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TRABALHO GESTÃO DE NEGÓCIOS FRED

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Resumo
Este trabalho retrata de maneira informativa sobre a Gestão de Negócios, com o objetivo de explanar os atos unilaterais como fontes de obrigações e seus institutos tipificados, bem como conteúdo principal está exposto e apoiado em conhecimento adquirido e fundamentado em doutrinadores, a fim de tornar o tema claro e simples bem como suas particularidades. Como finalidade, abordaremos conceitos, efeitos e requisitos necessários de cada instituto.
ATOS UNILATERAIS: GESTÃO DE NEGÓCIOS
1. ATOS UNILATERAIS
1.1 Conceito
Como o próprio nome expressa unilateral significa em algo que está situado de um lado só, inclina-se para um só lado ou quando atende a um só lado.
A palavra unilateral é constituída pelo prefixo UNI que significa: um, único, mais a palavra LATERAL que significa: lado, ou seja, um único lado. Que atende as razões e aos interesses de somente aos interesses de uma das partes em questão, aquilo que está direcionado para um lado apenas. 
A jurista e doutora Maria Helena Diniz (2002, p. 572), traz o conceito de Atos Unilaterais como sendo: 
“uma das fontes das obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa, formando-se a partir do instante em que o agente se manifesta com intenção de se obrigar, independentemente da existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir posteriormente. Não haverá liberdade para se estabelecerem obrigações, que só se constituirão nos casos preordenados em lei. As obrigações nascem da declaração unilateral da vontade manifestada em circunstancias tidas pela lei como idôneas para determinar sua imediata constituição e exigibilidade, desde que o declarante a emita com intenção de obrigar-se, e desde que chegue ao conhecimento da pessoa a quem se dirige, e seja esta determinada ou pelo menos determinável”
Ou seja, na área jurídica, ato unilateral é um tipo de obrigação que ocorre mas não através de um contrato, é uma negociação que beneficia apenas um dos lados sem a participação da outra parte, um dos lados toma a decisão que mais lhe parecer conveniente. A gestão de negócio é uma das formas de atos unilaterais
2. DIFERENÇAS ENTE ATOS UNILATERAIS E CONTRATO
Tanto os atos unilaterais e o contrato são fontes de obrigações, para Silvio de Salvo Venosa (2007, p.43) ensina que: 
“As obrigações derivam de certos atos, que dão margem à criação, ao surgimento das obrigações (...) as fontes das obrigações, referem-se ao nascedouro, a todos os atos eu fazem brotar as obrigações”. 
As fontes das obrigações se resumem sempre a um fato, normalmente ao ato humano, sobre o qual incide a norma jurídica. 
E as obrigações surgem através de acontecimentos e não assim simplesmente do nada, para mas existem diferenças entre eles, sabe-se que o contrato é bilateral quanto as partes, os contratos nascem do acordo de vontades entre as partes, e geralmente cessa com o cumprimento da prestação, sendo executado pelas partes.
Os atos unilaterais são obrigações assumidas por alguém, independentemente da certeza da ação do credor, já os contratos tem resultados finais previstos a serem alcançados, liberando o devedor e satisfazendo o credor.
Os contratos podem ser atípicos, as obrigações nos contratos nascem pela vontade e enquanto nos atos unilaterais só podem ser criados pela lei, os atos unilaterais encontram-se no atual código civil a partir do artigo 854, que abrange primeiramente “da promessa de recompensa”, partindo-se então para o artigo 861 “gestão dos negócios” e nos artigos 876 até o 884 segue “do pagamento indevido” e “do enriquecimento sem causa” que vai até o artigo 886. Não há liberdade para se estabelecerem obrigações nos atos unilaterais e só se constituirão nos casos previstos pela lei. 
3. AS MODALIDADES DOS ATOS UNILATERAIS
Os atos unilaterais como fonte de obrigações, são quatros conforme o Código Civil de 2002, que são:
a promessa de recompensa, 
a gestão de negócios, 
o pagamento indevido e o 
enriquecimento sem causa
Não existem outros atos unilaterais além desses quatro previstos em lei. A Promessa de Recompensa e a Gestão de Negócios são atos unilaterais autênticos, enquanto que o Pagamento Indevido e o Enriquecimento Sem Causa estão mais perto da disciplina da responsabilidade civil.
Nesse trabalho examinaremos a Gestão de Negócios.
4. GESTÃO DE NEGÓCIOS
4.1. Conceito
A gestão de negócio é uma das formas de atos unilaterais
Seu conceito é, a intervenção espontaneamente e não autorizada (sem mandato, sem a procuração), de uma pessoa (gestor de negócio) na direção dos negócios de uma outra pessoa (dono do negócio), feita segundo o interesse, a vontade presumível e por conta do dono do negócio. O código Civil brasileiro de 2002 é auto conceitual, no que expressa o art. 861, in verbis;
“Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar.”
