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Direito Penal - Parte Especial Maringá, 07 de fevereiro de 2018 Objetividade Jurídica Obs: Objeto Jurídico ≠ Objeto Material Objeto Jurídico é o Bem Jurídico que o Estado visa proteger. Exemplos: A preservação da vida, propriedade, dignidade sexual... Objeto Material aquilo que recaí sobre a ação delituosa. Situação 1: Furto - “Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel” Furtanildo furta o celular de Jussara. Objeto Jurídico: Patrimônio Objeto Material: Celular Situação 2: Homicídio - “Art. 121. Matar alguém” Homicídio atira e mata Mortilda Objeto Jurídico: Vida Objeto Material: A vida de Mortilda No Código Penal, parte especial, os delitos estão organizados de acordo com o Objeto Jurídico/Bem Jurídico. Sujeito do Delito Ativo: Aquele(s) que o pratica. Agente. Passivo: Aquele que sofre sofre com a ação do Sujeito Ativo sobre seu bem jurídico. Crime Próprio: Aquele que exige condição especial do Agente para praticá-lo Exemplo: Peculato - Sujeito Ativo/Agente: Servidor Público Crime Comum: Não exige condição especial do Sujeito Ativo/Agente para praticá-lo. Tipo Objetivo Elementos Objetivos: Descritivos: São aqueles elementos apreensíveis ao senso comum das pessoas, e não exigem juízo de valor. Exemplo: Homicídio de uma mulher com uma arma. Homicídio - tirar a vida de alguém, de quem? de uma mulher - pessoa do sexo feminino. Normativos: Demandam juízo de valor, conhecimento expressivos e específicos. Exemplo: Infanticídio Estado Puerperal: Circunstância psicológica de qualidade de mães que passaram por processo de parto recentemente. É a circunstância pessoal do crime de infanticídio. Elementos Subjetivos Tipo Subjetivo (ânimo/vontade) Dolo (Elemento Subjetivo Geral) Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia Outros elementos específicos: Dolo Específico Especial: fins de agir Importa a finalidade do Sujeito Ativo/Agente Exemplos: Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate Finalidade: Obter dinheiro Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa Finalidade: Privar o Agente Passivo/Vítima da liberdade. Consumação e Tentativa “Iter Criminis” (Caminho do crime) Cogitação - Fase interna, dos pensamentos (Nunca é punido) Preparação - (Pune se for um crime autônomo) Execução Consumação Exaurimento Tipos Derivados Privilegiados Qualificadoras Confronto Verificação para saber em qual delito se encaixa, pois vários crimes são “parecidos” Homicídio: Art. 121. Matar alguém Infanticídio: Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após Art. 121. Matar alguem § 3º Se o homicídio é culposo Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor (CTB) Ação Penal Pública Condicionada (Exige representação) - O Ministério Público está condicionado a representação da vítima no prazo de 6 meses. Incondicionada - O Ministério Público está sujeito a qualquer condição. Exemplo: homicídio, furto, roubo, peculato, corrupção. Privada (Queixa “crime) Privada Exclusiva → é a ação penal dos crimes contra a honra. O titular dessa ação não é o MP, mas a vítima, que deve contratar advogado e oferecer queixa-crime no prazo de 6 meses. *Calúnia: imputar falsamente crime à alguém. *Difamação: imputar falso desonroso à alguém publicamente. *Injúria: ofender a intimidade de alguém. Obs: Essa ação admite, no caso de morte da vítima, a sucessão processual pelo CCADI (Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente e irmão). Maringá, 19 de março de 2018 Homicídio Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Morte: Encefálica Fazer a atividade encefálica cessar Exemplo: Atirar na cabeça de alguém. Vítima levada ao hospital, suas atividades encefálicas cessaram, no entanto, o coração ainda pulsa. Caracteriza Homicídio, se o dolo foi esse. O crime foi consumado. Objetividade Jurídica Proteção à tutela da vida humana Sujeitos do Delito Ativo: “Qualquer pessoa imputável” Passivo: “Qualquer pessoa natural” que tenha vida extrauterina. Tipo