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1 Introdução patologia 19 02 2018

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0 vocábulo P atologia deriva da fusão de duas pala
vras gregas : patìį os sofrim ento e logos conhecim ento
A ssim é a ciência que estuda os aspectos estruturais e
funcionais das doen ç as assim co m o seus m ecanism os e
suas conseqūências
D esde a m ais rem ota antigūidade o hom em se preo
cupa com as doenças busca exphcaçōes para suas causas
e propōe com o tratálas D e infcio foram invocadas cau
sas sobrenaturais coı17o dem ô nios e espfritos e tam bé1rì
fenô m enos naturais com o ventos trovōes raios etc
O m undo via cheio de fadas duendes e bruxas que
por seus encantam entos e pogōes causavam as doenç as
ou as tratavam A possessāo era tida com o im portante
causa de doenç a e, até hoje vem os bn ıxas e sacerdotes
que tentam expulsar os dem ô nios do corpo de enferm os
B ruxas videntes e espiritos ainda andam à solta no nosso
civilizado 3 ° m ilênio
Sacerdotes m agos e feiticeiros conheciam as m ani
festaçõ es das doenças e procuravam form as de tratálas
A lém dos encantam entos passaram a em pregar ervas e a
m ais variada coleç ão de poç õ es e ungūentos M uitas das
ervas apresentavam de fato, aç ão terapêutica reduzindo
febres contendo diaiT éias e vô m itos coibindo dores
outras produziam febres, diarréias vô m itos e alucinar
ções C om o tem po, os curandeiros aprenderam a lidar
com ferim entos e fraturas a facilitar o parto e m esm o,
a aliviar sintom as por m étodos cinĵ rgicos com o a trepa
nação para a M pertensã o intraeraniana a talha (cistos
tom ia) para as obstruç õ es urinárias e a cesárea para os
partos difíceis
C om o resultado do advento da escrita as doenç as
foram sendo m ais bem descń tas, e m étodos m ais eficien
tes para o seu tratam ento foram registrados e passados
ia d Pa&øıø g a
M ário R uben s M ontenegro
(in m em oriam )
de geraç ão a geraç ão e de u m a reg
ião para outra P ro
gressivam ente um grande vo
lum e de conhecim entos foi
sendo aculnulado
N a época áurea da civtlizaçāo grega, 
H ipócrates (H ipó
crates de C ós m édico grego 4 6 0 a C 3 7 5 a C ) baseado
nos escritos egĺpcios e babilônicos e tam bém em sua larga
experiência descreveu m uitas doenç as seus s
inais e sin
tom as bem com o a ï nelhor form a de tratálas S eu traba
1ho foi am plam ente divulgado e até hoje é um prazer ler
seus A forism as F oi ele quem propô s o juram ento que
os m édicos fazem nas solenidades de form atura
H ipócrates achava que a doenç a era conseqūência de
fatores naturais com o o clim a e os alim entos P ortanto ,
o tratam ento deixava de ser p°r m agia, encantam entos
e oraçōes S ua proposta era que o desequilfbrio entre os
hum ores constitu ĺ a a cau sa principal das doengas O
quente o frio o ūm ido e o seco se m anifestavam por qua
tro hum ores : o san \ e a bile am arela a fleum a (secreç ão
viscosa do nariz) e a bile negra (atrabile) Suas idéias dom i
naram os conhecim entos m édicos por séculos e séculos
A inda hoje dizem os que as pessoas podem ser fleum áti
cas (im passfveis pachorrentas) ou atrabiliáń as (irascĺveis
,
co1éricas) de acordo com seu tem peram ento
C erca de 4 0 0 anos m ais tarde
, 
C elsus (A ulus C om e
lius C elsus escritor rom ano
, 
3 0 a C 3 8 dC ) divulgou , em
latim os conhecim entos da época sobre a doenç a F oi
ele quem descreveu os quatro sinais cardinais da in fla
m aç ã o dor, rubo tu m or e calor U m pouco m ais tarde,
G aleno (C 1audius G alenus de P érgam o m édico grego
estabelecido em R om a
, 
13 1 dC 2 0 1 dC ) sistem atizou ,
de form a com pleta e autorizada, os conhecim entos m édi
cos de então S eus conceitos difundiram se pelo I 呷 é
rio R om ano e cń stalizaram os conhecim entos sobre as
S
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doenças A ssum ia se que a verdade estava em G aleno e
que todo o resto deveria ser abolido e esquecido F oi por
isso que por cerca de m il anos os conhecim entos m édicos
estacionaram H ouve exceções, com o na Pérsia, quando
por voıta do ano 100 0 , A vicena (Ibn Sīnã m édico e 6 16
sofo persa, 9 80 dC ı03 7 dC ) escreveu várias novidades
sobre as causas e o tratam ento de doenç as N a Suiça, por
volta de 15 0 0
, 
P aracelsus (T heophrastus B om bastus von
