Buscar

fisioterapia em amputados

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0 
 
 
INSTITUTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE – ICS 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PRÉ-PROTETIZAÇÃO DE 
AMPUTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP 
2016 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PRÉ-PROTETIZAÇÃO DE 
AMPUTADOS 
 
 
 
 
Seminário apresentado à Universidade Paulista - 
UNIP como parte das exigências da disciplina de 
Estágio Supervisionado do curso de Fisioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP 
2016 
2 
 
SUMÁRIO 
 
SUMÁRIO ...................................................................................................... 2 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3 
2. OBJETIVO GERAL ................................................................................... 4 
3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 5 
4. AMPUTAÇÃO ........................................................................................... 6 
4.1 Etiologia das Amputações ........................................................................ 6 
4.2 Incidência................................................................................................. 7 
4.3 Tratamento médico/Procedimento cirúrgico ............................................. 8 
4.4 Tratamento farmacêutico ......................................................................... 9 
5. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DO PACIENTE AMPUTADO ............ 9 
5.1 Exame físico .......................................................................................... 10 
5.TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NAS AMPUTAÇÕES ................... 10 
5.1 Fase de pré-protetização ....................................................................... 10 
5.2 Caso Clínico .......................................................................................... 11 
5.3 Objetivos ................................................................................................ 11 
5.4 Condutas ............................................................................................... 12 
5.5 Técnicas ................................................................................................ 12 
5.5.1 Cicatrização ........................................................................................ 12 
5.5.2 Controle de edema e modelamento do coto ........................................ 12 
5.5.2.1 Técnica de enfaixamento ................................................................. 13 
5.5.3 Dessensibilização da região amputada ............................................... 15 
5.5.4 Dores e sensações fantasmas ............................................................ 16 
5.5.5 Impedir e eliminar contraturas prevenindo deformidades secundárias.
 .................................................................................................................... 17 
5.5.6 Fortalecer musculatura global e treinar equilíbrio ................................ 17 
5.5.7 Treinar marcha e estimular independência das transferências............ 17 
5.5.8 Educação do paciente......................................................................... 18 
CONCLUSÃO.............................................................................................. 19 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 20 
 
 
 