Objetivo Matar Alguém Pode ser cometido por qualquer meio (direto ou indireto) Exemplo: Trazer pessoa para um covil de leões Exemplo: Deixar o carro na linha do trem Por ação ação ou omissão Necessita de exame de corpo de delito Erro sobre a pessoa (Artigo 20, § 3º) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Tipo Subjetivo Dolo (“Animus Necandi”) O dolo do sujeito ativo é muito importante para caracterizar o delito. Tão importante quanto a conduta, é o ânimo do agente. Consumação e Tentativa Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Tentativa “branca/incruenta” - a vítima não sofre ferimentos. Não há derramamento de sangue A tentativa incruenta ou branca acontece quando é aquela na qual a vítima não chega a ser fisicamente atingida, ou seja, quando ela fica incólume. Tentativa “vermelha/incruenta” - a vítima sofre lesões, sendo certo que porém o crime não chega a ser consumado. Ação Penal Competência: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXVIII - e reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Excludentes de Ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Concurso de Agentes Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Concurso Material - mais de uma ação, soma-se às penas. Havendo concurso material, a forma de aplicação das penas será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos diversos crimes são somadas umas as outras, não havendo benefício ao agente. Desta forma, o agente que mediante duas condutas, cometeu o crime de furto simples e recebeu pena de quatro anos de reclusão, e um homicídio qualificado, tendo recebido pena de doze anos de reclusão, terá as penas destes crimes somadas para questões de cumprimento. Concurso Formal - uma só ação ou omissão, aplica-se somente a pena mais grave, aumentada de um sexto (⅙) a metade (½). Maringá,21 de fevereiro de 2018 Homicídio Privilegiado Art. 121. Matar alguém: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. É tipo derivado, não é crime autônomo Redução de Pena: Obrigatória ou Facultativa? Não é facultativo, o juiz deve reduzir a pena de ⅙ a ⅓ Espécies: Relevante valor social - São os valores de convívio, coletivos, externos ao agente. Exemplo: Matar o traidor da pátria; matar quem destruiu importante obra que retrata a história do país, que é símbolo para o povo. Relevante valor moral - são os valores morais escolhidos pelo agente. São seus valores íntimos e pessoais. (Família, Trabalho, Fé) Exemplo: Matar quem ofendeu verbalmente sua mãe. Exemplo: Pai que matou o estuprador de sua filha. Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima Paixão - motivação/sentimento previamente existente. Não é momentâneo Exemplo: Matar por ciúmes Emoção - estado de espírito momentâneo. (Contente; Irritado) Exemplo: (A) compra um carro novo, porém ainda não contratou um seguro. Ao sair de casa, (B) bate em seu carro. Você fica desnorteado, pois ainda nem terminou de pagar o carro. (B) começa o xingar. Logo você se irrita. Violenta Emoção: Transtorno de Espírito, faz com que o agente não pense em sua conduta. Exemplo: (A) está sepultando seu pai, (B) é desafeto de seu pai e aparece no velório xingando o falecido, ofendendo sua honra. (A) sob violenta emoção, pela morte do pai, junto às ofensas à ele, acaba indo para cima de (B) o matando. Tem de haver razoabilidade jurídica. Não um determinado tempo, deve ser instantâneo. Confronto: (Artigo, 65, inciso III, alínea c - Atenuante genérica) Fala sob DOMÍNIO e não INFLUÊNCIA Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Homicídio Privilegiado e concurso de agentes Concorre com as qualificadoras objetivas Subjetivas não se comunica Homicídio Qualificado O contexto em que o crime foi praticado enseja em maior reprovabilidade do Estado. A Qualificadoras são circunstâncias explicitadas em lei, não são discricionárias. Art. 121. Matar alguém: Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; É crime hediondo (Lei 8.072/90, artigo 1º, inciso 1) Entende-se por