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1 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Daiany Suellen da Silva Verena Rodrigues Bergonso CONTROLADORIA COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME Birigui - SP LINS – SP 2010 2 DAIANY SUELLEN DA SILVA VERENA RODRIGUES BERGONSO CONTROLADORIA COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO LINS – SP 2010 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação da Prof.ª M.Sc. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa e orientação técnica da Prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. 3 Silva, Daiany Suellen; Bergonso, Verena Rodrigues Controladoria como ferramenta para gestão do sistema de produção: Nilcal Produtos Infantis Ltda. - ME/ Daiany Suellen da Silva; Verena Rodrigues Bergonso. – – Lins, 2010. 104p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010 Orientadores: Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Controladoria. 2. Sistema de Informação. 3. Produção. I Título. CDU 657 S579c 4 DAIANY SUELLE DA SILVA VERENA RODRIGUES BERGONSO CONTROLADORIA COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Profª. Orientadora: Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa Titulação: Mestre em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília/SP Assinatura:______________________________________ 1º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:______________________________________ 1º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:______________________________________ 5 A Deus Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois somente Ele, sabe o quanto foi difícil a batalha para chegar até aqui e graças a Ele eu venci essa batalha e conquistei o meu sonho. Minha Eterna Gratidão Aos Meus Pais Dedico este trabalho ao meu pai com muito carinho e em especial a minha mãe, que nunca mediu esforços para que eu chegasse até aqui, sempre me apoiando nos momentos mais difíceis, fazendo com que perante as dificuldades eu não desistisse nunca. Muito obrigada por tudo e é graças a Sra. que me ensinou o caminho certo, que hoje estou aqui realizando o meu sonho. Essa conquista também é sua. Amo Muito Vocês!!! Ao Meu Irmãozinho Dedico este trabalho ao meu irmãozinho, que foi preparado por Deus para iluminar os nossos caminhos, você é minha riqueza. Obrigada por existir. Te Amo Muito... Aos Meus Avôs Dedico este trabalho a minha avó Nair, meus avôs Jesus e Sebastião que hoje já não se encontram mais aqui no meio de nós, mas que me deixaram grandes lições de vida. Meu muito obrigada. Saudade Eterna. E a minha avó Josefina a única presente aqui comigo, agradeço por estar sempre ao meu lado me dando muito amor e me ajudando no que for preciso. A Minha Família Dedico este trabalho a minha Tia e Madrinha Eliete que sempre me incentivou, que eu nunca desistisse dos meus sonhos e que sempre batalhasse por eles. E a minha Tia Meire e aos meus primos Julio e Marcelo por sempre acreditarem em mim. Obrigada. Ao meu namorado Tiago Dedico este trabalho a você Tiago, que surgiu na minha vida no momento certo e na hora certa, tudo que eu sempre quis, que esteve ao meu lado me apoiando e me aconselhando nos momentos mais difíceis, mesmo sendo contrariado algumas vezes pela minha ausência soube me compreender. Eu Te Amo... Daiany 6 A Deus, Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado a oportunidade de estar aqui, sempre me auxiliando nas horas difíceis e me dando forças para que pudesse vencer mais uma etapa de minha vida. Aos meus Pais Agradeço aos meus pais, quem sempre estiveram ao meu lado, nas horas difíceis, nas horas de alegrias, sempre prontos para me ajudar, com amor, carinho e dedicação o meu muito obrigado. Essa vitoria não é minha essa vitoria é nossa. Amo vocês Aos meus irmãos Agradeço aos meus irmãos, pela paciência e pela força. Obrigada, por fazer parte da minha vida, vocês são a razão do meu viver. Amo vocês. Aos meus avôs Aos meus avôs que se já não se encontram mais conosco, por sempre me apoiaram e sempre acreditarem em mim, obrigada por tudo.... Estrelinhas. Saudades eternas. Verena 7 Agradecimentos A Deus, Que sempre esteve ao nosso lado, iluminando o nosso caminho, por ter estado presente durante esses 4 anos, nos dando forças para que pudéssemos realizar esse sonho. A Empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME Que nos acolheu com muito carinho e atenção, oferecendo-nos oportunidades de conhecimentos e podendo colocar em prática o que pesquisamos na teoria. Nossa Gratidão. Aos Orientadores A professora Heloisa Helena Rovery, que esteve sempre ao nosso lado nos auxiliando perante as dificuldades o nosso muito obrigado. E em especial a Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa, que esteve sempre presente em todos os momentos, nos orientando sempre com muito carinho, dedicação e paciência que sempre acreditou em nosso potencial e no projeto que construímos, seus estímulos foram de muita importância para que nosso sonho torna-se realidade. Aos Professores e Mestres. A todos os professores e mestres que colaboraram no decorrer desses 4 anos de estudos, transmitindo-nos suas experiências e conhecimentos profissionais, sempre dispostos a nos ajudar, o nosso muito obrigado. Um carinho especial ao Irso Tofóli que sempre incentivou para que nunca desistíssemos de nossos ideais e conseguíssemos realizar nossos sonhos. Aos Nossos Amigos de Faculdade Agradecemos pela verdadeira amizade que construímos durante esses 4 anos, pelos momentos maravilhosos que tivemos juntos, desejamos sucesso a todos. Daiany e Verena 8 RESUMO Com a intensificação da concorrência no mercado calçadista, as empresas para permanecer em uma posição competitiva, necessitam cada vez mais apresentar um diferencial, pois os clientes estão exigentes em busca de qualidade e melhores serviços. O tema do presente trabalho parte da importância da controladoria como uma ferramenta para o processo de gestão, evidenciando e reunindo as informações gerenciais nas tomadas de decisões e assegurando a continuidade da empresa com qualidade e competitividade. Sugere-se a inclusão da contabilidade naempresa com a contratação de um profissional contábil efetivo, que auxilia os gestores quando solicitarem informações para tomada de decisões. As informações serão extraídas da contabilidade, em forma de relatórios gerenciais ágeis em linguagem clara, objetiva, tendo-se assim a implantação da controladoria na empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda.- ME, localizada na cidade de Birigui/SP, com a atividade de produção de calçados infantis. A implantação da controladoria na empresa com a utilização de um sistema de informações integrado ao processo e normas contábil gerenciais, facilmente terá melhor entendimento e aproveitamento das informações entre os departamentos, maior rapidez na solução de problemas diários, melhor confiabilidade dos dados recebidos e repassados. Com base nos aspectos observados na pesquisa, a atuação da controladoria contempla a integração do sistema de informações a contabilidade, na evidenciação dos objetivos da organização e auxiliar na observação e análise de todas as fases da produção. Assim, assegurar na criação e geração de informações que utilizadas como ferramenta orientem os gestores na tomada de decisões diante das situações de seu dia a dia, contribuindo em grande escala, na otimização do resultado global da empresa. Palavras-chave: Controladoria. Sistema de Informações. Produção. 9 ABSTRACT With increased competition in the footwear market, the companies to remain in a competitive position, need more and more to present a difference, because the customers are demanding in search of quality and best services. The theme of this work stems of the importance of controlling as a tool for the management process, highlighting and bringing together the management information for decision making and ensuring continuity of the company with quality and competitiveness. It is suggested the inclusion of the accounting in the company with employment of an accounting professional effective, which helps the managers when seeking information for decision making. The information will be drawn of accounts in form of agile management reports in clear language, objective, and thus implantation controlling of the company Nilcal Kids Products Ltda .- ME, located in the city of Birigui / SP, with the production activitychildren's shoes. The implantation of the company controlling with the use of an integrated information system to process management and accounting standards, easily will have a better understanding and utilization of information among departments, greater speed in solving daily problems, improved reliability of data received and forwarded. Based observed aspects in the research the acting of controlling contemplates, the role the integration of information systems to accounting, in the evidence of organization objectives and to auxiliary in the observation and analysis of all phases of production. Thus, ensuring in the creation and generation of information that used as a tool guide the managers in making decisions in situations of their daily lives, contributing in a large extent, in the optimization of the overall result of the company. Keywords: Controlling. Information System. Production. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fachada da empresa ...................................................................... 17 Figura 2: Esteira de produção ......................................................................... 23 Figura 3: Gráfico de exportações .................................................................... 35 Figura 4: Subdivisão do modelo de gestão ..................................................... 41 Figura 5: Tabela de planejamento operacional ............................................... 43 Figura 6: Valor das informações ..................................................................... 49 Figura 7: Interação da informação com o processo decisório ......................... 50 Figura 8: Sistema de feedback ........................................................................ 52 Figura 9: Sistema Giga Tron ........................................................................... 58 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Distribuição regional de calçados ................................................... 31 Quadro 2: Custos diretos ................................................................................ 61 Quadro 3: Custos indiretos .............................................................................. 62 Quadro 4: Custo da mão de obra .................................................................... 63 Quadro 5: Formação de preço de venda......................................................... 65 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CFC: Conselho Federal de Contabilidade DLPA: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DOAR: Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos DRE: Demonstração do Resultado do Exercício ERP: Planejamento de Recursos Empresariais MPEs: Micro e Pequenas Empresas NBC T: Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica PCP: Planejamento e Controle da Produção SIG: Sistemas de Informações Gerenciais 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15 CAPÍTULO I – NILCAL PRODUTOS INFANTIS LTDA. - ME .......................... 17 1 HISTÓRICO ............................................................................................ 17 1.1 Estrutura física ........................................................................................ 18 1.2 Comercialização ..................................................................................... 18 1.3 Produção ................................................................................................ 19 1.4 Departamentos da Empresa ................................................................... 19 1.4.1 Recepção ............................................................................................... 20 1.4.2 Almoxarifado ........................................................................................... 20 1.4.3 Corte ....................................................................................................... 20 1.4.4 Cinegrafia ............................................................................................... 21 1.4.5 Acabamento ........................................................................................... 21 1.4.6 Banca ..................................................................................................... 21 1.4.7 Pesponto ................................................................................................ 21 1.4.8 Costura ................................................................................................... 22 1.4.9 Esteira .................................................................................................... 22 1.4.10 Encaixadeira ........................................................................................... 24 1.4.11 Expedição ............................................................................................... 24 1.4.12 Modelagem ............................................................................................. 24 1.5 Fornecedores .........................................................................................24 1.6 Clientes ................................................................................................... 24 1.7 Distribuição ............................................................................................. 25 1.8 Sistema Giga Tron .................................................................................. 25 1.8.1 Controle interno ...................................................................................... 26 1.9 Departamento administrativo .................................................................. 26 1.9.1 Diretoria .................................................................................................. 26 1.9.2 Departamento contábil ............................................................................ 26 1.9.3 Departamento de Compras .................................................................... 27 1.9.4 Departamento vendas ............................................................................ 27 13 1.9.5 Departamento financeiro ........................................................................ 28 1.9.6 Departamento de faturamento ................................................................ 28 CAPÍTULO II - ABORDAGEM ESPECÍFICA DA DEFINIÇÃO DO SETOR CALÇADISTA E A CONTROLADORIA ........................................................... 15 2 HISTÓRIA DO SETOR CALÇADISTA ................................................... 29 2.1 Características gerais do setor calçadista ............................................. 29 2.2 Mercado .................................................................................................. 30 2.2.1 A distribuição regional da produção de calçados ................................... 30 2.3 Vantagens do setor calçadista ................................................................ 31 2.3.1 Objetivos do setor calçadista .................................................................. 32 2.3.2 Produção de calçados ............................................................................ 32 2.3.3 Processo Produtivo ................................................................................ 32 2.3.4 Terceirização .......................................................................................... 33 2.3.5 Bancas .................................................................................................... 34 2.4 Mercado interno e externo ...................................................................... 34 2.4.1 Mercado interno ...................................................................................... 34 2.4.2 Mercado externo ..................................................................................... 36 2.5 Controladoria .......................................................................................... 37 2.5.1 História da controladoria ......................................................................... 37 2.5.2 Necessidade da controladoria na empresa ........................................... 37 2.5.3 Missão ................................................................................................... 38 2.6 Papel da controladoria no processo de gestão ....................................... 38 2.6.1 Processo de gestão ................................................................................ 39 2.7 Modelo de gestão ................................................................................... 39 2.7.1 Modelo de decisão.................................................................................. 40 2.7.2 Modelo de mensuração .......................................................................... 40 2.7.3 Modelo de informação ............................................................................ 40 2.8 A controladoria no processo decisório .................................................... 41 2.9 Planejamento operacional ...................................................................... 42 2.9.1 Planejamento estratégico ....................................................................... 43 2.9.2 Vantagens e desvantagens do processo de planejamento estratégico ........................................................................................................................... 44 14 2.10 Controller ................................................................................................ 