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Unidade 2

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EA
D
2
Arte Internacional: do 
Final da Década de 
1960 ao Ano 2000
1. OBJETIVOS
• Reconhecer o contexto histórico que originou as manifes-
tações artísticas pós-modernas.
• Compreender a Arte Conceitual, a Land Art e a influência 
destas na arte pós-moderna.
• Identificar as principais manifestações artísticas das déca-
das de 1970 e 1980 ao redor do mundo, em países como 
Itália, Alemanha, França e EUA.
• Compreender manifestações artísticas tipicamente con-
temporâneas, tais como a vídeo-arte e as vídeo-instala-
ções.
• Perceber como o panorama histórico da atualidade é tra-
duzido nas manifestações artísticas contemporâneas.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira128
2. CONTEÚDOS
• Introdução: Pós-modernismo e a pluralidade da arte do 
final da década de 1960 à contemporaneidade.
• Contexto histórico: os últimos passos da Guerra Fria, o 
fim da União Soviética e a Nova Ordem Mundial.
• Arte Conceitual: a “ideia” é mais importante do que a ma-
terialidade da obra.
• Land Art.
• As décadas de 1970 e 1980: Itália: Transvanguarda.
• As décadas de 1970 e 1980: Alemanha: Neo-expressionismo.
• As décadas de 1970 e 1980: França: Figuração Livre.
• As décadas de 1970 e 1980: Grã-Bretanha.
• Apêndice: a cultura de rua e o grafite.
• As décadas de 1970 e 1980: a nova arte norte-americana.
• O Hiper-realismo e os diálogos com a fotografia.
• As vídeo-instalações e a vídeo-arte.
• Da década de 1990 à atualidade: a nova realidade histó-
rica e a arte.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir: 
1) Na modalidade EaD, a aprendizagem acontece enfati-
zando o "aprender a conhecer" por meio da capacitação 
do aluno rumo à sua autonomia no aprender, com es-
tratégias de conhecimento, ênfase na motivação e de-
senvolvimento das operações de pensamento, tais como 
observação, interpretação, crítica etc. 
2) Não carregue dúvidas em sua cabeça! Recorra sempre a 
seu tutor, pois ele vai orientar você sobre como superar 
as dificuldades.
Claretiano - Centro Universitário
129© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
3) Para relembrar o que foi a Cortina de Ferro, consulte a 
Unidade 1.
4) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a 
seguir, alguns filmes e um vídeo para que você aprofun-
de seu arcabouço teórico e cultural.
• Forest Gump: o contador de histórias (1994): para 
entender melhor a história dos EUA e, consequen-
temente, de grande parte do mundo, da década de 
1950 até a década de 1980, veja esta fábula cinema-
tográfica, com Tom Hanks no papel-título.
• Adeus Lenin (2002): este filme alemão mostra de ma-
neira bastante lírica e divertida os acontecimentos 
que levaram à queda do Muro de Berlim e o fim do 
Comunismo na Cortina de Ferro. 
• Basquiat – traços de uma vida (1996): este longa-metra-
gem de ficção conta um pouco da história de um artista 
que teve uma carreira meteórica. O filme tem direção 
de Julian Schnabel, também artista plástico e um dos 
mais célebres da arte contemporânea norte-americana.
• Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de 
Basquiat, recomendamos que acesse o seguinte en-
dereço eletrônico: <http://www.youtube.com/watc
h?v=foerFJqupYM&feature=PlayList&p=D7FE1E8697
FF6B8F&playnext=1&playnext_from=PL&index=2>. 
Acesso em: 30 nov. 2010.
5) Para ver algumas das obras de vídeo-arte de Bill Viola, 
recomendamos que acesse os seguintes links:
• The reflecting pool: <http://www.youtube.com/
watch?v=D_urrt8X0l8>. Acesso em: 30 nov. 2010.
• Five angels for the millennium: <http://www.youtu-
be.com/watch?v=LaQhdOrF-EI&feature=related>. 
Acesso em: 30 nov. 2010.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira130
• Ocean without a shore: <http://www.youtube.com/
watch?v=eTakwOpWqG4&feature=related>. Acesso 
em: 30 nov. 2010.
• Heaven and earth: <http://www.youtube.com/watc
h?v=csx4kSa9GyE&feature=related>. Acesso em: 30 
nov. 2010.
6) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser in-
teressante conhecer um pouco da biografia de alguns 
líderes e artistas, cujos pensamentos norteiam o estudo 
deste Caderno de Referência de Conteúdo.
Aiatolá Rohollah Khomeini (1900-1989) 
É considerado o fundador da República Islâmica – que une poder político e re-
ligioso – do Irã. Subiu ao poder com a deposição do Xá Reza Pahlevi e ali se 
manteve até a sua morte, em 1989. 
Mikhail Gorbachev (nascido em 1931) 
Foi o último líder da União Soviética. Tendo subido ao poder em 1985, foi o maior 
responsável pelo processo de abertura política e econômica que resultaria no 
fi m da URSS.
Lech Walesa (nascido em 1943) 
Foi um dos fundadores e o principal líder do Solidariedade. Tendo sido perse-
guido, e inclusive preso, pelo governo comunista polonês alinhado a Moscou, 
tornou-se na década de 1980 o principal nome da luta pela democracia. Em 
1990, no processo de redemocratização do leste europeu, foi eleito presidente 
da Polônia, ocupando o cargo até 1995.
Ludwig van Beethoven (1770-1827) 
Foi um dos maiores compositores eruditos de todos os tempos. Nascido na Ale-
manha, foi um dos grandes nomes do Romantismo, celebrizando-se principal-
mente devido às suas geniais sinfonias. Um elemento ironicamente trágico na 
vida do compositor de algumas das mais belas obras para serem ouvidas da 
história foi a sua surdez, que teve início aos 26 anos e foi avançado até a surdez 
completa a partir dos 46 anos de idade.
George Bush (pai) 
Foi diretor da CIA na década de 1970, vice-presidente dos EUA na gestão de 
Ronald Reagan e presidente entre 1989-1993. Republicano, Bush enfrentou pro-
blemas na economia interna dos EUA e terminou não sendo reeleito, derrotado 
pelo democrata Bill Clinton nas eleições de 1992. Oito anos depois, seu fi lho, 
George W. Bush, tornou-se presidente também.
Claretiano - Centro Universitário
131© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, vimos como o centro artístico mundial 
deslocou-se do “velho” para o “novo mundo”, consolidando tal 
mudança com movimentos artísticos tais como o Expressionismo 
Abstrato e a Arte Pop. Chegamos, também, a algumas correntes 
artísticas que, na década de 1960, apontariam alguns dos cami-
nhos artísticos que seriam seguidos a partir de então.
Tais caminhos seguiriam formando o instigante contexto do 
chamado “Pós-modernismo”, que permeia todas as questões ar-
tísticas até os dias de hoje. 
Veremos nesta segunda unidade como, a partir das bases 
lançadas na década de 1960, já abordadas por nós na unidade an-
terior, abriu-se uma enorme teia de tendências, correntes, discus-
sões estéticas e possibilidades infinitas que formariam a pluralíssi-
ma “colcha de retalhos” que é a arte pós-moderna.
Começaremos com uma corrente que dá sustentação a mui-
tas das manifestações artísticas contemporâneas: a Arte Concei-
tual. Antes, porém, tomemos contato com o contexto histórico do 
período.
5. CONTEXTO HISTÓRICO 
Iniciaremos este tópico listando alguns importantes acon-
tecimentos ocorridos do final da década de 1960 ao ano 2000. 
Acompanhe.
Em 1969:
• Nos EUA, multiplicam-se os protestos contra a Guerra do 
Vietnã.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira132
• Em 20 de julho, a Apollo 11 aterrissa seu módulo lunar 
na superfície da Lua. Em 21 de julho, Neil Armstrong é o 
primeiro homem a pisar na Lua (Figura 1).
• O Festival de Woodstock (Figura 2) celebra o auge do mo-
vimento hippie.
Figura 1 Neil Armstrong andando na lua 
na missão da Apollo 11 em 1969. 
Figura 2 Jovens no festival de Woodstock, 
em agosto de 1969.
Em 1970:
• O Brasil passa pelo seu “milagre econômico” e por seu 
período de maior repressão política.
Em 1972:
• É assinadoem 23 de janeiro um acordo de cessar-fogo 
entre os Estados Unidos e o Vietnã do Norte.
Em 1973:
• O Xá Reza Pahlevi (Irã) nacionaliza todas as companhias 
estrangeiras de petróleo.
• Os países árabes produtores de petróleo decretam o em-
bargo de todo o fornecimento do produto para os EUA, 
Europa Ocidental e Japão, alegando retaliação devido ao 
apoio destes a Israel na Guerra do Yom Kippur; posterior-
Claretiano - Centro Universitário
133© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
mente, a Organização dos Países Exportadores de Petró-
leo - OPEP, liderada pelos árabes, aumenta drasticamente 
os preços do produto e dá início a uma grave crise ener-
gética no mundo industrializado.
• Salvador Allende (1908-1973), presidente do Chile desde 
1970 e que, socialista, fora eleito democraticamente, é de-
posto por uma junta militar liderada pelo general Pinochet 
e auxiliada pela CIA (que combateu com ferocidade as ten-
dências esquerdistas na América Latina durante a Guerra 
Fria), supostamente se suicidando durante o golpe.
Guerra do Yom Kippur ––––––––––––––––––––––––––––––––
A Guerra do Yom Kippur aconteceu em outubro de 1973 (Figura 3) e envolveu, de 
um lado, Egito e Síria e, do outro, Israel. Têm esse nome porque teve início du-
rante o Yom Kippur, o “Dia do perdão”, feriado sagrado no qual os judeus jejuam, 
rezam e reavaliam suas condutas pessoais.
