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depredar um aparelho que está na no alto de um poste de luz) e por já estarem ligados a um ponto de força. A Cheetah pode prover acesso à Internet para consumidores cobrando pelo serviço. Em troca, a cidade poderá usar a rede para seu departamento de tráfego, com câmeras para ajudar a monitorar o trânsito da cidade. Mas o sistema está longe de ter apenas essa utilidade. Um acidente poderia ser filmado e sua localização passada para o carro de polícia mais próximo, que consegue ver o vídeo do local em tempo real en- quanto não chega. Ao aviso do acidente, o sistema pode fazer que os semáforos se ajustem e enviem mensagens para os sinais eletrônicos da região, alertando outros motoristas sobre o acidente e evitando mais problemas. na topologia mesh, cada ponto funciona como uma antena. 109 • O Marketing depois de amanhã109 • O Marketing depois de amanhã Um mundo conectado • 110 A rede mesh será de grande valia para sensores motes, como os usados na vinícola Pickberry. Famosa pela alta qualidade de seus vi- nhos Cabernet e Merlot, está usando sensores para controlar a umi- dade e temperatura do ar e do solo, além de ter mais informações sobre a condição do vento. Ligados em uma rede mesh, os sensores trazem um melhor controle sobre a irrigação, sombra e uso de pesti- cidas, garantindo a melhor colheita. rFid Usado pelos britânicos para distinguir aviões dos inimigos duran- te a Segunda Guerra Mundial, a identificação por radiofreqüência (RFID) não é uma novidade. Depois de todo esse tempo em uso, já passou pela desilusão de não funcionar muito bem e ser muito cara se comparada a outras soluções. Finalmente, depois que a tecnologia evoluiu bastante, podemos dizer que está muito mais barata e está chegando ao platô da produtividade (comentado na Introdução). Ela só voltou a ter muita visibilidade agora porque o Wal-Mart deci- diu obrigar seus 100 maiores fornecedores a implantar a tecnologia. A tecnologia pode ser implementada de várias maneiras, porém a mais comum é em forma de etiquetas, podendo ser adesivadas em caixas ou colocadas dentro de roupas. É muito mais fácil saber o que está entrando e saindo do seu estoque sem ter que ficar passando o leitor de código de barras a cada pacote. Isso porque, diferentemen- te dos leitores de códigos de barra tradicionais, a leitura via RFID não precisa ser feita diretamente. Além disso, existem outras duas diferenças fundamentais em relação ao código de barra. A primeira é que cada etiqueta pode conter uma informação diferente e única, sendo assim você pode identificar um único pacote do seu estoque. Por exemplo, se alguém for devolver uma peça de roupa que tiver uma etiqueta, a loja conseguirá identificar todo o histórico da mes- ma. A segunda diferença é que o RFID consegue armazenar mais dados, podendo guardar informações sobre o produto, fabricante, loja, estoque etc. 109 • O Marketing depois de amanhã109 • O Marketing depois de amanhã Um mundo conectado • 110 Os menores são os que não têm fonte de energia própria. Por não precisar de bateria e usar a própria energia das ondas de rádio que fazem sua leitura, é possível encontrar a tecnologia em tamanhos menores que um grão de areia. A Hitachi conseguiu produzir um com 0,15 mm2 e grossura de 7,5 microns, lembrando que uma folha de papel tem cerca de 100 microns de grossura. Chamado de Mu- Chip, ele armazena até 128 bits de dados e, pelo seu tamanho redu- zido, pode ser usado até mesmo em cédulas de dinheiro. Bom, desse tamanho, ele pode ser usado até como capacete de pulga. o ponto preto no meio da antena de cobre é o chip rFid. A pulga foi piada, mas funcionando para localizar e autenticar qualquer tipo de coisa, entre pessoas, animais, remédios, bagagens, pacotes, roupas etc., o RFID pode ser usado em uma infinidade de aplicações, até às mais esdrúxulas. O Mu-Chip foi escolhido pela Itochu Corp e a