45 2.10.1 Características da função do controller .................................................. 45 2.10.2 A qualificação do controller ..................................................................... 47 2.11 Relatórios gerenciais .............................................................................. 47 2.11.1 Valor das informações ............................................................................ 48 2.11.2 O sistema de informações ..................................................................... 49 2.11.3 Sistemas de informações gerenciais - SIG ............................................ 50 2.12 Controle .................................................................................................. 51 2.13 Execução ................................................................................................ 52 2.14 A importância das demonstrações contábeis para a controladoria. ....... 53 CAPÍTULO III - IMPLANTAÇÃO DA CONTROLADORIA NA EMPRESA NILCAL PRODUTOS INFANTIS LTDA. - ME .................................................. 55 3 A PRÁTICA ORGANIZACIONAL .......................................................... 55 3.1 A informação da empresa ....................................................................... 56 3.1.1 O sistema de informações na Nilcal Produtos Infantis Ltda. - ME .......... 56 3.2 Os principais relatórios gerenciais utilizados pela empresa ................... 58 3.2.1 O fluxo de caixa diário ............................................................................ 59 3.2.2 Modelo de pedido ................................................................................... 59 3.2.3 Contas a pagar ....................................................................................... 60 3.2.4 Contas a receber .................................................................................... 60 3.3 Custos .................................................................................................... 60 3.3.1 Relatório de custos diretos ..................................................................... 61 3.3.2 Relatório de custos indiretos .................................................................. 62 3.3.3 Relatório de Mão de obra direta e indireta .............................................. 63 3.4 Formação de preço ................................................................................. 64 3.4.1 Relatório de formação de preço de venda .............................................. 64 3.5 Plano de contas ...................................................................................... 66 3.6 Balanço patrimonial ................................................................................ 66 3.7 Demonstração do resultado do exercício - DRE ..................................... 67 3.8 Discussão sobre a importância da implantação da controladoria na empresa ............................................................................................................ 68 3.9 Parecer final ........................................................................................... 69 15 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .....................................................................71 CONCLUSÃO ................................................................................................... 72 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 73 APÊNDICES ..................................................................................................... 76 ANEXOS ........................................................................................................... 83 16 INTRODUÇÃO Com a intensificação da concorrência no mercado calçadista, as empresas, para permanecerem em uma posição competitiva, necessitam cada vez mais apresentar um diferencial, pois os clientes estão exigentes em busca de qualidade e melhores serviços. Dessa maneira, procuram desenvolver uma relação satisfatória e duradoura com seus clientes. Para ampliar suas atividades, as empresas necessitam de informações gerenciais da controladoria com elementos que agregam resultados como um todo e favorecem o processo de tomada de decisões. A controladoria como área administrativa auxilia no processo de gestão, por meio de informações de suporte à tomada de decisão, devendo estar interligada com todas as áreas da empresa e atuar em todas as fases do processo. Assim, a controladoria deve estar voltada para a busca de ações estratégicas para se adequar ao mercado econômico e buscar resultados para garantir o cumprimento da sua missão e assegurar a continuidade da empresa. Para a controladoria, é importante ressaltar quais dentre os recursos empregados pela empresa são os que efetivamente lhe conferem vantagem competitiva. A controladoria gera informações para o desenvolvimento das operações da empresa, identificando o que é necessário para os procedimentos gerenciais e examinando pontos positivos e negativos, fortalecendo as estratégias do negócio. Devido à quantidade de informações que são geradas para o desenvolvimento das atividades da empresa, nota-se que é necessário identificar os procedimentos gerenciais e auxiliar na eficácia. A pesquisa de campo foi realizada na Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME, situada na Rua Das Palmeiras, nº. 79, na cidade de Birigui – SP, atuando na fabricação de calçados infantil, há cinco anos. Os objetivos do presente trabalho são: demonstrar os benefícios na implantação da controladoria garantindo informações adequadas ao processo decisório, conhecer as funções e os conceitos básicos da controladoria, 17 identificar a estrutura e as informações da empresa, demonstrar como a implantação da controladoria auxilia no processo produtivo, evidenciar os benefícios que a empresa pode obter com a controladoria. Diante do que foi pesquisado e observado durante a pesquisa exploratória, surgiu o questionamento: Em que medida a implantação da controladoria influencia no processo produtivo e no crescimento empresarial? Em resposta a tal questionamento, levantou-se a hipótese de que com a implantação da controladoria são geradas maiores informações auxiliando no processo de gestão e dando suporte para as tomadas de decisões, promovendo êxito no processo produtivo e no crescimento empresarial. O estudo relata uma pesquisa de campo visando às informações gerenciais como instrumento que servirá de orientação na implantação da controladoria na empresa estagiada. Distingue pela pesquisa descritiva, com ênfase em análise documental, utilizando-se de diversos métodos para amparar o trabalho realizado. Os métodos e técnicas de pesquisa utilizados, estão descritos no capítulo III. O trabalho é composto por três capítulos: O Capítulo I refere-se à origem da empresa, seus departamentos, objetivos, marca e produção. O Capítulo II descreve o setor calçadista. Sua origem, conceitos e objetivos. Aborda também da controladoria, separadamente. O papel da controladoria e do controller, o sistemas de informação e o processo de gestão. O Capítulo III ressalta a aplicação das informações gerenciais e a implantação da controladoria na empresa de calçados infantil. Por fim, a Proposta de Intervenção e a Conclusão. 18 CAPÍTULO I NILCAL PRODUTOS INFANTIS LTDA. - ME 1 HISTÓRICO Fonte: Elaborada pelos autores Figura 1: Fachada da empresa Por meio de um sonho empreendedor e da vontade de ter a sua própria fábrica de calçados, a Sra. Lucilene Pedro da Silva iniciou as atividades de uma pequena fábrica de calçados infantis no ano de 2005. Com o nome fantasia de Nilkal Calçados, enquadrando-se na categoria de microempresa, é propriedade da Sra. Lucilene Pedro da Silva e seu esposo Valter Andrade da Silva. Está inscrita com sua razão social Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME, no CNPJ sob o número 09.586.159/0001-04 e inscrição estadual sob o número 214.178.500.116. 19 A empresa, quando foi constituída, precisava de uma marca para comercialização de seus calçados, sendo escolhida a New Cal, com significado de Calçado Novo. O nome apresentava uma forma de escrita difícil de ser lida pelas crianças por ser uma palavra inglesa, e assim surgiu a idéia de modificar a escrita para facilitar a visualização como Nilkal. Atualmente a empresa, além da sua marca Nilkal, também oferece a sua linha de produtos NK. O objetivo da empresa é atender às expectativas e principalmente às necessidades de seus clientes, assegurando a satisfação, pois sua preocupação é a de oferecer um produto cada vez melhor. No início de suas atividades, era uma fábrica humilde, com apenas 79 m² de estrutura física, com uma produção de 240 pares por dia. Atualmente, com o aumento da demanda dos produtos, a empresa está localizada na Rua das Palmeiras, número 79, na cidade de Birigui – SP., em uma localização de fácil acesso, com vários pontos de referências, sendo um ótimo local para a fabricação e comercialização dos produtos. 