H ohenheim
, 
m édico e alquim ista suĺqo ı4 9 3 15 4 1) criti
cou G aleno e A vicena e com o qufm ico (ıue era utilizou
pela prim eira vez m etais com o ferro , chtıınbo enxofre
e arsênio na terapêutica
M as foram os anatom istas que dissecando cadáveres
encontraram as alteraçõ es (1ue correlacionaram co m os
sintom as das doenças B enivieni (A ntonio B enivieni
111édico de F 1orença 14 4 3 15 0 2 ) Ĺlescreveu as 16 pri
m eiras dissecçōes hum anas realizadas com o objetivo de
explicar a causa da m orte
E m ıTóı M orgagni (G iovanni B aptista M oqgagniana
tom ista e patologista em Pádua 16 8 2 1T T ı) publicou D e
sedibus et causis m orborum per an{ıtom en inda \ ttts ľ 人
sede e a causa das doenças investigadas pela A natom ia )
no qual descreveu cerca de 7 0 0 autópsias em que cor
relacionou as alteraçõ es encontradas nos órgãos com a
história da doente e com os eventos que precederam sua
m orte E sse livro estabeleceu a noçio de que a doença
e seus sinais e sintom as eram causadas por lesōes dos
órgãos e assim iniciou a A natom ia P atológica
D af para diante, vários patologistas foram estabele
cendo os alicerces da m edicina moderna D entre eles
salientam se H arvey (W illiam H arvey m édico inglês,
15 7 8 - 16 5 7 ), que descreveu a circulaç ăo do sangue B ichat
(M arie F rançois X avier B ichatm édico e anatom ista fran
cês, 177 1 180 2 ) que propôs o conceito de tecido e R oki
tanslcy (C arl R okitansky m édico austríaeo 18 0 4 18 7 8 )
que realizou 3 0 0 0 0 autópsias Seus nom es estão hgados
a vários capfhrlos da A natom ia patológica moderna
E m m eados do século X IX
, 
Schleiden (M atthias Jalcob
Schleiden botânico alem ão 18 0 4 18 8 2 ) e Schw ann (T he
odor Schw ann zoó1ogo alem ão 18 10 18 8 2 ) usandci
m icroscópios prim itivos descreveram as células em teci
dos de plantas e anim ais C om isso e com o apń m ora
m ento do m icroscópio e das técnicas de preparo de m ate
rial para a m icroscopia houve um a revoluç ão na história
da P atologia
E m 185 8 V irchow (R udolf L udw ig K arl V irchow pato
logista alem ão 18 2 1 19 02 ) publicou seu fam oso texto D ie
C eııuıarp? hoıogte in ihrer B egriinåung attf physioıogis
che und p? hologįsche G ew ebelehre ľ pato
B aseada na H istologia e F isiologia P atológicas ) e esta
beleceu o conceito de que as alteraç ões m o rfoıógi casfuncionais das células explicam as doenças F , 】1
prim eira e m ais antiga revista de anatom ia p a toll: gj ca aV irchoto A rchįu Jii · P tıthologische A ntıtom ie uï ıd phhiologie em circulaçio até hoje
COntemporineos de V irchow foram L aë nnec (Rent
T héophile H yacinthe L aë nnec m édico francês 1T8l
18 2 6 ) que inventou o estetoscópio e estabeleceu rela
qõ es entre a ausculta e as lesõ es orgiinicas ; C ohnheim
(Julius F riedrich C ohnheim patologista alem āo 1839
18 8 4 ) que propô s que enquanto a anatom il patológica
ensina as m odificaçõ es m orfo1ógicas dos órgāos doentes
a fisiologia pato]ógica nos ensina coino as funqões dos
órgios se m odiĥ cam nessas circunstâncias ; C laude B er
nard (m édico francês 18 13 18 7 8 ) que usando o rììétodo
experim entalestabeleceu em anim ais situaçōes artificiais
que perm itiram entender cada vez m elhor o funciona
m ento dos órgãos ; e M endel (G regor Johann M endel
religioso e botânico austríaco 18 2 2 18 8 4 ) oue estabele
ceu as bases da interpretação cientffica da herança
E m 18 7 8 L ouis P asteur (m icrobiologista francês
18 2 2 18 9 5 ) publicou L a tìıéorie des get7 nes et ses appli
cations à ıa rnédeciīıe et à ıa chim rgie C 人 teoń a dos ger
m es e sua aplicaç ão à m edicina e àcirurgia ) S uas des
cobertas e as de K och (H einrich H errm ann R obert K och
m édico e m icrobiologista alem ão 18 4 3 1 9 10 ) dem ons
traram que m uitas doenças eram causadas pela ĵnvasão
no corpo por m icroorganism os A dem onstraç io de que
agentes m icrobianos que produzem doenças no hom em
podem ser transm itidos a anim ais perm itiu a realização
de experim entos sobre doenç as infecciosas
N o fim do século X IX o conhecim ento da doenç a
estava ancorado em noç õ es claras e seguras oferecidas
pela A natom ia P atológica pela F isiologia e pela M icrobio
logia F oi então que apareceram trabalhos que indicavam
o papel de um novo agente a im unidade isto é a resposta