Isso quer dizer que a pessoa intervém na administração de negócio alheio, sem autorização do interessado, dirigindo o negócio e presumindo de acordo com a vontade do dono. Conforme a definição do ilustre doutrinador Clóvis Beviláqua, gestão de negócios é: 
"a administração oficiosa de negócios alheios, feita sem procuração".
Muitas das vezes, a atitude do gestor demonstra um ato que pode-se dizer de generosidade, pelo qual ele intervém nos interesses do dono do negócio, em situações emergenciais, a fim de evitar eventual prejuízo, atuando em seu lugar independente de autorização, como se dono fosse. Porém a responsabilidade perante a este e outrem, recai lhe.
Imagina que um vizinho sai de viagem e esquece a torneira da pia da cozinha aberta, o outro vizinho morador do mesmo edifício, percebendo a água escorrer pela porta de entrada do apartamento, arromba a porta deste para fechar a torneira, enxuga o apartamento, manda secar os tapetes em lavanderias, troca a fechadura arrombada e, depois envia as despesas ao vizinho quando esse chega de viagem, que terá que indenizar o gestor desse negócio pelas despesas. Porém o gestor agiu independentemente da certeza ou não do dono do negócio indenizá-lo ou não, sem a devida autorização ou procuração do mesmo. 
O gestor geralmente é um vizinho, amigo ou parente que vai administrar os negócios alheios sem procuração. Embora a lei use a expressão “negócio”, na verdade a gestão é de “interesse” alheio.
A gestão de negócios gera a solidariedade entre as pessoas. O gestor não tem autorização e nem obrigação de agir, mas deve fazê-lo por humanitarismo, bondade garantindo a lei o reembolso das despesas feitas. O gestor age de improviso numa emergência (866), sendo equiparado a um mandatário sem procuração. Se o dono do negocio autoriza o gestor a agir teremos contrato de mandato e não mais a gestão de negócios, por exemplo, no caso da torneira aberta, poderia localizar o vizinho por telefone que autoriza o arrombamento. Interessante que o gestor de negócio e o dono do negócio não precisam se conhecer.  
Há também semelhança na gestão de negócios com a estipulação em favor de terceiros, no tocante a beneficiar um terceiro, na solidariedade, como por exemplo, do aluguel de um dos imóveis que possuo destino o mesmo para meu irmão desempregado. Nesse caso também houve uma conduta unilateral, pois o gestor do negócio age sem combinar com o beneficiário, não havendo acordo de vontade entre as partes. Interessante que o gestor.
5. REQUISITOS DA GESTÃO DE NEGÓCIOS
Para que se configure a gestão de negócios, são imprescindíveis os seguintes requisitos:
Ausência de qualquer contrato, acordo ou obrigação legal entre as partes a respeito do negócio gerido, pois a caracterização da gestão é voluntária, a interferência é espontânea do negócio alheio;
Inexistência de proibição ou oposição pelo dono do negócio, pois a administração do gestor deve ser conforme vontade presumida do dono, respondendo o gestor até por casos fortuitos, conforme art. 862, do CCB/2002.
Interesse dogestor de cuidar do negócio alheio, não tendo a intenção de pura liberalidade entre as partes, afinal vai querer ser ressarcido das despesas efetuadas; 
Agir com intenção de ser necessário e não somente útil ao dono do negócio, agindo como ele faria se não estivesse ausente, tendo a necessidade de gerir, pois a intervenção de terceiro em negócio alheio deve ser uma necessidade e não mera utilidade, o art. 869 do CC/02 refere-se à utilidade da intervenção provocada por uma necessidade patente, cuja atividade deverá ser útil ao dono do negócio, proveitosa e de seu interesse, devendo o gestor realizar o que o dono faria se não estivesse ausente.
Fungibilidade do objeto do negócio, ou seja, o negócio pode ser realizado por terceiro, não precisando ser ato personalíssimo, pois se for ato personalíssimo só o dono pode praticar, como por exemplo, não pode o irmão fazer prova no lugar do outro porque está doente e vai perder o concurso.
Ação do gestor limitada a atos de natureza patrimonial, ou seja, uma vez que os atos do gestor não é de mera administração. 
6. EFEITOS DA GESTÃO DE NEGÓCIOS
A gestão de negócios acarretará efeitos tanto para gestor quanto para o dono do negócio, quais sejam obrigações e direitos.
6.1 As Obrigações Do Gestor São:
Agir de acordo com o interesse e a vontade presumível do dono do negócio, conforme fundamento do art. 861 do Código Civil de 2002:
“Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar.”