A guerra foi motivada pelas tensões entre árabes e israelenses e pela vitória de 
Israel em uma guerra de 1967, também iniciada pelos árabes, mas na qual Israel 
conquistou vários territórios.
A Guerra do Yom Kippur durou cerca de vinte dias apenas e, tendo se iniciado 
com um ataque egípcio e sírio, terminou com uma rápida e fulminante vitória de 
Israel. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 3 Soldados em ataque ao Palácio Presidencial do Chile durante golpe militar que 
depôs o presidente de esquerda Salvador Allende em 1973.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira134
Em 1974:
• O Primeiro Choque do Petróleo, deflagrado no ano ante-
rior, eleva drasticamente a inflação mundial, fazendo com 
que a maioria das economias industrializadas passe por 
um período de estagnação. 
• O presidente norte-americano Richard Nixon renuncia 
em 9 de Agosto (Figura 4), evitando assim o impeachment 
que o tiraria do cargo devido ao caso Watergate.
Em 1979:
• No Irã, a Revolução Islâmica depõe o Xá Reza Pahlevi e co-
loca o Aiatolá Khomeini no poder (Figura 5); funcionários 
da embaixada norte-americana são tomados como reféns.
Figura 4 Richard Nixon anuncia pela 
televisão a renúncia à Presidência dos 
Estados Unidos.
Figura 5 O Aiatolá Khomeini chega 
a Teerã em 1979 para instaurar a 
República Islâmica.
Em 1980:
• A União Soviética invade o Afeganistão e luta contra as 
Guerrilhas Mujahedin.
• Como reflexo da intensificação tardia da Guerra Fria de-
vido à invasão soviética ao Afeganistão, os EUA e alguns 
aliados boicotam os Jogos Olímpicos de Moscou.
Claretiano - Centro Universitário
135© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Em 1981:
• O Irã liberta reféns norte-americanos capturados em 
1979.
• Identificação dos primeiros casos de uma nova doença fatal, 
sexualmente transmissível, que pouco depois seria chamada 
de Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida – AIDS.
• A IBM lança o primeiro Personal Computer – PC (Figura 6).
Figura 6 O primeiro IBM PC, de 1981.
Em 1983:
• Lançamento do Compact Disc - CD no mercado.
Em 1984:
• É lançado no mercado o micro-computador Apple Macin-
tosh com mouse (Figura 7).
Figura 7 O primeiro Macintosh com mouse.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira136
• Franceses e norte-americanos identificam o vírus da AIDS.
• Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a URSS e o bloco so-
cialista “dão o troco” nos EUA, boicotando a competição, 
que fora boicotada quatro anos antes, em Moscou, pelos 
norte-americanos.
Em 1985:
• Mikail Gorbachev sobe à liderança da URSS.
• Ronald Reagan e Gorbachev (Figura 8) fazem reunião di-
plomática em Genebra.
Figura 8 Reagan e Gorbachev reunidos em Genebra em 1985.
Em 1986:
• Ocorre em Chernobyl, na URSS, o pior desastre nuclear de 
todos os tempos.
Chernobyl –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A explosão de um reator nuclear na usina de Chernobyl, na Ucrânia, foi respon-
sável pelo espalhamento de uma gigantesca nuvem de radiatividade por toda a 
Europa. Para se ter uma ideia, a quantidade de radiatividade liberada foi cinco 
vezes maior do que aquela produzida pela bomba atômica em Hiroshima. As 
consequências de tal cenário ocorreram a curto (com a morte da maioria dos fun-
Claretiano - Centro Universitário
137© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
cionários da usina, por exemplo) e longo prazo, com a contaminação de animais, 
vegetação e pessoas em uma vasta área.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em 1987:
• Gorbachev inicia a implementação dos seus programas 
Perestroika (reestruturação) e Glasnot (transparência).
• Reagan e Gorbachev assinam em Washington um tratado 
que limita o número de armas nucleares de curto e médio 
alcance na Europa.
Em 1988:
• Tem início na Polônia uma série de greves gerais organiza-
das (Figura 9) pelo Sindicato Independente Solidariedade, 
liderado por Lech Walesa.
Sindicato Independente Solidariedade –––––––––––––––––––
O Solidariedade foi a primeira organização sindical não comunista e indepen-
dente do estado da Polônia comunista. Foi fundado em 1980 para, a princípio, 
defender melhores condições para os trabalhadores da área naval. No entanto, 
aos poucos, foi tornando-se um dos principais instrumentos e símbolos da luta 
pela liberdade e democracia na Polônia, tendo sua atuação ecoado por todo o 
leste europeu (mesmo tendo sido ferozmente combatido pelo governo).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 9 Protestos na Polônia pela redemocratização.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira138
• As tropas soviéticas retiram-se do Afeganistão após nove 
anos de ocupação.
• Gorbachev decreta a redução do contingente militar so-
viético em 10% das tropas.
Em 1989:
• Um governo não comunista assume o poder na Tchecos-
lováquia.
• Milhares de estudantes fazem protestos pró-democracia 
por sete semanas na Praça da Paz Celestial em Pequim, 
sendo duramente reprimidos pelo governo chinês no epi-
sódio que ficou conhecido como “Massacre da Praça da 
Paz Celestial” (Figura 10).
Figura 10 Imagem que se tornou uma das mais famosas e emblemáticas do final do século 
XX: estudante chinês enfrenta tanques em protestos pela democracia no "Massacre da 
Praça da Paz Celestial".
• Na Polônia, os membros do Sindicato Independente Soli-
dariedade sobem ao poder.
• Cai o Muro de Berlim (Figura 11).
Claretiano - Centro Universitário
139© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 11 Manifestantes destroem o Muro de Berlim em 1989.
• A Hungria democratiza-se.
Em 1990:
• O Iraque invade o Kuwait, provocando em janeiro do ano 
seguinte a primeira Guerra do Golfo.
• A Alemanha celebra a sua unificação.
• Lech Walesa é eleito presidente da Polônia.
Em 1991:
1) No dia 16 de fevereiro, tem início a Guerra do Golfo Pér-
sico (Figura 12), na qual uma coalizão internacional lide-
rada pelos EUA reage à invasão do Kwait pelo Iraque. O 
debut da guerra se deu, na noite do dia 16, com o maior 
bombardeio de todos os tempos. No total, foram lança-
das 18 mil toneladas de explosivos, que representavam 
uma capacidade de fogo 50% maior do que a da bomba 
atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira140
Figura12 Uma das imagens mais comuns mostradas na televisão durante a Guerra do 
Golfo: em um visual próximo ao dos videogames, vê-se um alvo prestes a ser atingido em 
imagem captada pela câmera de um avião bombardeiro norte-americano.
2) A World Wide Web - WWW, criação da Organização Eu-
ropeia de Pesquisa Nuclear - CERN, promete revolucio-
nar as comunicações fazendo uso da Internet, rede de 
computadores utilizada até então apenas por militares 
ou pela comunidade científica.
3) Milhares de búlgaros comemoram o fim do Partido Co-
munista, que estivera no poder por quatro décadas.
4) O exército soviético inicia sua retirada das três repúbli-
cas bálticas – Estônia, Letônia e Lituânia. 
5) A URSS decide retirar suas tropas de Cuba.
6) A URSS aprova a lei sobre a privatização da propriedade.
7) Primeiras eleições presidenciais na Rússia, com vitória 
de Boris Yeltsin.
8) Um golpe de Estado destitui Gorbachev do poder na 
URSS. A resistência, liderada por Boris Yeltsin, restitui Gor-
bachev, mas é Yeltsin quem sai fortalecido do episódio.
Claretiano - Centro Universitário
141© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
9) Declaradas as independências de diversos países – entre 
eles Ucrânia, Armênia, Uzbequistão e Tadjiquistão – em 
relação à URSS.
10) É extinta a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
11) Eclode a Guerra dos Bálcãs.
Em 1992:
• Começa a guerra civil na Bósnia-Herzegovina.
Em 1993:
• Entra em vigor o Mercado Comum Europeu.
Em 1994:
• Um relatório divulgado pela Organização Meteorológica 
Mundial alerta que o buraco na camada de ozônio atingiu 
seus níveis máximos.
Em 1999:
• No dia 1º de janeiro, é lançado o euro como moeda única 
para onze países da União Europeia.
• A República Tcheca, a Polônia e a Hungria convertem-se 
nos primeiros ex-membros do Pacto de Varsóvia a ingres-
sar na OTAN.
• O euro iguala-se ao dólar como moeda preferida pelos in-
vestidores internacionais.
Em 2000:
• Milhares de pessoas comemoram a passagem de ano 
dentro de escritórios por causa do “Bug do milênio”, que 
poderia afetar os sistemas informatizados.
• Após denúncias de fraude e um longo impasse judicial, 
George W. Bush é declarado o presidente eleito dos EUA.
Eleições nos EUA em 2000 –––––––––––––––––––––––––––––
Devido ao complexo sistema eleitoral norte-americano, em que o candidato eleito 
não é aquele que obtém o maior número de votos, mas o que – falando grosso 
modo – obtém maior número de vitórias estaduais, a apertada eleição de 2000 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira142
terminou com a vitória de Bush mesmo tendo Gore obtido mais votos (Figura 13). 
Mesmo assim, muitos foram os que contestaram a vitória do republicano, devido 
principalmente a denúncias de fraudes especialmente no estado da Flórida (en-
tão governado pelo seu irmão).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 13 Capa da revista norte-americana “Newsweek”, que mostrava o impasse entre os 
candidatos Al Gore (democrata) e George W. Bush (republicano) nas eleições presidenciais.
Claretiano - Centro Universitário
143© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Na década de 1970, o centro das atenções, do ponto de vista 
militar, político e também econômico, continuava sendo a Guerra 
Fria. A tendência, entretanto, era de “distensão” entre as duas su-
perpotências - Estados Unidos e União Soviética -, ou seja, de de-
senvolvimento de mecanismos para uma verdadeira coexistência 
pacífica, e não apenas para uma “paz armada”, como acontecera 
até o final da década de 1960.