crimes hediondos aqueles merecem maior reprovação por parte do Estado e da sociedade. Premeditação não é qualificadora nem agravante Agravantes genéricas do Artigo 61, inciso II, a, b, c e d são qualificadoras no homicídio Quando não constituem ou qualificam o crime, não se pune o réu pelo mesmo motivo. (No homicídio qualificado não se aplica as agravantes) Injusta Provocação: Não há amparo da Lei Contrário ao direito Exemplo: Palmeirense que xinga Corinthiano. Corinthiano se irrita e mata Palmeirense. Causa de Diminuição de Penal Atenuante Genérica Fração 2ª fase - analisar Trifásico: 1ª Fase - Pena Base: Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 2ª Fase - Atenuantes e Agravantes: Artigos 65, 66, 62, 61 3º Fase - Causas de aumento ou diminuição (⅙ a ⅓) Se o crime é hediondo, tem direito à progressão de pena (regime fechado para semi-aberto) cumprido ⅖, seprimário, ⅗, se reincidente. Motivo Torpe: causa indignação, repugnante, vil, maldoso. Exemplo: Inveja; Cobiça; Matar avô para ficar com herança. Motivo Fútil: Banal, insignificante, desprezível, infímo. Exemplo: Matou a vítima, porque a esposa deixou queimar o arroz. Exemplo: Matar alguém por vítima de R$ 2,00. Não é a mesma coisa que homicídio gratuito - sem motivo algum. (Não é uma qualificadora) Paga: Não necessariamente devem ser valores econômicos. Deve existir uma busca por vantagem/recompensa. Exemplo: Matador de aluguel; Exemplo: Mulher quer matar marido, mas não tem direito. Então oferece valores sexuais com um “matador”, em troca dele matar seu marido. É aplicada a qualificadora a quem recebe o pagamento, segundo a doutrina majoritária. Maringá, 28 de fevereiro de 2018 Homicídio Qualificado Art. 121. Matar alguém: Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Concurso de Qualificadoras: Apenamento É possível existir homicídio qualificado Artigo 121, § 2ª, e privilegiados § 1º? Depende Exemplo: Parente doente - Eutanásia - Emprego de veneno (caráter objetivo) Se sim, é crime hediondo? Não, pouca reprovabilidade. Só pode coexistir com qualificadora objetiva (inciso III e IV) Com qualificadora subjetiva não pode. Maringá, 05 de março de 2018 Crime Culposo Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Dever de cuidado objetivo Previsibilidade Objetiva (“homo medius”) Exemplo: Dirigir ao celular é previsível que vai se distrair e causar acidente. Requisitos do crime culposo: Conduta (violadora do dever de cuidado objetivo) Resultado Danoso (morte, lesão corporal, perigo, etc) Nexo Causal Tipicidade: Art. 18 - Diz-se o crime: Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente Artigo 121, § 3º - Tipo Penal Aberto Art. 121. Matar alguém: § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena “ Configurar-se o Homicídio Culposo quando o sujeito realiza uma ação voluntária com violação do dever de cuidado objetivo a todos imposto, por imprudência, negligência ou imperícia, e assim produz um resultado naturalístico (morte) involuntário, não previsto e nem querido, mas objetivamente previsível, que podia, com a devida atenção, ser evitado. (Cleber Masson) Culpa (Negligência, Imprudência ou Imperícia) é ≠ Culpabilidade Culpa: Stricto Sensu Culpabilidade: Juízo de reprovação ao autor da conduta ilícita, que podia e devia agir de forma diferente Típico (tipo) Dolo - (elemento subjetivo) Culpa - (elemento objetivo normativo) Imprudência - culpa/conduta positiva (ato de fazer) que a cautela manda não fazer Negligência - (culpa negativa) deixar de fazer algo que a cautela manda não fazer Imperícia - culpa profissional, falta de habilidade de “profissional”. Finalista - Finalidade na ação Nos crimes culposos a finalidade é exercida para ação ilícita prevista. Liame Subjetivo - adesão ao propósito de outro. Resultado naturalístico: causa alteração no mundo exterior Maringá, 12 de março de 2018 Aborto Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outremlho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Definição Legal Art. 