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Siatema digestivo

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Digestão dos bovinos
A tomada dos alimentos por parte dos ruminantes é feita com a ajuda da língua como se fosse uma “foice” que recolhe o alimento no pasto, cuja altura deve ser compatível com o movimento lingual. A mastigação não precisa ser tão prolongada pelo fato destes animais terem a possibilidade fisiológica de retornar o alimento à boca e ruminar. Durante a ruminação os alimentos são triturados até atingirem o tamanho de partículas compatíveis com o trânsito pós ruminal. Os alimentos que retornam da ruminação voltam ao interior do rúmen e tendem à sedimentação em função de seu maior peso específico. Os poligástricos domésticos apresentam quatro cavidades gástricas (3 pré-gástricas e o estômago verdadeiro ou abomaso), entretanto, pode ocorrer a presença de apenas 3 cavidades, uma vez  que em certas espécies não domesticadas há uma união indistinta entre rúmen e retículo. Nos animais ruminantes de grande porte a capacidade do rúmen-retículo pode chegar entre 150 e 210 Kg dependendo da raça (gado europeu, indiano etc...). O “meio” que compreende o ambiente ruminal tem características que devem ser mantidas para seu bom funcionamento. Entre eles destaca-se um pH ligeiramente ácido ( 6.5 ), temperatura entre 38,5 e 40° C  e ausência total (anaerobiose) ou quase total (microaeróbio) de oxigênio. Tais condições são essenciais para a sobrevivência da flora (bactérias) e da fauna (protozoários), além de fungos, embora haja controvérsia sobre sua permanência habitual ou eventual. Não só o rúmen como todos os pré-estômagos devem ter condições perfeitas de pH, umidade, condições de óxido-redução, osmolaridade e temperatura para haver condições de ocorrer quebra das células vegetais.
Quando os alimentos são ingeridos em quantidades adequadas há uma parada na ingestão por cerca de duas horas para que haja sedimentação em camadas e se inicie um processo de ruminação. Durante a permanência no rúmen os microrganismos promovem processos fermentativos em seu proveito e que acabam gerando produtos de interesse do hospedeiro (ruminante). Tal processo degradam polissacarídeos naturais (celulose, amido, amilopectina, lignina), levando-os até a forma mais simples (monossacarídeos). A partir daí são sintetizados ácidos graxos voláteis e gases; os ácidos graxos são principalmente ácido acético, propiônico e butírico e os gases são o CO2 e o CH4 (este último predomina quando há maior ingestão de celulose do que amido).
Pré-estômagos
Rúmen
O rúmen, pança ou bucho é o maior dos compartimentos, comportando 80% do volume total do estômago, e ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. Em bovinos adultos pode conter até 200 litros, enquanto que em ovinos e caprinos sua capacidade é de aproximadamente 20 a 30 litros.
A parede do rúmen é revestida por uma mucosa coberta de papilas ligeiramente chatas, que lhe conferem o aspecto de “toalha felpuda”.
O rúmen comunica-se com o retículo através da goteira esofágica. Normalmente, as bordas da goteira esofágica estão separadas, deixando passar certos tipos de alimento (forragens sólidas, água, etc.), para o rúmen e o retículo. Entretanto, nos filhotes, a ingestão de leite provoca um reflexo que faz com que as bordas da goteira se unam, fazendo com que o leite passe diretamente ao abomaso. Há um saco dorsal, e ventral e dois sacos posteriores. Os pilares movem o alimento pelo rúmen em sentido rotatório, misturando o conteúdo sólido com o conteúdo líquido. O órgão movimenta-se continuamente, a um ritmo de um a três movimentos por minuto, proporcionando uma divisão física (conhecida pelo nome de estratificação da digesta) e mistura das forragens e outras partículas ingeridas aos líquidos. Quando completamente desenvolvido, apresenta vilosidades na face interna de sua parede, chamadas papilas ruminais. Estas papilas variam em número e tamanho em função do tipo de alimento fornecido. Quando bovinos são alimentados com dietas ricas em alimentos concentrados, o número e o tamanho das papilas ficam maiores, para facilitar a absorção da grande quantidade de ácidos orgânicos produzidos durante a fermentação dos carboidratos.