 
3 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
Concebe-se que a amputação é a retirada cirúrgica, total ou parcial, de 
um membro, sabe-se que a amputação é uma palavra derivada do latim tendo o 
significado de ambi = ao redor de/em torno de e putatio = podar/retirar, porém, 
os pacientes que não possuem um conhecimento mais aprofundado sobre o 
assunto, acabam relacionando termo “amputação” ao terror, derrota e mutilação, 
trazendo de forma implícita uma analogia com incapacidade e dependência. 
A cirurgia de amputação tem por objetivo retirar o membro acometido e 
criar novas perspectivas para a melhora da função da região amputada. O 
cirurgião deve ter em mente que, ao amputar um segmento corporal do paciente, 
estará criando um novo órgão de contato com o meio exterior, o coto de 
amputação, e deverá planejar a estratégia cirúrgica antevendo um determinado 
processo de reabilitação. 
O fisioterapeuta realiza um papel fundamental quanto à reeducação 
funcional do amputado, acompanhando o paciente em todos os estágios do 
programa de reabilitação, fazendo parte de uma equipe multidisciplinar, 
supervisionando e tratando desde o estágio pré-operatório, até mesmo na 
educação de mobilidade pós-protética e, se tiver a necessidade, em cuidados de 
manutenção das funções musculoesqueléticas. Nesse sentido, é muito 
importante a presença do fisioterapeuta no processo dinâmico, criativo, 
progressivo e educativo, restaurando a participação do indivíduo nos meios 
família, comunidade e sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2. OBJETIVO GERAL 
O objetivo deste trabalho é demonstrar as características clínicas 
apresentadas pelos indivíduos amputados na fase de pré-protetização, bem 
como, sua reabilitação por meio de tratamento fisioterapêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
Para a obtenção deste trabalho foi realizada uma revisão da literatura 
tendo como fonte livros acadêmicos e as seguintes bases de dados; PubMed, 
Scielo, PeDro e google acadêmico acerca de assuntos relevantes ao tema 
proposto, desta forma buscou-se materiais que abordassem desde o conceito de 
amputação até os tratamentos referentes a fase de pré-protetização em 
indivíduos que sofreram amputação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
4. AMPUTAÇÃO 
Amputação é um termo utilizado para definir a retirada cirúrgica ou 
traumática, parcial ou total de um segmento corpóreo, esta deriva do latim e 
apresenta o seguinte significado: ambi= ao redor de/ em volta de e 
putatio=rodar/retirar. Alguns autores relatam que o procedimento de amputação 
seja uma das técnicas cirúrgicas mais antiga já realizada pela humanidade. 
A diferenciação entre amputação e desarticulação é de extrema 
importância, uma vez que a amputação consiste na remoção da parte de um ou 
mais membros do corpo causando uma descontinuidade óssea, e a 
desarticulação consiste na remoção de um ou mais membros do corpo por meio 
de uma articulação 2. 
Normalmente os níveis de amputação são classificados de acordo com 
aspectos anatômicos, podendo ser realizados tanto nos membros superiores 
quanto em membros inferiores 3. 
Os níveis de amputação de membros superiores consistem na 
desarticulação escapular, desarticulação de ombro, transumeral, desarticulação 
de cotovelo. Amputações abaixo do cotovelo são as desarticulações 
radiocárpicas, amputações do carpo e amputações transmetacarpianas. Já os 
níveis de amputação realizados em membros inferiores incluem a pelvectomia, 
hemipelvectomia, desarticulação coxo-femoral, amputação transfemoral, 
desarticulação de joelho, amputação transtibial, desarticulação tíbiotársica, 
amputação de Syme, amputação de Ricard, amputação de Pirogoff, amputação 
de Choppart, amputação de Linsfranc, amputação transmetatarsiana, 
amputação metatarsofalangeana e amputação interfalangeana 2. 
 
4.1 Etiologia das AmputaçõesA amputação de membros apresenta causas variáveis, porém as mais 
comuns estão relacionadas aos processos vasculares, neuropáticos, 
traumáticos, tumorais, infecciosos, congênitos e iatrogênicos 4. 
Dentre as principais causas de amputação estão as doenças vasculares, 
especificamente em três territórios anatômicos de ocorrência: o arterial, o venoso 
e o linfático. A arteriosclerose obliterante caracterizada como uma patologia 
arterial é a causa mais frequente de amputação devido ao bloqueio sanguíneo 
7 
 
(isquemia) gerado na região afetada. O tabagismo também se enquadra entre 
as causas mais comuns de amputação devido sua relação frequente com a 
tromboangeíte caracterizada como uma doença inflamatória arterial 4,5. 
A diabetes certamente constitui uma das principais causas de amputação. 
Tal fato é evidenciado em eventos finais que são explicitamente causadores de 
amputação (úlceras por lesão infectadas), já que estas estão presentes nos 
diabéticos devido a doença de base, formando assim um déficit da circulação 
nas extremidades inferiores, o que acarreta necrose das terminações nervosas 
sensitivas e, consequente diminuição da sensibilidade na região 4,5. 
As amputações traumáticas também de enquadram como uma das 
causas principais de amputação, correspondendo assim as lesões ocorridas no 
terreno vásculo-ortopédico, desta forma o acidente no transito se torna uma das 
causas mais importante de amputação. A contusão seguida de esmagamento é 
o mecanismo mais comum que pode de tal forma levar à uma lesão vascular e 
consequente isquemia e amputação na região afetada. As lesões por arma de 
fogo também se enquadram em um dos fatores causadores de amputação 
seguindo o mesmo mecanismo fisiopatológico citado acima 5. 
 
