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* Anemias Não Hemolíticas Prof. Dr. José Edson Paz da Silva Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas * ANEMIAS NÃO - HEMOLÍTICAS Por perda de Sangue - Aguda - Crônica Carências - Ferropriva - Megaloblástica - Perniciosa - Deficiência de ácido Fólico Def. Eritropoese - Anemia Aplástica - Anemia Sideroblástica - Disqueratose congênita - Síndromes Mielodisplásicas * Anemia Por Perda De Sangue A) Anemia Aguda Pós-Hemorrágica: O Sangue pode ser perdido através do trato gastrintestinal (úlceras) ou em um espaço tecidual ou em alguma cavidade do corpo. Ocorre grande perda de sangue em curto espaço de tempo. * Quadro hematológico: · Movimento de líquido dentro da circulação; · Queda transitória na contagem de plaquetas, que em 1 hora pode aumentar a níveis elevados; · Leucocitose neutrófila moderada com D.E. – 10.000 à 35.000/l em 2 – 5 h. · A Hb e o Ht caem lentamente; · Anemia inicialmente é normocítica e normocrômica, com VCM e CHCM normais e mínima aniso e poiquilocitose; Os reticulócitos começam a entrar na circulação em 3 – 5 dias, atingindo um máximo em 10 dias. Durante este período aparece macrocitose transitória * Anemia Crônica Pós-Hemorrágica: O sangue foi perdido em pequenas quantidades em um período de tempo longo; estão ausentes tanto as manifestações clínicas e hematológicas que caracterizam a anemia pós-hemorrágica. * Quadro hematológico: · Reticulócitos normais ou ligeiramente aumentados; · Plaquetas estão comumente aumentados, somente diminuem com a deficiência de ferro; · Anemia inicialmente é normocítica e normocrômica, as hemácias recém formados tornam-se gradualmente microcíticas e hipocrônicas; · A contagem de leucócitos está normal ou ligeiramente diminuída, devido a neutropenia. As causas mais comuns são: tumores no TGI, menstruações abundantes, parasitas intestinais, perdas de sangue pelas mucosas. * ANEMIAS CARÊNCIAIS Podem ser causadas por deficiência de produção, defeito de maturação, ou de ambos. Podem ser por: - deficiência de ferro. - deficiência de vitamina B 12 - deficiência de ácido fólico. * Anemia Ferropriva O Ferro (Fe) participa de vários processos oxidativos celulares até o transporte do Oxigênio nos tecidos. É constituinte das cromoproteínas carreadoras de Oxigênio, Hemoglobina e mioglobina, assim como de várias enzimas (citocromo oxidase, xantina, peroxidase e catalase). O restante do ferro está presente no NADH, nas formas de armazenagem (FERRITINA) e de transporte (TRANSFERRINA) de ferro. * A homeostase do ferro é controlada pela sua absorção. Necessidades diárias: Adulto: 0,5 – 1,0 mg/dia. Mulher idade fértil: 1,5 mg/dia. Fontes: Alimentos como: vísceras, fígado, rins, baço e coração. Etiopatogenia: - perdas menstruais (menometrorragias); - perdas digestivas; - perdas cutâneas; - perdas urinárias; - paciente gastrectomizado. * Absorção: Uma pequena quantidade de ferro é absorvida no estômago, a maior absorção ocorre no duodeno e jejuno. O ferro para ser absorvido deve estar na forma reduzida (Fe++), o que é facilitado pelo pH ácido do estômago, substância redutora e ácido ascórbico. * Transporte: O ferro é solubilisado por quelação à substâncias endógenas de baixo P.M., e o transporte do ferro através da célula efetua-se por quelação à aminoácidos. A maior parte do ferro absorvido liga-se a proteína plasmática, a TRANSFERRINA, para transporte no plasma. A transferrina (siderofilina) é capaz de ligar-se a 2 átomos do íon Férrico. Esta proteína tem meia-vida de 10 dias. * Depósito: O Fe restante é retido dentro da célula, onde combina-se com a APOFERRITINA (P.M. = 460.000) para formar a FERRITINA. A ferritina também ocorre nas células parenquimatosas hepáticas e nas células RE da M.O., fígado e baço. Se a quantidade de APOFERRITINA for suficiente para fixar o ferro restante, ele é depositado nos tecidos como pequenos grânulos de óxidos de ferro, conhecidos como HEMOSSIDERINA. Aproximadamente 25 % do ferro do corpo na sua forma de armazenamento forma ferritina (forma simples) e HEMOSSINDERINA (forma mais complexa). * ERITROPOIESE COM DEFICIÊNCIA DE FERRO ANEMIA NORMOCÍTICA, NORMOCRÔNICA ANEMIA MICROCÍTICA, HIPOCRÔNICA OBS: Qualquer alteração nas fases do metabolismo do ferro anemia. * Quadro Clínico * Glossite * Quilose angular * Anemia ferropriva * Causas ? * Úlcera duodenal * Adenocarcinoma * Diagnóstico laboratorial: Hemograma Microcitose: inferior