124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 125 Aborto provocado por terceiro Art. 126 Provocar aborto com o consentimento da gestante Objetividade Jurídica Tutela da vida humana intrauterina Sujeitos do Delito Ativo: Gestante, artigo 124; Terceiro Passivo: Vida intrauterina Auto Aborto - crime próprio Aborto provocado por terceiro - crime comum Tipo Objetivo Figuras típicas: Art. 124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 125 Aborto provocado por terceiro sem o consentimento do gestante Aborto provocado por terceiro com o consentimento do gestante qualquer meio idôneo pode provocar deve existir prova de vida do feito exige exame de corpo de delito Art. 126 Provocar aborto com o consentimento da gestante Tipo Subjetivo: Dolo Não há forma culposa Artigo 127 combinado com 125 ou 126 é crime preterdoloso Lesão grave ou morte, aumenta a pena em ⅓ ou duplica Crime Preterdoloso: Dolo no antecedente Culpa no consequente Consumação ou Tentativa É crime material - alteração no mundo exterior, tem resultado naturalístico. Ação Penal: Ação Penal Pública Incondicionada Pena Incide agravante de ser praticado x criança (elementar)? Não, pois é o próprio tipo penal, se não seria homicídio. Fim do lucro (agravante de motivo torpe) Descaracteriza o crime de aborto Risco de morte para a gestante Estupro, aborto com o consentimento ou representação Anencéfalo ou eugenia (má-formação) Exemplo: microcefalia Feto com doença grave Maringá, 19 de março de 2018 Lesão Corporal Definição Legal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Objetividade Jurídica Integridade física ou saúde Sujeitos do Delito Em regra é crime comum Exceções: Artigo 129, § 1º, IV; Artigo 129, § 2º, V, Artigo 129, § 9, Artigo 129, § 12 Tipo Subjetivo Compreende: Dano Corporal Dano a Saúde Lesão deve ser relevante Dor não é elemento essencial para caracterizar lesão corporal Várias lesões contra a mesma vítima Lesões Repetidas Prática Desportivas Intervenções Cirúrgicas Instigação de Inimputável Integridade Corporal: Bem jurídico disponível? Sim Excludentes de Ilicitude Estado de Necessidade, Legítima Defesa, Exercício Regular do Direito e Estrito Cumprimento do Dever Legal Excludente Supralegal: Consentimento da Ofendido Autolesão A autolesão não é crime (Princípio da Alteridade), pois não prejudica ninguém. Cirurgias de mudança de sexo Violência consentida durante ato sexual Se realizado entre quatro paredes. Em público não pode, caracteriza ato obsceno Piercings e tatuagens (Princípio da Adequação Social) Transplante de Órgãos Esterilização Laqueadura e Vasectomia, com o consentimento da vítima afasta ilicitude. Sem com consentimento da vítima caracteriza lesão corporal gravíssima, pois há perda ou inutilização da função reprodutora. Tipo Subjetivo: Dolo (“Animus Laedendi”) Diferença de tentativa de homicídio Há forma culposa (Artigo 129, § 6º) Consumação e Tentativa É crime material: se consuma com a ocorrência da alteração no mundo exterior, com o resultado naturalístico. Tentativa e distinção das vias de fato (dolo na agressão e não na lesão) Figuras Típicas Lesão Corporal - Leve (Artigo 129, “caput”) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. A lesão corporal leve é residual Crime Comum Não se pode consentir que pratique lesão grave ou gravíssima. Somente leve. Ação Penal Pública Condicionada Lesão Corporal - Grave (Artigo 129, § 1º) Ação Penal Pública Incondicionada Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. Incapacidade para ocupações habituais,por mais de trinta dias Ocupações habituais, não necessariamente está ligada ao trabalho. Deve ser uma ocupação lícita, não precisa ser moral. Realiza-se um exame (parcial) na data do fato, outro logo após trinta dias. Quando pode exercer as ocupações habituais, porém não o faz por vergonha Exemplo: Olho roxo O que incapacita? Se for por conta da vergonha, não caracteriza lesão corporal grave. Exemplo: Bebê toma soco na boca Houve o comprometimento da função mastigadora por