Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
13 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL FÍSICA ACÚSTICA PARA FONOAUDIOLOGIA Prof.: Moacyr Marranghello Fontes Sonoras O que são fontes sonoras? São elementos capazes de vibrar, de a- cordo com sua massa e elasticidade, produ- zindo perturbações no meio elástico no qual o som gerado se propagará. As fontes sonoras podem ser classifica- das de diversas formas. Comumente encon- tramos fontes sonoras denominadas: a) Barras sonora: Define-se barra sonora, qualquer sólido no qual uma de suas dimensões é significati- vamente maior que as outras duas. Por exem- plo, em um diapasão, o seu comprimento é mui- to maior que sua espes- sura ou sua largura. Como a grandeza rigidez é bastante signi- ficativa em uma barra sonora, como no dia- pasão, ela pode vibrar com uma de suas ex- tremidades livres. b) Membranas vibrantes: Pode-se definir uma membrana vibrante como um elemento flexível, que possui uma de suas dimensões muito menor que as outras duas. Por exemplo, quando nos referimos a um tamborim, a membrana que o recobre, é res- ponsável pelo movimento do ar ao seu redor. Esse tipo de instrumento também possui fre- qüência fundamental como qualquer outro, podendo, portanto, ser afinado. A afinação desse tipo de instrumento depende do tama- nho da superfície e da tensão a que a mem- brana está sendo submetida. É interessante salientar aqui que nesse caso que as vibrações em uma membrana não são definidas a partir de nós, ventres e vales, como nas outras ondas sonoras que estuda- mos até agora, mas sim através de linhas no- dais, isto é, linhas onde os pontos da membra- na permanecem em repouso, ao invés dos nós. Para o nosso curso, esse tipo de fonte sonora é particularmente importante, visto que a membrana timpânica faz parte desta classe de fonte. c) Placas vibrantes: As placas vibrantes são variações das membranas. São fontes sonoras rígidas, nor- malmente metálicas, que vibram com partes fixas e partes livres de suas extremidades. Como exemplos de placas vibrantes podemos citar os pratos utilizados em percussões de orquestras, o xilofone, a marimba. Neste caso a freqüência fundamental é dada pela massa e rigidez do material que compõem a fonte. d) Cordas vibrantes: As cordas vibrantes são definidas como fios elásticos, inertes, porém com rigidez des- prezível, tenso entre dois pontos fixos. Diferentemente das barras e placas, as cordas exigem fixação das suas extremidades, devido a sua pequena rigidez. extremidade livre extremidade fixa 14 Dependendo da tensão aplicada nas ex- tremidades, do comprimento e da massa da corda, esta apresentará uma freqüência fun- damental. A equação que estabelece esta re- lação está expressa a seguir e é conhecida como equação ou princípio de Lagrange: µ = F . .2 1 .nfn l onde: fn = freqüência de ordem n n = número do harmônico l = comprimento da corda (em metros) F = Tensão, ou força, aplicada às extre- midades da corda. µ = densidade linear da corda. Obs.: A densidade linear da corda µ é determi- nada pela razão entre sua massa e seu comprimento, isto é: l m =µ Em uma corda a variação da freqüência pode ser feita através da variação do compri- mento da mesma, como o que acontece em instrumentos de corda, violão, violino, etc. Es- sa possíveis freqüências de vibração em uma mesma corda forma uma seqüência de harmô- nicos. Dessa forma podemos escrever: lâmina vibrante corda tensa n = 1 (harmônico fundamental) 2 λ n = 2 (segundo harmônico) 2 .2 λ n = 3 (terceiro harmônico) 2 .3 λ n = 4 (quarto harmônico) 2 .4 λ n = 5 (quinto harmônico) 2 .5 λ l Analisando as relações acima para os harmônicos em uma corda vibrante, podemos concluir, matematicamente que: 2 n λ× =l ou n 2 l× =λ Como, segundo a equação fundamental das ondas V = λ . f, podemos escrever: n f2V ××= l e) Tubos sonoros: Tubos sonoros são, geralmente cilíndri- cos, no qual é produzido uma pressão no ar interno, de tal forma a faze-lo entrar em resso- nância com alguma das freqüências da sua série de harmônicos. Assim como nas cordas vibrantes, a sé- rie de harmônicos que surgem em um tubo sonoro varia com a forma, o material de que é feito, o comprimento e o diâmetro do tubo. Podemos encontrar tubos abertos e fe- chados, dependendo de uma das extremida- des do mesmo. Tubo aberto n = 1 (primeiro harmônico ou harmônico fundamental) 2 λ n = 2 (segundo harmônico) 2 .2 λ n = 3 (terceiro harmônico) 2 .3 λ n = 4 (quarto harmônico) 2 .4 λ l Assim como foi feito para as cordas vi- brantes, podemos analisar as relações para os 15 tubos sonoros abertos, chegando as mesma relações estabelecidas para as cordas vibran- tes, isto é: 2 n λ× =l ou n 2 l× =λ Como, segundo a equação fundamental das ondas V = λ . f, podemos es- crever: n f2V ××= l Tubo fechado n = 1 (primeiro harmônico ou harmônico fundamental) 4 λ n = 2 (segundo harmônico) 4 .3 λ n = 3 (terceiro harmônico) 4 .5 λ n = 4 (quarto harmônico) 4 .7 λ n = 5 (quinto harmônico) 4 .9 λ l No caso de um tubo sonoro fechado, o primeiro harmônico, ou harmônico fundamen- tal, corresponde a quarta parte do comprimen- to de onda. Nesta situação pode-se notar que os harmônicos seguintes são múltiplos impares do primeiro. Assim a expressão matemática que melhor representa esta função pode ser escrita da seguinte forma: ( ) 4 1n.2 λ×− =l ou ( )1n.2 4 − × =λ l Como, segundo a equação fundamental das ondas V = λ . f, podemos escrever: ( )1n.2 f4V − ×× = l
Compartilhar