1.1 Estrutura física A empresa possui uma estrutura física de 300 m². Instalação própria que abriga um galpão térreo onde estão localizados todos os maquinários para a produção de 1.200 pares por dia e uma sala especial para o modelista, onde são criados os desenhos e os designers dos calçados. No segundo andar estão localizados os departamentos administrativos, divididos em uma recepção, duas salas para os funcionários, uma cozinha, um banheiro e a sala dos sócios proprietários, que gerenciam todo o trabalho realizado pela equipe de 30 colaboradores. 1.2 Comercialização 20 No mercado de fabricação de calçados existe muita competitividade presente no dia a dia das empresas, porém, a empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda – ME, mantém-se sólida, dedicando-se para que seu produto seja reconhecido como um produto de qualidade, com sua marca reconhecida e podendo expandir seus produtos para mais regiões. A comercialização dos produtos é realizada por vendedores que realizam a negociação dos valores pela quantidade de pedidos solicitados. O bom resultado nas vendas tem sido a resposta de grande aceitação de seus produtos no mercado e da administração da empresa. 1.3 Produção A produção na empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME é desenvolvida de forma simples e moderna, transformando a matéria-prima em produtos acabados de qualidade. A comercialização é de calçados infantis danumeração 16 até 32, tendo como produto principal o tênis. No verão, a empresa atua com um diferencial na fabricação de sandálias, com o objetivo de sempre atender as necessidades dos clientes com qualidade. É fornecedora dos produtos nos estados: Paraná, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo. 1.4 Departamentos da Empresa Os departamentos de uma empresa representam a divisão de trabalho, sendo a empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda. – ME composta por diversos departamentos. 21 1.4.1 Recepção É o departamento responsável pela comunicação interna e externa da empresa, além de atender todas as pessoas que por ali passam, dando-lhes atenção e informações necessárias para um bom atendimento, sendo de responsabilidade de uma funcionária, que exerce a função de secretária/recepcionista. 1.4.2 Almoxarifado No departamento de almoxarifado, fica armazenado desde o tecido que é a matéria-prima principal, até chegar à matéria-prima final, que são os produtos para o acabamento e algumas peças usadas na manutenção das máquinas. O funcionário responsável pelo almoxarifado recebe as mercadorias e realiza as conferências de acordo com os pedidos. Depois são separadas e encaminhadas para os departamentos, conforme suas necessidades. Neste departamento é realizada a armazenagem com cuidado especial dos tecidos que são preparados e separados para o corte, o que não é utilizado fica armazenado. 1.4.3 Corte Nesse departamento os tecidos são cortados, sendo utilizados os balancinhos. O balancinho é uma ferramenta própria utilizada para o corte dos tecidos, existem vários tamanhos que correspondem a cada numeração dos calçados. 22 1.4.4 Cinegrafia O departamento de cinegrafia é onde são pintados os desenhos que vão ser colocados nos tênis. O desenho chega todo descolorido e é colocado na máquina onde será aplicada a cor da tinta sobre o desenho, colorindo o mesmo. 1.4.5 Acabamento No departamento de acabamento, o desenho que já foi pintado é colocado sobre o tecido que já está cortado; em seguida as peças são colocadas na máquina que prensa um sobre o outro, tornando o tecido pronto com o detalhe do desenho. 1.4.6 Banca O departamento da banca é uma mesa grande, onde, após passar pelo departamento de acabamento, são separados os tecidos que já estão prontos com o desenho. Após esse processo, eles são empacotados e levados para o departamento de pesponto. 1.4.7 Pesponto O departamento de pesponto é terceirizado, após passar pela banca é levado para as pessoas que fazem esse serviço terceirizado. 23 Na própria cidade de Birigui, existem muitas pessoas que fazem esse tipo de serviço em suas casas, sendo um serviço que necessita somente de uma máquina de costura. O pesponto é toda a parte de costura e velcro do tênis, porém a empresa não trabalha com tênis de cadarço. Após a realização do serviço terceirizado, os calçados são levados novamente para a empresa. 1.4.8 Costura O departamento de costura é dividido em duas partes: a) na primeira parte são costuradas as biqueiras dos tênis, a biqueira é toda a parte da frente do tênis; e b) na segunda parte são costurados todos os tênis, de forma que primeiramente é feita a costura atrás fechando o tênis e depois é costurada toda a parte de baixo, deixando uma linha comprida para fora para que depois possa dar o formato ao tênis. 1.4.9 Esteira O departamento de esteira é composto por uma esteira grande, que vai girando e passando por várias etapas de produção, sendo constituído da seguinte forma: a) abastecimento da esteira: é onde são colocado todos os tênis, semi- prontos e os moldes, pois existem vários moldes, sendo um para cada numeração; b) aquecedor: é onde modela o tênis, o tênis semipronto é aquecido num forno; depois de aquecido é encaixado no molde e a linha que fica para fora do tênis é puxada, dando a forma original, pois desse jeito ele estando quente, modela-se mais fácil; 24 c) riscador: é onde coloca a sola no tênis e com uma ferramenta própria vai riscando, fazendo um contorno em volta da sola, marcando onde a mesma fica; d) colagem: é onde passa a cola embaixo do tênis para ser colocada a sola, com um pincel é mergulhado na cola e passado onde está marcado com o risco, que foi feito anteriormente; e) solas: é onde é passada a cola nas solas dos tênis para ser montados; f) montagem: é onde é encostada a sola junto ao tênis que já está com a cola; o tênis é colocado dentro da máquina que está quente e é prensada a sola; g) finalização: é onde o tênis é tirado do molde e são colocadas as luzinhas por dentro da sola do tênis e por último é colocado a palmilha; e h) revisadeira: é onde o tênis é verificado, sendo conferido o velcro se está bom, se o tênis está com excesso de cola e se tem alguma linha sobrando. Fonte: Elaborada pelos autores Figura 2: Esteira de produção 25 1.4.10 Encaixadeira No departamento de encaixadeira é verificado se o par de tênis é da mesma numeração e depois são colocados nas caixas. É colocado um adesivo na caixa com o nome e a numeração do tênis para melhor identificá-lo. 1.4.11 Expedição No departamento de expedição são embaladas as caixas de tênis em uma caixa grande de papelão, com a quantidade de calçados que consta nos pedidos de cada um dos clientes. 1.4.12 Modelagem O departamento de modelagem é onde fica o profissional modelista, que cria os desenhos e os designers dos tênis. 1.5 Fornecedores A empresa possui os seus fornecedores de confiança, com quem realiza os negócios, pois para cada tipo de matéria-prima é um fornecedor diferenciado. No entanto, a empresa não trabalha com uma grande quantidade de matéria-prima, pelo alto custo de armazenagem. A matéria-prima é adquirida conforme os pedidos dos seus clientes. 26 1.6 Clientes A empresa possui um cadastro de seus clientes, para um melhor controle nas vendas. Os clientes que mais utilizam os produtos da empresa estão situados no estado de São Paulo, concentrando 70 % da produção. E para os outros estados como Paraná, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, corresponde a 30 % da produção. Suas vendas são 10% à vista e 90% a prazo, por isso tem uma grande movimentação de duplicatas a receber. 1.7 Distribuição A empresa não possui veículos próprios para suas entregas. A distribuição é feita da seguinte maneira: após o processo realizado no departamento de expedição, as caixas ficam armazenadas no mesmo departamento, aguardando os clientes buscarem suas encomendas. Cada cliente com o seu próprio transporte desloca-se até a empresa e retira seu pedido. 1.8 Sistema Giga Tron O sistema Giga Tron é o atual software utilizado pela empresa em que são realizadas as rotinas diárias, sendo que foi desenvolvido para atender as seguintes necessidades: a) as exigências fiscais das empresas; b) emissão de orçamentos; c) controle de estoque; d) relatório de faturamento. 27 Todos os procedimentos e informações da empresa são distribuídos pelo software para abastecer todos os departamentos.1.8.1 Controle interno O controle interno da empresa Nilcal Produtos Infantis Ltda – ME é feito pelos funcionários, através do sistema Giga Tron, de forma simples, mas segura que garante aos proprietários um controle sobre as suas atividades, assim buscando o melhor desempenho. A fim de poder antecipar possíveis problemas e poder projetar uma estratégia para a tomada de decisões, visando uma boa atuação da empresa. 