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fernando henrique artigo A CRUELDADE É UM DOS PRAZERES

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A CRUELDADE É UM DOS PRAZERES MAIS ANTIGOS DA HUMANIDADE." 
(Fernando Henrique Cardoso) 
Foi na Grécia que as leis deixaram de privilegiar os Nobres, Sacerdotes e Eupátridas, todos tinham acesso as leis com a linguagem jurídica acessível perdeu-se o caráter de mistério, pois, após escritas todos liam e falavam das leis de repassando-as uns aos outros tanto nas leis de Drácon quanto as Sólon. 
O primeiro código foi elaborado por Drácon; após, complementado por Sólon. Drácon a registrou em meio a conflitos entre as classes, momento em que os nobres detentores do poder do minavam, já Sólon fez suas alterações num outro momento, enquanto a classe inferior seria dominante. Isso elucida perfeitamente a diferença entre ambos. 
Drácon notoriamente legislou sob a influencia dos seus interesses, ainda em contrapartida teria sido educado conforme as religiões da época e os costumes gregos sobre a inviolabilidade da propriedade alheia, tendo em vista que pertencia à classe superior e detentor de riquezas, além de seu temperamento violento, instituiu a pena de morte alegando que seus bens seriam protegidos como se fosse religiosos, sua ideia principal seria combater as vinganças familiares entendendo assim que os motivos particulares seriam substituídos por questões sociais. Vemos que a lei era uma tentativa de por fim nas disputas entre aristocratas pelas t erras das quais se achavam detentores de direito sobre elas, pois de acordo com o filósofo Aristóteles, Dracóm não teria feito nada de diferente ou inovador, fazendo apenas cumprir os costumes atenienses de forma tal que todos tendo conhecimento não pode riam agir contrariamente alegando desconhecimento, pois agora todos conheciam as leis de fato evitando abusos em suas interpretações. 
Conclusão: 
Em uma época totalmente diferente, porém marcada pela lei severa de Drácon, os condenados pelo de lito de homicídio eram proibidos de frequentar os templos e praticar cultos. Distinguiu-se, pela primeira vez, entre homicídios premeditado e involuntário. Quem cometesse roubo recebia a pena de morte e somente a família da vítima ia à Justiça, o direito de vingança era exercido apenas pelos pais, filhos e irmãos. O acesso do povo ao Judiciário era limitado. Como a maioria dos crimes recebia como punição a morte, logo Drácon ficou com a reputação de sanguinário atravessando os séculos e virando sinônimo de crueldade, excesso de rigor, severo ao extremo etc. Drácon realmente praticou o novo na Grécia, mas coube a Sólon a missão de com sua experiência e consciência de cultura mais humanizada, conhecedor de todos os ramos da sabedoria da época, reformar as leis de forma inovadora e humana, fazendo com que se modificassem as leis perdendo o caráter de rigor religioso incerto e sujeito a interpretação perigosa quando não duvidosa. 
Estudiosos diz em que a intenção de Drácon não era acabar com o clima tenso entre ricos e pobres, pois, apesar do conhecimento das leis entre todos, havia ainda as questões agrárias entre alguns poderosos pertencentes a clãs que tinham suas diferenças entre si, e um dos motivos então seria a promessa de devolver proprIedades antes perdidas por terem contraído dívidas, neste caso as classes economicamente inferiores, o que gerava grande instabilidade social. 
Algumas alterações nas leis ficaram significativamente marcadas como uma revolução a caminho da democracia, por exemplo o voto dos homens livres que se dividiam em categorias segundo o seu patrimônio, a teocracia (Riqueza Real) era o elemento para a b ase comunitária deixando a de lado a aristocracia, o que deixou os eupátridas insatisfeitos, foi extinta a escravidão por dívidas e perdoada as remanescentes, foi regulada a cobrança de juros e diminuiu a carga tributária, constituiu a assembleia popular (boulé) ajudando o Conselho Supremo na custódia das leis da Constituição e dos Costumes, velando pelo comportamento e os bons costumes, orientando-os a penderem para a vida salutar, simples e sem excessos ou lux os além de se educarem. Agora era possível fazer testamentos enquanto cidadãos sem filhos, as heranças era enfim divididas entre todos os filhos homens, os pais não podiam mais vender suas filhas, assemelhando os atenienses a Roma quanto ao (pater famílias). 
As misérias foram abrandadas pelo perdão relativo, principalmente aos mais pobres da época. O direito recebeu aperfeiçoamentos mesmo sem distinguir entre civil e penal. Enfim os magistrados presidiam o julgamento que o povo realizava através das pedras brancas ou escuras, obtendo Sólon assim a confirmação da aceitação do povo através do juramento que firmava o compromisso de não modificarem as leis por dez anos. 
Fim.

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