Como vimos na unidade anterior, no final da década de 1960, 
os EUA já percebiam algumas das limitações que o contexto inter-
nacional impunha à sua política externa. Em resumo, o fracasso 
da incursão militar norte-americana na Indochina parecia iminen-
te não apenas para o governo, mas principalmente para o povo 
dos EUA. Este foi o principal motivo da não reeleição de Lyndon 
Johnson para a presidência da república, tendo sido eleito o repu-
blicano Richard Nixon com a promessa de tirar os EUA da guerra.
A estratégia de Nixon para conseguir que os EUA não per-
dessem a sua influência na Ásia foi política, e não militar. O gover-
no norte-americano aproveitou-se da drástica ruptura ocorrida e 
cada vez mais agravada entre a China e a URSS na década de 1960 
para, estabelecendo o que se convencionou chamar de “diploma-
cia triangular” – ou seja, por meio de uma reaproximação com a 
China que dava maior poder de barganha diplomática tanto para 
chineses quanto para americanos no que concernisse à URSS –, 
manter viva a sua influência no continente asiático. 
Todo este contexto, que apontava para a distensão, não dei-
xou evidentemente de fazer EUA e URSS marcarem firmemente 
sua posição geopolítica em diversas questões. Exemplo disso é o 
apoio dado pelos norte-americanos na década de 1970 às ditadu-
ras militares da América Latina, apoio que visava manter o “quin-
tal” dos EUA longe do “perigo vermelho” (o caso mais flagrante 
ocorreu no Chile – em 1973 – , quando, com apoio logístico da CIA, 
o general Augusto Pinochet derrubou o governo de esquerda – de-
mocraticamente eleito – de Salvador Allende, dando início a uma 
sangrenta linha-dura ditatorial).
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira144
Augusto Pinochet (1915-2006) ––––––––––––––––––––––––––
Foi ditador do Chile de 1973 a 1990. Comandante do alto escalão do exército, 
liderou o golpe militar que derrubou o presidente esquerdista Salvador Allende, 
mesmo tendo sido homem de confi ança deste.
Com o fi m do regime militar no Chile, Pinochet continuou ocupando um impor-
tante papel na política do país, até ter este poder abalado devido à evolução da 
democracia dentro do próprio Chile e às pressões internacionais devidas aos cri-
mes cometidos durante a ditadura. Em 1998, por exemplo, Pinochet chegou a ser 
preso por um longo período na Inglaterra, e quase foi extraditado para a Espa-
nha, que pretendia julgá-lo pelos crimes cometidos contra cidadãos espanhóis.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
De qualquer forma, depois do caso Watergate e da renún-
cia de Nixon em 1974, durante os governos de Gerald Ford (1974-
1976) e do democrata Jimmy Carter (1976-1980), as negociações 
de paz com os soviéticos intensificaram-se ainda mais. Isto até a 
chegada do republicano Ronald Reagan à presidência em 1980, 
quando se ensaiou uma volta à Guerra Fria devido à agressividade 
da política externa de Reagan e ao imperialismo soviético, que vol-
tava à baila com a invasão do Afeganistão em 1979. 
Todavia, o recrudescimento continuou ganhando fôlego até 
aproximadamente 1985-1986, quando ocorreu uma grande mu-
dança na política da URSS, devido à crise que levaria à derrocada 
do comunismo.
A crise teve como mote todo um complexo conjunto de fa-
tores econômicos e políticos. No aspecto econômico, se durante o 
período do terror stalinista a “mão pesada” do governo fizera da 
URSS uma das maiores potências industriais do mundo, a partir da 
década de 1970 este potencial foi declinando, até chegar, no início 
da década de 1980, a níveis insustentáveis. Mas não apenas a pro-
dutividade da indústria e da agricultura caiu. 
Ocorreu que, a partir da década de 1960 e especialmente na 
década de 1970, áreas que exigiam pouco investimento, tais como 
a extração de petróleo e carvão, foram ganhando força na econo-
mia soviética, porque tinham um retorno monetário mais rápido. 
Com isso, aos poucos a URSS foi caminhando para se tornar um 
país exportador de matéria-prima, ficando cada vez mais depen-
dente de importações.
Claretiano - Centro Universitário
145© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Ao mesmo tempo, desde o final da década de 1970, a URSSvinha sofrendo pressão de seus aliados socialistas para permitir-
-lhes um maior grau de autonomia. Não apenas na esfera econô-
mica, mas principalmente na política. 
Começaram a despontar em países do bloco socialista mo-
vimentos populares fortes, representativos e “legalistas”, ou seja, 
que buscavam se manter vivos e galgando a realização de suas rei-
vindicações políticas e/ou nacionalistas não pela via da força ou do 
terror, mas pelo diálogo, mobilização popular pacífica e negocia-
ção com as autoridades comunistas. 
O mais importante desses movimentos populares apare-
ceu no começo da década de 1980 na Polônia, onde o sindicato 
Solidariedade, liderado por Lech Walesa (que depois chegaria à 
presidência do país) e de grande respaldo entre os trabalhadores, 
reivindicava a participação do operariado nas decisões governa-
mentais, ou em última instância um “Socialismo Democrático”. A 
partir do exemplo polonês, outros movimentos similares ganha-
ram força no leste europeu. Há, entretanto, outro fator central na 
derrocada do Comunismo, um “fator interno” à URSS: a chegada 
de Mikhail Gorbachev ao poder.
Gorbachev, que subiu ao poder em 1985, liderava um grupo 
de líderes mais jovens, mais abertos às mudanças e dispostos a im-
plementá-las visando não o fim do Comunismo,mas antes de tudo 
salvar a própria URSS, que já beirava o colapso. Já na passagem de 
1985 para 1986, Gorbachev anunciou seu amplo plano de trans-
formações, sintetizado nos conceitos de Perestroika e de Glasnost. 
Perestroika significa “reestruturação” e, no caso soviético, 
referia-se especialmente à reestruturação da economia, que se fa-
zia tão necessária. Glasnost significa “transparência” e referia-se 
à reestruturação na política soviética, "viciada" pela burocracia e 
pela corrupção após 70 anos de regime comunista fechado. No 
plano externo, Gorbachev atuou no sentido da aproximação em 
relação aos EUA.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira146
Enquanto na URSS, apesar da resistência de uma grande e 
arraigada parcela da burocracia oficial e do Partido Comunista, as 
reformas econômicas e políticas iam sendo implementadas, na 
chamada “Cortina de Ferro” o jugo soviético também ia se afrou-
xando. Com isso, os países comunistas do leste europeu aprovei-
taram para galgar a autonomia há tanto reivindicada, ao mesmo 
tempo em que iam sendo criados os espaços para a volta à demo-
cracia. 
É difícil precisar qual foi o país que primeiro deu seu “grito 
de liberdade” no Leste Europeu. De qualquer forma, é sabido que 
a partir de 1989 foram caindo, quase simultaneamente, os regimes 
comunistas aliados a Moscou, numa espécie de “efeito dominó” 
que culminaria com a queda do regime na própria URSS. 
Não deixaram de existir casos em que a crise nos países do 
bloco socialista europeu, oriunda do final de décadas sob o jugo 
soviético, foi desastrosa. O que aconteceu, por exemplo, na Iugos-
lávia.
A Iugoslávia era formada por repúblicas povoadas por várias 
etnias, adeptas de religiões também diversas que, sob a “mão de 
ferro” do regime comunista, mantiveram relações forçosamente 
pacíficas entre si e entre as etnias que as habitavam. Tratava-se, 
no entanto, de um verdadeiro “barril de pólvora” que, “explosivo” 
há séculos, já fora responsável por verdadeiros genocídios e atuara 
como elemento “catalisador” de conflitos de âmbito continental, 
como a Primeira Guerra Mundial. Na década de 1990, o “barril” 
explodiu de vez com sangrentos conflitos nos Bálcãs, promovidos 
especialmente pela Sérvia, principal país da região que visava, de 
uma maneira ou de outra, manter seus vizinhos sob seu jugo.
Em 1990, enquanto a URSS “desmoronava”, nos EUA o re-
publicano Ronald Reagan fazia o seu sucessor, George Bush. Bush 
foi o primeiro presidente norte-americano a ser literalmente “o 
homem mais poderoso do mundo”, já que chegava ao fim junto 
com a URSS a bipolaridade global entre as duas superpotências. 
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147© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
A princípio, falou-se de uma plurilateralidade de poder, ou 
seja, de um poder mundial dividido não mais apenas entre dois, 
mas entre vários países e, realmente, fatores como a globalização 
da economia mundial, que após o fim da Guerra Fria se acelerou 
exponencialmente, vinham para confirmar esta hipótese. Entre-
tanto, o que se viu foi a confirmação da enorme supremacia dos 
EUA sobre todo o mundo. Ou, em outras palavras, de uma “Nova 
Ordem Mundial”, expressão cunhada pelo próprio Bush para desig-
nar a política e a economia internacionais depois do fim da Guerra 
Fria que, a rigor, mostrar-se-ia significar uma “Nova Supremacia 
Mundial”.
Vale ainda citar, do começo da década de 1990, um gesto 
afirmativo do governo norte-americano que visava, entre outras 
coisas, anunciar a todo o mundo que o país seria a partir de então 
o grande líder mundial: trata-se da Guerra do Golfo.
O Iraque, liderado por Sadam Husseim, ditador que fora 
apoiado anteriormente pelos EUA contra o Irã, invadiu o Kwait em 
1990. Isto, porém, representava uma ameaça ao equilíbrio de for-
ças no Oriente Médio e à estabilidade do mercado mundial de pe-
tróleo. Reagindo contra o Iraque, os EUA puderam dar ao mundo 
mostras do seu imenso poderio bélico. 
Há, ainda, outro aspecto a ser ressaltado: a “globalização”. 