1.9 Departamento administrativo O departamento administrativo é subdividido em: Diretoria, Departamento Contábil, Departamento Compras, Departamento Vendas, Departamento Financeiro e o Departamento Faturamento. 1.9.1 Diretoria As decisões e a administração da empresa estão a cargo da Sra. Lucilene Pedro da Silva que, consciente das mudanças constantes na economia e no mundo, busca frequentemente conhecimentos do mercado e tecnologia para manter seu equilíbrio com o sucesso e a prosperidade dos seus negócios. 1.9.2 Departamento Contábil 28 A contabilidade da empresa é terceirizada para o Escritório Contábil Vanguarda, situado na Rua Ribeiro de Barros número 411, na cidade de Birigui-SP, o contador responsável é o Sr. Silvio Andriote. No último dia de encerramento do mês, são enviadas todas as notas de entradas e saídas pela empresa durante o mês, incluindo também o pagamento de funcionários e todas as despesas, pois o escritório fornece todo o suporte de que a empresa necessita e trimestralmente elabora o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Controle de Estoque e Faturamento. 1.9.3 Departamento de Compras Esse departamento é responsável pela aquisição de todo o material que a empresa usufrui, desde consumo, limpeza, matéria-prima, até aquisição de imobilizado. A empresa possui informações necessárias para o desenvolvimento do trabalho, sempre estando alerta à rotatividade dos produtos com o propósito de não deixar faltar material, assim como não permitir que determinados produtos fiquem ociosos. A compra é realizada após a aprovação do pedido, que é analisado pelo departamento financeiro, este, que avalia e observa a quantidade, valor e a necessidade. No departamento de compras, também é realizado o acompanhamento da chegada das mercadorias, fazendo as conferências dos pedidos. 1.9.4 Departamento Vendas É o departamento que faz todo o contato com o cliente, desde o serviço realizado, o produto, a forma de pagamento e a possível data de entrega. 29 O profissional de vendas recebe a orientação do diretor da empresa, para que possa atender o cliente com qualidade para que alcance a satisfação plena. 1.9.5 Departamento Financeiro Este departamento trabalha em conjunto com o departamento de compras e de faturamento; tem como objetivo planejar, acompanhar, receber e pagar os compromissos da empresa. 1.9.6 Departamento de Faturamento O departamento de faturamento acompanha o departamento de vendas, fornecendo aos vendedores informações sobre clientes, formas de pagamentos e demais informações que sejam solicitadas. Após as negociações ocorridas pelo departamento de vendas e as análises de crédito, é enviada para os funcionários do faturamento, para que possa ser emitida a nota fiscal. Depois da emissão da nota fiscal, esta é enviada ao departamento de expedição para que possa ser entregue ao cliente junto com o seu pedido. 30 CAPÍTULO II ABORDAGEM ESPECÍFICA DA DEFINIÇÂO DO SETOR CALÇADISTA E A CONTROLADORIA 2 HISTÓRIA DO SETOR CALÇADISTA O desenvolvimento econômico do setor calçadista brasileiro iniciou-se em 1824, na região do Rio Grande do Sul, no Vale dos Sinos com a chegada dos alemães. Além de atuarem na agricultura e criação de animais, eles trouxeram consigo a cultura do artesanato, principalmente na parte de couros, iniciando com arreios para montaria e, depois de algum tempo, começou então a fabricação de calçados no Brasil. O processo de curtimento, que começou de maneira rudimentar, aperfeiçoou-se graças ao aporte de tecnologia e equipamentos da Europa, permitindo, após o fim da I Grande Guerra, o início da exportação de couros. 2.1 Características gerais do setor calçadista O setor calçadista brasileiro tem passado, nas últimas décadas, por um momento bastante turbulento no que se refere às indústrias. Com a economia tendo seus altos e baixos, e a concorrência cada vez mais agressiva, tornam- se cada vez mais difícil o fator custo da mão de obra, matérias-primas de produção, capacidade de financiamento e empreendedorismo (MILANI, 2010). A perda de competitividade no setor calçadista brasileiro para o mercado norte-americano deu-se em virtude do aumento da qualidade dos calçados chineses e da decadência da participação dos calçados de couro norte-americano com a entrada de calçados esportivos e sintéticos. Sendo assim, a China tornou-se uma das grandes concorrentes dos países, o que para os outros países tem sido um prejuízo na comercialização 31 de seus produtos. O grande triunfo de muitas empresas está na criatividade e design de seus produtos, uma forma de atrativo para os consumidores, que buscam cada vez mais produtos diferenciais, de qualidade, com grandes praticidades, esta é a forma que as empresas estão encontrando para diferenciar seus produtos dos produtos da China. 2.2 Mercado Segundo Corrêa (2001 apud MACHADO NETO; MONTEIRO; ALMEIDA, 2010), a cadeia calçadista apresenta relevância para a economia brasileira não apenas pelo volume de exportação que atualmente já somam 163 milhões de pares vendidos pelo mundo, mas tendo um faturamento de U$$ 1.550 milhões ao ano, fora as oportunidades de empregos que hoje tem cerca de 550 mil empregos ao ano, considerando os empregos diretos das indústrias, de calçados, couros, curtumes, fabricante de máquinas, dentre outros que vêm crescendo a cada ano. 2.2.1 A distribuição regional da produção de calçados Apesar da presença de empresas calçadistas em quase todos os estados brasileiros, a produção de calçados é caracterizada pela concentração em certas regiões que se especializaram na fabricação de determinados produtos. Dentre as empresas maiores do Brasil estão: Franca, Vale dos Sinos, Birigui e Jaú, empresas pelas quais são fabricadas grande parte dos calçados vendidos no Brasil. O quadro a seguir demonstra de uma forma simplificada os estados em que mais se concentram empresas nos setores de calçados, buscando sempre amplificar suas áreas, suas produções, para que se obtenham mais produtos e, decorrente disso, mais empregos. O segmento calçadista brasileiro construiu 32 uma capacidade produtiva bastante complexa, sob forma de aglomerados regionais. ESTADOS EMPRESAS EMPREGOS MEDIA EMPREGOS P/ EMPRESA % EMPREGO P/ ESTADOS RG DO SUL 2.838 130.418 46 49,76 SÃO PAULO 2.216 46.372 21 17,69 CEARÁ 189 36.755 194 14,02 MINAS GERAIS 1.287 16.974 13 6,48 BAHIA 89 11.835 133 4,52 PARAÍBA 96 7.260 76 2,77 SANTA CATARINA 285 3.998 14 1,53 RGDONORTE 20 1.609 80 0,61 OUTROS 542 6.864 13 2,63 TOTAIS 7.562 262.085 35 100,00 Fonte: MTb - RAIS (apud ABICALÇADOS, 2005) Quadro 1: Distribuição regional de calçados 2.3 Vantagens do setor calçadista Umas das grandes vantagens que se tem visto entre os fabricantessão os sapatos femininos, havendo uma grande procura, porque as mulheres são as grandes consumidoras do mercado calçadista. Com isso, os fabricantes têm cada vez mais diversificado seus produtos, para que cada vez mais consigam atrair novos consumidores. A principal vantagem comparativa brasileira é a disponibilidade de matéria-prima a baixos custos, assim, o perfil da produção para exportação tem se voltado para produtos mais intensivos em matéria-prima e processamento. (FRANCISCHINI; AZEVEDO, 2010) 33 2.3.1 Objetivos do setor calçadista O maior objetivo tem sido atrair os consumidores que vêm cada vez mais consumindo produtos e, por meio deles, as fábricas têm se dedicado para sempre estar atraindo novos clientes. No mercado, há grande variedade de sapatos, para cada tipo de gosto e necessidades especiais, como os diabéticos, que necessitam de sapatos exclusivos, portadores de deficiência, sempre visando ao cliente, atendendo sempre suas necessidades. Outro fator é o lucro crescente objetivando custos menores, porque a maioria das empresas buscam apoio para que possam diminuir os custos, tendo assim uma lucratividade maior. 2.3.2 Produção de calçados O Brasil é atualmente o terceiro colocado no ranking de produção de couros, atrás de Estados Unidos e União Européia, sendo o Brasil uma das exportadoras mais modernas do mundo. Atualmente são exportados 189 milhões de pares de calçados para o mundo todo. Hoje a indústria de calçados tem uma descontinuidade, ou seja, cada processo é feito por etapas. No caso dos calçados, são cinco principais etapas: modelagem, corte, costura montagem e o acabamento. (MILANI, 2010) A dificuldade de entrada nesse segmento é maior não apenas por razões técnicas, dadas pelo maior custo das máquinas mais avançadas tecnologicamente, mas principalmente pela necessidade de criar produtos diferenciados e que atendam às variações da moda. 2.3.3 Processo Produtivo 34 O processo produtivo de calçados de couro é caracterizado pela mão de obra e pela descontinuidade do fluxo de produção. Por ser dividida em estágios bem diferentes e com operações bastante variadas, a mecanização é difícil e ocorre mais dentro de cada etapa. Na prática, a produção, quando vista em detalhes, pode variar muito de uma empresa para outra. Dependendo do porte da empresa, sua especialização e público-alvo, as etapas ganham detalhamentos que fazem uma indústria bastante heterogênea em relação a seu processo produtivo. Essa heterogeneidade possibilita a participação no mercado de empresas de diferentes tamanhos, operando em segmentos específicos. Estas empresas podem se especializar em apenas uma fração do processo todo ou em uma das etapas do processo. Elas podem, inclusive, tornar-se fornecedoras de outras empresas do ramo. Nos dias atuais, a cada 26 empresas, 20 terceirizam uma ou mais etapas. 