndrome do Leucócito preguiçoso: Todas as atividades dos neutrófilos, tais como fagocitose, quimiotaxia e motilidade estão deficientes.
b) Lisosssomas com atividade diminuída: Semelhante o que ocorre na Síndrome de Chediak-Higashi. 
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2.Extra-celular: 
a) Deficiência de Opsonina.
b) Deficiência de Fatores quimiotáticos.
c) Outras deficiências.
IV- Distúrbios Quantitativos dos Granulócitos: 
1. Leucopenias (vistas anteriormente).
2. Leucocitoses 
2.1 - Leucocitoses benignas (vistas anteriormente).
2.2 – LEUCEMIAS.
LEUCEMIA
1 – Conceito: É uma proliferação desregulada de uma célula Hematopoiética na medula óssea. Pode ocorrer proliferação extra-medular.
2 – Fatores Etiológicos:
a – Lesão na MO (Mutações por ag. ambientais)
. Radiação ionizante (pode ser natural – minérios radioativos).
. Intoxicação para agentes químicos: ex.: hidrocarbonetos (benzeno).
b – Suscetibilidade genética
. Hereditariedade.
. Anormalidades cromossômicas e expressão ou ativação anormal de oncogens.
. Transformações de gens.
. Aberrações cromossômicas: EX.: Síndrome de DOWN.
. Imuno deficiências hereditárias: Linfomas e leucemias linfóides incidem mais neste grupo.
c – Infecções virais
. Linfoma de Burkitt.
. Vírus Epstein-Barr: Está associado com a Doença de Hodgkin.
. HTLV – 1: Está associado com a leucemia de linfócitos T no adulto.
d – Disfunção Imunológica
. Linfomas.
. Leucemias linfóides.
3 – Classificação
a – Baseada na Clínica.
. Leucemias Agudas – 
. Leucemias Sub-agudas – 
. Leucemias Crônicas –
b – Baseada na Citologia
. Leucemia Mielóide, Mielocítica ou Granulocítica – 
. Leucemia Linfóide – 
. Outras – 
4 – Incidência
Leucemia Aguda: ± 60%.
Leucemia Mielóide Crônica: ± 20%.
Leucemia Linfóide Crônica: ± 20%.
Leucemia Aguda: 0 – 30 anos.
Leucemia Mielóide Crônica: 40 – 50 ou mais.
Leucemia Linfóide Crônica: rara antes dos 30 anos.
Leucemias Agudas
1 – Conceito: Há bloqueios da maturação das fases diferenciadas. Predominam formas blásticas e possui alto poder invasivo. Geralmente é caracterizada por uma evolução rápida.
2 – Sinais e Sintomas:
3 – Características Laboratoriais:
. Predomínio de células blásticas.
. Presença de hiato leucêmico.
. Ocorre hiperuricemia (podendo levar a uma nefrite úrica).
.
4 – Prognóstico
. Adultos: ( 2 anos.
. Crianças: 50% de cura.
5 – Tipos predominantes:
. Leucemia Mielóide Aguda
. Leucemia Linfóide Aguda
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA (LMA)
1 – Conceito: É uma doença de natureza malígna caracterizada pela produção anômala dos precursores granulócitos da M.O.. Possui aparecimento súbito, predomínio de mieloblasto e presença de hiato leucêmico.
2 – Características Clínicas:
Surgimento geralmente abrupto e em jovens.
Anemia
Fraqueza
Sangramento
* Em pacientes com mais de 40 anos de idade ela pode começar com mielodisplasia (estados pré-leucemicos).
3 – Classificações:
FAB – Morfologia da células em esfregaços sg. e medula
- Reações citoquímicas suplementares ou Níveis de lisozimas séricas.
MIC = (FAB) + (CD – tipagem) + citogenética (aberração cromossômica).
* Bastonete de Auer – Assegura diagnóstico de LMA ou Anemia Refratária com excesso de blastos em transformação.
3.1 – Classificação FAB: Características Morfológicas e Citoquímicas Principais.
M1 – Leucemia Mieloblástica Aguda – os mieloblastos (tipo I e II) devem representar pelo menos 90% das células. No mínimo 3% blastos devem se corar pela mieloperoxidase como para o Sudan Black B.
M2 – Leucemia Mieloblástica Aguda com Maturação – os mieloblastos representam 30 – 80% células. + de 10 % são pró-mielócitos à neutrófilos maduros e mais de 20 % são monócitos. Neste sub-tipo a maioria dos blastos (( 85%) coram-se pela mieloperoxidase e Sudan Black B.