Tende muitas vezes o “senso comum” a propagar a noção de que 
“globalização” é intercâmbio de culturas, possibilidade de cone-
xão imediata entre dois indivíduos em lados opostos do globo etc. 
Entretanto, se a evolução tecnológica, principalmente na área das 
comunicações, não deixa de ser um dos instrumentos da globali-
zação, uma visão minimamente aprofundada demonstra que este 
não é o mote principal do processo. O mote é econômico, sendo a 
evolução tecnológica apenas um instrumento utilizado pelo capi-
tal para incrementar-se, instrumento no qual o próprio capital, por 
razões óbvias, investe.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira148
6. ARTE CONCEITUAL
Como vimos na unidade anterior, a partir da Arte Pop e, en-
fim, na década de 1960, as vanguardas artísticas começaram a se 
multiplicar em progressão geométrica, algo propiciado tanto pelas 
conquistas libertárias de antes quanto pela multiplicidade de ca-
minhos que se abriam aos jovens artistas de então. Partindo desta 
diversidade, falemos de algumas das tendências mais importan-
tes, começando pela Arte Conceitual.
A Arte Conceitual é aquela em que a ideia, ou seja, o concei-
to, e o processo artístico são mais importantes do que a obra em 
si, ou pelo menos do que o aspecto material da obra. Isso porque, 
em Arte Conceitual, o conceito é a própria obra.
A mostra inaugural da Arte Conceitual foi realizada na Suíça, 
em 1969, e reuniu conceitos, processos, situações, informações e 
documentos. No catálogo, afirmava-se que o artista não tinha mais 
que se limitar à matéria, passando a ser o principal valor da arte o 
“conceito”.
Mais duas outras exposições vieram confirmar a nova ten-
dência. Em uma delas, em 1969, na Alemanha, não existiu “exposi-
ção” no sentido tradicional da palavra, mas só o catálogo – encara-
do como conteúdo e suporte da mostra. A outra aconteceu no ano 
seguinte no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Podemos dizer, portanto, que com a Arte Conceitual a ne-
cessidade de uma “arte feita à mão” foi reduzida a zero, passando 
a ser valorizada a arte que existia mais nas mentes do artista e 
do espectador do que propriamente na tela ou em outro suporte. 
Este fenômeno foi chamado pelos artistas de “desmaterialização 
da arte objeto”. 
Há muitos artistas que podemos destacar como os principais 
nomes da Arte Conceitual. Seria impossível fazer uma lista de to-
dos os principais nomes, porque toda ou quase toda a arte que 
surgiu a partir de entãode alguma forma dialoga ou tangencia a 
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149© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Arte Conceitual. Citaremos apenas três: John Baldessari, Joseph 
Beuys e Marcel Broodtahers.
John Baldessari
O norte-americano John Baldessari, nascido em 1931, é um 
dos artistas que mais expõem no mundo. Tem a ironia e o absurdo 
como dois dos principais componentes de sua linguagem artística, 
elementos também presentes nas obras de vários outros artistas 
conceituais.
Exemplo de Arte Conceitual ––––––––––––––––––––––––––––
Figura 14 Beethoven’s Trumpet, John Baldessari.
Aqui temos um exemplo de como funciona a Arte Conceitual. Esta obra de John 
Baldessari é chamada de Beethoven’s Trumpet (Figura 14). A palavra Trumpet, 
no caso, é usada para designar os antigos instrumentos de surdez, que tinham 
formato de corneta. A obra, “interativa”, como podemos ver na imagem com a 
espectadora dentro do instrumento de surdez, faz sentido a partir de uma “ideia”, 
de um “conceito”: se o espectador souber previamente que o compositor Ludwig 
van Beethoven fi cou surdo a certa altura da vida, e melhor ainda se souber que, 
para o compositor, foram confeccionados vários trumpets, ou seja, instrumentos 
de surdez.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira150
Joseph Beuys
O alemão Joseph Beuys (1921-1986) afirmava que o tema 
central das suas obras era a geração e a conservação do calor e da 
energia. Tal temática, que pode soar bastante estranha a princí-
pio, era motivada entre outros fatores por algo ocorrido em 1943, 
durante a Segunda Guerra Mundial: o avião de bombardeio que o 
próprio Beuys pilotava foi abatido na Crimeia e sua vida foi salva 
pelos tártaros da região, que o untaram com banha e o embrulha-
ram em camadas de feltro.
Durante a sua juventude e ao estudar arte, Beuys também se 
envolveu com os ensinamentos esotéricos de Rudolph Steiner (1861-
1925) sobre mitologia, religião e antroposofia. Passou, então, a procu-
rar a integração da arte e da vida por meio de performances. 
Exemplo de Arte Conceitual ––––––––––––––––––––––––––––
Figura 15 Fotografia da performance “I like America and America likes me”, 
de Joseph Beuys, em galeria de arte de Nova York em 1974.
Aqui temos outro exemplo do “conceitual” na arte: motivado por questões políti-
cas relacionadas às raízes dos EUA e pela sua própria biografi a, na performance 
I like America and America likes me (Eu gosto da América e a América gosta de 
mim) (Figura 15), Beuys passou três dias em uma sala de uma galeria de arte 
Nova York convivendo com um coiote (símbolo dos Estados Unidos “selvagens”), 
enrolado em feltro como o fora pelos tártaros mais de três décadas antes.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
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151© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Uma das principais características das obras de Beuys é a 
mistura de motivos e ideias de culturas e mitologias diversas. Mui-
tos dos seus trabalhos da década de 1960 foram constituídos por 
várias peças, a fim de criar a impressão de pontos de vista diver-
gentes e ao mesmo tempo inter-relacionados.
Podemos considerar Beuys como um dos principais porta-
-vozes do Pós-modernismo no sentido de interrogação da própria 
essência das artes plásticas.
Marcel Broodthaers
Poeta, fotógrafo, cineasta 
e artista plástico, o belga Marcel 
Broodthaers (1924-1976) escrevia 
poesias desde seus 16 anos. Foi 
muito influenciado pelo Surrealis-
mo, particularmente por Magritte, 
que criava obras em que a imagem 
e a escrita entravam em contradi-
ção. Em 1963, Broodhaers decidiu 
dedicar-se à arte, criando obras 
constituídas por objetos, palavras, 
letras, desenhos primitivos, livros, 
catálogos, telas fixas nas paredes e 
relevos em plástico. Algumas obras 
de Broodthaers foram expostas na 
Bienal Internacional de São Paulo de 2006. Um exemplo de traba-
lho do artista é a obra Grande caçarola de mariscos (Figura 16).
7. LAND ART
A Land Art foi outro dos movimentos artísticos que surgiram 
no final da década de 1960, e talvez um dos mais ousados deles. 
Figura 16 Grande caçarola de mariscos, 
Marcel Broodthaers.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira152
Trata-se do tipo de arte em que, utilizando os espaços naturais 
como material de configuração artística (principalmente em lo-
cais remotos e desertos), os criadores traçam imensas linhas com 
terra, gesso ou outros materiais sobre o solo, empilham pedras, 
tijolos ou areia e realizam intervenções geralmente efêmeras que, 
frequentemente, são registradas em fotografias e videoteipes. 
Alguns dos nomes mais famosos a fazerem parte, ou ao menos 
tangenciarem essa corrente artística são Robert Smithson, Richard 
Long e Christo.
Robert Smithson
Robert Smithson (1938-1973) apareceu no meio artístico em 
1968, quando começou uma série de projetos chamados de Sites 
(lugares) e Nonsites (não lugares), que representam seus primei-
ros passos na Land Art (ou o que ele costumava chamar de Earth-
works – trabalhos da terra). Estas primeiras obras utilizavam terra 
e materiais rochosos (escolhidos em lugares urbanos e industriais) 
exibidos em caixas. 
Aos poucos, o trabalho do artista evoluiu para obras ambien-
tais de maior porte, sendo a mais famosa delas Spiral Jetty (Figura 
17), completada em 1970. Este projeto consistia numa formação 
espiralada, imensa, feita de terra, rochas e cristais de salitre, que 
se estendia da costa até o Grande Lago Salgado, em Utah (EUA). O 
artista faleceu em 1973 num acidente de avião, enquanto traba-
lhava em um projeto no Texas.
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153© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 17 Spiral Jetty, Robert Smithson.
Richard Long
Richard Long, nascido em 1945, utiliza-se de marcas simples 
e registra suas ações e emoções com meios e materiais artísticos 
básicos: materiais naturais, geralmente pedras, dispostos ao longo 
de uma trilha, perto do local onde foram encontrados, formando 
uma escultura, que é então registrada por uma fotografia e um 
título. 
As pedras (muitas vezes lavradas) também podem ser trans-
portadas para espaços domésticos ou galerias e dispostas no chão 
em formas definidas, sobretudo em círculos e linhas. Esses meios 
formam a base da sua arte, conjuntamente com obras mais re-
centes que envolvem barro e água, uma extensão natural de suas 
experiências ao ar livre. Observe Earthquake Circle, uma das obras 
de Richard Long (Figura 18).
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira154
Figura 18 Earthquake Circle, Richard Long, 1991, 6 m (diâmetro).
Christo
Christo, nascido em 1935, originário da Europa Oriental, é 
o artista que se celebrizou por “embrulhar” coisas e lugares, jus-
tificando a aplicação do tecido às suas obras como referências às 
tendas do seu povo nômade. 
Um exemplo das “embrulhadas” do artista foi a cobertura 
do Reichstag de Berlim, em 1995, o prédio ficou “embrulhado” 
durante duas semanas do verão europeu. A obra evocava o bri-
lho de um iceberg, um barco de velas brancas cheias de ar, uma 
nave espacial ou uma montanha mágica, mas Christo insistia que 
seu trabalho não continha nenhuma mensagem e que o signi-
ficado teria que ser desvendado por cada espectador de forma 
pessoal e individual.