2.3.4 Terceirização A etapa mais frequentemente terceirizada é a da costura, terceirizada total ou parcialmente por treze empresas. É a fase que exige menor mecanização e, por isso, pode ser mais facilmente organizada por empresas menores. As micro e pequenas empresas (MEPs) são as que mais terceirizam. A terceirização é uma tentativa de reduzir custos. Pagar menos (ou nenhum) imposto, principalmente sobre a folha de pagamento, é visto como uma alternativa para reduzir o custo de produção. Com a terceirização, as bancas de costura, também chamadas de bancas de pesponto e de ateliês, fazem parte do processo produtivo. Elas prestam serviços para a indústria de calçados, tais como: corte, montagem, costura aplicação de componentes e acabamento, porém, grande parte das bancas concentra sua atuação na operação de costura. Empregam, em geral, trabalho sem vínculo empregatício. 35 2.3.5 Bancas As Bancas são unidades produtivas (oficinas de trabalho) que prestam serviços à indústria e seu porte é variado: há aquelas que contam com apenas 2 ou 3 trabalhadores de uma mesma família; as de porte médio, que empregam cerca de 15 ou 20 trabalhadores; e as grandes bancas, que podem empregar uma centena de trabalhadores. De forma geral, são especializadas em realizar determinadas tarefas que fazem parte do núcleo principal da confecção do calçado, como o corte, o pesponto etc. No Rio Grande do Sul, essas unidades produtivas são denominadas de ateliês.(NAVARRO, 2006 apud LOURENÇO; BERTANI, 2009) As bancas são geralmente dirigidas por antigos funcionários das fábricas de sapatos ou por pessoas a elas vinculadas. O baixo custo de mão de obra permite que elas se constituam em prestadores de serviço a preços bastante reduzidos. Outra vantagem lograda pela fábrica-contratante é a de conseguir minimizar seus problemas de rotatividade de mão de obra devido a flutuações de demanda e sazonalidade. 2.4 Mercado interno e externo 2.4.1 Mercado interno As empresas calçadistas hoje têm grande importância na economia brasileira, não somente pela exportação de pares vendidos no mundo todo, mas também pela questão de empregos, que vem crescendo a cada dia, nos setores de indústrias de calçados, curtumes, fabricante de máquinas para calçados. A Abicalçados (2010) afirma que destinar uma parcela da produção de calçados para o mercado interno e outra para o mercado externo proporciona maior número de clientes e reduz os riscos devido à menor dependência. 36 Existindo uma parcela para o mercado interno e externo no setor calçadista, a chance de aumentarem os clientes é muito grande. Assim, a marca é reconhecida em vários cantos do mundo, reduzindo-se a dependência de clientes numa mesma área, havendo a expansão de negócios em todo país, aumentando consequentemente as vendas e a produção, ou seja, o lucro. O crescimento gradual do preço médio, bem como no número de países de destino das exportações nos últimos anos, reflete as estratégias atuais das empresas calçadistas brasileiras que focam na diversificação de mercados e na diferenciação dos seus produtos agregando valor a eles. Fonte: MDIC/SECEX (apud SINDICALÇADOS) Figura 3: Gráfico de exportações De 2006 a 2008 é estabelecida a posição que todos os países constantes no quadro representam na exportação brasileira. E.U.A é o principal destino das exportações brasileiras, posição que ocupa com uma margem significativa em relação aos demais países, mesmo com a redução gradativa nos últimos anos. As atitudes dos consumidores com relação a produtos estrangeiros constituem importantes considerações para delinear decisões estratégicas para os negócios, especialmente nas áreas de localização internacional de fábricas e de marketing. (CORDELL; VICTOR, 1993 apud GIRALDI; MACHADO NETO; SANTOS, 2010) 37 O mercado interno é pouco explorado pela indústria e a demanda doméstica é reduzida em função de seu preço mais elevado em relação aos concorrentes. Entretanto, existem no mercado produtos sintéticos semelhantes aos olhos dos consumidores e com pouco diferencial de preços. Apesar do crescimento da produção, o consumo interno de couro não tem crescido na mesma proporção. Além de ocorrer a maior substituição por produtos sintéticos e outros materiais, o consumo per capita de produtos de couro é pequeno. Como exemplo, o de calçados caiu durante a década de 1990 e situa-se, hoje, em 2,6 pares por habitante. (SANTOS et al., 2002). Porém, com a crise econômica, muitas empresas têm mudado seus conceitos em relação ao mercado externo, aproveitando-se assimo mercado interno. A indústria de calçados brasileira está redescobrindo o mercado interno neste ano, com o abrandamento da crise econômica mundial que refletiu no país. (ABDALA apud CURY, 2010). De acordo com Abdala (apud CURY, 2010), há pouco mais de quatro meses foi aprovada o antidumping, que é uma tarifa sobre a importação de calçados chineses, ou seja, as grandes lojas instaladas no país que antes compravam calçados chineses, hoje procuram calçados brasileiros para que não tenham que pagar essa tarifa. 2.4.2 Mercado externo As vendas para o mercado externo também estão animando a indústria brasileira. De janeiro a junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2009, foi registrado um crescimento no faturamento do setor. Segundo Abdala (apud CURY, 2010): “A tendência é de recuperação do mercado externo. Também temos de ficar atentos a isso.” Se antes os maiores importadores dos produtos brasileiros eram os EUA, agora, América Latina e Oriente Médio despontam como grandes apostas do mercado. No passado, as exportações para os Estados Unidos representavam 90%. Atualmente, chegam a apenas 25%. 38 De acordo com Abdala (apud CURY, 2010) “Estamos conquistando pequenos clientes. Eles são pequenos, mas juntos representam uma enorme fatia”. Hoje, o Brasil exporta seus produtos para cerca de 30 países. 2.5 Controladoria 2.5.1 História da controladoria Com a globalização crescendo em ritmo acelerado, as empresas apresentaram necessidades de informações que originassem resultados concretos, para que pudessem tomar decisões corretas e rápidas, diante do grande mercado competitivo. Daí surge a controladoria, uma importante ferramenta a gestão e administração da empresa. Segundo Grande; Beuren (2008), a controladoria surgiu nos Estados Unidos no século XX, devido principalmente à verticalização, à diversificação e à expansão geográfica das entidades, o que criou uma maior complexidade de suas atividades. 2.5.2 Necessidade da controladoria na empresa Uma empresa é criada; com o passar do tempo ela se torna madura e, em meio a dificuldades em que se encontra para manter a estabilidade, tenta se dedicar para a própria sobrevivência e ao crescimento cada vez mais. Entretanto, sabe-se que os esforços individuais já não são mais suficientes, e é nesse momento que a empresa percebe que precisa de uma gestão mais capacitada, através de um processo gestão que consegue resultados melhores em suas tomadas de decisões mais concretas. 39 Para Catelli (2006, p.345), a Controladoria, como unidade administrativa, é o “...orgão aglutinador e direcionador de esforços dos demais gestores que conduzam à otimização do resultado global da organização”. 2.5.3 Missão A controladoria tem a missão de viabilizar e aperfeiçoar a aplicação de conceitos de gestão econômica dentro de uma entidade, a fim de aperfeiçoar os resultados da empresa. A diferença entre o resultado que a empresa teria sem uma controladoria estruturada para atender aos preceitos da gestão econômica, seria de resultados não satisfatórios e de grandes oportunidades perdidas. A controladoria, por sua vez, ficou com a missão de fornecer informações precisas e oportunas paras as tomadas de decisões dos gestores. Segundo Catelli (2006, p.346), “a missão da Controladora é assegurar a otimização do resultado econômico da organização”. E para cumprir essa missão, é necessário alcançar os seguintes objetivos: a) promover a eficácia organizacional; b) viabilizar a gestão econômica; e c) promover a integração das áreas de responsabilidade. Deve ser capaz de analisar as informações obtidas de diversas áreas, disponibilizando projeções de resultados econômicos frutos desta análise, fornecendo-as, por fim, em tempo hábil para aqueles por elas interessados, a fim de orientar as tomadas de decisões. 