4.2 Incidência 
 Estima-se que as amputações do membro inferior correspondam a 85% 
de todas as amputações de membros, apesar de não haver informações precisas 
sobre este assunto no Brasil. Em 2011, cerca de 94% das amputações 
realizadas pelo SUS foram no membro inferior 6,7. 
Na literatura, encontramos que aproximadamente 80% das amputações 
de membros inferiores são realizadas em pacientes com doença vascular 
periférica e/ou diabetes. As amputações por causas traumáticas prevalecem em 
acidentes de trânsito e ferimentos por arma de fogo, sendo essa a segunda maior 
causa. Entre as amputações não eletivas, o trauma é responsável por cerca de 
20% das amputações de membros inferiores, sendo 75% dessas no sexo 
masculino e cerca de 84% dos acidentes de transito que levam a amputação 
ocorrem com motociclistas 6,7. 
 
 
 
8 
 
4.3 Tratamento médico/Procedimento cirúrgico 
As técnicas cirúrgicas variam de acordo com o nível e a causa de 
amputação, o médico por sua vez, tem como um dos objetivos amputar o nível 
mais baixo possível do membro afetado, o mesmo deve remover a parte do 
membro que tem de ser eliminada permitindo assim a cicatrização primária e 
secundária da ferida, além disso o cirurgião deve se preocupar em construir um 
membro residual para ajuste e função ideal da prótese. Contudo o fisioterapeuta 
precisa entender alguns dos princípios básicos da cirurgia de amputação. 
Numa amputação traumática, o cirurgião tenta salvar o máximo possível 
de osso (em seu comprimento) e pele viável. As articulações proximais são 
preservadas, desde que seja propiciada uma cicatrização adequada dos tecidos, 
sem complicações secundárias (como a infecção). Usualmente a incisão será 
deixada aberta, com a articulação proximal imobilizada, numa posição funcional, 
durante 5 a 9 dias, para impedir a infecção invasiva. A oclusão secundária 
também permite ao cirurgião modelar apropriadamente o membro residual para 
a reabilitação protética. 
Os retalhos cutâneos têm de apresentar a maior largura possível e a 
cicatriz deve ser flexível, não dolorosa e não adesiva. Na grande maioria das 
amputações principalmente de membros inferiores usa retalhos anteriores e 
posteriores de igual comprimento fixando a cicatriz na extremidade distal do 
osso, porém em algumas amputações são utilizados retalhos posteriores mais 
longos pois esta região apresenta maior irrigação sanguínea fazendo com que a 
cicatriz se posicione anteriormente a extremidade distal, desta forma, deve-se 
tomar cuidado para que não haja aderência ao osso. 
A estabilização dos músculos seccionados adjacentes a região amputada 
pode ser alcançada através da oclusão miofascial, mioplastia (oclusão do 
músculo ao músculo), miodese (aderência do músculo ao periósteo ou osso), e 
raramente a tenodese (aderência do tendão ao osso). Independente da técnica 
realizada e necessário obter a estabilização muscular para que não haja 
deslizamento sobre a extremidade óssea. 
Os nervos periféricos seccionados formam neuromas (coleção de 
terminações nervosas) no membro residual, desta forma, eles devem ser 
cercados por uma boa porção de tecido mole, para que não ocorra dor na região 
e não interfira no uso da prótese. O equilíbrio da região afetada somente é 
9 
 
alcançado através da ligadura das principais veias e artérias, a cauterização só 
será empregada se por ventura ocorrer pequenos sangramentos, este 
procedimento requer muito cuidado para que não haja comprometimento da 
circulação dos tecidos e dos retalhos que serão importantes na fase de 
cicatrização da ferida sem complicações. 
Os ossos são seccionados a um comprimento que permita o fechamento 
adequado da ferida sem que haja excesso de tecido residual e sem submeter a 
incisão a uma grande tensão, desta forma as extremidades ósseas que restam 
são cerradas e arredondadas. E necessário que se tome cuidado para que o 
osso esteja fisiologicamente preparado para receber as pressões geradas pelo 
uso da prótese 3. 
 