M3 – Leucemia Promielocítica Aguda – predomínio de pró-mielócito, com grânulos azurófilos abundantemente corados. Os bastonetes
de Auer são freqüentemente encontrados na célula. Neste sub-tipo a maioria dos pró-mielócitos coram-se pela mieloperoxidase e Sudan Black, e 20 % destas células coram-se fortemente e difusa por (-naftil acetato esterase.
M4 – Leucemia Mielomonocítica Aguda – os mieloblastos representam 30 % do total das células da M.O.. Monoblastos + Pró-monócitos + Monócitos = + que 20 %. Coloração variável pela mieloperoxidase e Sudan Black B. A (-naftil acetato esterase cora difusa e intensamente células monócitas.
M5 – Leucemia Monocítica Aguda – monoblastos, pró-monócitos e monócitos devem representar mais que 80 % das células. A (-naftil acetato esterase cora difusa e intensamente as células leucêmicas.
M6 – Eritroleucemia – O seu diagnóstico é feito quando + de 50 % das células eritróides sejam eritroblastos e 30 % ou mais das células não-eritróides sejam mieloblastos. Os eritroblastos apresentam PAS fortemente +, e os mieloblastos coram-se pelo Sudan BlacK B, mieloperoxidase e ASD cloro acetato esterase.
M7 – Leucemia Megacarioblástica – o diagnóstico depende de um infiltrado de células blásticas que representa 30 % ou + das células, e pelo menos 30 % dos blastos devem ser megacarioblastos. Neste sub-tipo, a mieloperoxidade, o Sudan Black B e o ASD cloro acetato esterase são negativos, a (-naftil acetato esterase pode ser +. PAS mostra coloração difusa e granular periférica.
4 – Características laboratoriais
. eritrócitos: (
. plaquetas: (
. leucócitos: ( (Alguns pacientes começam com leucopenia).
. mielograma: hiperproliferação blástica medular.
. citoquímica: mieloperoxidase, Sudan Black B, cloroacetato esterase +.
5 – Tratamento:
. Medida de Suporte: - transfusão sangüínea.
 - hidratação oral.
 - alopurinol.
 - tratamento contra focos infecciosos.
. Específico: - quimioterápicos, tioguanina, corticosteróides, ciclofosfamida. 
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA (LLA)
1 – Conceito: É uma doença resultante da proliferação clonal anômala de células progenitoras linfóides, originadas na medula óssea. Embora a etiologia seja desconhecida, em alguns casos existe a sugestão da participação de fatores genéticos.
2 – Incidência: Embora possa ocorrer em qualquer idade, em 75% dos casos ocorre em crianças com menos de 5 anos de idade, sendo mais comum em crianças de cor branca e do sexo masculino. É a segunda doença maligna mais comum abaixo dos 15 anos. Há também uma importante variação geográfica na incidência da doença, a qual é mais freqüente entre as populações do norte e do oeste da Europa, América do Norte e Oceania. No Brasil a incidência de LLA na infância é de 25 casos/milhão/ano (região de Ribeirão Preto, SP). Valor inferior ao descrito para os EUA (44), Austrália (37) e Reino Unido (28).
3 – Características clínicas: Os sinais ou sintomas surgem geralmente de maneira súbita. São eles: fraqueza, palidez, mal-estar, viroses de repetição, gengivorragias, petéquias, hepatosplenomegalia e linfadenopatia (enfartamento ganglionar)
4 – Classificação:
 a) Segundo FAB as L.L.A classificam-se em:
	CITOLOGIA
	L1 
linfócitos B ou T
	L2 
linfócitos B ou T
	L3 
Geral/ linfócitos B
	Tamanho
	Pequeno
	Grande
	Grande e homogêneo
	Cromatina
	Homogênea
	Variável 
	Finamente pontilhada
	Forma
	Regular
	Irregular
	Oval e redondo
	Nucléolos
	Raros
	Presente
	1 – 3
	Citoplasma
	Escasso
	Moderado
	Moderado
	Basofila
	Moderada
	Variável
	Intensa
b) Segundo a Imunofenotipagem: 
1º) As LLA de células B, estão divididas em 4 sub-tipos:
- Pró-B ( B- I) (freqüência em crianças 5% e adultos 11%).
- Comum (B - II) (também é chamada de pré-B inicial, early pré-B, células pré- precoce (crianças 63% e adultos 52%). 
- Pré-B (B – III) ( 16% e 9%)
- B madura (B – IV) ( 3%, tanto em crianças como em adultos).
2º) As LLA de células T, estão divididas em 2 sub-tipos:
- Pré-T (freqüência em crianças 1% e adultos 6%).