Comunicação ao dono do negócio, quanto a gestão que assumiu e, aguardar resposta, se da espera não resultar perigo, art. 864 C.C./02:
“Tanto que se possa, comunicará o gestor ao dono do negócio a gestão que assumiu, aguardando-lhe a resposta, se da espera não resultar perigo.”
Velar pelo negócio, dispositivo expresso no art. 865 do C.C/02:
“Enquanto o dono não providenciar, velará o gestor pelo negócio, até o levar a cabo, esperando, se aquele falecer durante a gestão, as instruções dos herdeiros, sem se descuidar, entretanto, das medidas que o caso reclame.”
Aplicar toda a sua diligencia habitual na administração do negócio, ressarcindo ao dono de todo prejuízo, veja art. 866 CC/02:
“O gestor envidará toda sua diligência habitual na administração do negócio, ressarcindo ao dono o prejuízo resultante de qualquer culpa na gestão.”
Responder pelas faltas do substituto conforme art. 867 e Parágrafo único do CC/02:
“Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela possa caber.”
“Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua responsabilidade.”
Responder por casos fortuitos ou ignorar interesse do dono em proveito de seus interesses, de acordo com o art. 868 CC/02: 
“O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus.”
6.2 Os Direitos Do Gestor São:
Recuperar as despesas feitas na administração da coisa alheia, conforme art. 868 no parágrafo único do CC/02: 
“Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o gestor das despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver sofrido.”
6.3 Os Deveres do Dono do Negócio São:
Reembolsar o gestor com as despesas necessárias e úteis que tiver feito, com juros legais, desde o desembolso e, prejuízos e também deverá assumir perante terceiros as obrigações contraídas pelo gestor em seu nome, desde que o negócio tenha sido utilmente administrado, conforme dispositivo do art. 869 CC/02:
“Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão.”
Indenizar o gestor pelas despesas, com juros legais, desde o desembolso, se a gestão se propôs a acudir prejuízo imediato ou redundou em proveito do dono, não excedendo ás vantagens obtidas com a gestão, de acordo com o art. 870 CC/02:
“Aplica-se a disposição do artigo antecedente, quando a gestão se proponha a acudir a prejuízos iminentes, ou redunde em proveito do dono do negócio ou da coisa; mas a indenização ao gestor não excederá, em importância, as vantagens obtidas com a gestão.”
Indenizar o gestor prejuízos sofridos pela gestão;
Substituir o gestor nas posições jurídicas por ele assumidas perante terceiros.
6.4 Os Direitos do Dono do Negócio São:
Exigir que o gestor restitua as coisas ao estado anterior ou o indenize da diferença, se os prejuízos da gestão iniciada contra a sua vontade excederem o seu proveito, expresso no art. 863 CC/02:
“No caso do artigo antecedente, se os prejuízos da gestão excederem o seu proveito, poderá o dono do negócio exigir que o gestor restitua as coisas ao estado anterior, ou o indenize da diferença.”
7. RATIFICAÇÃO DA GESTÃO DO NEGÓCIO
A ratificação é o ato pelo qual o dono do negócio valida tudo que foi feito pelo gestor, ela retroage ao dia que começou a gestão, produzindo efeito de mandato.
Ratificar ou desaprovar a gestão, aqui merece uma explicação mais detalhada, quando se diz ratificar, significa confirmar, diante de tal fato, a ratificação é o ato pelo qual o dono do negócio confirma sua noção, autorizando o gestor a administrar seu negócio, conforme o art. 873 CC/02: 
“A ratificação pura e simples do dono do negócio retroage ao dia do começo da gestão, e produz todos os efeitos do mandato.”
Podendo essa ratificação ou confirmação se dar de forma expressa ou tácita, sendo que a última decorre do silêncio do interessado (dono do negócio), quando sabendo da gestão e podendo desautorizá-la não o faz, transformando a gestão de negócio em mandato tácito. 
Ainda sobre afirmação de que a ratificação retroage ao dia do começo,conforme os arts.873 e 874 CC/02 
“A ratificação pura e simples do dono do negócio retroage ao dia do começo da gestão, e produz todos os efeitos do mandato.”
 “Se o dono do negócio, ou da coisa, desaprovar a gestão, considerando-a contrária aos seus interesses, vigorará o disposto nos arts. 862 e 863, salvo o estabelecido nos arts. 869 e 870.”
A afirmação de que a ratificação retroage ao dia do começo da gestão importa na transferência das responsabilidades que vinculam o gestor, não mais importando se sua administração foi útil ou não, pois é como se não tivesse havido a gestão, mas só o mandato.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do trabalho executado e estudado, concluímos que a modalidade gestão de negócios pertencente aos atos unilaterais, uma das fontes obrigacionais, e também é a intervenção não autorizada de uma pessoa, no caso o gestor de negócio, na direção dos negócios de uma outra, que é o dono do negócio, feita segundo o interesse, a vontade presumível como se dono do negócio fosse.
