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01/04/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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A propriedade industrial é a divisão do direito empresarial que protege os
interesses dos inventores, designers e empresários em relação às suas invenções,
modelo de utilidade, desenho industrial, marcas e concorrência desleal.
Seu surgimento se deu na Inglaterra, em 1623, com a edição do Statute of
Monopolies, onde pela primeira vez prestigiou as inovações técnicas, utensílios e
ferramentas de produção.
Momento de imensa importância foi a criação, em 1883, da União de Paris,
convenção internacional do qual o Brasil é participante desde o início. Teve sua
vigência iniciada em 07/07/1883 – Convenção da União de Paris, CUP. Seu
principal objetivo é determinar os princípios da disciplina da propriedade
industrial.
 
Bases da propriedade industrial no Brasil
A propriedade industrial está protegida pela norma constitucional, artigo 5º, inciso
XXIX, além da Lei n. 9276/96, onde prevê como integrantes da propriedade
industrial: a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca.
Além disso determina os direitos de exploração exclusiva de referidas
propriedades industrias:
Patentes (carta-patente): invenção e modelo de utilidade;
Registro (certificado): desenho industrial e a marca.
A concessão da patente ou do registro (certificado) fica a cargo de uma autarquia
federal: Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI.
É uma autarquia federal criada em 1970, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsável pelo
aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro e garantia de
direitos de propriedade intelectual para a indústria.
 
Propriedade Intelectual
Os bens sujeitos à tutela jurídica da propriedade industrial integram o
estabelecimento empresarial, nos chamados bens imateriais da
propriedade do empresário.
Ocorre que, esses bens imateriais fazem parte da chamada propriedade
intelectual, sendo dividida em: direitos autorais e propriedade industrial. Tal nome
se deve a sua imaterialidade e à origem comum, isto é, exercício de aptidões de
criatividade pelos titulares dos respectivos direitos.
Existem grandes diferenças nos efeitos jurídicos entre a propriedade industrial e a
propriedade autoral, capazes de criar sérios problemas na condução ou resolução
de litígios na prática.
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Em relação à origem do direito industrial podemos dizer: 
- A exclusividade na exploração dos bens do direito industrial ocorrerá após a
expedição da patente ou do certificado de registro do INPI. Assim, o ato
administrativo que garante esse direito é de natureza constitutiva.
- Quem pedir a patente ou registro em primeiro lugar terá o direito de
exclusividade, não interessando saber quem foi o inventor.
 
Quanto à origem do direito autoral:
- O direito de exclusividade decorre do ato de criação da obra científica, artística,
literária ou de programa de computador. Os criados do direito autoral devem
registrar suas obras, mas esse registro não tem natureza constitutiva, mas
servem apenas para à prova de anterioridade da criação.
 
Quanto à extensão da tutela.
- No direito industrial protege a forma exterior do objeto e também a própria ideia
inventiva. Já no caso, do direito autoral protege a forma exterior da criação,
proibindo-se os plágios, mas não a ideia.
 
Patente
Documento que prova o direito de uso de exploração exclusiva da invenção ou do
modelo de utilidade. Os requisitos para a concessão do direito industrial de
patenteabilidade: novidade, atividade inventiva, industriabilidade,
desimpedimento (licitude).
Modelos de utilidade trata-se de uma inovação em equipamento ou produto já
existe e não protegido por patente, podemos dizer que um aperfeiçoamento da
invenção original.
 
Novidade
Uma invenção será considerada nova quando não compreendida do estado da
técnica, quando for desconhecida pelos pesquisadores especializados. Estado da
técnica: compreende todos os conhecimentos difundidos no meio científico,
acessível a qualquer pessoa, e todos os reivindicados regularmente por um
inventor, por meio de depósito de patente, mesmo ainda não tornado público.
Nem todas as formas de divulgação comprometem a novidade do invento, como:
publicação da invenção em congressos ou revistas científicas, nos 12 meses
anteriores ao depósito da patente; divulgação em razão de fraude, nos 12 meses
anteriores ao depósito da patente e divulgação do invento por pessoa não
autorizada, nos 12 meses anteriores ao depósito da patente. Esse período de 12
(doze) meses é chamado de “período de graça”.
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Importante ressaltar que o depósito feito no exterior nos 12 (doze) meses
contados do pedido já realizados no território nacional, o titular poderá solicitar o
reconhecimento da prioridade a invenção. Tal proteção decorre do acordo
internacional assinado pelo Brasil – Tratado da União de Paris.
 
Atividade inventiva
Para ser considerada uma invenção, esta não poderá ser decorrente do estado da
técnica de um modo óbvio, para um especialista. Não poderá derivar de forma
simples dos conhecimentos nele reunidos, devendo a invenção ser resultado de
um verdadeiro engenho.
 
