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Capítulo VI Colagem: Uma prática no Psicodiagnóstico Ligia Corrêa Pinho Lopes Maria Fernanda Mello Ferreira Mary Dolores Ewerton Santiago “ Imagens são palavras que nos faltaram.” Manoel de Barros 1. INTRODUÇÃO Psicólogos ganharam maior autonomia com o uso de testes. Esforçavam-se por determinar, através dos testes, a capacidade intelectual das crianças, suas aptidões e dificuldades, assim como sua capacidade escolar Os recursos utilizados , tais como entrevistas com pais, observações lúdicas, testes, visita à escola e visita domiciliar, tem como objetivo ajudar no processo de investigação e na consequente compreensão da problemática apresentada pelos pais ou responsáveis pela criança. Muita coisa é revelada através da seleção de figuras. O estado de espírito revelado pelo conjunto escolhido pode contar algo sobre o que a criança esta sentindo naquele momento, ou na sua vida em geral. Pode-se trabalhar com a colagem individual ou em grupo com diferentes temas e de inúmeras maneiras. “Um bom trabalho de colagem pode ser feito simplesmente com figuras de revistas, uma tesoura, cola, e algum tipo de fundo.” Pretensão inicial era apenas observar / motivação / rejeição. Com o tempo percebeu-se que a atividade de colagem se revelava cada vez mais como um recurso riquíssimo, tanto para o conhecimento do cliente quanto para aplicação de intervenções. 2. UTILIZAÇÃO DA COLAGEM Material utilizado; Devem abordar diversos temas; Evita-se usar imagens de artistas e personagens, pois estas podem carregar um significado cultural restrito, limitando-se a análise e as associações do cliente. Pode ser proposta em qualquer momento do processo psicodiagnóstico, mas quando ocorre após alguns atendimentos e procedimentos, deve-se tomar cuidado com as figuras selecionadas. Em grupo ou individualmente é proposto um tema para o trabalho das crianças considerando aspectos a ser avaliados. Outras vezes disponibiliza o material sem propor um tema. Figuras recortadas são dispostas de modo aleatório, escolhidas pelo cliente e coladas em uma cartolina; Depois de concluída a colagem, pede-se para que atribua um significado a ela. Ou que apresente o seu cartaz ao grupo de estagiários e para as outras crianças; Jogo de adivinhação; Maior aproximação afetiva e reconhecimento por parte dos pais a respeito dos sentimentos e da problemática de seus filhos; A colagem também pode ser proposta para os pais ou responsáveis na presença dos filhos. Neste caso a instrução dada costuma ser a de representar o “Álbum de Família” sem explicitar se devem fazê-lo em conjunto ou individualmente. análise de modo geral, consideram-se Tempo de reação. Postura e modo de reação. Figuras escolhidas, figuras coladas, abandonadas. Tema preferido. Tamanho das figuras. Uso do espaço da cartolina. Uso do verso da cartolina. Localização das figuras. Sentimentos expressos. Figura central/ localização. Recortar a figura já cortada. Associações, explicações, falas durante a atividade. Uso do lápis de cor, canetinhas -para complementos/ abandono Modo de utilização da cola Quando a colagem é realizada por pais e filhos, no momento da análise deve se levar em conta todos os aspectos anteriormente descritos, sendo o mais importante aquele que se refere á interação entre pais e crianças e as significações dadas por eles às figuras escolhidas . 2 exemplos esclarecedores: MENINA, 11 ANOS DE IDADE autorretrato Álbum de família MENINO, 12 ANOS DE IDADE autorretrato Álbum de família 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização da colagem é, de modo geral, de fácil aceitação por parte do cliente, seja criança, seja adolescente, ou dos pais. Do ponto de vista psicológico, consideramos que a atividade de colagem tem um caráter projetivo na medida em que expressa sentimentos e conflitos, ou seja, aspectos do mundo interno das crianças e também de seus pais que são desconhecidos para eles Naquele momento em que nos vimos sem a possibilidade de utilizar os testes projetivos antes usados nos psicodiagnósticos de crianças, a colagem foi introduzida como um novo recurso e tem-se mostrado muito valiosa para a observação e compreensão não só dos aspectos intrapsíquicos, como também das interações familiares quando a tarefa é conjunta. As intervenções do psicólogo durante o psicodiagnóstico interventivo são facilitadas por meio da colagem. O aspecto lúdico dessa atividade parece também atuar como motivação para sua realização e para compreensão de aspectos subjetivos, expressos de forma simbólica. Concluímos que o uso da colagem como material expressivo na clínica de crianças contribui sobremaneira para a compreensão diagnóstica que ultrapassa a individualidade da criança e oferece efetivamente material de intervenção que está além dos limites de uma comunicação verbal. 5. referências bibliográficas Livro Psicodiagnóstico Interventivo. Acesso 10/03/18 disponível em> https://docgo.net/philosophy-of-money.html?utm_source=pd-psicodiagnostico-interventivo-evolucao-de-uma-pratica-s-ancona-lopez-pdf&utm_campaign=download.
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