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RECURSO TRÂNSITO GOL REGINA

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Referência: AIT Nº E10-0404054
Órgão autuador: 297330
REGINA CÉLIA RUFINO FRANCA, brasileira, casada, inscrito no CPF sob o n.º 450.763.081-91 e portador do RG n.° 307109 - SSP TO, residente e domiciliada nesta capital, na Quadra 408 Norte Alameda 02 Lote 1 QI 9, CEP. 77.006-508, telefone móvel nº (63) 98450-0417, vem tempestivamente à digna presença de V. Sa interpor a competente DEFESA PRÉVIA, com base no artigo 2º, da Resolução 299/008 do CONTRAN.
Dos Fatos
 A requerida foi autuada junto ao Departamento de Trânsito Municipal de Palmas/TO, pela suposta inobservância da legislação de trânsito no que diz respeito a conduzir o veículo com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização alterados, conforme art. 230, XIII do Código de Trânsito Brasileiro. 
Do Direito
Pretende-se nessa defesa requerer que se faça valer ao cidadão os princípios relativos à ampla defesa e ao contraditório, para tanto os procedimentos administrativos atinentes às infrações de trânsito, por óbvio, não estão imunes aos princípios constitucionais que norteiam e obrigam todo e qualquer procedimento do qual se extraiam consequências jurídicas. 
Da Decadência
A data do cometimento da infração conforme cópia da notificação em anexo deu-se em 09/09/2016, por volta das 22h02min, todavia a emissão da referida notificação somente foi feita em 06/07/2017, ou seja, 9 (nove) meses e 28 (vinte e oito) dias depois, conforme atesta notificação em anexo. Vejamos o que diz a legislação pertinente sobre o prazo de notificação:   
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:
[...]
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação. (grifamos)
O prazo de que trata o inciso II do parágrafo único do art. 281, CTB é decadencial, porquanto apanha o direito de notificar da Administração Pública, com o que, súbito, inviabiliza igualmente o seu direito de punir (uma vez que se inadmite, dentro do ordenamento pátrio, julgar sem prévia oitiva do acusado). De conseguinte, desconhece causas interruptivas e suspensivas e o seu termo final consome o direito, banindo-o do mundo jurídico. 
No mesmo sentido, sobre esse prazo decadencial, a Resolução n.o 619, de 06 de setembro de 2016, do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN dispõe o seguinte:
Art. 4º - À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior, após a verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB.
§ 3º - A não expedição da Notificação da Autuação no prazo previsto no caput deste artigo ensejará o arquivamento do auto de infração de Trânsito. (grifamos)
Assim, observa-se pela leitura do artigo 4º, § 3º da Resolução Contran no 619/2016, que, para o Conselho Nacional de Trânsito,  o órgão de trânsito possui o prazo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração para expedição da notificação. (grifamos)
Outrossim, é importante registrar que a referida Resolução emitida com a finalidade de padronizar os  procedimentos administrativos utilizados pelos órgãos e entidades de trânsito integrados ao Sistema Nacional de trânsito, está em pleno vigor. 
Ou seja, para o Conselho Nacional de Trânsito, os órgãos de execução de trânsito possuem o prazo de 30 (trinta) dias para entregar a notificação da autuação à empresa responsável por seu envio. Dessa forma, a inobservância do referido prazo, implica na decadência do direito de punir do Estado.
Da inconsistência e irregularidade da AIT pela carência de comprovação de aferição do equipamento eletrônico 
Não há demonstração de que o aparelho esteja apto ao uso a que se destina, pois está fora dos padrões de calibração estatuídos pelo INMETRO, tendo em vista que não constam na notificação de trânsito o nome do INMETRO ou instituição referendada, bem como inexiste o número do certificado de aferição e data da última aferição, ou seja, ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em vigência.
A notificação em tela é insubsistente e totalmente nula, por contrariar exigência legal contida nos artigos 280, § 2º, 281, parágrafo único, I, do CTB, senão vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
[...]
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN. (grifamos)
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:
I - se considerado inconsistente ou irregular. (grifamos)
É cediço que, não é outra a interpretação e o entendimento da jurisprudência temática de nossos tribunais:
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA. CONTROLADOR ELETRÔNICO DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃO DA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovação da regular manutenção dos instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de penalidade administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infração e das penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto, decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do Estado do Paraná, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do vot (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0000841-40.2014.8.16.0177/0-Xambrê - Rel.: Liana de Oliveira Lueders - - J. 29.01.2015). TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI 000084140201481601770 PR 0000841-40.2014.8.16.0177/0 (Acórdão) (TJ-PR). Data de publicação: 02/02/2015.Decisão: º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos medidores.... AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA REALIZAÇÃO DE AFERIÇÃO TÉCNICA DOS RADARES .RESOLUÇÃO 146/2006 QUE EXIGE. TJ-PR - Inteiro Teor. PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO - Recursos - Recurso Inominado: RI 84140201481601770 PR 0000841-40.2014.8.16.0177/0 (Acórdão). Data de publicação: 02/02/2015.