2.6 Papel da controladoria no processo de gestão A controladoria tem um papel muito importante dentro do processo de gestão, pois sua finalidade é a de buscar informações, pois é através destas que a gestão irá tomar grandes decisões, para que haja um resultado melhor 40 ao mês anterior, sempre buscando resultados satisfatórios. No atual cenário, hoje a controladoria passa a ter um papel fundamental nas empresas, que é a de gerenciar todo processo de informação de uma entidade, que pode se dividir em dois grupos: usuários internos e usuários externos. Segundo Roehl-Anderson; Bragg (2004 apud SCHMIDT; SANTOS, 2006), o papel inicial da controladoria era muito simples: a equipe da controladoria tinha como principal função o processamento das transações que apoiavam as operações do negócio. 2.6.1 Processo de gestão No foco da gestão, os usuários internos são mais importantes que os usuários externos, porque é por meio das informações internas que a controladoria vai conseguir administrar com todas as informações necessárias para tomadas de decisões, ou seja, seus planejamentos. Para que uma entidade possa gerar informações gerenciais eficazes é preciso que haja: a) plano de contas bem estruturado e adequado à empresa; b) registros dos fatos contábeis, nas datas próximas ao ocorrido; c) fechamento contábil mensal; d) contas patrimoniais, de custos e despesas devidamente reconciliadas. Segundo Figueiredo; Caggiano (2006), o processo de gestão serve de suporte ao processo de tomada de decisão e realiza-se por meio dos seguintes passos: planejamento estratégico, planejamento operacional, programação, execução e controle. Os sistemas de informações da empresa devem, portanto, ser estruturados de forma a suprir necessidades do processo de gestão da empresa, nas fases de planejamento, execução e controle de suas atividades. 2.7 Modelo de gestão 41 O modelo de gestão gera a missão e os valores de uma entidade e, para que se tenha um modelo de gestão, é preciso três fundamentais princípios. 2.7.1 Modelo de decisão É o primeiro modelo a ser definido, pois é através da decisão dos gestores que a controladoria buscará informações, e o entendimento para que se possam atender às necessidades dos gestores, para que a decisão tomada seja a mais correta possível, tendo se assim um excelente resultado. Assim, a controladoria entra antes e depois das decisões, assegurando a continuidade da empresa. 2.7.2 Modelo de mensuração A correta mensuração é considerada uma dificuldade para muitas empresas, necessitando das características dos gestores para mensurá-las. A responsabilidade das informações da mensuração é totalmente da controladoria, tendo dois modelos principais de mensuração: mensuração de entrada e mensuração de saída. A mensuração de entradas é a mais utilizada para a elaboração de relatórios contábeis, por possuir maior facilidade de identificação de valores. A mensuração de saída não é aceita para fins societários, por serem subjetivos demais. 2.7.3 Modelo de informação Tem como principal gestor a controladoria, sendo o sistema de informações a principal ferramenta para a tomada de decisões. 42 Uma vez identificadas as necessidades dos gestores, a controladoria vem gerar as informações corretas, para que as decisões atinjam a missão da empresa. Fonte: Fonte: SCHMIDT; SANTOS (2006, p.35) Figura 4: Subdivisão do modelo de gestão 2.8 A controladoria noprocesso decisório O processo decisório é influenciado pela atuação da Controladoria por meio das informações de planejamento e controle. As informações de planejamento e controle exigem sistemas de informações que suportem essas decisões. A missão da Controladoria é otimizar os resultados econômicos da empresa por meio da definição de um MISSÃO MODELO DE GESTAO CRENÇAS E VALORES MODELO DE DECISÃO MODELO DE MENSURAÇÃO MODELO DE INFORMAÇÃO PLANEJA- MENTO EXECUÇÃO CONTROLE AVALIAÇAO ENTRADA SAÍDA OBTER DADOS PROCESSAR GERAR INFORMA- ÇÕES 43 modelo de informações baseado no modelo de gestão. (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2005) O papel da Controladoria é, portanto, auxiliar a gestão da empresa, fornecendo alternativas econômicas, através das informações, e repassá-las para auxiliar no processo decisório. Diante disso, o controller exerce influência na organização à medida que norteia os gestores para que mantenham sua eficácia e a da organização. (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2005) No planejamento estratégico, seu papel é auxiliar o principal executivo e os demais gestores na estratégia, fornecendo informações rápidas e confiáveis sobre a empresa. No planejamento operacional, seu papel é desenvolver um planejamento com base nas informações atuais, associando para otimização das análises. 2.9 Planejamento operacional O planejamento operacional é a mais básica de todas as funções gerenciais e a habilidade com que esta função é desempenhada é o que determina o sucesso de todas as operações. Conforme Mosimann, Fisch (1999), o planejamento operacional consiste na definição de políticas e metas operacionais da empresa consubstanciadas em planos para um determinado período de tempo, em consonância com as diretrizes estratégicas estabelecidas. Para a execução do planejamento operacional, utiliza-se do sistema de informações em cada etapa de elaboração como suporte. Sua finalidade é de maximizar os recursos da empresa aplicados em operações de determinado período. Este tipo de planejamento, geralmente, é de curto e médio prazo e envolve decisões mais descentralizadas, mais repetitivas e de maior reversibilidade. 44 Fonte: VALENTIM (2008) Figura 5: Tabela de planejamento operacional 2.9.1 Planejamento estratégico O Planejamento estratégico é uma ferramenta usada por gestores e administradores, com o objetivo de assegurar o cumprimento da missão e da continuidade da empresa. Evitam-se, assim, as ameaças, aproveitando as oportunidades, utilizando seus pontos fortes, para então superar as deficiências dos pontos fracos. O Planejamento estratégico teve três fases em sua história. A primeira fase: produção em massa, entre 1900 e 1930, que caracterizou a estabilidade Análise dos objetivos Planejamento do uso do tempo Planejamento dos recursos Avaliação dos riscos Políticas e procedimentos Estrutura organizacional Estabelecimento do cronograma Elaboração do orçamento 45 ambiental e a pouca interferência governamental, tendo nesse período a preocupação de desenvolvimento de novos métodos de produção e de custos. A segunda fase, marketing em massa, dentre 1930 e 1950, tendo nesse período o foco no ambiente externo, buscando compreender os desejos dos consumidores, para colocá-los em seus planejamentos. A terceira, era da informação, vindo de 1950 até os dias atuais, é marcada por um ambiente turbulento, com o grande crescimento acelerado, mercados instáveis, tendo a ferramenta de planejamento um pouco ultrapassada, procurando buscar novas soluções que auxiliassem as empresas a se manterem equilibradas. Com a necessidade de novas ferramentas que pudessem auxiliam os gestores, houve o surgimento do planejamento estratégico. O planejamento estratégico tem o propósito de permitir, através de suas ferramentas, às empresas modelarem o futuro ao invés de apenas tentar antecipá-los. Catelli (2006, p.172) descreve: “o planejamento estratégico é um compromisso, não uma previsão ou expectativa de uma área qualquer”. 2.9.2 Vantagens e desvantagens do processo de planejamento estratégico O planejamento estratégico é algo que se faz antes de agir, ou seja, é uma decisão tomada antecipadamente. De fato, o planejamento estratégico é um conjunto de decisões; para cada decisão tomada surge um efeito para o benefício da empresa. Ackoff (apud NASCIMENTO; REGINATO, 2009) observaram que, embora os executivos necessitem crescentemente de informações relevantes, as quais são o foco básico dos sistemas de informações gerenciais, eles são, ao mesmo tempo, vítimas de uma abundância de informações irrelevantes. Segundo Jones (apud NASCIMENTO; REGINATO, 2009), a expressão domínio organizacional refere-se ao território de atuação de uma empresa, representa a amplitude de suas relações com o ambiente, definida pelo tipo de bem ou serviço que produz, pelos seus clientes e pelas entidades as quais ela serve. 46 Entretanto, o planejamento estratégico poderá ser não apenas um instrumento a ser utilizado pela administração, mas também como uma grande ferramenta usada para o controle gerencial interno, permitindo-se o comportamento organizacional, para que assim seus objetivos sejam realizados dentro de uma organização. Segundo Lorange (apud NASCIMENTO; REGINATO, 2009), o foco de um processo eficaz de planejamento deveria, então, ser o de como utilizar o conhecimento das pessoas da organização, da melhor maneira possível, isto é, como fazê-las serem mais produtivas. 