- T (crianças 12% e adultos 18%).
c) Segundo a citogenética: A classificação do cariótipo é o dado prognóstico mais importante disponível atualmente. São reconhecidos quatro grupos principais:
1º) Normal
2º) Pseudodiplóide (46 com anormalidades estruturais – mais comum em adultos).
3º) Hiperdiplóide do grupo I (de 47 a 50).
4º) Hiperdiplóide do grupo II (mais de 50 – comum em crianças com pré-B inicial).
d) Devemos lembrar ainda das translocações não aleatórias, de significado clínico.
5 – Fatores que Influenciam o Prognóstico
. Idade e sexo: crianças do sexo feminino e entre 1,5 – 10 anos, têm melhor prognóstico. 
. Tipo celular:
* leucemia comum (de células pré-B precoce): prognóstico melhor.
* leucemia de células T e pré-B: prognóstico pouco pior.
* leucemia B transformada: é o pior prognóstico.
. Extensão e distribuição da doença: Quanto mais extensa maior o risco de recaída.
. Leucometria inicial: Quanto mais elevados são os valores, pior o prognóstico.
4 – Características Laboratoriais:
. eritrócitos: anemia.
. plaquetas: trombocitopenia de grau moderado à acentuado.
. leucócitos: (, N, (.
. mielograma: hiperproliferação blástica linfóide.
. citoquímica: A peroxidase, o Sudan Black B, e o ASD cloroacetato esterase são negativos. A reação de fosfatase ácida é moderada à forte/ +. O PAS mostra blocos grosseiros de material.
. marcadores imunológicos: os linfoblastos contêm a enzima nuclear terminal desoxi nucleotidil transferase (TdT).
Obs.: A confirmação diagnóstica é feita com a aspiração da medula óssea e a imunofenotipagem tanto dos blastos circulantes como dos da medula óssea. A análise citogenética serve para identificar subgrupos prognosticamente importantes.
5 – Tratamento:
Vincristina e Prednisona. Após utilizar-se a terapêutica de consolidação, administrando L-asparaginase.
Metotrexato (quimioterapia intratecal).
OBS: L. linfoblástica de células T e de células B transformada – DAUNORRUBICINA.
LEUCEMIAS CRÔNICAS
	Al leucemias crônicas caracterizam-se pela capacidade de diferenciação celular. O clone anômalo infiltra de maneira lenta e progressiva o parênquima medular, em detrimento da proliferação das células normais até mesmo de outras linhagens e posteriormente invade o sangue periférico e outros órgãos. Pela atual classificação da OMS (WHO Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues, 2001), as leucemias crônicas da série linfóide estão classificadas dentro das neoplasias de células B ou T maduras e as da série mielocítica nas doenças mieloproliferativas crônicas ou nas doenças mieloproliferativa/ mielodisplásica.
LEUCEMIAS LINFÓIDES CRÔNICAS
 As leucemias linfóides crônicas constituem um grupo de pelo menos 12 doenças neoplásicas, que têm em comum a sua origem a partir de células linfóides maduras, que além de infiltrarem órgãos linfóides também estão presentes na medula óssea e no sangue periférico. 
Atual classificação das leucemias linfóides crônicas:
* Leucemias de Células B maduras.
. L. Linfocítica Crônica (90% dos casos).
. L. Pró-linfocítica de células B.
. Tricoleucemia (“Hairy Cell”).
. Linfomas não-Hodgkin em fase leucêmica.
* Leucemias das Células T maduras:
. Linfoma / Leucemia das Células T do adulto.
. Fase leucêmica do linfoma Cutâneo das Células T.
. Leucemia pró-linfocítica de células T (clássica e variante). 
. Doença linfo-proliferativa de linfócitos granulares:
Células T
Células NK
. Síndrome de Sézary.
. Linfomas T - periféricos. 
Leucemia linfocítica crônica (LLC)
1 – Conceito: É uma proliferação clonal com acúmulo de linfócitos pequenos, de aspecto maduro, na medula óssea, sangue periférico, baço, gânglios, fígado e eventualmente outros órgãos. Na maioria das vezes apresenta linfocitose persistente acima de 5.000/mm3 (linfócitos B maduros) e 30% de linfócitos na medula óssea. 
2 – Características
Clínicas:
- Ocorre em adultos mais velhos (90% tem mais de 50 anos de idade).
- Proporção homem/mulher é 2:1
- Aumento de Linfonodos (80% têm linfadenopatia não dolorosa ao diagnóstico).
- Redução à tolerância ao exercício.
- Esplenomegalia de discreta a moderada em 50%, na apresentação inicial. 