a 80 fL Hemoglobina: menor que 12 g/dL nas mulheres e crianças e menor que 13 g/dL nos homens. Hipocromia Poiquilocitose RDW elevado (maior que 16) * Diagnóstico laboratorial: complementar Dosagens de Ferro Sérico Dosagem de Ferritina Capacidade Ferropéxica * Anemia megaloblástica Pela necessidade de duplicação repetida da massa cromossômica devido a contínua proliferação, as células da hematopoese são muito sensíveis a interferências na biossíntese dos ácidos nucléicos. Logo, a deficiência de vitamina B 12 ou de ácido fólico causam bloqueio na síntese de timidilato e, por extensão, de DNA. * Conseqüências da deficiente síntese de DNA As células da hematopoese respondem com crescimento e maturação assincrônicos entre núcleo e citoplasma, retardo mitótico e eventual inviabilidade celular (Failace, 2003). A granulopoese e a megacariocitopoese também estarão prejudicadas. * Neuropatia da deficiência de Vitamina B 12 A deficiência severa pode provocar uma neuropatia progressiva, afetando os nervos sensitivos periféricos e os cordões posterior e lateral da medula espinhal. Esta neuropatia é simétrica e afeta mais os membros inferiores que os posteriores. * Morfologia eritrocitária * Quadro clínico: Anemia megaloblástica (glossite) * Anemia megaloblástica: Quilose angular * Quadro laboratorial ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS: Eritrócitos: 1,16 a 3,10 M/uL Hemoglobina: 4,9 a 12 g/dL VCM: 114 a 144 fL RDW: 20 a 37 Em resumo, os hemogramas de pacientes com deficiência de vitamina B 12 ou de ácido fólico são semelhantes. * Dosagens bioquímicas Desidrogenase lática (DHL) sempre aumentada. Hiperbilirrubinemia indireta (por hemólise intra-medular). Homocisteína sérica (está aumentada). * Causas de deficiência de vitamina B 12 Carência nutricional. Gastrectomia total. Ressecção ampla do ìleo. Infestação por Diphyllobothryum latum. Exposição ao ácido nitroso. Todas essas causa são raras. A mais comum é a Anemia Perniciosa. * Anemia Megaloblástica: Eritrograma e histograma * Dificuldade adicional... Dificuldades existem também na diferenciação morfológica das síndromes mielodisplásicas e na eritroleucemia. * Diagnóstico diferencial A história clínica e os dados do paciente (idade, etc.) favorecem ao diagnóstico, porém as dosagens séricas de Vitamina B 12 (200 a 1.000 ng/L ou ainda 120 a 680 pmol/L) e de Ácido fólico (Folato sérico: 3 a 16 ng/dL ou ug/L) são sempre indicadas. * Observação importante: Em pacientes geriátricos deve-se solicitar dosagem sérica de Vitamina B 12 de rotina, pois a deficiência sub-clínica é comum e pode ser a responsável por problemas neurológicos e psiquiátricos graves, mesmo antes de causar anemia. * Anemia perniciosa Conceito: Quando a vitamina B 12 deixa de ser absorvia por falta de produção de fator intrínseco pela mucosa gástrica. A gastrite atrófica crônica é uma doença auto-imune, rara antes dos 40 anos de idade. Acomete mais as mulheres que os homens e correlaciona-se com outras doenças auto-imune. * Gastrite atrófica crônica * Freqüência do acometimento * Caso 1 * Caso 2 * Diagnóstico Teste de Schilling: Uma dose oral de Cianocobalamina marcada com cobalto radioativo . Medir a excreção urinária da vitamina. Na anemia perniciosa deve ser feita endoscopia para a confirmação da atrofia gástrica ( e exclusão de carcinoma gástrico). * Tratamento Cianocobalamina ou hidroxocobalamina intramuscular, mensalmente. A vitamina B12 deve ser administrada periodicamente como medida profilática, em pacientes gastrectomizados ou com ressecção do íleo. * Anemia Megaloblástica por deficiência de folato (folatopriva) Apresenta uma clínica muito semelhante aquela apresentada por deficiência de Vitamina B12. Exceção feita à degeneração do sistema nervoso periférico (neuropatia progressiva). * Causas da deficiência dos folatos Dieta carente. Alcoolismo. Gestação e lactação. Dermatites exfoliativas e psoríase. Anemias hemolíticas. Fármacos (metotrexato, raltitrexato, trimetoprima, fenobarbital, etc.). * Tratamento 5 a 10mg de ácido fólico por dia. O apetite torna-se voraz logo nos primeiros dias após o início do tratamento, com melhora clínica e hematológica de forma rápida. * Tratamento profilático O ácido fólico também pode ser administrado de forma profilática em pacientes em diálise crônica, com anemia hemolítica severa e com mielofibrose crônica, além de crianças prematuras.
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