2.10 Controller O controller é o profissional encarregado do departamento de Controladoria, seu papel é gerenciar um eficiente sistema de informação, zelar pela continuidade da empresa, fazendo com que as atividades desenvolvidas alcancem resultados satisfatórios. O controller tem como tarefa manter o executivo principal da companhia informado sobre os rumos que ela deve tomar, aonde pode ir e quais os caminhos que devem ser seguidos. (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2006) Devido a sua importância como órgão de controle e assessoria, o controller deve ser um profissional de alto nível na empresa, sendo o ideal em nível de diretoria, já existindo, em alguns grupos empresariais, o cargo de Diretor de Controladoria. 2.10.1 Características da função do controller As funções do controller são tratadas com mais amplitude e dinamismo, sendo considerado um elemento muito importante no sucesso da empresa. Desta maneira, não se pode mais distinguir a função do controller 47 simplesmente como o gerente da controladoria, mas sim, como o profissional mais completo em termos de gestão empresarial. O moderno controller deve ter uma visão proativa, permanentemente dirigida para o futuro. Deve, de acordo com Tung (apud OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2005): a) ter capacidade de prever os problemas que poderão surgir e de coletar as informações necessárias para as tomadas de decisão; b) possuir o necessário discernimento para tomar a iniciativa na elaboração de relatórios, quando necessário; c) fornecer as informações específicas a cada usuário, preparadas na linguagem do executivo que as recebe; d) traduzir os desempenhos passados e presentes em gráficos de tendência e em índices, uma vez que os números, por si só, podem não ser suficientes na tarefa de auxiliar a administraçãoda empresa; e) ter uma visão proativa e preocupada com o futuro, visto que pouca coisa pode ser feita na prática, devido à análise ser restrita aos fatos passados, porque não podem mais ser gerenciáveis; f) elaborar relatórios da forma mais rápida possível, gerando informações atualizadas e confiáveis. g) insistir na análise e estudo de determinados problemas, mesmo que os executivos das áreas envolvidas não estejam dando a devida atenção para os fatos reportados pela Controladoria; h) sempre que possível assumir a posição de conselheiro ou exercer o papel de consultor na busca de solução para os problemas, nunca a de crítico; i) ser imparcial e justo em suas críticas e comentários ao desempenhar as funções de controle e avaliação do desempenho dos demais departamentos e executivos da organização; j) ter a capacidade de vender suas ideias, em vez de procurar impor suas opiniões, por mais válidas e interessantes que elas sejam; k) ter, principalmente, a capacidade de compreender que, no desempenho de suas funções, suas contribuições para outras áreas sofrem limitações. 48 2.10.2 A qualificação do controller Nos tempos atuais de avanços tecnológicos acelerados e de ciclos de mudanças, o controller deve ser um profissional multifuncional, ou seja, deve acumular experiências nas áreas contábeis, financeiras e administrativas. Devido às necessidades para o exercício do cargo, as funções tornaram- -se complexas e desafiadoras, não havendo mais espaço para o profissional do passado que apenas cumpre as tarefas rotineiras. Para atender às exigências do mercado de trabalho, os conhecimentos exigidos para desempenho das funções de controller são (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2005): a) contabilidade e finanças; b) sistemas de informações gerenciais; c) tecnologia de informação; d) aspectos legais de negócios e visão empresarial; e) métodos quantitativos; f) processos informatizados da produção de bens e serviços. Para enfrentar esses novos obstáculos, o controller precisa possuir, além de todos os requisitos exigidos, novas habilidades, tais como: práticas internacionais de negócios, controles orçamentários, planejamento estratégico e ser um profissional de fácil relacionamento. Ressalta-se também, como qualidade importante, a visão de negócios, para tornar possível sua efetiva atuação no business plan da organização. Esse aspecto, de reconhecida preocupação por parte dos empresários, nem sempre tem merecido os devidos cuidados pela equipe da Controladoria. (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2005, p.22) O controller é reconhecido como capacitado devido à prioridade alta que é dada a propósito dos seus conhecimentos sobre os negócios da empresa. 2.11 Relatórios gerenciais 49 São os documentos que consolidam, de forma estruturada, as informações para tomadas de decisões. Os relatórios gerenciais têm a finalidade de fornecer informações precisas e pontuais, capazes de auxiliar na melhor tomada de decisão, conforme objetivos e estratégias da organização. Os relatórios gerenciais podem ser apresentados de diversas maneiras: a) convencional – relatório físico, dossiê; b) moderno – boletim eletrônico via e-mail, página na web etc. A estrutura dos relatórios gerenciais pode ser diversificada de acordo com a atividade desenvolvida pela organização e com as informações e tópicos que lhes são relevantes para o processo decisório. De modo geral, a estrutura dos relatórios é composta pelos itens: a) números: refletem o momento atual e o anterior para fim de análise das evoluções e involuções e apresentam a situação desejada; b) gráficos: facilitam o entendimento do cenário atual através da exposição visual; c) comentários: minimizam a divergência na interpretação das informações apresentadas; d) decisões/ações: expressam os procedimentos adotados pelo executivo.Podem representar possibilidades alternativas a serem adotadas no desenvolvimento dos trabalhos; e) resultados: expressam a meta (ou metas) a ser (serem) alcançada (s) através das ações e decisões com base nas informações representadas pelos números, gráficos, etc. 2.11.1 Valor das informações A importância das informações tem sido de grande auxílio aos executivos, mas, muitas vezes podem prejudicá-los diante da necessidade de informações mais relevantes, isto é, as informações que desejam e precisam diante de determinado período, para que haja um desempenho melhor. Portanto, é de grande importância a Sistema de Informação Gerenciais (SIG), 50 de modo que se possa trabalhar em tempo real, sistemas eficientes devidamente integrados às decisões empresariais. Fonte: OLIVEIRA (2005, p.48) Figura 6: Valor das informações 2.11.2 O sistema de informações O sistema de informações é o conhecimento que auxilia os gestores no processo decisório, proporcionando mais eficácia nas tomadas de decisões. Segundo Oliveira (2008), sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetua determinada função. O objetivo básico da informação é de fazer com que as empresas alcancem seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis e tem sido também medida pela relação do custo para obter os benefícios de seu uso. Atualmente, com a globalização em ritmo acelerado, as empresas têm necessitado de informações que estabeleçam importantes fundamentos para a IMPAC- TO NAS DECI- SÕES TEMPO DE UTILI- ZAÇÃO UTILIDA- DE DA INFOR- MAÇÃO VALOR DA INFOR- MAÇÃO 51 empresa, para que através destas informações os gestores possam tomar decisões mais adequadas às necessidades da empresa. Smith (apud OLIVEIRA, 2008) já alertava para um irônico dilema dos executivos, que corresponde ao grande volume de informações geradas pelo sistema macroeconômico e pelas empresas as consequentes insuficiência e inadequação das informações necessárias para a correta tomada de decisões. 2.11.3 Sistemas de informações gerenciais – SIG O SIG foi feito para oferecer aos executivos as informações seguras para a tomada de decisões que resultem nos objetivos estabelecidos. Segundo Oliveira (2008), sistemas de informações gerenciais é o processo de transformação de dados de informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para aperfeiçoar os resultados esperados. Fonte: OLIVEIRA (2005, p.41) Figura 7: Interação da informação com o processo decisório. FONTES DE INFORMAÇÃ O INTERNA FONTES DE INFORMAÇÃO EXTERNA INFORMAÇÃO RELEVANTE PARA DECISOES TOMADA DE DECISÃO DECISAO EFEITOS SOBRE O AMBIENTE EFEITOS SOBRE A EMPRESA COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES AÇÃO CORRETIVA NECESSÁRIA 52 O SIG deve ser implantado e muito bem desenvolvido, tendo sempre a colaboração na adequação das empresas, nos pontos básicos para as economias tanto nacionais, quanto internacionais. Portanto, o SIG deve ser visto como um instrumento administrativo de grande importância para os executivos das empresas. Segundo Ein-Dor; Segev (apud OLIVEIRA, 2005), é um sistema voltado para a coleta, armazenagem, recuperação e processamento de informações que são usadas ou desejadas por um ou mais executivos no desempenho de suas atividades. Através dos sistemas de
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