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LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

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UNIVERSIDADE DE VILA VELHA
CLAUDINEI BARBOSA VIANA 
D2Na
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Vila Velha, Espírito Santo.
2014
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO	03
2 – CONSEQUENCIAS SOCIAIS DA ILEGALIDADE DO ABORTO	04
3 - CONSEQ. FÍSICAS E PSIQUICAS DE UMA GRAVIDEZ INDESEJADA ......04/05
4 - ELIMINAÇÃO DO FETO ANTES DE 14 DIAS DE GESTAÇÃO............................ 06
5 - CONSEQUENCIAS DAS LEIS RESTRITIVAS.......................................................... 06
6 - BENEFÍCIOS DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO............................................... 06/07
7 - CONCLUSÃO	08
8 - REFERÊNCIAS	09
INTRODUÇÃO
A legalização do aborto no Brasil tornou-se um tema, onde nossos legisladores não optam por discutir, para evitar uma polemica em torno do mandato que lhe é conferido. Portanto é notório um principio de discussão que ocorreu e tomou um rumo de estagnação se comparado a outros países, neste sentido, relata Ana Maria Costa em seu artigo, que a criminalização do aborto não inibiu o número de abortos ocorridos clandestinamente por gravidez indesejada. Pelo contrário, o maior número de mulheres que morreram após uma tentativa ou uma efetivação clandestina de aborto, são mulheres mais pobres com dificuldades de acesso a saúde. Assim, sua criminalização aumenta os problemas sociais.
Daniel Sarmento, em seu artigo, critica a posição do Estado em aceitar a intervenção da Igreja mediante um problema social como este, já que o Brasil é um País laico e tal intervenção estaria ferindo a laicidade. Dessa forma, a Igreja estaria ditando e criando regras para ações do ser humano, ferindo também a própria Constituição Brasileira, proibindo a liberdade individual. Tais posturas do Estado acabam por provocar mediante uma gravidez indesejada, sérios problemas físicos e psíquicos tanto na mãe quanto na criança.
Por fim, afirma Peter Singer, que antes de quatorze dias de gestação, é provável que o feto ainda não sinta dor, não é ainda considerado uma pessoa e sim um aglomerado de células, logo não possui raciocínio e nem sente dor. Neste contexto, há que se analisarem as consequências das leis restritivas e os benefícios do aborto assistido de forma legal, com razões fundamentadas.
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
2. Consequências sociais da ilegalidade do aborto
Em relação à legalização do aborto, podemos observar num artigo publicado pela revista Carta Capital por Ana Maria Costa no dia 28/09/2013, onde ela afirma a posição do Brasil no que tange a evolução desse polêmico tema, segundo o artigo, o Brasil estancou o debate sobre o tema no Parlamento e no governo, barrando direitos essenciais para a democracia. Em outros países como o Uruguai, tiveram um amadurecimento de ideias, tomando uma posição totalmente contrária a do Brasil. Nesses países, optou-se pela vida e os direitos da mãe, legalizando o aborto.
Tal postura do Brasil não inibiu ou diminui o número de mulheres que procuram clínicas clandestinas, ou fazem uso de outros meios para interrupção de uma gravidez indesejada. Tendo como resultado de tais atitudes, mulheres com sequelas ou ainda o resultado morte.
Portanto, a declaração de ilegalidade do aborto, deixa claro o comprometimento dos direitos inerentes à democracia. Haja vista que por ser um País laico, garantindo liberdade religiosa na sua ampla diversidade, a Igreja não deveria influenciar nas decisões do Estado relacionado aos interesses públicos, nesse caso a legalização do aborto.
Estudos mostram que o maior número de mulheres que morreram durante aborto clandestino, é de classes mais pobres. Justifica os fatos, devido dificuldades financeiras e de acesso a um atendimento médico.
Carta Capital, Ana Maria Costa é médica, feminista e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)
3. Consequências físicas e psíquicas de uma gravidez indesejada
Em seu artigo, Daniel Sarmento, afirma que a fundamentação de Proteção Constitucional à Vida do Nascituro, não pode ser construída a partir de compreensões religiosas ou metafísicas particulares, mas sim, sob o crivo de argumentos jurídicos, científicos e de moralidade laica. Neste caso, ele sugere que o aborto não pode ser equacionado levando em consideração o suposto momento de implantação da alma no feto. Cientificamente o córtex cerebral só acontece no segundo trimestre de gestação, tal fato não deixa dúvida sobre a impossibilidade de o feto apresentar racionalidade, portanto, o nascituro não é capaz de qualquer sentimento ou pensamento. Segundo Maurizio Mori, “o córtex constitui o substrato biologicamente necessário do qual emerge a novidade do nível cultural-racional”, sem a qual, nas palavras do autor italiano, não existe senão a “naturalidade do mundo orgânico".
Diante dessa afirmação, o nascituro, embora já possua vida, não é ainda pessoa. O Código Civil brasileiro é expresso ao estabelecer, logo no seu art. 2º, que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida".
A criminalização do aborto causa dois graves problemas ferindo o direito à saúde das mulheres: primeiro, obrigam gestantes a levar uma gestação mesmo quando impliquem em efetiva lesão à sua saúde física e psíquica, haja vista que a saúde não constitui hipótese de aborto autorizada pela legislação nacional. Outro fator, é que a proibição levam todo ano centenas de milhares de gestantes, sobretudo as mais pobres, a submeterem-se a procedimentos clandestinos realizados na maioria das vezes, sem as mínimas condições de segurança e higiene, com graves riscos para suas vidas e saúde.