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155© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Reichstag –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 19 Reichstag embrulhado, Christo e Jeanne-Claude, 1995.
Reichstag foi o nome do parlamento alemão desde a unifi cação do país, em 
meados do século 19, até a Segunda Guerra Mundial. Consequentemente, foi o 
nome dadoao prédio que abrigava o parlamento, conforme podemos observar 
na Figura 19.
O Reichstag (prédio) foi incendiado pelos nazistas em 1933, num ato delibera-
damente anti-democrático (de destruição simbólica – e também real – do poder 
político do parlamento) que já anunciava a violência da ditadura que vigoraria nos 
anos seguintes na Alemanha.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
8. DÉCADAS DE 1970 E 1980
A arte moderna, desde o seu aparecimento na virada do sé-
culo 19 para o 20, ligou-se à concepção de progresso da sociedade 
industrial e à ideologia do “novo”. Essas questões, presentes de 
maneira relativamente contínua até a década de 1960, acabaram 
sendo problematizadas e ficaram mais complexas a partir de en-
tão, principalmente devido à crise no próprio conceito de arte, que 
atingiu praticamente todas as vertentes. 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira156
Entre os movimentos artísticos da década de 1970 e, enfim, 
em toda a arte pós-moderna, é difícil a determinação de um de-
nominador comum no sentido estilístico – formal –, pois há um 
grande hibridismo – que abrange desde o uso de várias técnicas 
até a incorporação de diferentes materiais. O que nos resta então 
para traçar uma espécie de mapa da arte setentista e, enfim, da 
que apareceu desde então, são as conceituações genéricas, tais 
como a “desmaterialização” da década de 1970, por exemplo, da 
qual falamos anteriormente ao tratar da Arte Conceitual.
Já a partir da década de 1980, um elemento comum a várias 
tendências foi a ideia da originalidade “retrabalhada” pela possi-
bilidade pós-moderna de apropriação livre do passado, em relei-
turas ou obras que de maneira muito clara dialogam, comentam, 
criticam, ironizam, homenageiam ou fazem referência direta, seja 
lá como for, a tudo que já fora produzido até então. Para muitos 
estudiosos, a rejeição à ideia “moderna do novo” é exatamente o 
que marca o “pós-moderno”. 
Na década de 1980, houve – deve-se deixar claro mais uma 
vez que estamos restringindo o nosso “mapeamento” às tais “con-
ceituações genéricas” – uma virada no curso das proposições ci-
tadas anteriormente como marcas setentistas. A materialidade 
deixada de lado na década anterior foi recuperada e o suporte, a 
pintura, as tintas, o corpo humano e, enfim, a arte figurativa entra-
ram de novo no palco das artes. 
Outro aspecto importante é que a arte passou a se voltar cada 
vez mais para a individualidade e subjetividade de cada artista, o 
que dificulta tremendamente a sistematização da arte pós-moderna 
como objeto de estudo. A seguir, vejamos alguns países que foram 
lançadores de importantes tendências do Pós-modernismo.
Itália: Transvanguarda
A Transvanguarda foi uma corrente artística italiana consa-
grada na Bienal de Veneza de 1980 que promovia um retorno à 
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157© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
“representação”, valor artístico que ficara em segundo plano com 
a “desmaterialização” da década anterior. 
Ocorrendo desde 1895, a Bienal de Veneza é até hoje a prin-
cipal mostra periódica de arte do mundo.
As primeiras edições deram mais destaque às artes decorati-
vas, mas tal destaque foi sendo abandonado principalmente a partir 
de 1907, quando começaram a ser utilizados os pavilhões interna-
cionais, cada um representando um dos países participantes. 
Depois da Primeira Guerra Mundial, a mostra passou a ser 
uma das grandes “vitrines mundiais” da Arte Moderna e, a partir 
da década de 1950, tudo o que surgiu de mais inovador nas artes 
plásticas passou por ali.
Outro elemento da Transvanguarda foi a reflexão sobre a 
arte do passado e, muitas vezes, a releitura desta. Ou seja, esta 
corrente teve dois dos principais elementos que já citamos entre 
os pontos definidores da arte pós-moderna.
Entre os principais representantes da Transvanguarda, pode-
mos citar Sandro Chia, Mimmo Paladino e Francesco Clemente. A 
seguir, vejamos algumas das características de cada um deles.
Sandro Chia
O florentino Sandro Chia, nascido em 1946, é conhecido es-
pecialmente por suas obras com personagens de corpos maciços e 
bojudos. Tal estilo combina formas inspiradas em Picasso com um 
caráter onírico inspirado em Chagall. 
Marc Chagall (1887-1985) ––––––––––––––––––––––––––––––
O russo Marc Chagall (Figura 20) foi um artista que teve toda a sua obra permea-
da pela cultura, pelas tradições e pelos mitos de seu país, mesmo tendo o artista 
se mudado da Rússia para Paris em 1910. O que Paris proporcionou a Chagall 
foi o contato com os Cubistas, com a efervescência cultural das vanguardas e 
com outros artistas que buscavam uma linguagem pictórica moderna e própria; 
entretanto, seus temas nunca deixaram de referir-se tanto às suas origens quan-
to à poesia e ao lado onírico, duas de suas marcas principais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira158
Figura 20 Pintor com filhos e sapo, Sandro Chia, 1984, 218,5 x 202 cm.
Mimmo Paladino
Na arte de Mimmo Paladino, nascido em 1948, é frequente 
a utilização tanto da pintura a óleo sobre tela quanto das técnicas 
do mosaico, do afresco e da tapeçaria, como demonstra a Figura 
21. Suas obras contam com a atmosfera mágica da Itália meridio-
nal, com elementos religiosos e históricos tanto da cultura italiana 
quanto de culturas orientais e com várias outras referências, mas 
tudo é misturado e diluído em um ar de ambiguidade que torna 
difícil o estabelecimento exato de uma genealogia artística.
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159© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 21 San Emilio, Mimmo Paladino, 1992, 90 x 70 cm.
Francesco Clemente
Já as obras de Clemente, nascido em 1952, são metáforas 
complexas, profundamente baseadas em sua própria biografia. Há 
referências a Nápoles, sua cidade natal, à literatura nas décadas de 
1960 e 1970, às tradições judaico-cristã e oriental (o artista passou 
um longo tempo na Índia) e há também a utilização da técnica do 
afresco com grande proximidade daquela usada em Pompeia. 
Vale destacar que Clemente se transformou em um dos pin-
tores mais influentes dos últimos tempos. Observe na Figura 22 
uma de suas obras.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira160
Figura 22 Água e vinho, Francesco Clemente, 1981, guache s. papel, 243 x 
248 cm.
Neoexpressionismo alemão
O Neoexpressionismo alemão, como o próprio nome sugere, 
foi uma espécie de retomada pós-moderna de elementos do Ex-
pressionismo; não exatamente em aspectos pontuais ou formais, 
mas especialmente no que diz respeito ao seu “espírito”. 
Seus artistas – Kiefer, Immendorf, Baselitz e Richter, entre ou-
tros – aproximaram-se do Expressionismo especialmente no sentido 
da predominância das questões existenciais e do sujeito como foco 
predominante das obras além, evidentemente, da presença de ou-
tros temas – os sociais, por exemplo. Assim, não apenas a retomada 
do estilo que privilegia a “deformação” e a “poética do feio” está 
na raiz do Neoexpressionismo, mas, especialmente, a busca do ato 
criador e do sujeito enquanto motes essenciais da arte.
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161© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
A seguir, vejamos as principais características de alguns artis-
tas integrantes desde movimento. Acompanhe.
Anselm Kiefer
Nascido em 1945, ou seja, no ano que ficou conhecido na Ale-
manha como “ano 0” – momento do fim da Segunda Guerra Mun-
dial – , Kiefer é um dos artistas mais controvertidos da sua geração. 
O mote inicial de sua arte vincula-se fortemente ao passado nazista 
da Alemanha, ponto do qual o artista geralmente parte para então 
refletir sobre o destino da cultura ocidentalcomo um todo. Assim, 
procurando estabelecer elos entre os mitos alemães – de outros po-
vos também – e a cultura universal, Kiefer cria uma arte que atua 
como metáfora reflexiva da própria história da humanidade, como, 
por exemplo, a obra Crepúsculo do Oeste (Figura 23).
Figura 23 Crepúsculo do Oeste, Anselm Kiefer, 1989.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira162
Georg Baselitz
Tal como Kiefer, Baselitz, nascido em 1938, também tem em 
sua temática uma forte presença/lembrança do passado nazista da 
Alemanha e da Segunda Guerra, algo reforçado pelo fato de ter o 
artista, durante o conflito, presenciado o bombardeio de Dresden.
Bombardeio de Dresden –––––––––––––––––––––––––––––––
O bombardeio de Dresden foi uma das maiores ações militares dos aliados con-
tra a Alemanha. Ocorreu em fevereiro de 1945 e constitui-se em um ataque ma-
ciço por via aérea à cidade de Dresden, importante centro industrial, político e 
cultural da Alemanha. Após o bombardeio, a cidade (junto com seus monumen-
tos históricos e artísticos) fi cou completamente destruída.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O início da carreira do artista 
foi conturbado. Sua primeira expo-
sição em Berlim (1963) causou es-
cândalo, e dois quadros foram con-
fiscados sob a alegação de serem 
pornográficos.
Por volta de 1969, Baselitz 
adotou aquela que seria a sua mar-
ca registrada: as figuras de cabeça 
para baixo. Estas atuam como a tra-
dução do repúdio do artista tanto ao 
lado destrutivo da cultura ocidental 
quanto às formas tradicionais da 
arte. A obra Homem nu (Figura 24) 
é um exemplo de seu trabalho.