4.4 Tratamento farmacêutico 
O tratamento medicamentoso é importante para o tratamento sintomático, 
tendo efeitos anti-inflamatórios que diminuem o inchaço das articulações, 
analgésico reduzem as dores e antipiréticos diminuem ou curam a febre se ela 
existir; são sintomáticos porque não modificam o curso da doença, mas são úteis 
para controlar os sintomas devido a inflamação. No tratamento medicamentoso 
são utilizadas drogas, como antidepressivos, tricíclicos, bloqueadores de canal 
de sódio, anticonvulsivantes (dor neuropática), anestésicos, calcitonina e os 
menos eficazes como opióides e antiinflamatórios não-esteróides 8. 
Comumente o medicamento é prescrito principalmente para pacientes 
que apresentem a dor do membro fantasma. Trata-se de um fenômeno muito 
estudado, mas, ainda pouco conhecido, onde o paciente tem a experiência de 
uma sensação desagradável no membro ou parte deste, cirurgicamente 
removido. São prescritos medicamentos como a toxina botulínica que aplicada 
diretamente nos pontos gatilhos encontrados no coto irão propiciar diminuição 
da hiperidrose, melhorando assim a tolerância ao uso da prótese, sendo 
administrada por via transdérmica e intradérmica 8. 
 
5. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DO PACIENTE AMPUTADO 
A avaliação de um paciente amputado tem como finalidade definir e 
mensurar as capacidades e as incapacidades durante as atividades simples e 
as mais complexas. Dá-se início a avaliação através da anamnese onde serão 
10 
 
colhidos todos os dados pessoais, história da amputação, patologias associadas, 
uso de medicamentos, situação atual, estado emocional e a respeito de sua 
queixa principal. A partir daí tem-se início a exploração da adequação do 
paciente e se o mesmo apresenta interesse no uso de próteses. Qualquer 
problema que possa afetar o programa e metas de reabilitação será avaliado e 
documentado 3. 
 
5.1 Exame físico 
 Noexame físico do membro não afetado são observadas a presença de 
lesões e de deformidades, avalia-se também a amplitude de movimento e a força 
muscular, além disso deve-se ficar atento a inspeção e a palpação do segmento 
em questão, observar as condições da pele, pulsos arteriais, sensibilidade da 
região, equilíbrio e mobilidade. 
 Na avaliação do coto se faz necessário uma atenção especial devido ao 
ato cirúrgico, desta forma avalia-se o comprimento do membro, a circunferência 
através de (circunmetria), a cicatrização do coto, edema local, o coxim terminal, 
neuromas, espiculas ósseas, a sensibilidade onde podemos encontrar a temida 
dor do membro fantasma e a dor fantasma que se diferenciam através dos 
sintomas apresentados pelo paciente 9. 
 
5.TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NAS AMPUTAÇÕES 
 Atualmente se considera em qualquer ou em grande parte das 
intervenções cirúrgicas o início súbito da reabilitação, desta forma quanto mais 
rápido for iniciado o tratamento maior será o potencial de sucesso. É de 
obrigação fisioterapêutica proporcionar um tratamento adequado ao paciente 
visando atingir um grau máximo de independência nas AVD’s. 
Basicamente o processo de reabilitação pode ser divido em 4 fases sendo 
elas: pré-amputação; pós-amputação; pré-protetização e pôr fim a pós-
protetização 3,9. 
 
5.1 Fase de pré-protetização 
A fase de pré-protetização, ou seja, fase essa em que o indivíduo se 
prepara para receber a prótese pode durar entre 3 a 6 semanas. 
11 
 
Nesta fase, toma-se como objetivo final proporcionar ao paciente 
habilidades necessárias para que o sujeito realize todas as atividades possíveis 
sem o uso de prótese, além desta enfatiza-se também a preparação do coto para 
instalação do aparelho protético 3,10. 
É importante ressaltar os cuidados necessários para o tratamento da dor 
no membro fantasma, pois esta, se torna um desafio ao terapeuta, por isso a 
necessidade de se realizar uma avaliação criteriosa, descartando todas as 
possibilidades que venham causar dor nesta região 10. 
 