Além disso, pressupõe que se respeite a esfera de autodeterminação de cada mulher ou homem, que devem ter o poder de tomar as decisões fundamentais sobre  suas próprias vidas, sem interferências do Estado ou de terceiros. Tal ideia baseia-se na concepção do princípio da liberdade onde cada pessoa humana é um agente moral dotado de razão, capaz de decidir o que é bom ou ruim para si. Em sua ressalva, Ronald Dworkin afirma, “uma mulher que seja forçada pela sua comunidade a carregar um feto que ela não deseja não tem mais o controle do seu próprio corpo. Ele lhe foi retirado para objetivos que ela não compartilha. Isto é uma escravização parcial, uma privação de liberdade".
Algumas consequências em longo prazo da ilegalidade do aborto serão refletidas não apenas nas mães, mais os maiores prejudicados na maioria dos casos, são as próprias crianças de uma gravidez indesejada, que podem ocasionar doença e morte prematura, pobreza, problemas de desenvolvimento, abandono escolar, delinquência juvenil, abuso de menores, instabilidade familiar e divórcio, e ainda necessitar de apoio psiquiátrico além de crescer com falta de autoestima.
Um movimento conhecido internacionalmente como pro-choice, termo utilizado em países de língua inglesa para defender o "direito a escolha", de ter ou não filhos e de poder abortar, analisa a questão pela ótica de que a mulher terá uma vida melhor, quando não é forçada a prosseguir uma maternidade não desejada e que a vida tanto dos filhos como dos pais em geral, é mais positiva quando a interrupção voluntária da gravidez não é criminalizada. Dessa forma, a ilegalidade do aborto leva à procura por abortos ilegais, usualmente em condições insalubres e em condições precárias.
SARMENTO, Daniel. Legalização do Aborto e Constituição. Disponível na Internet: http://www.mundojuridico.adv.br. Acesso em 29 agost. 2014.
4. Eliminação do feto antes de quatorze dias de gestação
Peter Singer no livro Ética Prática, afirma que o óvulo fertilizado é uma única célula, e que vários dias depois não passam ainda de um minúsculo aglomerado de células sem nenhuma característica anatômica, do ser em que se virá a transformar. As células que virão a formar o embrião propriamente dito são nesta fase indistinguíveis das células que irão formar a placenta e o saco amniótico. Salienta ainda que, até cerca de 14 dias após a fertilização, não se pode sequer saber se o embrião irá dar origem a um ou a dois indivíduos,
porque a divisão ainda pode ter lugar, levando à formação de gêmeos idênticos. Aos 14 dias surge à primeira característica anatômica, a chamada linha primitiva, na posição em que mais tarde se desenvolverá a coluna vertebral. O embrião não pode ter consciência nem sentir dor.
5. Consequências das leis restritivas
Como consequências das leis restritivas, é notório observar que a proibição ao aborto não evita a prática, apenas os fazem clandestinamente. As mulheres que desejam fazer um aborto veem-se muitas vezes numa situação desesperada, e por isso, recorrem a abortos praticados nas piores condições ou tentam mezinhas caseiras.
6. Benefícios da legalização do aborto
O aborto praticado por médico qualificado é tão seguro como qualquer intervenção médica, mas não são raras as tentativas de efetuar abortos por pessoas não qualificadas, o que resulta em complicações clínicas sérias e por vezes na morte. Assim, o efeito de proibir o aborto não é tanto o de reduzir o número de abortos efetuados, mas o de aumentar as dificuldades e os perigos para as mulheres com gravidez não desejadas.
Segundo Wilhout Victims, aqueles que consideram o aborto um crime sem vítimas defendem que, embora todos tenham o direito de defender uma opinião sobre a moral do aborto e de agir de acordo com ela, nenhum setor da comunidade deve forçar as outras pessoas a aderir à sua perspectiva particular. Numa sociedade pluralista devíamos tolerar pessoas com posturas morais diferentes e deixar a decisão de fazer ou não um aborto, à mulher a quem isso diz respeito.
Um argumento feminista procura justificar o aborto sem negar que o feto seja um ser humano inocente, afirmando que a mulher tem o direito de escolher o que acontece ao seu próprio corpo.
Singer, Peter. Ética prática / Peter Singer. 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 1998
CONCLUSÃO
Diante dos argumentos acima apresentados, não resta dúvida de que a legalização do aborto no Brasil, tomada como postura de Estado democrático e laico, baseando nos fundamentos de uma sociedade livre e capaz de decidir o que é bom ou ruim no momento do fato, não afetaria o pundoror e nem a moral. Afinal, procedimentos que hoje são feitos clandestinamente, passariam a ser assistidos por profissionais qualificados, além de possuírem uma base fundamentada e justificada na legislação brasileira. É óbvio que toda ação, principalmente como esta, não seria como todo feito a bel prazer em qualquer lugar, mas sim como qualquer procedimento cirúrgico, executado de forma legal e justificado perante a sociedade.
Neste sentido, estaria o Brasil, evitando que problemas sociais, psíquicos e principalmente, procedimentos clandestinos que vitimizam mulheres sem acesso a saúde, continuassem acontecendo de forma indiscriminada.
Por fim, o direito de escolha, tornaria um ato de responsabilidade da pessoa a quem caiba decidir, sobre o que é melhor mediante o ocorrido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carta Capital, Ana Maria Costa é médica, feminista e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). 
SARMENTO, Daniel. Legalização do Aborto e Constituição. Disponível na Internet: http://www.mundojuridico.adv.br. Acesso em 29 agost. 2014.
Singer, Peter. Ética prática / Peter Singer. 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 1998

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