Jörg Immendorff
Immendorff (1945-2007) começou sua carreira usando como 
temas primeiramente a classe trabalhadora e depois a guerra do 
Vietnã. Posteriormente, passou a se preocupar com a temática das 
duas Alemanhas, algo que fica claro em obras como as da série 
Café Deutschland (Figura 25), iniciada em 1977 e que conta com 
dezesseis grandes pinturas. No final de sua vida, Immendorff en-
Figura 24 Homem nu, Georg Baselitz, 
1975, 200 x 162 cm.
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163© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
controu dificuldades para pintar devido a uma doença neurológica 
degenerativa, que acabou causando a sua morte.
Figura 25 Obra da série "Café Deutschland", Jörg Immendorf, 1984, 285 x 330 cm.
Gerhard Richter
Tendo estudado na Alemanha Oriental entre 1952 e 1957, 
Gerhard Richter, nascido em 1932, antes de se tornar artista pro-
fissional, trabalhou como pintor de cartazes, cenógrafo de teatro e 
técnico de laboratório de fotografias. A linguagem fotográfica, inclu-
sive, exerceu forte influência na sua arte, especialmente em obras 
que se parecem com simples fotografias, mas que contam com a 
pintura a óleo, como é o caso da obra City Life (Figura 26). Richter, 
também, realizou obras abstratas e, atualmente, vive nos EUA.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira164
Figura 26 City Life, Gerhard Richter, 2000, óleo s. fotografia, 12,2 x 12,2 cm.
A Figuração Livre Francesa
Enquanto na Itália ganhava fama a Transvanguarda e na Ale-
manha o Neoexpressionismo, na França tomava corpo, principal-
mente no início da década de 1980, o movimento que ficou conhe-
cido como “Figuração Livre”. Seus participantes, Robert Combas, 
Gérard Garouste, Jean-Charles Blais, entre outros, reivindicavam o 
direito à espontaneidade, dialogavam com as mais variadas mito-
logias e também com a cultura de massa (televisão, histórias em 
quadrinhos etc., o que não impediu a apropriação de elementos 
tradicionais ou ligados à tradição erudita).
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Gérard Garouste
Gérard Garouste, nascido em 1946, surgiu no cenário da 
pintura francesa no final da década de 1970. Na década de 1980, 
celebrizou-se por uma pintura figurativa de temática mitológica 
e alegórica.
Balaão ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 27 Balaão, Gérard Garouste, 2005.
Balaão, representado na Figura 27, é o personagem bíblico que, instado por 
Deus a abençoar o povo de Israel, agia de maneira contrária, chegando a ouvir a 
vontade divina por meio da boca da sua jumenta.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira166
Robert Combas
Nascido em 1957, Robert Combas realiza uma pintura de 
tendência expressionista com ênfase na figura humana. Observe 
na Figura 28 uma de suas obras.
Figura 28 Jacqueline Cora, Robert Combas, 1985, 169 x 124,5 cm.
Jean-Charles Blais
Jean-Charles Blais, nascido em 1956, também tem como 
uma das principais características de seu trabalho a tendência ex-
pressionista, especialmente para a representação do corpo huma-
no, como, por exemplo, na obra Belo (Figura 29). 
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167© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 29 Belo, Jean-Charles Blais, 1983, pastel s. 
papel, 36,5 x 26,5 cm.
EUA
Os Estados Unidos também participaram do “retorno” à 
pintura ocorrido na década de 1980. Recorrendo muitas vezes à 
narração e a imagens teatrais e alimentando-se do cruzamento da 
cultura de rua com a cultura erudita da pintura em tela (casos de 
Jean-Michel Basquiat e Keith Haring), os artistas surgidos neste 
contexto, mais do que um grupo – se os víssemos assim perce-
beríamos tratar-se de um grupo muito mais heterogêneo do que 
o da Transvanguarda ou o da Figuração Livre – podem, devido às 
suas fortes especificidades individuais, que dificultam muito a 
aproximação crítica de suas estéticas, ser encarados mais como 
uma “geração”. Entre os artistas mais importantes desta geração 
figuram nomes como o de Julian Schnabel, Jeff Koons, Eric Fischl e 
Cy Twombly e Jean-Michel Basquiat.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira168
Começaremos a abordar os artistas individualmente falan-
do de Jean-Michel Basquiat. Antes, no entanto, faz-se necessária a 
abertura de um apêndice, tendo em vista a forte ligação deste e de 
outros artistas com a cultura de rua. E onde lê-se “cultura de rua” 
lê-se também “grafite”.
Grafi te ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O uso de tinta em spray popularizou-se nos EUA a partir de aproximadamen-
te 1969, quando adolescentes das periferias das grandes cidades, como Nova 
York e Los Angeles, começaram a pichar muros e paredes, tanto de residências 
quanto de espaços comerciais e públicos. Durante um primeiro momento, todo o 
“trabalho” feito com spray reduziu-se a nomes e siglas. Mais tarde, começaram a 
aparecer imagens mais trabalhadas, geralmente ziguezagues, estrelas, tabulei-
ros e arabescos. Pouco depois, na virada da década de 1970 para a década de 
1980, apareceu então o elemento que seria o grande incentivador do grafi te: o 
movimento Hip-hop (Figura 30). 
O Hip-hop é a cultura de rua surgida nas grandes metrópoles americanas para 
legitimar e “dar uma cara” a jovens representantes das minorias étnicas. A prin-
cípio, tratava-se de um movimento exclusivamente ligado à cultura negra. No 
entanto, aos poucos, mesmo tendo se mantido a “cara negra”, outras minorias, 
como os latinos, foram aderindo ao movimento. 
A explosão do Hip-hop em todos os EUA e a sua difusão pelo mundo, já na dé-
cada de 1980, (por exemplo, jovens paulistanos dançavam break – uma das pri-
meiras danças ligadas ao Hip-hop – na estação São Bento do Metrô) ocorreu por 
meio do “braço musical” do movimento, o Rythm And Poetry – RAP (Figura 31). 
Já por volta de 1985, multiplicavam-se os muros “grafi tados” em todo o mundo.
Figura 30 Jovens grafiteiros nova-
iorquinos no final da década de 1970 
(foto de Martha Cooper).
Figura 31 O primeiro disco de RAP 
lançado noBrasil, em 1988.
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169© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Nos EUA, os primeiros espaços a serem adotados pelos grafi teiros para a sua 
arte foram as estações de metrô, incluindo-se aí os próprios trens. É impossível 
pensar-se no metrô de Nova York na década de 1980 sem o grafi te (Figura 32). 
Antes, no entanto, houve bastante perseguição aos artistas de rua. 
Figura 32 Trem do metrô de Nova York grafitado na década de 1980.
Ficaram famosos, por exemplo, dois dos primeiros trens a serem “grafi tados”: o 
Freedom Train (Trem da Liberdade), ilustrado em 1976 por ocasião do Bicente-
nário da Independência dos EUA, e o Trem de Natal, grafi tado em dezembro de 
1977. Ao chegar às estações, os trens eram aplaudidos espontaneamente, fato 
que não poupou os grafi teiros de serem presos por vandalismo. O cenário, como 
já vimos, mudou nos anos 1980, quando o grafi te começou a entrar nos museus. 
Uma espécie de debut desta “incorporação” ocorreu na Documenta de Kassel, 
que apresentou trabalhos de dois artistas intimamente ligados à cultura de rua, e 
que hoje têm renome internacional: Basquiat e Haring.
A Documenta de Kassel é uma das mais importantes mostras de arte contemporâ-
nea do mundo. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e, como o próprio nome diz, 
ocorre na cidade alemã de Kassel. Sua periodicidade é de cinco em cinco anos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Basquiat
Falemos, então, de Basquiat (1960-1988). Filho de imigran-
tes haitianos que passou grande parte da vida no Brooklyn, sua 
carreira artística começou com grafites em muros e portões de fer-
ro, trabalhos que muitas vezes eram assinados com a sigla SAMO 
(Same old shit). Por volta de 1982, Basquiat foi “adotado” pelo 
mercado de arte e suas pinturas em tela fizeram-no uma espécie 
de “queridinho da América”. A fama do artista aumentou ainda 
mais com a sua parceria com Andy Warhol, caminhada que foi in-
terrompida em 1988, quando Basquiat morreu de overdose.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira170
Figura 33 In Italian, Jean-Michel 
Basquiat, 1983.
Figura 34 Mona Lisa, Jean-Michel 
Basquiat, 1984.
Figura 35 Andy Warhol e Basquiat lado a lado.
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171© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Keith Haring
Keith Haring (1958-1990) foi um artista de formação mais 
acadêmica do que Basquiat. Sua carreira ganhou força por meio da 
“adoção” do grafite. Tendo estudado artes em Pittsburgh, mudou-
-se para Nova York no final dos anos 1970, quando começou seu 
contato com o grafite e com a vanguarda nova-iorquina, na qual 
tornar-se-ia um dos principais nomes. A principal marca da arte 
de Haring são suas figuras simplificadas, principalmente figuras 
humanas, que remetem, entre outras coisas, à arte rupestre e a 
elementos da arte africana (Figuras 36 e 37). 
Figura 36 Just Because, Keith Haring.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira172
Figura 37 Gigantesco muro grafitado por Keith Haring (repare no tamanho do artista, na 
parte inferior central da figura, em relação ao muro).
Cy Twombly
Cy Twombly, nascido em 1928, utiliza uma linguagem sim-
bólica muito pessoal, numa síntese de automatismo surrealista, 
Expressionismo Abstrato e grafite. Todos esses elementos atuam 
em prol de certo conceitualismo, já que os objetivos do artista não 
deixam de ser a expressão dos contrastes de espaço, movimento 
e tempo. 
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173© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Após um primeiro “choque” frente às obras de Twombly, co-
meçamos a sentir que o grafismo dos seus traços possui uma vita-
lidade própria, a qualidade subversiva dos rabiscos da criança que 
não se subordina às ordens da professora – ou seja, a tudo que a 
nossa tradição cultural representa. Ao se rebelar contra as regras 
tradicionais de composição pictórica, Twombly questiona então o 
próprio conceito de unidade visual e da possibilidade de interpre-
tação objetiva da obra. 