do organism o à presença de produtos estranhos a ele A
descoberta de que os organism os produzem substâncias
capazes de inibir as bactérias e as suas toxinas e m ais que
a resposta iın unitária pode desencadear lesõ es (e g
hipersen sibilidade) foi outro m arco que revolucionou
os conhecim entos da P atologia
C om o aprim oram ento da anestesia e conseqūente
aprim oram ento das técnicas cinĵ rgicas foi possfvel estu
dar órgãos doentes ou seus fragm entos retirados pelos
cirurgiõ es (biopsias), oferecendo aos patologistas novas
possibilidades para estudo da histologia das lesōes em
doentes vivos Surgiu então ° patologista cinirgico espe
ciahzado no diagnóstico desses m ateń ais O s prim eiros
deles eram norte am eń canos e a m aioria trabaihava nos
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D epartaLn entos de C irurgia Seus estudos perm itiram um
conhecim ento m ais preciso das fases iniciais das doen
ças, sua evoluç ão e avaliaç ão do prognóstico O desen
volvim ento da técnica de biopsia de congelaç ã o que
perm ite que o diagnóstico seja feito em poucos m inutos,
a tem po de orientar a conduta cirúrgica, aproxim ou o
patologista do doente e do centro cinĵ rgico
E m 19 3 9
, 
na S uécia e nos E stados U nidos foram
publicadas as prim eiras observaç õ es com ulT 1a nova
técnica para obtenç ão de am ostras de tecido : a biop
sia por agu lha D essa form a, foraLn obtidos pequenos
cilindros do ffgado e logo depois dos rins possibilitando
um enorm e progresso no estudo da evoluç ão das doen
ças nesses órgãos H oje a técnica foi aprim orada, sendo
usadas agulhas m uito finas que obtêm am ostras m fni
m as de diferentes órgiosporém suficientes para que
se estabeleç a com sucesso o diagnóstico co m pequena
agressão ao paciente
N a década de 19 3 0 outra técnica aum entou as possibi
lidades de diagnóstico m orfológico P apanicolaou (G eorge
N icholas P apanicolaou m édico grego radicado nos E U A ,
18 8 3 19 6 2 ) iniciou os estudos de esfregaços vaginais para
avaliar as fases de ciclo estral de ratas L ogo seu m étodo
de coleta passou a ser utilizado para o estudo de células
do colo de útero de m ulheres
, 
objetivando o diagnóstico
precoce do câ n cer cervicalH oje obtêm se esfregaç os
citológicos e secreç õ es de vários órgãos nos quaĺ s são
estudadas as alteraç õ es celulares : daf o nom e C itopato
logi. para a técnica O s citopatologistas são especiahstas
m uito solicitados
, 
especialm ente quando passaram a ava
liar tam bém o m aterial obtido por punç õ es com a \ lha
fina dos m ais diferentes órgãos (tiróide, nódulos linfáti
cos
, próstata, m am a etc )
A aplicaç ão das técnicas de histoquim ica im un ois
toquim ica m icroscopia eletrônica e citom etria foi outro
grande avanç o no diagnóstico e na com preensão dos
fenô m enos patológicos A elas juntaram se m ais recen
tem ente as técnicas de biologia m olecular O patolo
gista que era inicialm ente ligado à m orf ologia dos órgãos
e
, 
depois dos tecidos e das células, tem sido obrigado a
se envolver com técnicas cada vez m ais sofisticadas ocu
pando se agora das interaç õ es entre m oléculas e genes
Seu cam po de aç ão am pliou se e hoje necessariam ente
tem de trabalhar em equipes m ultithsciplinares m elho
rando em m uito sua capacidade diagnóstica e abrindo
cam pos prom issores para a investigaç ão
R E F E R Ė N C IA S
1 F L O R E Y H W G en eral P athology 4 ed P hiladelphia
S aunders C o 19 7 0 12 5 9p
2 G A L E N O O n the natural faculties In G reat B ooks of
the W estern W orld vol10 C hicago : E ncyclopedia B rit
tannica pp ı16 0 19 9 9
3 H IP P O C R A T E S H ippocradc w ritings 2 ed In G reat
B ooks of the W estern W orld vol10 C hicago : E ncyclo
pedia B ń ttannica pp 16 1 2 15 19 9 4
4 M A F F E I W E O s F u ndanıentos da M edicin a S ão
P aulo : A rtes M édicas 19 7 8 2v
5 M A JN O G & JO R IS T C ells, T issu es, and D isease
P rin ciples of G en eral P athology C am bridge : B lackw ell
Science 19 9 6 9 74p
6 R O SA I J P athology A historical opportunityA m J P ath
v 5 5 pp 15 1 15 4 19 9 7
7 Q U IR K E P & M O R G ST O N E M T he new biology histo
pathology L an cet v 3 5 3 suppl1 pp 2 6 3 1 19 9 9
8 T A M A Y O R P L as dos P atologfas P atologia v 3 4 pp 
15 9 16 4 ı9 9 6

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