mais de trinta dias? Então caracteriza lesão corporal grave. Prostituta pode ser vítima de lesão corporal grave. Prostituição não é ilegal, (pode até ser imoral), ilegal é a exploração. Exemplo: Quebra de braço, perna? É grave? Se houver incapacidade por mais de trinta dias, impedindo as ocupações habituais, como comer, tomar banho, trabalhar, ler, e etc) Perigo de Vida (Morte) Possibilidade, grave, concreta e imediata da vítima morrer. Como comprovar? Por perícia médica. É crime preterdoloso (dolo na lesão, culpa no perigo de vida) Aceleração de Parto Feto expulso com vida Sem vida, depende do dolo. Quis? Aceitou? Lesão Corporal - Gravíssima (Artigo 129, § 2°) Ação Penal Pública Incondicionada Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Incapacidade permanente para o trabalho; Deve ser absoluta, para todo e qualquer trabalho, não só aquele exercido pela vítima. Pode ter 2 qualificadoras gravíssima sim! Mas será crime único sim. Princípio da Consunção: A pena mais grave absorve a menos grave Enfermidade Incurável A data do crime, é data da consumação. Enfermidade com cirurgia penosa ou tratamento degradante A vítima não é obrigada a se submeter, não excluindo a agravante de enfermidade incurável. No entanto se sara, há desaparecimento. Se a vítima de recusa injustificavelmente a um tratamento simples. Exclui a agravante. Se a vítima se recusa com motivo justificável, então não exclui a qualificadora. Exemplo: Testemunha de Jeová Não quer se submeter a transfusão Transmissão de HIV/AIDS De forma dolosa,é caracterizada uma lesão corporal gravíssima Perdão ou Inutilização de Membro (perna, braço e mãos), sentido (olfato, paladar, audição, visão e tato) ou função. Perda (Total): Amputação (Cirurgia) ou Mutilação (ação do agressor) Inutilização (Total): Membro sem utilidade, permanece ao corpo. Perda Parcial - não será lesão corporal gravíssima, e sim grave. Órgãos Duplos - Lesão Corporal Grave Para ser lesão corporal gravíssima os dois órgãos precisam ser afetados. Prótese não afasta qualificadora.Houve a perda de forma natural. Mas o reimplante com êxito afasta a qualificadora gravíssima. Esterilização: Laqueadura ou Vasectomia Sem o consentimento é Lesão Corporal Gravíssima, pois há perda da função reprodutora. Deformidade Permanente (relevante espaço de tempo) Permanente não é perpétua Deformação: Altera a forma Ligado a questões estéticas. Não necessariamente precisa ser no rosto. Irreparável pela força da natureza Causa: Constrangimento/Humilhação Correção para cirurgia plástica? Não exclui a qualificadora, é gravíssima. Vitriolagem Lesão Corporal com deformidade permanente, causada por ácido. Aborto (Preterdoloso) Dolo na lesão, culpa no aborto. Se não houver culpa, o dolo seria o aborto, logo a lesão corporal (2 a 8) seria absorvida pelo aborto (3 a 10) Lesão Corporal - Seguida de morte (Artigo 129, § 3°) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. É um crime preterdoloso Exemplo: (A) dá um soco contra (B) porque ele o xingou de palmeirense, (B) cai, bate a cabeça e vem à óbito. Lesão Corporal - Culposa (Artigo 129, § 6º) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Exemplo: Sair com o cachorro para passear, e ele mordeu alguém na rua. Exemplo: Estar cortando grama, voar uma pedra e acertar alguém. Lesão Corporal Culposa no Trânsito - CTB Lei Especial afasta Lei Geral - Princípio da Especialidade Ação Penal Pública Condicionada à Representação (Art. 88, 9099) Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Lesão Corporal - Em situação de violência doméstica (Artigo 129, § 9º) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Se a Lesão Corporal for contra a mulher, aplica-se a Lei Maria da Penha. A Lei Maria da Penha trouxera de inovador, apenas algumas medidas contra o agressor, as chamadas medidas protetivas. Antes havia o instituto da retração, em que a mulher “retirava a queixa”. Hoje não mais. Ação Penal Pública Incondicionada
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