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UNIDADE 1 – O Comportamento Individual Conceitos gerais de liderança / Comportamento Individual Olá turma! Estamos começando mais um semestre. Nossa disciplina é Liderança. Nosso conteúdo está dividido em 4 unidades e a cada semana vocês realizarão uma atividade. Não deixe de fazer as tarefas, pois elas irão consolidar sua aprendizagem e também irão garantir a sua presença. Fique atento e qualquer dúvida entre em contato. Bom estudo! Liderança está associada a algumas competências, vejamos algumas delas no próximo slide: Atitude (pró-atividade). Força (associada a personalidade forte, que advém de auto-confiança). Moral (para respeitar as normas e as regras). Ética (para respeitar o próximo e saber quando questionar as regras que por ventura se revelem ultrapassadas e antiéticas). Paciência (para não tomar atitudes antes do tempo, de forma impulsiva e colocar tudo a perder). Tolerância (para compreender que nem tudo que ocorre de ruim tem é pessoal e que não dá para levar tudo a ferro e fogo). Postura (para se respeitar e transmitir este exemplo aos outros). Resiliência (para não se deixar abalar pelas agruras da vida e permanecer reto). Humildade (que não deve ser confundida com auto-depreciação – humildade tem a ver com não diminuir o outro e nada a ver com baixa auto-estima ou sentimentos e comentários auto- depreciativos). É costume ilustrar o conceito de competência a partir do desenho de uma xícara de chá Mas o que são competências? Para que a competência de uma pessoa seja evidenciada, a pessoa deverá ter acesso ao conhecimento, que corresponde a começar a tomar a xícara de chá. Na medida em que temos acesso as informações, e que as sistematizamos, tem- se o conhecimento. Para que ela venha a utilizar seus conhecimentos de maneira eficaz, deverá exercitar suas habilidades, que corresponde à parte intermediária, logo abaixo da superfície. Nesta etapa o chá está mais concentrado, porém mais frio, e já fica mais difícil continuar a tomá-lo. Por isso, para alcançar esta parte do chá, será necessário que a pessoa aplique maior esforço, tempo e dedicação, aprofundando conhecimentos, exercitando-os e praticando para desenvolver suas habilidades. Para alcançar o chá que está no fundo da xícara será preciso ainda mais vontade. Demanda-se aqui mudança de atitude. Só assim será possível realmente provar-se a essência do chá. Assim, tem-se que competência tem a ver com a transformação de conhecimentos, habilidades e atitudes em resultados práticos. Portanto, o que caracteriza a especificidade do conceito de competência é a ideia subjacente de resultado. Uma competência muito importante para a liderança é a resiliência. Assista ao vídeo ‘THIS IS WATER’ para refletira respeito desta competência. O link está disponível no AVA. Atenção: Caso a legenda não apareça automaticamente, será necessário ‘ativar legenda’ Muito bem! Agora que você já sabe um pouco sobre Liderança, vamos abordar a questão do comportamento individual. Você acha que a capacidade de liderar é algo nato ou inato? Acho que a capacidade de liderar é inato. Ou seria nato ? Não sei professora, estou em dúvida. Poderia explicar? Antes de mais nada precisamos compreender o que estas palavras (nato e inato) indicam. Nato e inato são termos oriundos do latim e não devem ser compreendidos como termos opostos, como os termos inválido x válido, infeliz x feliz. Nato (natus) significa “nascido”, enquanto inato (innatus) significa “nascido com”. Nato e inato são termos intercambiáveis, mas enquanto nato qualifica em geral um ser vivo, (normalmente uma pessoa), inato qualifica uma condição, faculdade ou característica. Poderia dar alguns exemplos que sim Claro que sim. Preste atenção 1. Carlos nasceu para tocar piano. Em outras palavras, Carlos um pianista nato. Seu talento, que nasceu com ele, é inato. 2. Ela é boa mentirosa. Em outras palavras, ela é uma mentirosa nata. Seu talento para comunicação, que nasceu com ela, é inato. 3. Ele nasceu com um problema no coração. É um problema inato. 4. Ela desenvolveu um problema no coração após uma doença. É um problema nato. É interessante refletir a respeito do fato de que podemos ter líderes natos e líderes inatos. Dizer que alguém é um líder inato significa dizer que este alguém nasceu com tal talento; enquanto dizer que alguém é um líder nato significa dizer que este alguém nasceu para ser líder. Friedrich Nietzsche não queria saber de dons. Ele destacava o valor do esforço em seu discurso. Dizia conhecer pessoas fantásticas que não nasceram assim, tornaram-se por conta de muito esforço e dedicação. Grandes músicos e renomadas bailarinas, precisaram treinar muito (diariamente), para tornarem-se o que são hoje e precisam continuar treinando para assim