Universidade de Kioto para controlar a distribuição de sêmen congelado de gado. Mas a identificação por radiofreqüência pode ir além, pois, com o sistema interligado a bases de dados, é possível fazer bastante coi- 111 • O Marketing depois de amanhã111 • O Marketing depois de amanhã Um mundo conectado • 112 sa. Aquele iogurte que você se arrependeu de pegar e por preguiça largou no meio da seção de refrigerantes poderá ser localizado fa- cilmente e retornar ao seu lugar de origem. O mesmo com o último CD de sua cantora preferida que o vendedor não foi capaz de achar na prateleira correta. Na GAP, a média de consumidores que dei- xam a loja sem achar o que queriam era de 15%. Um teste realizado durante três meses, em 2001, usando RFID ajudou a loja a manter estoque dos produtos mais populares e reduziu este número para menos de 1%64. As prateleiras inteligentes podem oferecer promoções, descontos e vendas cruzadas e personalizadas. O cliente comprou salsicha e está na prateleira de temperos, por que não oferecer maionese para ele nesse momento? Esta facilidade para localizar produtos e consumidores poderá servir para criar programas de milhagem ou incentivo. É o que está fazendo o Hard Rock Hotel Casino, que instalou RFID nas fichas e nas mesas de jogo para classificar o jogador em programas de incen- tivo e premiá-lo com estadias e refeições. O benefício pode vir de outras maneiras, o cassino Steve Wynn está usando o RFID também para detectar fichas falsas. Mais interessante que seguir fichas é usar câmeras de filmar, cestas e carrinhos equipados com RFID para seguir consumido- res. Câmeras já são usadas em protótipos de casas inteligentes que cuidam de idosos. Elas localizam a posição do morador em tempo real, ajudando a definir padrões de comportamento e até prever se o idoso sofreu uma queda. Alguns desenvolvedores de jogos para computador usam pro gramas para analisar por onde os jogadores andaram em testes durante a fase de desenvolvimento, sendo que o objetivo é descobrir as melhores partes do ambiente virtual para esconder objetos, tesouros e armas. Agora este tipo de sistema será usado para beneficiar lojas e supermercados para seguir e analisar consumidores. 64 Fonte: The New York Times, fevereiro de 2003. 111 • O Marketing depois de amanhã111 • O Marketing depois de amanhã Um mundo conectado • 112 Nessas lojas, é possível gravar os caminhos percorridos pelos con- sumidores, descobrindo quanto tempo eles ficam em determinado local, quais os pontos mais visitados, quanto tempo ficam em conta- to com funcionários, quanto tempo demoram na fila do caixa, qual o fluxo mais comum do tráfego e outras informações interessantes. Uma pesquisa realizada pela empresa Sorensen Associates, proprie- tária da tecnologia PathTracker, demonstra que consumidores ten- dem a fazer compras no sentido anti-horário e andar mais rápido quando se aproximam do caixa. Estabelecendo padrões e definindo agrupamentos de perfis de consumidores, a loja pode posicionar me- lhor promoções e displays ou mudar a diagramação para melhorar o resultado de vendas. A construtora inglesa David Wilson Homes foi outra que não esperou a tecnologia cair no comum, lançando um projeto chamado LIFE House. Com o propósito de descobrir como a família utiliza sua casa para ajudar no projeto de novos lares, cada membro da fa- mília escolhida vai usar um bracelete equipado com RFID durante seis meses. Perguntas como se a família costuma jantar na sala de TV, se nas festas se aglomeram no jardim ou na cozinha e se usam a banheira serão respondidas neste estudo. O interesse por esses da- dos não é meramente social, sabendo onde eles andam, permanecem e como utilizam cada cômodo da casa, mas o objetivo central é que a construtora quer descobrir como priorizar cada espaço na constru- ção do futuro. Para o consumidor, usar RFID em produtos pode agradar bas- tante se ele perceber alguma vantagem,