5.2 Caso Clínico 
Paciente JSM 55 anos, do gênero masculino, com histórico recente de 
diabetes, realizou amputação em região transfemoral, terço medial, onde foi 
realizado uma mioplastia e oclusão miofascial, após retirada dos pontos foi 
encaminhado ao setor de fisioterapia. O mesmo apresenta boa cicatrização na 
extremidade distal, alteração da sensibilidade local e em regiões adjacentes à 
amputação, apresenta ainda hipotonia e déficit de força muscular tanto em 
membro sadio quanto membro amputado, diminuição da amplitude de 
movimento decorrente de encurtamento do m. iliopsoas posicionando o coto há 
uma angulação de aproximadamente 10º em flexão de quadril, paciente relata 
sentir dores como pressão e formigamento, de vez em quando relata alteração 
do posicionamento da perna amputada. Paciente relata ficar muito tempo 
sentado e tem como meio de condução a cadeira de rodas, não utilizando outro 
dispositivo para locomoção. O mesmo esboça interesse em realizar a fisioterapia 
com intuito obter marcha eficiente. 
 
5.3 Objetivos 
 Acolher o paciente de forma humanizada
 Evitar problemas cicatriciais 
 Controlar edema 
 Modelar e maturar o coto 
 Diminuir e eliminar estados dolorosos 
 Dessensibilizar região 
 Impedir e eliminar contraturas prevenindo deformidades secundárias. 
 Desenvolver habilidades e realizar atividades sem a prótese. 
12 
 
 Fortalecer musculatura 
 Estimular independência das transferências 
 Treinar e proporcionar marcha com dispositivos auxiliares e locomoção em 
cadeira de rodas para melhorar suas AVDs. 
 Treinar equilíbrio 
 Educação do paciente 
5.4 Condutas 
 Orientações quanto a higiene local 
 Orientação postural 
 Hidroterapia 
 RTM 
 Cinesioterapia ativa 
 Cinesioterapia passiva 
 Cinesioterapia ativo-resistida 
 Propriocepção 
 
5.5 Técnicas 
5.5.1 Cicatrização 
A cicatrização da ferida se torna carro-chefe nesta fase, devendo esta não 
apresentar intercorrências, porém não se deve então criar uma visão de 
imobilismo, ao contrário, é imprescindível que se faça exercícios ativos nas 
articulações circundantes a amputação. Na primeira semana é instituído 
exercícios isométricos e também é orientado ao paciente a contração mioplástica 
no coto que consiste em uma co-contração dos m. agonistas e antagonistas que, 
futuramente irá auxiliar no mecanismo de suspensão ativa da prótese, além de 
orientações quanto a higiene local, a massagem transversa na regão irá 
proporcionar uma extensibilidade no tecido devido ao estimulo a produção de 
colágeno, além disso pode-se utilizar de recursos da hipertemoterapia como o 
ultrassom tanto modo continuo quanto pulsado 3,10,11. 
 
5.5.2 Controle de edema e modelamento do coto 
O controle do edema pode ser realizado de várias formas dentre elas o 
posicionamento postural auxilia na drenagem do membro residual, os recursos 
13 
 
terapêuticos manuais como a drenagem manual também auxiliam na diminuição 
e controle do edema, exercícios ativos isométricos são essenciais nesta fase 
pois os mesmos auxiliarão no retorno venoso, sempre que possível realizá-los 
em posição de drenagem, ou seja com elevação do membro amputado. 
O enfaixamento do coto é um recurso extremamente importante tanto 
para melhora do edema, aceleração no processo de cicatrização, quanto para o 
modelamento do coto para receber a prótese, além disso contribui ainda para 
melhora da dor e sensação do membro fantasma 3,10,11. 
 