APELAÇÃO AÇÃO DE COBRANÇA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO NULIDADE OCORRÊNCIA Pretensão voltada à anulação da multa de trânsito que fora aplicada por radar eletrônico Radar semafórico utilizado que não foi aferido e fiscalizado pelo INMETRO à época da lavratura da infração Imposição da penalidade que, in casu, não ocorreu em consonância com a legislação e normas técnicas Art. 5º da Resolução CONTRAN 141 de 2002 Nulidade do auto de infração evidenciada Procedência da demanda que se impera Condenação da ré na verba sucumbencial Decisão reformada Recurso provido. (TJ-SP - APL:9190946682003826 SP 9190946-68.2003.8.26.0000, Relator: Rubens Rihl, Data de Julgamento: 19/10/2011, 8ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação:25/10/2011).
ACÓRDÃO Nº 6-1085/2010 APELAÇÃO CÍVEL - MULTA DE TRÂNSITO - EXCESSODE VELOCIDADE - INFRAÇÃO APURADA POR RADARELETRÔNICO AFERIDO PELO INMETRO FORA DO PRAZO ESTABELECIDO PELA RESOLUÇÃO Nº 141/02 DO CONTRAN. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO DECISÃO UNÂNIME. (TJ-AL - APL: 00164629620038020001 AL 0016462-96.2003.8.02.0001, Relator: Juiz Conv. José Cícero Alves da Silva, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: 02/12/2010).
DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA. CONTROLADOR ELETRÔNICO DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃODA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DEINFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizadamanutenção/vistoria nos instrumentos medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2.Inexistindo comprovação da regular manutenção dos instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de penalidade administrativa, devendo serdeclarada a nulidade do auto de infração e das penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto, decidem os JuízesIntegrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do Estado do Paraná, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do voto.Relator: Liana de Oliveira Lueders, Data de Julgamento: 29/01/2015, 1ª Turma Recursal, Data de Publicação: 02/02/2015).
Portanto, não deve prosperar tal notificação por carência de prova da precisão ou aferição do equipamento eletrônico utilizado para verificação da infração ou por não constar o certificado de aferição ou declaração de eficiência com a data precisa, porquanto não foi aprovado em verificação realizada pelo INMETRO.
Desse modo, não foi comprovada a exigência contida nos permissivos legais supracitados, cuja falta afasta a presunção de legitimidade do ato administrativo que impõe a penalidade de trânsito, considerando está a Administração Pública adstrita ao princípio constitucional da legalidade.
Dessa forma, é insubsistente e totalmente nulo o referido auto, por contrariar exigência legal contida nos artigos 280, § 2º, 281, parágrafo único, I, do CTB c/c com o artigo 4º, parágrafo 3º da Resolução do CONTRAN nº 619, de 13 de dezembro de 2011.
Dos Pedidos
A Recorrente prova o alegado pelos fundamentos contidos na norma legal pertinente à legislação de trânsito e razões acima descritas, através da cópia da AIT (Auto de Infração de Trânsito) em anexo e tudo mais que seja necessário à fiel comprovação dos fatos aqui narrados.
Diante do exposto, ante as considerações argumentadas e não querendo desmerecer o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Trânsito do Município de Palmas e considerando, finalmente, o princípio constitucional da ampla defesa e contraditório, o recorrente vem requerer:
O DEFERIMENTO da presente defesa, tornando o auto de infração inconsistente, levando ao cancelamento da multa e o seu arquivamento, sendo o seu registro julgado insubsistente, conforme art. 281, parágrafo único, inciso I do CTB, por falta de requisitos formais no seu preenchimento e falta de especificações técnicas demonstrado nas razões de defesa, devidamente embasadas na legislação pertinente.
b) O DEFERIMENTO da presente defesa, tornando o auto de infração inconsistente, levando ao cancelamento da multa e o seu arquivamento, sendo o seu registro julgado insubsistente, por falta de requisitos formais no seu preenchimento quanto à inobservância do referido prazo decadencial, o que enseja na vedação do direito de punir do Estado, conforme demonstrado nas razões de defesa embasadas na legislação pertinente: art. 281, parágrafo único, inciso II do CTB e Resolução nº 619, de 06 de setembro de 2016, do Conselho Nacional de Trânsito;
c) A extinção da pontuação que a infração gerou no Prontuário Geral Único da Requerente.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Palmas-TO, 24 de julho de 2017.
REGINA CÉLIA RUFINO FRANCA
Requerente
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