O rúmen funciona como um combinado de reservatório e câmara fermentativa dos alimentos ingeridos. Os alimentos que chegam ao rúmen pela deglutição são digeridos ou degradados por processos fermentativos realizados pelos microrganismos que vivem dentro do órgão: bactérias, protozoários e fungos. A digestão ou fermentação é garantida por enzimas produzidas por estes microrganismos, enzimas estas que não são secretadas, mas ficam aderidas a parede celular. Tanto o rúmen quanto o retículo (e também o omaso), fornecem condições ideais para a colonização e crescimento destes microrganismos, que são os maiores responsáveis pelos processos digestivos dos ruminantes. Estas condições ideais ao desenvolvimento e permanência dos microrganismos são:
1) Anaerobiose, ou seja, ausência quase total de oxigênio (O₂);
2) pH entre 5,5 a 7,0, sendo mais comum, valore entre 6,8 a 6,9;
3) Temperatura entre 39 40ºC, ideal para a atividade enzimática microbiana;
4) Fornecimento contínuo de substrato, que é o alimento destes microrganismos;
5) Movimentos contínuos do retículo-rúmen, que apresentam e inoculam estes microrganismos nas partículas de alimento (substrato microbiano);
6) Alta umidade (em torno de 80% até 90% de água);
7) Retirada contínua dos produtos finais da fermentação, que poderiam acumular e se tornarem tóxicos.
Retículo 
O retículo ou barrete é o menor dos pré-estômagos, que atua como um “marca-passo” dos movimentos da ruminação. Seu interior é revestido por uma mucosa, cujos relevos dão um aspecto semelhante ao favo de abelha, e apresenta pequenas papilas. Comunica-se com o rúmen através de uma ampla abertura, com o omaso através de um estreito orifício e ainda com o esôfago através da goteira esofágica. Os corpos estranhos ingeridos pelo bovino (arames, pregos e outros) ficam retidos nestas pregas e impedidos de passar para os demais compartimentos do trato digestivo posterior, com consequentes reticulites e pericardites, altamente indesejável para estes animais, que, não raramente, levam o animal à morte.
Semelhante ao rúmen, o órgão não secreta nenhuma enzima. Apresenta um movimento constante, em sintonia com do rúmen. Do retículo, o alimento passa para o rúmen (alimento ainda não totalmente degradado/fermentado) ou para o omaso (alimento fermentado) e deste, para o trato digestivo posterior (abomaso e intestinos).
O retículo é o principal órgão que participa do processo de ruminação, já que é o responsável pela contração que leva a regurgitação.
Omaso 
O omaso localiza-se do lado direito do retículo-rúmen, apresentado um formato esférico. Contêm em seu interior, muitas lâminas musculares, que lhe conferiram o nome popular de folhoso (folhas semelhantes às de um livro). Na mucosa destas lâminas formam-se papilas, mais curtas e menos numerosa, se comparadas com as do rúmen. Suas principais funções estão ligadas a absorção de água, de minerais, de ácidos graxos voláteis e redução de partículas alimentares. Pesquisas apontam o omaso como um órgão selecionador, ou seja, ele definiria se a digestão (alimento sendo digerido) que vem do retículo-rúmen está apta ou não para prosseguir para o abomaso. O material semi-líquido do retículo entra no omaso pelo orifício retículo-omasal. Contrações omasais frequentes e fortes comprimem e trituram a digestão e de 60 a 70% da água é absorvida. O material de consistência mais sólida passa para o abomaso.