5.5.2.1 Técnica de enfaixamento 
 As técnicas de enfaixamento devem ser realizadas sempre com 
bandagem elástica. Os enfaixamentos devem ser realizados em oito, de distal 
para proximal com maior pressão distal, as paredes laterais do coto devem estar 
regulares, não deve haver tecido descoberto e não deve causar desconforto para 
o paciente. No enfaixamento transtibial (figura 01), o paciente é colocado na 
posição sentada com o joelho semi-fletido, onde a extremidade da faixa é 
colocada posteriormente abaixo do espaço poplíteo 10. 
 Com a faixa esticada, traga-a distalmente sobre a extremidade do coto até 
a face anterior da tíbia, onde se realiza uma volta completa ao redor do coto e 
ao final desloca-se a faixa na diagonal, sobrepondo metade da faixa do primeiro 
enfaixamento e a outra metade na região distal do coto descoberta, com leve 
tensão. Repita novamente esse processo para o outro lado descoberto. Assim 
que a extremidade distal estiver bem firme, é realizado várias voltas pelo coto 
até a tuberosidade da tíbia. Terminando o enfaixamento, efetua-se uma volta 
pela região supracondiliana do fêmur, retornando-a para o coto e fixando-a. A 
patela deve permanecer livre para dar liberdade de movimento. 
14 
 
 
Figura 1- Enfaixamento transtibial 
Fonte: http: //www.ebserh.gov.br/ documents/147715/0/POP +2+2016+Fisioterapia+Ambulat 
orial+na+Amputa%C3%A7%C3%A3o+de+MMII+final.pdf/e82c58e4-e007-4e51-868e-
71c8a62711f0. 
 
 É importante observar se não existem partes do coto para fora da faixa, 
se as paredes estão regulares e se a pressão distal e maior que a proximal e por 
fim se o paciente apresenta conforto ao uso da mesma. 
No enfaixamento transfemoral, (figura 02), o paciente deve permanecer 
em pé, usando se possível roupas íntimas, ou em decúbito lateral quando 
realizado por terceiro. 
15 
 
 
Figura 2 -Enfaixamento transfemoral 
Fonte: http: //www.ebserh.gov.br/ documents/147715/0/POP +2+2016+Fisioterapia+Ambulat 
orial+na+Amputa%C3%A7%C3%A3o+de+MMII+final.pdf/e82c58e4-e007-4e51-868e-
71c8a62711f0. 
 
A extremidade é colocada próximo àlinha glútea onde, parcialmente 
esticada, é deslocada distalmente e em seguida puxada para a face anterior 
onde se realiza uma volta completa sobre o coto. Após essa manobra, é 
realizado uma volta em diagonal um pouco lateralizada sobre a extremidade do 
coto e retorne para o ponto inicial. Repita esse processo para a outra parte lateral 
descoberta. Esse procedimento é repetido em figura de oito algumas vezes até 
que a extremidade distal do coto fique bem firme. A faixa deve ser envolvida até 
a região inguinal, com atenção especial para a região adutora. Após o 
enfaixamento completo do coto, é indicado realizar uma volta sobre o tronco, 
passando com a faixa acima da crista ilíaca anteroposterior do lado não 
amputado e fixando-a na face anterior do coto, para que não deslize e enrole 
favorecendo o aparecimento do rolo adutor e outros problemas 3,10. 
 
5.5.3 Dessensibilização da região amputada 
Após a amputação pode ocorrer episódios de hipersensibilidade ou 
hiposensibilidade da região afetada, principalmente na extremidade distal do 
membro amputado, isso se ocorre devido o aglomerado de terminações 
16 
 
nervosas na região, desta forma se faz necessário um trabalho gradativo, onde 
o fisioterapeuta pode empregar sua criatividade em relação aos recursos a 
serem utilizados, se inicia o trabalho de dessensibilização com materiais de 
diferentes texturas, sempre saindo do mais “macio” para o mais “áspero”, além 
deste recurso pode utilizar ainda a hidroterapia, eletroterapia, RTM através de 
massagens locais dando estímulo aferente (sensitivo) visando a normalização 
da sensibilidade local. 
 