A doença avançada manifesta-se com perda de peso, infecções de repetição, sangramento e/ou anemia sintomática.
3 – Caracteristicas Laboratoriais
Eritrócitos:
Plaquetas: a trombocitopenia pode não estar presente no início da doença, torna-se grave à medida que a doença progride.
Leucócitos: ( (30.000 – 200.000/ (l). São pequenos linfócitos que na aparência são normais. Possuem citoplasma escasso, sem basofilia, núcleo pequeno com cromatina condensada e sem nucléolos.
Mielograma: Proliferação hiperplásica da célula. Os linfócitos estão infiltrados nos tecidos hematopoéticos adjacentes, o grau de infiltração linfocitária correlaciona-se com a sobrevivência do paciente.
Citogenética: 80% apresenta deleção envolvendo a região 13q14 (nesta região um gene pro-apoptótico é deletado). Quando há alteração no 17p13 ocorre deleção do gene TP53 que exerce um efeito onco-supressor.
Citoquímica: PAS +.
Marcadores Iimunológicos: As células linfossarcomatosas e da leucemia pró-linfócita usualmente não tem Ig D, mas possuem maiores concentrações de Ig M de superfície, que os pacientes de LLC. Os linfócitos da LLC exibem coloração imunofluorescente para imunoglobulina de superfície.
4 – Diagnóstico diferencial:
Linfocitose persistente (( 15.000 / (l) por 3 meses – evidência de LLC.
Exame de medula (com mais de 30%de linfócitos maduros) – confirma diagnóstico.
Na LLC os linfócitos têm aparência normal, nas células linfossarcomatosas possuem cromatina com condensação variável, núcleos ovais e entalhados. Já a L. Pró-linfocítica caracteriza-se por células com núcleo vesicular grande, cromatina nuclear condensada e quantidade moderada de citoplasma e nucéolos evidentes.
5 – Extensão da doença: (áreas linfóides: cervical, axilar Inguinal).
Baseia-se no número de aumento linfóide e no grau de insuficiência da M.O.. Os estágios são:
Estágio A: Sem anemia ou trombocitopenia + 1 ou 2 áreas.
Estágio B: Sem anemia ou trombocitopenia + 3 ou + áreas.
Estágio C: Com anemia (< 10g HL), trombocitopenia independe do nº de áreas.
Áreas Linfóides: cervical, axilar, inguinais, fígado, baço.
6 – Tratamento:
Quando iniciado o tratamento utiliza-se um agente alquilante e prednisona; pacientes com anemia ou trombocitopenia severas podem ser tratados durante várias semanas com prednisona isolada antes de se associar um agente alquilante.
Leucemia das Células em Cabeleira “Hairy Cell”
1 – Conceito: É uma doença rara e caracterizada pela proliferação das células malignas nos órgãos reticulo-endoteniais e no sangue. (ocorre em homem de meia-idade) 4:1.
2 – Características Clínicas:
. Esplenomegalia.
. S/ linfadenopatia.
. Anemia.
3 – Características Laboratoriais:
Forma pancitopênica: caracterizada por anemia de moderada à severa, leucopenia e trombocitopenia. Os granulócitos e monócitos estão reduzidos. Na maioria dos pacientes as células cabeludas podem ser identificadas.
Forma leucêmica: a contagem de leucócitos ultrapassa 10.000 (l, e mais que 50 % são células cabeludas. Esta forma é encontrada em ( 15% dos pacientes.
Morfologia das células cabeludas: tamanho médio (10 a 20 (m de (), núcleos redondos ou ovais, alguns são fendidos ou em forma de halteres. O padrão de cromatina comumente é uniformemente reticular e seus nucléolos são pequenos e discretos.
Mielograma: é difícil a aspiração da M.O.. A biópsia mostra que varia em celularidade, há áreas hipocelulares, hipercelulares e fibrose reticular.
Citoquímica: possuem fosfatose ácida resistente a inibição por tartarato, ao contrário da fosfatase ácida das isoenzimas presentes em outras células sangüíneas.
4 – Tratamento:
Pacientes esplenectomizados têm benefícios significativos, mas o tratamento em conjunto com o (-interferon e L-cleoxicoformicina tem sido relatado indutor de remissão.
LEUCEMIAS MIELOCÍTICAS CRÔNICAS (LMC)
Atualmente classificadas dentro das doenças mieloproliferativas crônicas, as LMCs caracterizam-se pela manutenção da capacidade de diferenciação celular. Surgem pela decorrência de anomalia da célula primordial ou indiferenciada (stem-cell) da medula óssea. O clone anômalo de maneira lenta e progressiva infiltra o parênquima medular, em detrimento da proliferação das células normais. Elas podem ser às custas de neutrófilos (L. neutrofílica crônica – a mais comum), às custas de eosinófilos (L. eosinofílica crônica), e outras mais raras.