Industriabilidade
Representa a possibilidade de utilização ou produção do invento, por qualquer tipo
de indústria, ou seja, para a atividade produtiva (art. 15, Lei n. 9.279/96).
As invenção muitas avançadas ou mesmo inúteis não são patenteáveis. Se o
pedido da patente descreve objeto cuja industrialização depende de outras
invenções ainda inexistentes, embora previsíveis, falta-lhe o requisito da
industriabilidade.
 
Desimpedimento
Existem situações que as invenções não recebem as patentes por ordem pública,
são três (art. 18, Lei n. 9.279/96):
As invenções contrárias à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem
e a saúde públicas;
Substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos resultantes de
transformação do núcleo atômico;
Seres vivos ou parte deles.
A patente é um bem que poderá ser cedido pelo seu proprietário à terceiros, mas
referida cessão deverá ser averbada no INPI para que produza efeitos legais para
terceiros.
A cessão poderá ser parcial ou total, isto é, poderá existir um condomínio a
patente, pois esta é indivisível.
Ocorre que, pode existir as chamadas licenças compulsórias (artigos 68 a 75), ou
seja, situações que obrigatoriamente terceiros terão os privilégios de explorarem
as invenções. Essas licenças compulsórias podem ocorrer:
Abuso dos direitos de patente ou práticas de abuso de poder econômico por
meio dela;
Não exploração de patente no território brasileiro;
Quando a comercialização não satisfaz as necessidade do mercado;
Em caso da patente ficar dependente de outra;
Casos de emergência nacional ou interesse público.
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Patentes decorrentes de contrato de trabalho
Em razão do aperfeiçoamento e desenvolvimento das relações empregatícias, o
problema da invenção durante um contrato de trabalho é muito comum, gerando
grandes conflitos de interesses no mercado atual. Dessa forma, importante que os
contratos de trabalhos venham com cláusulas claras e específicas, apontando
quais são os direitos do trabalhador, caso seja constituída uma invenção durante a
sua prestação de labor.
A Lei de propriedade industrial determinaque a invenção será da empresa se a
mesma é obtida na empresa, ou seja, em razão dos serviços específicos
contratados, não ocorrendo a individualização do inventor.
O invento será o empregado se for desenvolvida pelo empregado de forma
individual, desde que tenha ocorrido de forma desvinculada do contrato de
trabalho e não de vínculo do mesmo. Não poderá haver utilização de recursos,
dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador.
Por fim, o invento será comum ou misto, quando desenvolvido pelo empregado,
de forma desvinculada do contrato de trabalho, mas com utilização de recursos,
dados, equipamentos, meios materiais ou instalações do empregador.
 
Extinção da patente
A extinção da patente ocorre regularmente com o decurso do prazo de sua
vigência que será:
20 anos para invenção;
15 anos para modelo de utilidade.
Mas, a extinção também poderá ocorrer com a renúncia expressa de seu titular,
além da caducidade ou perda da eficácia da concessão deferida, pela falta de
pagamento da retribuição anual, pela não constituição de procurador qualificado
residente no Brasil e pela nulidade da concessão do privilégio, caso esteja em
desacordo com as disposições da Lei de Propriedade Industrial.
 
Marcas
A previsão legal de proteção das marcas está nos artigos 121 a 164 da Lei n.
9.279/96.
Significa um sinal aposto a um produto, uma mercadoria, ou o indicativo de um
serviço, destinado a diferenciá-lo dos demais. Ex: omo, minerva, sorriso, cheque
ouro, etc.
As principais funções das marcas são:
Função distintiva, ou seja, ela distingue um produto ou serviço de outros da
mesma categoria; capacidade de individualização do produto;
Função de indicação de procedência: indica ao consumidor a origem do
produto ou serviço, não necessariamente com a indicação concreta do seu
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Para os empresários as marcas servem como meios de atrair clientela, mas
também para os consumidores resguardam seus interesses em relação à
qualidade ou proveniência, ou seja, a marca é um referencial para os
consumidores fazerem suas escolhas.
 