5.5.4 Dores e sensações fantasmas 
 Sensação do membro fantasma é a sensação do membro que não está 
presente. Ela ocorre geralmente depois da cirurgia e é frequentemente descrita 
como um formigamento, sensação de pressão, ou algumas vezes, como um 
anestesiamento, a extremidade geralmente é a mais sentida. Essa sensação 
pode desaparecer em um curto período de tempo ou a pessoa pode tê-la para o 
resto da vida 3,10,11. 
 A dor fantasma ocorre menos frequentemente, e usualmente se 
caracteriza como uma sensação de cãibra ou de constrição, uma dor penetrante, 
ou uma dor ardente. Alguns pacientes queixam-se de todas as três 
manifestações. A dor pode ser localizada ou difusa; pode ser contínua ou 
intermitente e deflagrada por algum estímulo externo. 
 Desta forma o fisioterapeuta utiliza-se de recursos como o enfaixamento 
compressivo irão propiciar firmeza e sustentação ao coto diminuindo assim esta 
sensação de desconforto. Outros recursos indicados são; o ultrassom que 
através das vibrações mecânicas irá promover uma extensibilidade do tecido 
conjuntivo que envolve o nervo e reparação nervosa modificando a dor. Os 
parâmetros utilizados são descritos da seguinte forma: modo pulsado (10-20%) 
a 16-48 Hz e dose de 0,4W/cm2. 
 O TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) tem um bom índice 
de utilização. As indicações para o uso do TENS são o alívio da dor. 
 A laserterapia de baixa intensidade também pode ser utilizada como 
recurso analgésico pois o mesmo emprega alguns efeitos terapêuticos 
observados clinicamente, como a analgesia local, ação antiedematosa e anti-
inflamatória, a cicatrização de feridas de difícil evolução 12. 
 
17 
 
5.5.5 Impedir e eliminar contraturas prevenindo deformidades secundárias. 
 Uma das principais metas do programa de reabilitação é a prevenção de 
contraturas e deformidades e estas estão presentes em grande parte dos 
pacientes amputados e são causadas não só pelo desequilíbrio muscular, mas 
também pela falta de orientação postural no pós-operatório. Desta forma se faz 
necessário o uso de alongamentos, mobilidades ativas e passivas para ganho 
de amplitude de movimento e tratamento e prevenção de deformidades já 
instaladas 3,10,11,12. 
 
5.5.6 Fortalecer musculatura global e treinar equilíbrio 
 Todas as articulações e grupos musculares devem ser trabalhados: 
tronco, membros superiores, membro inferior amputado e não amputado. 
Os membros superiores devem ser trabalhados, pois são importantes nas 
transferências e essenciais para o uso de auxiliares da marcha. Portanto o 
programa de exercícios deve ser personalizado e adequado ao paciente, 
envolvendo atividades de alongamento, equilíbrio e coordenação. Os músculos 
extensores e abdutores do quadril, bem como os extensores e flexores de joelho 
são importantes para a deambulação com uso da prótese 3,11. 
Inicialmente o programa de exercícios deve ter uma sequência de controle 
motor progressivo. O paciente deve iniciar com exercícios da “cama” e 
progressivamente para exercícios no solo, enfatizando a mobilidade funcional do 
indivíduo. 
 
5.5.7 Treinar marcha e estimular independência das transferências 
Deve-se treinar e proporcionar marcha com dispositivos auxiliares e de 
locomoção em cadeira de rodas para melhorar as atividades de vida diária dos 
sujeitos que sofreram amputação, desta forma deve-se encorajar o paciente a 
realizar a deambulação precoce. O padrão de marcha adotado pelo amputado 
geralmente e o de três pontos com muletas 3. 
As atividades de transições de movimento são preliminares para as 
atividades de deambulação, desta forma o terapeuta deve criar um programa de 
treinamento que inclua as mudanças de decúbito seguido por transferências e 
então da marcha. 
18 
 
A independência na marcha com muletas é um resultado do qual vale a 
pena dedicar um tempo considerável da terapia. A pessoa que consegue 
deambular com muletas desenvolve um nível mais alto de aptidão geral do que 
o indivíduo que passa a maior parte na cadeira de rodas, pois a mesma se torna 
uma preparação para a deambulação com a prótese 3. 
 