permanecerem. Nietzsche era muito crítico em relação a religião, talvez por conta de sua infância muito rigorosa em família muito religiosa e conservadora, mas algumas mensagens válidas podem ser extraídas de seu discurso. Ele valorizava muito o esforço pessoal e afirmava ‘o que não me mata me fortalece’. Tal frase remete a ideia de que devemos procurar extrair lições das agruras e percalços que por ventura sejamos obrigados a enfrentar. Em seu discurso, Nietzsche também destacava a importância da resiliência, ou seja, de se permanecer reto, fiel aos valores éticos e morais. Assista ao filme sobre os preceitos de Nietzsche, produzido por Alain de Botton (Nietzsche e o sofrimento humano). Será que a Liderança pode ser aprendida? Partiremos aqui do princípio que a liderança pode ser aprendida, apreendida e trabalhada, assim, vamos agora discutir a respeito de como fazer para desenvolver habilidades de liderança. Inicialmente cabe mencionar que se faz necessário conquistar a confiança alheia e também fortalecer a autoconfiança. Segundo Stephen Covey existem sete níveis na escala de desenvolvimento do auto fortalecimento, fundamental para a conquista da confiança alheia e para o desenvolvimento da autoconfiança. Stephen Covey A seguir observe o esquema abaixo sobre os níveis de iniciativa para auto fortalecimento. De fato, não é sempre que podemos interferir, agir, fazer. Nem sempre temos poder discricionário para atuar. Assim, tais níveis de iniciativa ou de auto fortalecimento devem ser conquistados. Cabe ressaltar, entretanto, que para o processo começar de forma gradual e sequencial a pessoa deve entrar com a seguinte bagagem: confiabilidade (conferida pelo caráter e pela competência). Ao envolver-se neste processo a pessoa procura conquistar a confiança dos outros, mas também trabalha a sua autoconfiança. Então quando dizemos que liderança é uma escolha, estamos dizendo basicamente que podemos escolher o nível de iniciativa que queremos exercer em resposta a pergunta: “qual é o melhor que posso fazer nestas circunstâncias?” Mas, antes de tudo, faz-se necessário trabalhar o autoconhecimento. Isso por que se eu não me conheço, como poderei saber que resposta dar a pergunta acima? A seguir, procure avaliar seu potencial de liderança... Você realmente é (CAVALCANTI et al, 2008, p.63). O quadro apresentado no slide anterior apresenta numerososadjetivos. Como líder você deve procurar desenvolver todas estas características e ao liderar usará cada uma delas, de forma intuitiva, em diferentes situações. Mas, como fazer para desenvolver competências inerentes a um líder? O modelo desenvolvido por Quinn (QUIN et al, 2003 apud CAVALCANTI, 2008, p.64-65) pode nos auxiliar neste processo. Este modelo destaca oito papéis: Mentor, Inovador, Negociador, Produtor, Diretor, Coordenador, Monitor e Facilitador. Preste atenção! Observe a explicação abaixo: Observe o quadro a seguir, ele mostra as competências associadas a cada um dos oito papéis, com zonas positivas (competências) e zonas negativas (características). Devem-se trabalhar as zonas positivas e evitar-se as zonas negativas. O modelo de oito papéis desenvolvido por Quinn (QUIN et al, 2003 apud CAVALCANTI, 2008, p.64-65) procura de forma didática e dinâmica refletir a respeito das habilidades de um líder. Este modelo ajuda na compreensão especialmente das demandas associadas aos cargos de alta chefia. Agora veja o esquema abaixo, ele mostra o modelo para desenvolvimento das habilidades de liderança. Ao observar a figura anterior, notaremos que os diferentes papéis (Mentor, Inovador, Negociador, Produtor, Diretor, Coordenador, Monitor, Facilitador) estão dispostos em quadrantes. O diretor e o produtor estão voltados para as metas; monitor e coordenador tem preocupação com processos; facilitador e mentor estimulam o desenvolvimento das pessoas e das equipes; por último, negociador e inovador estão ligados a criatividade e inovação e à apresentação/negociação das ideias (CAVALCANTI et al, 2008, p.64). Cada papel (Mentor, Inovador, Negociador, Produtor, Diretor, Coordenador, Monitor, Facilitador) tem competências distintas, veja: Mentor Empatia; solicitude; capacidade para saber ouvir os outros; saber reconhecer o potencial dos liderados; atuar com determinação para auxiliar no desenvolvimento do liderado (mentoring, coaching); comunicação eficaz; etc. Inovador Criatividade; capacidade para gerenciar transições organizacionais (administração da visão, comunicação e empowerment); etc. Produtor Produtivo ao trabalhar; saber fomentar ambiente de trabalho produtivo; saber administrar tempo e estresse; saber equilibrar demandas, etc. Diretor Desenvolver e comunicar uma visão (definindo o que a organização intenta tornar-se no futuro); estabelecer e comunicar metas e