Classificação das marcas
Marcas de produto ou de serviço: Essas marcas servem especificamente para
distinguir produtos ou serviços de outros congêneres de origem diversa. Ex. coca-
cola, Brastemp, etc.
Marcas de certificação: Servem para atestar a qualidade do produto ou serviço,
atribuído por institutos técnico. Ex. ABIC, ISO, etc.
Marca coletiva: É a marca que possui como principal função garantir a qualidade,
origem e natureza certa de certos produtos ou serviços de membros de uma
determinada entidade. Ex. cooperativa agropecuária de Boa Esperança, etc.
Marca de alto renome: Trata-se de uma marca que possui alto grau de
conhecimento junto ao público em geral, inspirando confiança e exercendo grande
força atrativa. A proteção se estende a todos os ramos econômicos, desde que
haja um registro no país, especificamente com essa conotação de alto
renome. Essa espécie de marca é uma exceção ao princípio da especialidade, ou
seja, as marcas não são protegidas apenas em suas atividades empresariais, mas
em todas as atividades.Ex. Pirelli, Kibon, Natura, Banco do Brasil, Coral, etc.
Marca notoriamente conhecidas: São as marcas que detêm prestígio restrito nos
seguimento do público consumidor relacionado ao produto que elas assinalam. É
considerada famosa apenas no seu segmento mercadológico, dentro do seu ramo
de atuação. Sua proteção independe do registro no país, excepcionando o
princípio da territorialidade, embasado na vedação do enriquecimento sem causa,
impedindo que pessoas de má-fé se aproveitem da fama internacional de
determinadas marcas ainda não registradas no país.
 
Requisitos para registro de uma marca
Para a realização do registro de uma marca no INPI, será necessário demonstrar o
preenchimento dos seguintes requisitos:
Capacidade distintiva: deverá ter capacidade de diferenciar o produto ou
serviço de outro;
Novidade: deve-se ser nova, mas não precisa ser criada pelo empresário,
tem que ser capaz de diferenciar o produto ou serviço do produto ou serviços
dos concorrentes. Não é necessário que o requerente tenha criado o sinal,
em sua expressão linguística, mas que lhe dê, ou ao signo não linguístico
escolha, uma nova utilização;
Desimpedimento: o artigo 124 indica várias proibições para o registro das
marcas, dessa forma para que a marca possa ser registrada ela não poderá
incorrer em nenhum dos impedimentos previstos na legislação.
 
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Extinção do registro
Conforme estabelece ao artigo 142 da LPI, o registro de marca é extinto pela
expiração do prazo de vigência, renúncia total ou parcial, caducidade ou
inobservância do disposto no artigo 217 do mesmo diploma legal.
A expiração do prazo de vigência da marca ocorrerá após 10 anos de uso, mas o
seu titular tem o direito de requerer a prorrogação por mais 10 anos, quantas
vezes quiser, devendo fazê-lo ao longo do último ano de vigência da mesma.
 
Desenho Industrial
O desenho industrial será protegido por intermédio da emissão de um registro
pelo INPI, tendo como principal objetivo garantir ao titular do registro a
exclusividade na exploração dos aspectos ornamentais de um objeto.
Isso pode ocorrer quando for criado um novo formato de um relógio, brinquedo,
veículo, caneta, bolsa, etc.
Uma vez concedida pelo Estado, o registro do desenho industrial é válido em todo
território nacional e dá ao titular o direito durante todo o prazo de vigência, de
excluir terceiros de fabricar, comercializar, importar, usar ou vender a matéria
protegida sem sua prévia autorização.
O prazo de vigência da proteção do desenho industrial é de dez anos, contados da
data de depósito, prorrogáveis por mais três períodos sucessivos de cinco anos.
 
Requisitos para o registro
Existem três requisitos essenciais que devem ser observados para a realização do
registro do desenho industrial, que são:
Novidade: é necessário que o desenho industrial não esteja compreendido no
estado da técnica, que é constituído por tudo aquilo que se tornou acessível
ao público em qualquer meio antes da data de depósito no Brasil ou no
exterior;
Originalidade: o desenho é considerado original quando resulta de uma
configuração visual distintiva em relação a outros objetos conhecidos;
Servir de tipo de fabricação industrial: o objeto deve poder ser reproduzido
industrialmente, em todos os seus detalhes. No Brasil, não são protegidas
partes de um objeto que não sejam objetos independentes.
 
Práticas de concorrência desleal
Concorrência desleal é qualquer ato de concorrência que seja contrária às práticas
honestas em matéria comercial ou industrial. As regras em matéria de
concorrência estão previstas nos artigo 195 da Lei de propriedade industrial, que
estabelece como prática de concorrência desleal:
 I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de
concorrente, com o fim de obter vantagem;
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 II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de
obter vantagem;
 III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio,
clientela de outrem;
 IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a
criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos;
 V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou
insígnia alheios ou vende, expõe ou ofereceà venda ou tem em estoque produto
com essas referências;
 VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem,
o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento;
 VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não
obteve;
 VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de
outrem, produto adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com
produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não
constitui crime mais grave;
 IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente,
para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;
 X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou
recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a
concorrente do empregador;
 XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos,
informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou
prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou
que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teve acesso mediante
relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato;
 XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou
informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que
teve acesso mediante fraude; ou
 XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de
patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o
seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou
patenteado, ou registrado, sem o ser;
 XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes
ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e
que tenham sido apresentados a entidades governamentais como condição para
aprovar a comercialização de produtos.

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