Estamos diante de um fluxo constante de movimentos que 
não copiam a realidade existente, que nada representam e que 
dialogam com uma improvisação mutante em que o espectador 
se pergunta: “O que é isso?”; “Como é?”; “Quem é?”, e encontra a 
seguinte resposta: “É”.
Observe uma de suas obras na Figura 38.
Figura 38 Sem título, Cy Twombly.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira174
Julian Schnabel
Outro nova-iorquino, Julian Schnabel, nascido em 1951, ficou 
famoso com suas composições realizadas com pedaços de louça 
colados, algo que funcionava como pano de fundo para os temas 
representados. Os cacos de louça atuavam em prol do contraste 
do “velho”, a própria louça, e do “novo”, aquilo que é criado com 
tinta fresca, ou seja, uma nova realidade, com novos significados. 
Quanto às suas figuras, seja qual for a técnica utilizada, Sch-
nabel desconstrói as imagens de uma maneira irônica e até sub-
versiva.
Atualmente, o artista também é um importante cineasta, e 
tem em seu currículo filmes de sucesso como o já citado Basquiat 
e O escafandro e a borboleta.
Veja na Figura 39 uma de suas obras.
Figura 39 Auto-retrato, Julian Schnabel, 1977.
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175© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Eric Fischl
Outro importante nova-iorquino responsável por uma pintura 
mais do que figurativa – narrativa, na verdade – é Eric Fischl, nascido 
em 1948. Fischl “estourou” para o mundo da arte com a obra So-
nâmbulo (Figura 40), de 1979, que mostra um adolescente se mas-
turbando. A obra foi encarada como uma denúncia do fracasso do 
“sonho americano”. Fischl pinta a banalidade da pequena burguesia 
americana: os ritos prosaicos da iniciação amorosa, as férias etc. O 
que emana das obras é, no entanto, um subtexto de solidão, deses-
pero e horror. Observe outra de suas obras na Figura 41.
Figura 40 Sonâmbulo, Eric Fischl, 1979.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira176
Figura 41 Som de ondas da praia, Eric Fischl, 1996-97, 
190,5 x 119,5 cm.
Jeff Koons
Jeff Koons, nascido em 1955, é um artista que retrabalha al-
guns conceitos da Arte Pop. Construindo com suas obras um diá-
logo aberto com a sexualidade, inclusive com seus clichês, Koons 
(que, simpático a manifestações estéticas fetichistas e até porno-
gráficas, casou-se com Cicciolina – famosa atriz pornô italiana) rea-
liza obras como, por exemplo, Urso e policial (Figura 43), que, de 
forte apelo popular, repensa os limites do kitsch e da figuração 
contemporânea. Veja também outra de suas obras na Figura 42.
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177© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 42 Escultura representando Jeff Koons e Cicciolina, 
Jeff Koons.
Figura 43 Urso e policial, Jeff Koons. 1988.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira178
9. O HIPERͳREALISMO E O DIÁLOGO COM A FOTOͳ
GRAFIA
Falemos um pouco agora, antes de tratar da arte que traba-
lha diretamente com a fotografia, de um tipo de arte que não deixa 
de ter sido influenciada pela imagem fotográfica: o Hiper-realismo.
O Hiper-realismo surgiu nos EUA na segunda metade da dé-
cada de 1960, logo após a explosão da Arte Pop, e manteve grande 
intensidade até final da década de 1970 – apesar de muitos de 
seus artistas continuarem trabalhando no mesmo estilo até hoje 
(estilo que requer trabalhar com slides projetados e instrumentos 
de arte comercial, como o airbrush).
Chuck Close
Dominando uma técnica impressionante, o norte-americano 
Chuck Close, nascido em 1940, produz retratos pormenorizados 
a ponto de, a certa distância, parecerem gigantescas fotografias. 
No entanto, analisandoas obras de perto, descobrimos os meios 
muito pouco ortodoxos que Close emprega na sua pintura, como 
pintar com as próprias impressões digitais funcionando como pon-
tos de pigmento, por exemplo. Procedimentos como este atestam 
o tratamento quase “abstrato” da imagem, tratamento que, no 
entanto, não deixa de ter como principal – e paradoxal – objetivo 
o próprio realismo e efeitos como o da “vibração” desta, algo que 
nos faz lembrar de Seurat e seu Pontilhismo, por exemplo (observe 
as Figuras 44 e 45).
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179© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 44 Emily (gravura cuja matriz foi realizada 
com as impressões digitais do artista), Chuck 
Close, 1986.
Figura 45 Espectadores em exposição de Close, frente a uma de suas obras (esquerda) e 
detalhe de obra (direita).
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira180
Duane Hanson
Já Duane Hanson (1925-1996) trabalhava com obras escultu-
rais, em três dimensões. Em suas figuras de tamanho natural, com 
gestos e fisionomias individuais acentuadas, Hanson representava 
os estereótipos da sociedade americana, mostrando um pouco da 
banalidade das vidas cotidianas tanto dos norte-americanos quan-
to de toda a sociedade ocidental. 
Suas obras eram confeccionadas a partir de moldes de cera 
de pessoas vivas, em fibra de vidro e complementadas com rou-
pas, perucas e óculos, de modo a quase não ser possível distinguir 
as esculturas de pessoas reais. Observe na Figura 46 uma dessas 
obras.
Figura 46 Viajante, Duane Hanson.
Audrey Flack
A também norte-americana Audrey Flack, nascida em 1931, é 
outra artista geralmente relacionada pelos estudiosos ao Hiper-realis-
mo. Algo que difere Flack dos outros hiper-realistas é a abordagem de 
temas geralmente voltados à temática feminista (Figura 47).
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181© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
Figura 47 Marilyn Vanitas, Audrey Flack, 1977.
10. AS VÍDEOͳINSTALAÇÕES E A VÍDEOͳARTE
Como vimos anteriormente, a arte nas décadas de 1980 e 
1990 traduziu-se – mais do que em qualquer outro período da his-
tória da arte – em um conjunto de várias tendências, tendências 
estas calcadas tanto nas técnicas mais artesanais quanto nas mais 
avançadas.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira182
Devemos ressaltar que seria muito arriscado “definir” a arte 
pós-moderna e que o critério cronológico inevitavelmente incorre 
em erros. Vamos nos restringir, então, a citar mais alguns artistas 
essenciais para que possamos compreender um pouco mais do 
vastíssimo panorama artístico da década de 1980, da década de 
1990 e, enfim, de toda a contemporaneidade. 
Assim, entre outros artistas inevitavelmente preteridos, não 
se pode deixar de citar o sul-coreano Nan June Paik – um dos res-
ponsáveis pela criação da vídeo-escultura, e o norte-americano Bill 
Viola, outro artista que abusa da tecnologia em suas instalações, 
tendo se consagrado com a vídeo-arte ainda na década de 1970.
As vídeo-instalações e a vídeo-arte começaram a se disse-
minar principalmente a partir do final da década de 1970, com 
a popularização do videoteipe e a possibilidade de utilização de 
equipamentos de vídeo relativamente baratos.
Há outro fator a ser acrescentado, que a princípio pode pa-
recer óbvio: a temporalidade. A vídeo-arte e as vídeo-instalações 
introduzem o “tempo” enquanto elemento constituinte, funda-
mental e estruturador das obras. Os vídeos, ao contrário das foto-
grafias estáticas, da pintura, da escultura e da arquitetura (artes de 
caráter “estático”, ou seja, que em tese se mantêm inalteradas no 
decorrer do tempo), assim como a música, o teatro e o cinema, só 
verdadeiramente ocorrem no decorrer do tempo.
Vejamos um exemplo: se olharmos para uma fotografia “estáti-
ca”, seja lá por quanto tempo for, podemos dizer que já vimos a foto-
grafia. Porém, se olharmos para um fotograma de um filme de duas 
horas de duração (lembrando que um filme de cinema é composto 
por 24 fotogramas por segundo), de maneira nenhuma podemos 
dizer que já vimos o filme. Apenas se vermos, no decorrer daquelas 
duas horas, a imagem dos mais de 170 mil fotogramas de um filme de 
duas horas colocados em movimento pelo equipamento cinemato-
gráfico é que podemos dizer que realmente vimos o filme. 
Há ainda outro detalhe: o cinema é uma arte essencialmente 
temporal porque não veríamos o filme se olhássemos para cada 
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183© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
um dos seus mais de 170 mil fotogramas. Só vemos o filme se 
vermos seus fotogramas tornados “imagem em movimento” pelo 
equipamento cinematográfico. O mesmo caráter temporal há no 
teatro, uma das mais antigas artes, e na vídeo-arte, uma das mais 
recentemente artes inventadas. 
Podemos afirmar que a introdução deste elemento, a “tempo-
ralidade”, é outra das características fundamentais da pós-moderni-
dade: já que, desde a década de 1960, com a profusão das perfor-
mances, happenings - essencialmente temporais – e a utilização de 
elementos também temporais – como a música, por exemplo – nas 
obras de arte, as manifestações artísticas plásticas deixaram de lado 
o caráter “estático” que as marcara até então para passar a ocorrer 
enquanto obras também na esfera do tempo.
Devido exatamente à tem-
poralidade é que optamos por 
não ilustrar o texto desta unida-
de com fotografias de obras de 
vídeo-arte, já que não faria senti-
do tentar-se mostrar com imagens 
estáticas obras que só ocorrem 
“em movimento”. Por isso, dispo-
nibilizamos a seguir alguns links 
para apreciação em vídeo, na In-
ternet, de obras de vídeo-arte. Já 
quanto às vídeo-instalações, opta-
mos por “desrespeitar” um pouco 
o critério essencial da temporali-
dade e mostrar uma fotografia de 
vídeo-instalações, de Nan June 
Paik, com caráter meramente ilus-
trativo de seus aspectos escultóri-
cos (Figura 48).