Etiopatogenia: A causa primária da LMC talvez seja um aumento das células indiferenciadas comprometidas com a granulocitopoese. A falha na resposta das células jovens aos fatores reguladores da granulocitopoese pode explicar esse aumento. A biologia molecular demonstra a translocação recíproca entre partes dos cromossomos 9 e 22. Isso origina cromossomos atípicos, o cromossomo 9q+ e o 22q-, denominado cromossomo Ph1 (filadélfia), presente em mais de 90% das LMC. Esta alteração determina o aparecimento no paciente de uma proteína com atividade de tirosinaquinase tipo P210. Esse rearranjo de DNA na região bcr estaria ligado à maior capacidade proliferativa dos granulócitos da LMC. Esse processo ocorre de forma lenta, sendo necessário vários anos para que a LMC se manifeste. As mutações de outros genes (p53, RB) ocorrem em número cada vez maior de stem-cells à medida que a doença progride, depois de alguns anos ela se modifica deixando as características de cronicidade. É a transformação da LMC em LMC agudizada, Com o aumento de células blásticas, os precursores granulocíticos invadem órgãos não-hemopoéticos.
Epidemiologia: A LMC incide preferencialmente entre os 40 e 50 anos de idade, com ligeiro predomínio sobre o sexo masculino e nos indivíduos brancos. Sua incidência é rara antes dos 20 anos e quando ocorre tem evolução clínica mais severa, com quadro de hemorragia, e costumam ser Ph1 negativo.
Diagnóstico Clínico: Evolui de forma lenta, porém progressiva. Geralmente o diagnóstico ocorre um ano após o início da doença. 
Os pacientes referem:
fraqueza progressiva
aumento do baço (esplenomegalia).
raramente adenopatia 
aumento do fígado (hepatomegalia).
	São descritas 3 fases clínicas da LMC:
Fase crônica: 3 a 5 anos.
Fase acelerada: Na qual a doença torna-se refretária ao tratamento.
Fase de agudização ou crise blástica: A anemia se intensifica, com quadro hemorrágico.Os blastos surgem em grande número. Costuma ser rápida e fatal. Pode ocorrer a forma linfóide de transformação blástica.
Diagnóstico laboratorial: Hemograma mostra leucocitose variável, sendo a maioria do tipo maduro. Há desvio à esquerda até blastos, de modo não escalonado. A anemia pode ser discreta ou acentuada. No início as plaquetas estão normais ou aumentadas, depois tendem baixar. Ocorre basocitose e esosinofilia.
Mielograma: Ocorre hipercelularidade acentuada, com aumento dos precursores granulocíticos. Há marcado aumento da plaquetogênese. Na fase acelerada nota-se parada de maturação na série branca, e na fase blástica há infiltração por blastos muito atípicos.
Reação citoquímica: A fosfatase alcalina se reduz ou desaparece do citoplasma dos neutrófilos.
Dosagens bioquímicas: o ácido úrico está aumentado, DHL, Vit. B12 e transcobalamina também.
Citogenética: O cromossomo Ph1 está em quase todas as LMC. (A PCR é 
importante para pesquisar P210 na doença residual). 
Prognóstico: Em 1981 foram definidos critérios de pior prognóstico:
Esplenomegalia (> 15 cm de rebordo costal).
Hepatomegalia (> 6 cm do rebordo costal).
Leucócitos no sangue superior a 100.000/mm3.
Células blásticas acima de 1%.
Plaquetas abaixo de 150.000/mm3
Plaquetas
superior a 500.000/mm3
Grupos: 
Grupo I: Presença de 0 a 1 fator acima.
Grupo II: Presença de 2 a 3 fatores acima.
Grupo III: Presença de 4 a 6 fatores acima.
Em 1984, surgiu um novo esquema, classificou quanto a outros ítens como: idade, sexo, tamanho do baço, regressão de variáveis múltiplas, hematócrito, número de plaquetas, etc.
de baixo risco. 
de risco intermediário.
de alto risco. 
Tratamento e evolução: Quimioterápicos que promovem a supressão (Busulfan, Hidroxiuréia, Interferons. Na crise blástica (blasto > de 30%) são utilizados esquemas quimioterápicos agressivos.
Transplante de medula óssea: É a forma mais promissora de cura da doença, principalmente logo após o diagnóstico.
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