5.5.8 Educação do paciente 
 A educação do paciente é uma parte integrante do programa de 
reabilitação, portanto quanto mais claro fica o tratamento imposto para o paciente 
melhor será adesão a ele. É preciso informar a respeito dos cuidados com o 
membro residual, cuidados adequados com a extremidade não afetada, 
posicionamento do coto, ensinar o enfaixamento e sua importância e exercícios. 
É importante deixar o sujeito a parte de todos os procedimentos realizados nele 
e ainda o fator conhecimento do paciente sobre o assunto enriquece seu 
tratamento, porém deve-se ter cuidado ao passar tais informações, pois as 
mesmas podem ajudar ou dificultar seu tratamento 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CONCLUSÃO 
A partir deste trabalho foi possível visar a importância da fisioterapia na 
reabilitação do amputado, demonstrando ao paciente que mesmo após perda do 
membro pode-se ter uma vida plena e útil. 
A fase de pré-protetização se torna de extrema importância, pois é nesta 
fase que o indivíduo irá se preparar para receber a prótese. 
 Toma-se como objetivo final desta fase proporcionar ao paciente 
habilidades necessárias para que o sujeito realize todas as atividades possíveis 
sem o uso de prótese, além desta enfatiza-se também a preparação do coto para 
instalação do aparelho protético. 
A educação do paciente sobre sua condição atual também se caracteriza 
como um fator preditor da terapia pois é através dela que iremos conseguir um 
bom resultado no final do tratamento. 
Contudo, conclui-se, que a perda de um membro nos dias atuais, não 
implica em perda de uma vida ativa, e sim no recomeço de uma vida nova, com 
uma nova rotina, mas que pode ser tão normal quanto a vida de uma pessoa 
com as duas pernas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 Tucker et. al 9. Control strategies for active lower extremity prosthetics and 
orthotics: a review. J Neuroeng Rehabil. 2015. 
 
2 Reis G, Júnior AJC, Campos RS. Epidemiological profile of upper and lower 
limb amputees assisted in a reference center. RESC – Revista eletrônica saúde 
e ciência, vol II, nº 2, ano 2012. 
 
3 O’ Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5 ed. Barueri-
SP: Editora Manole, 2010. 
 
4 Matsumura AD, Resende JM, Chamlian TR. Avaliação pré e pós protética da 
circumetria dos cotos de amputados transtibiais. Pre-and post prosthetic 
transtibial stump circumference. Acta Fisiatr. 2013. 
 
5. Seidel AC, Nagata AK, Almeida HC, Bonomo M. Epistemologia sobre 
amputações e desbridamentos de membros inferiores realizados no Hospital 
Universitário de Maringá. J Vasc Bras 2008, Vol. 7, Nº 4. [Disponível em] 
http://www.scielo.br/pdf/jvb/v7n4/0408.pdf. 
 
6 Estudo epidemiológico dos pacientes com amputação de membros inferiores 
atendidos no centro regional de reabilitação de Araraquara-SP. Garlippe LA. São 
Paulo, 2014. 
 
7 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa amputada / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. 1. ed. 1. reimp. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2013. 
 
8 Salazar A. Dor no Amputado. Dissertação de mestraso em Medicina. 
Apresentado ao Instituto de Ciencias Biomédicas. Universidade do Porto. 2012. 
21 
 
[Disponível em]; https:// sigarra.up.pt/ffup/pt/pub.geral.show. file?pi.gdoc.id= 
594447. 
 
9 LIANZA S. Medicina de Reabilitação. 4. ed. São Paulo: Editora: Guanabara 
Koogan, 2007. 
 
10 POP: Fisioterapia Ambulatorial em Amputado de Membro Inferior – Unidade 
de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Universidade do Triângulo Mineiro – 
Uberaba: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2015. 
 
11 Rodriguez ACC. O tratamento fisioterapêutico do paciente com amputação 
transtibial traumática. Monografia apresentada a Universidade Veiga de 
Almeida-RJ, 2007 
 
12 Teixeira RA, Mejia DPM, Pinto LGG. A intervenção fisioterapêutica em 
pacientes amputados referindo dor fantasma em membros inferiores. Faculdade 
Àvila-SP.

Outros materiais