objetivos (o que a organização deve alcançar, realizar); aptidão para planejamento e organização (qual a melhor maneira de alcançar e realizar metas e objetivos); etc. Coordenador Facilidade para controlar e focar no fluxo de trabalho; cuidar para que as pessoas certas estejam no lugar certo e na hora certa a fim de cumprirem com suas funções (proporcionando condições e ferramentas necessárias); gerenciar projetos, para planejar trabalho e para atuar de maneira multifuncional. Monitor Capacidade para gerenciar questões internas à organização; administrar informações por meio de pensamento crítico; capacidade para administrar a sobrecarga de informações; gerenciar processos; etc. Facilitador Fomentar o esforço coletivo, para criar coesão moral, para administrar atritos interpessoais; capacidade pra construir equipes com meta e propósito comum; utilizar decisões participativas; administrar conflitos estimulando decisões integradas; etc. As diferenças entre as hierarquias são as tarefas e atribuições inerentes aos cargos. Entretanto, algumas das competências necessárias para a realização dos vários papéis permanecem as mesmas (por exemplo: habilidades interpessoais, autoconsciência, capacidade de desenvolver planos e adaptá- los às mudanças de mercado ou cenários). As diferenças entre as hierarquias são as tarefas e atribuições inerentes aos cargos. Entretanto, algumas das competências necessárias para a realização dos vários papéis permanecem as mesmas. Habilidades interpessoais, autoconsciência, capacidade de desenvolver planos e adaptá-los às mudanças de mercado ou cenários. Cabe também ressaltar que na medida em que um líder vai sendo promovido a diferentes níveis hierárquicos, novos comportamentos terão que ser aprendidos (e apreendidos), enquanto outros comportamentos terão que ser abandonados, pois alguns papéis acabam por se contrapor. O diretor, por exemplo, preocupa-se mais com o estabelecimento de metas e objetivos; enquanto o mentor precisa primeiro preocupar-se com as pessoas (conhecê-las e desenvolvê-las). Os papéis que se contrapõem representam polaridades e vão demandar dos líderes equilíbrio: mentor x diretor; facilitador x produtor; monitor x negociador; coordenador x inovador. Às vezes o líder compromete-se de tal forma com o comportamento de um dado papel, que perde o contato com o seu oposto, o que pode tornar ineficiente uma pessoa normalmente eficiente, acarretando reveses em sua carreira. Além da polaridade, os líderes têm de lidar com os paradoxos inerentes aos papéis, observe o exemplo: Quando o negociador confere autonomia aos outros, aumenta o seu próprio poder; Quando o produtor aprende o valor de fazer pausas, aumenta sua eficácia no uso do tempo; Quando o facilitador possibilita que os membros da equipe compreendam plenamente o papel de cada indivíduo, eles passam a ter mais boa vontade e capacidade de saírem de seus próprios papéis e contribuírem para o sucesso do grupo; Quando o diretor planeja, aumenta a flexibilidade. PARA A REFLEXÃO Artigo: uma prática de sucesso para as sociedades (27/05/2014 18h30 - por ABRAHAM SHAPIRO) http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/201 4/05/uma-pratica-de-sucesso-para-sociedades.html Conforme conhecimentos são aprendidos e apreendidos, habilidades são desenvolvidas e na medida em que são incorporadas, atitudes, então, alteram-se. Esta alteração nas atitudes é consequência das habilidades que se tornaram incorporadas e acaba por causar mudança de valores. Este processo se dá muitas vezes ao longo da nossa vida, pois estamos em constante processo de amadurecimento, de desenvolvimento (profissional e pessoal). A reflexão acima encontra-se ilustrada no slide a seguir... O modelo apresentado foi desenvolvido por BARRET (BARRET al, 2000, p.26 apud CAVALCANTI et al, 2008, p.123) e apresenta os cinco estágios no processo de transformação organizacional e também pessoal. Ao buscarmos desenvolver competências associadas a liderança passaremos por estes estágios muitas vezes ao longo da vida. E, tenham em mente: é preciso determinação e persistência, pois existe um grande vão entre o momento em que você decide absorver novas competências e o momento em que você alcança seus objetivos. Determinação e persistência nos auxiliam neste processo que pode ser cheio de percalços, mas que é bastante recompensador, pois o tempo gasto no aprendizado nunca é tempo desperdiçado. Professora Rosa Valim Muito bem, turma! Na próxima semana nosso assunto será a relação indivíduo x organização e a atitudes individuais e seus reflexos no coletivo. Não perca! Para complementar seu aprendizado, não esqueça de ler os textos disponíveis no nosso AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
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