Figura 48 TV Cello, Nam June Paik, 1971.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira184
Nam June Paik
O sul-coreano Nam June 
Paik (1932-2006) nasceu em Seul. 
Aos 18 anos, com a eclosão da 
Guerra da Coreia, que tratamos na 
unidade anterior, mudou-se com 
a família para Hong Kong, depois 
para Tóquio, onde estudou músi-
ca e artes. Depois continuou seus 
estudos na Alemanha, onde teve 
contato com nomes da vanguarda 
artística de então. 
Em 1964 mudou-se para 
Nova York e, desde o final da dé-
cada de 1960, passou a utilizar os 
– então ainda poucos, e de tecno-
logia incipiente – equipamentos de videoteipe para a criação de 
uma linguagem artística própria e revolucionária. Paik ficou co-
nhecido como um dos “pais” das vídeo-instalações e da vídeo-ar-
te. A obra Global Encoder é um dos trabalhos de Paik (Figura 49).
Bill Viola
O norte-americano Bill Viola, nascido em 1951, é outro dos 
grandes nomes da arte contemporânea ligada à linguagem do ví-
deo. Tendo como uma de suas grandes influências o próprio Nam 
June Paik, Viola caracteriza-se por abordar em suas obras não ape-
nas questões típicas da contemporaneidade, tais como a televisão 
e a passividade dos telespectadores, como também questões de 
ordem metafísica.
Figura 49 Global Encoder, Nam June 
Paik.
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185© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
11. DA DÉCADA DE 1990 À ATUALIDADE: A NOVA 
REALIDADE HISTÓRICA E A ARTE
Você sabia que o final da década de 1990 teve mudanças nos 
âmbitos histórico-social e cultural que tiveram forte impacto na 
mais nova geração de artistas?
Como vimos em nossa introdução histórica, a realidade dita-
da pela chamada “Nova Ordem Mundial” e pela globalização oca-
sionou a reestruturação das relações comerciais,políticas e cultu-
rais no mundo contemporâneo.
O chamado “fim das utopias”, com a queda do Comunismo 
na Europa, a ascensão do Neoliberalismo como política econômica 
da maioria dos países, as novas descobertas científicas, a explosão 
da acessibilidade à comunicação e à informação com a Internet, 
contribuíram para um cenário de enorme relativização e individua-
lismo em que o homem contemporâneo busca se “re-inventar” 
em meio a uma realidade absolutamente imprevisível, algo que 
contraria a ideia de linearidade histórica que adotáramos até o ad-
vento da pós-modernidade.
No âmbito das relações pessoais, o homem passa também, 
como não poderia deixar de ser, pela necessidade de “auto-re-in-
venção”. O gênero masculino, por exemplo, ainda não re-encon-
trou seu “papel histórico” após as conquistas feministas e a equi-
paração de direitos e deveres entre homens e mulheres. Outro 
bom exemplo são as relações a distância, mediadas pelas novas 
tecnologias de comunicação, encabeçadas pela Internet, e que es-
tabeleceram um modo inédito de conectar pessoas e redes sociais 
em escala global, ao redor de todo o mundo.
Tudo é incerteza. Não apenas no que concerne aos nossos 
papéis na sociedade contemporânea como à própria continuidade 
da vida na Terra, ameaçada como nunca pelos impactos ambien-
tais frutos do progresso predatório do homem, que o colocou em 
conflito com a natureza.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira186
A tradução deste panorama para a esfera artística gera obras 
carregadas da mesma pluralidade, da mesma riqueza de lingua-
gens, meios e possibilidades, mas também das mesmas incertezas. 
Há, entretanto, como já havíamos dito anteriormente, um ponto 
que ainda se destaca como um dos principais da arte contemporâ-
nea: a morte da ideia da “originalidade”.
Em nosso tempo de reprodutibilidade frenética da informa-
ção, a ideia de originalidade parece, apesar do individualismo cada 
vez maior do nosso tempo, estar perdendo sentido, assim como a 
ideia da própria “autoria” de uma obra. Na esfera da cultura popu-
lar, por exemplo, isto já ocorreu, traduzindo-se na troca gratuita de 
músicas, vídeos e arquivos de toda espécie pela Internet, enfim, 
na “morte” dos direitos autorais. Já na esfera mais “erudita” das 
artes plásticas, as poéticas e as obras são, cada vez mais, “con-
taminadas” por esta ideia, ainda assustadora porque totalmente 
imprevisível e desconhecida.
12. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Finalizando esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Consegui compreender a ideia básica da Arte Conceitual, ou seja, a de uma 
arte em que o conceito vem antes da materialidade da obra?
2) Até que ponto tal princípio permeia as obras de arte contemporâneas?
3) O retorno à materialidade, à pintura e até ao figurativismo a partir do final 
da década de 1970 representa um retorno da arte aos caminhos de décadas 
anteriores ou, pelo contrário, um aumento ainda maior da teia de possibili-
dades pós-modernas? Por quê?
4) Agradam-me as pinturas de nomes como Kiefer, Baselitz, Basquiat e Fishl? 
Por quê?
5) O que penso a respeito do Hiper-realismo? Ele apenas imita a fotografia ou 
busca algo além? Por quê?
6) Os vídeos de Bill Viola podem ser classificados como uma manifestação de 
Artes Plásticas?
Claretiano - Centro Universitário
187© U2 - Arte Internacional: do Final da Década de 1960 ao Ano 2000
7) Consigo identificar em artistas atuais a pluralidade e as incertezas citadas 
na última parte do texto como um dos dados fundamentais da contempo-
raneidade?
13. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da segunda unidade do Caderno de Refe-
rência de Conteúdo de História da Arte: Arte Internacional e Arte 
Brasileira, na qual você teve contato com a chamada “arte pós-
-moderna”, tão comentada e que, a princípio, poderia parecer algo 
complexo demais e absolutamente misterioso. Mas você viu que 
não é bem assim, e que basta o entendimento de alguns preceitos 
e do diálogo destes com a realidade histórico-social que represen-
tam para a compreensão da famigerada pós-modernidade.
Vale ressaltar que, especialmente em relação à arte pós-mo-
derna, cabe a você completar a construção do seu conhecimento. 
Isto porque só com esforço próprio e assumindo o papel de agente 
do próprio conhecimento é que você poderá dar conta de uma 
compreensão realmente ampla de um universo artístico tão rico e 
plural quanto o da contemporaneidade.
Na próxima unidade, voltaremos bastante no tempo, pas-
sando a abordar a Arte Brasileira desde os primórdios. 
Até lá!
14. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 - Neil Armstrong andando na lua na missão da Apollo 11 em 1969: 
disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_ps83EWZOcbc/SMWlOfDVJdI/
AAAAAAAAAy0/8JXZd0SbZF8/s400/Neil_Armstrong_-_Apollo_11_Moon_Landing_
(1969).jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 2 - Jovens no festival de Woodstock, em agosto de 1969: disponível em: <http://
lcmedia.typepad.com/photos/our_favorite_pics/123069woodstock.jpg>. Acesso em: 18 
out. 2010.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira188
Figura 3 - Soldados em ataque ao Palácio Presidencial do Chile durante golpe militar 
que depôs o presidente de esquerda Salvador Allende em 1973: disponível em: <http://
politicalpathologies.wikispaces.com/file/view/pinochet_attacks_allende.jpg>. Acesso em: 
18 out. 2010.
Figura 4 - Richard Nixon anuncia pela televisão renúncia à Presidência dos Estados 
Unidos: disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/img/Nixon.
jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 5 - O Aiatolá Khomeini chega a Teerã em 1979 para instaurar a República 
Islâmica: disponível em: <http://d.yimg.com/x/pi/news/afp/j/090131/
icpstbr88310109195521photo00.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 6 – O primeiro IBM PC, de 1981: disponível em: <http://www.bpiropo.com.br/
graficos/FPC20060717a.jpg>. Acesso em: 1 out. 2010.
Figura 7 - O primeiro Macintosh com mouse: disponível em: <http://www.mac-history.
de/wp-content/uploads/2008/05/544px-macintosh.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 8 - Reagan e Gorbachev reunidos em Genebra em 1985: disponível em: <http://
www.eureka.edu/news/releases/fall_0809/gorbachev.htm>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 9 - Protestos na Polônia pela redemocratização: disponível em: <http://www.
poloniatoday.com/images/Riot.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 10 - Imagem que se tornou uma das mais famosas e emblemáticas do final 
do século XX: estudante chinês enfrenta tanques em protestos pela democracia no 
"Massacre da Praça da Paz Celestial": disponível em: <http://www.tutoriaisphotoshop.
net/2008/10/fotos-que-abalaram-o-mundo-o-homem.html>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 11 - Manifestantes destroem o Muro de Berlim em 1989: disponível em: <http://
www.opendemocracy.net/content/articles/3005/images/berlin%20wall_565.jpg>. 
Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 12 - Uma das imagens mais comuns mostradas na televisão durante a Guerra 
do Golfo: em um visual próximo ao dos videogames, vê-se um alvo prestes a ser 
atingido em imagem captada pela câmera de um avião bombardeiro norte-americano: 
disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/imagens/idadecontemporanea_
guerragolfo.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 13 - Capa da revista norte-americana “Newsweek”, que mostrava o impasse 
entre os candidatos Al Gore (democrata) e George W. Bush (republicano) nas eleições 
presidenciais: disponível em: <www.magazine.org/asme/top_40_covers/16996.aspx>. 
Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 14 - Beethoven’s Trumpet, John Baldessari: disponível em: <http://www.tate.org.
uk/images/cms/15041w_beethovenstrumpet.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 15 - Fotografia da performance "I like America and America likes me", de Joseph 
Beuys, em galeria de arte de Nova York em 1974: disponível em: <http://www.hawaii.
edu/lruby/art359/IMAGES/ILIKEAM.GIF>.

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