Como todo fato jurídico, é revestida de pressupostos para sua configuração, como ausência de qualquer acordo entre gestor e dono do negócio, inexistência de proibição por parte do dono quanto à gestão de seu negócio, vontade do gestor em gerir o negócio e caráter necessário da gestão, licitude e fungibilidade do objeto da gestão de negócios.
Foram expostas também as consequências jurídicas da gestão de negócios, tais como as obrigações e direitos do gestor, deveres do dono do negócio para com o gestor e obrigações desses perante terceiro.
 Também que a gestão é generosa, mas o gestor pode ser processado caso não exerça bem sua tarefa. Sendo assim o gestor pode ser responsabilizado, mesmo que de boa fé, mas se agir com precipitação ou interpretar de maneira a confundir um fato, causando prejuízo ao dono do negócio. 
Para o gestor é indispensável que aja com bom sensorespeitando a lei, mesmo que a gestão de negócios incentiva a solidariedade entre estranhos, ela também protege o dono do negócio contra atos de intromissão indevida na sua esfera jurídica conforme se vê no art. 868 do CC/02:
“O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus.”
Cumprindo bem sua tarefa, o gestor será indenizado pelo dono do negócio de acordo com o art.869, e § 1o: 
“Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão.”
“§ 1o A utilidade, ou necessidade, da despesa, apreciar-se-á não pelo resultado obtido, mas segundo as circunstâncias da ocasião em que se fizerem.”
Se a gestão resultar proveito para o dono do negócio, a gestão independe de aprovação, ao gestor caberá a devida indenização pela importância das vantagens obtidas.
Porém ao gestor incumbi obrigações também como comunicar a gestão ao dono do negocio, agir com prudência, lealdade e seriedade em favor ao dono do negócio, compete ao gestor não fazer operações arriscadas, prestar contas de sua gestão.
Assim como há as obrigações ao gestor, também há as obrigações do dono do negócio, quais são, indenizar o gestor das despesas feitas, ratificar ou desaprovar a gestão após tomar conhecimento dela, cumprir as obrigações contraídas em seu nome.
Sobre a gestão de negócios existem várias situações e exemplos, pesquisando deparamos com essas: levar uma vitima de atropelamento ao hospital e pagar as despesas médicas, providenciar um guincho para remover o carro de alguém estacionado na frente de uma casa em chamas; um advogado que paga com seu dinheiro um imposto devido pelo cliente; pagar alimentos quando o devedor da pensão está ausente, conforme art.871 CC/02: 
“Quando alguém, na ausência do indivíduo obrigado a alimentos, por ele os prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver do devedor a importância, ainda que este não ratifique o ato.”
Então quem sustenta filhos dos outros pode exigir indenização dos pais. Assim como também é gestão de negócios pagar as despesas do funeral de alguém, descrito no art.872 CC/02:
“Nas despesas do enterro, proporcionadas aos usos locais e à condição do falecido, feitas por terceiro, podem ser cobradas da pessoa que teria a obrigação de alimentar a que veio a falecer, ainda mesmo que esta não tenha deixado bens.”
Alguns requisitos importantes para rever sobre a gestão de negócios, é que os atos devam ocorrer por necessidade ou por utilidade, mas o gestor não fica autorizado a efetuar operações arriscadas, mesmo que o dono do negócio fizesse, se ele fizer e der errado, ele responderá por perdas e danos, ao contrário que se der certo e o dono quiser ter a coisa melhorada, ele deverá indenizar o gestor.
Outra situação significativa e relevante a saber é que os atos devem ser de natureza patrimonial, não há gestão em assuntos públicos.
Enfim, ninguém é obrigado a se envolver com negócio jurídico alheio, para evitar prejuízos ao titular, porém se o fizer deverá assumir com responsabilidade de buscar o melhor resultado possível para sua intervenção para obter a gestão do mesmo de forma diligente, com prudência, bom senso de conformidade com a lei, não abandonar a gestão do negócio antes de sua conclusão, prosseguindo até que o negócio seja concluído, ao menos que receba instruções do dono do negócio ou de seus sucessores se aquele vier a falecer. 
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. Código Civil Brasileiro de 2002.
2.  DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro, Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais, ed. 15º, v. 3, São Paulo: Saraiva, 2000, cit., v. 3, p. 572.
3. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. 10. ed., v. 2. – São Paulo: Atlas, 2007, cit., p 43
4.GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Contratos e atos unilaterais - volume III. São Paulo: Editora Saraiva, 2004.

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