Estômago verdadeiro - Abomaso 
O Abomaso, conhecido também por coalheira é o único estômago verdadeiro, ou seja, onde ocorre a secreção de suco gástrico, e onde se processa a digestão propriamente dita. De forma alongada, está situado à direita do rúmen e repousa sobre o abdômen, logo atrás do retículo. Um amplo orifício permite a passagem do alimento proveniente do omaso. Internamente, o abomaso é revestido por uma mucosa lisa, que contém numerosas glândulas que secretam o suco gástrico. Possuiuma mucosa mais úmida do que os outros pré-estômagos, com pregas longas e altas. No bezerro, o abomaso cobre uma grande parte do assoalho do abdômen. A mucosa possui glândulas responsáveis por secretar o suco gástrico ou abomasal, numa velocidade que compensa, mais ou menos, a perda de líquido no omaso. O conteúdo do suco gástrico determina o pH, que pode ser de 1,5 a 3,0. Nestas condições, os microrganismos vindos do retículo-rúmen acabam morrendo.
Os principais produtos secretados pelas glândulas do abomaso são: enzimas (pepsina e pepsinogênio), hormônios (gastrina), ácidos (ácido clorídrico – HCl) e água. No bezerro, o abomaso secreta uma enzima específica para a digestão do leite, a quimosina (antiga renina), que coagula o colostro/leite, formando um coágulo de caseína e liberando o soro.
 
Intestinos 
Os intestinos são divididos em duas porções, as quais sofrem ainda, subdivisões:
1.Intestino Delgado: duodeno (porção ativa de digestão e absorção), jejuno (porção para absorção) e íleo (porção para absorção e reabsorção);
2.Intestino Grosso: ceco (saco cego), colo (parte mais volumosa do intestino grosso) e reto (termina no ânus).
As alças intestinais ocupam os dois terços posteriores do lado direito do abdômen. O rúmen cheio desloca as alças intestinais para a direita da linha média. A digestão enzimática, que se iniciou no abomaso com a quimosina (bezerro) ou a pepsina (bovino adulto), é completada no intestino delgado com a participação das enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, amilase pancreática, lipase) e de outras enzimas intestinais (lactase, maltase, sacarase, dissacaridases e outras). Portanto, é no intestino delgado (especialmente no duodeno e jejuno) onde ocorre a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes (proteínas, lipídios, minerais e vitaminas), ao passo que a maior parte dos carboidratos já foi fermentada no rúmen.
As paredes internas (mucosas) do intestino delgado são revestidas por inúmeras projeções papilares chamadas vilos ou vilosidades, que servem para aumentar a superfície de absorção destes nutrientes.
A digestão enzimática desenvolve-se nas primeiras semanas de vida do bezerro, quando começa a ingerir nutrientes que exigem clivagem: dissacarídeos, amido e lipídeos.
No intestino grosso, o processo de decomposição, síntese e conversão são mediadas por enzimas bacterianas. É justamente neste órgão que a maior parte da água ingerida será absorvida. Existe no intestino grosso, uma população microbiana semelhante à do rúmen, mas bem menor em número. Estes microrganismos fermentam o pouco substrato que lá chega, da mesma forma que os do rúmen, produzindo ácidos graxos voláteis e proteínas microbianas. Ocorre também certa digestão da celulose, pelas enzimas destes mesmos microrganismos.
As vitaminas B e K, assim como no rúmen, também são sintetizadas neste órgão. Existe absorção destes nutrientes produzidos no intestino grosso, mas ela é bastante limitada.
Referências 
Disponível em:< http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/sistema-digestivo-dos-ruminantes/> acessado em Ago. 2017. 
Disponível em:<http://www.uff.br/fisiovet/Conteudos/apostila2012fisioII.pdf> acessado em Ago. 2017. 
Disponível em:<http://rehagro.com.br/alguns-aspectos-sobre-a-anatomia-e-fisiologia-do-sistema-digestivo-dos-bovinos/> acessado em Ago. 2017.

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