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1 A Corporeidade na História da Filosofia Ocidental Várias concepções de corpo surgiram desde a Grécia Antiga, visando entender como o corpo foi visto na antiguidade para poder compreendê-lo nos dias de hoje. Pensadores gregos tentaram explicar o ser humano como um ser dual, composto por corpo e mente, a partir dessa divisão o cristianismo considerou o corpo como o centro de todos os pecados. O ser humano então é uma só totalidade, o corpo é uma realidade material e psicológica. A partir dessas concepções surgidas na Grécia Antiga é possível conhecer as origens do movimento do corpo, podendo descobrir através do estudo da Filosofia da Corporeidade o porquê o corpo nessa época foi visto como objeto e não como uma parte importante do ser humano. Este estudo tem como objetivo esclarecer o valor da corporeidade no mundo moderno e tecnológico. Na Grécia Antiga iniciou-se o estudo sobre corporeidade. Havia muito apego à razão para se buscar explicações à existência humana, ao contrário, a verdade era vista como objeto da razão. Sendo assim o corpo como algo material poderia ser desprezado, mas a alma é espiritual. Sócrates considerava a alma a essência do ser humano, a qual tem que ser pura e bela, mas o corpo ele via como um cárcere. Já Platão separou o que é material e o que é espiritual, enfatizando que os exercícios corporais eram necessários para a educação dos impulsos do corpo e que de fato eram importantes no desenvolvimento da coragem. Aristóteles desprezou o trabalho físico exercido pelo corpo, trabalho que só os escravos realizavam e empenhou-se mais na questão racional e não em impulsos e desejos inconscientes, enaltecendo o homem político. A Idade Média chegou, e com ela o Cristianismo veio com grande força, trazendo consigo a ideia de que o corpo era algo relacionado à sexualidade, ao prazer e aos pecados, revivendo a ideia de Sócrates, que a alma era nossa essência. Além disso, a mulher era tida como pecadora, não tinha sua própria liberdade e era destinada somente aos afazeres de casa, herança trazida de Eva ao comer a maçã. 2 Na Modernidade, o ser humano passou a ser visto como uma máquina produtiva que incentivava o individualismo, a ciência dividiu-se para poder compreender o mundo e a partir disso o homem perdeu a dimensão da totalidade. Alguns pensadores tentaram explicar a existência humana desprezando o corpo e valorizando a mente, já outros valorizaram o corpo como parte fundamental do conhecimento. O ser humano foi substituído pelas máquinas em função da produtividade e do individualismo, o corpo então passou a não valer mais nada a não ser como um objeto de trabalho. Na atualidade não se ouve mais falar em alma, maior parte da população anda preocupada com o próprio corpo, procurando cada vez mais uma estética melhor. As mídias procuram sempre mostrar padrões de beleza, os quais os homens e as mulheres possuem corpos esbeltos e sarados, simplesmente com o objetivo de obter fama e privilégio. Academias estão sendo cada vez mais procuradas, remédios farmacológicos para emagrecimento estão cada dia mais na mira da população, e sendo assim a sociedade tem imposto muito ao corpo, sendo moldado segundo seus padrões, causando um desequilíbrio na população que nega a própria identidade e deixa as opiniões dos outros terem um peso maior. Então acabam se tornando pessoas insatisfeitas com seus corpos e com a imagem corporal transmitida. Com isso entram em crise por não reconhecerem a si mesmas e não percebem que tudo é único, uma totalidade, corpo e alma. Conclui-se assim que o ser humano é complexo e não se pode entendê-lo com uma simples definição. É através do corpo que surge a criatividade, então ao negar o próprio corpo, se nega também sua identidade e experiência.
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