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AÇÃO DE DANOS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS
UILTON BATISTA FRANCA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS
UILTON BATISTA FRANCA
PRÁTICA JURÍDICA SIMULADA IV
Peça Processual apresentada à disciplina de Prática Jurídica Simulada IV, do curso de Direito, da Universidade Estadual do Tocantins, como requisito parcial para a conclusão da disciplina.
Professor: Msc. Bernadrdo Olive
Palmas
2016
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais
ZÉ DAS COUVÊS, nacionalidade..., estado civil..., inscrito no CPF sob o nº: ..., portador da carteira de identidade RG sob nº: ..., expedido pela SSP/..., residente e domiciliado na..., bairro..., município de..., Estado..., CEP..., por seu advogado, (mandato incluso), com escritório na Rua ..., nº ..., onde recebe citações e intimações, vem à presença de Vossa Excelência, muito respeitosamente, propor a presente: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS e MATERIAIS, com fundamentos nos artigos 186 e 927, CC/02 c/c o art. 6.º, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor, em face da Companhia Área LAM, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, Inscrição Estadual n.º, com sede na RUA, nº, Centro, Cidade xxxxxx , Estado ....., CEP: ...., na pessoa de seu representante legal, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
PRELIMINARMENTE:
I - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:
Inicialmente verificamos que o presente caso trata-se de relação de consumo, sendo amparada pela lei 8.078/90, que prevê especificamente das questões em que fornecedores e consumidores integram a relação jurídica, principalmente no que concerne a matéria probatória.
Tal legislação faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor conforme seu artigo 06º, VIII:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência".
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de presentes o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente, puder inverter o ônus da prova.
Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a hipossuficiência da parte autora para o deferimento da inversão do ônus da prova no presente caso, dá-se como certo seu deferimento.
II – DOS FATOS
No dia XX de XXX de XXX, o autor adquiriu bilhetes de passagens aéreas da empresa requerida, ida e volta; a ida transcorreu sem transtornos. Todavia, não podendo dizer o mesmo do retorno; pois ao desembarca no aeroporto de origem verificou que teve sua bagagem extraviada, ato contínuo tomou as providências para registrar o fato.
Sem entender o ocorrido e com receio de maiores problemas procurou a empresa para solucionar o problema, sendo atendido por um funcionário de nome Guilherme, o qual lhe orientou a ir para casa e aguardar o desenrolar das coisas. 
A requerida não se manifestou para regularizar a situação de forma eficaz e eficiente e após inúmeros aborrecimentos e contatos com funcionários da empresa, finalmente recuperou a sua bagagem, no entanto, após exame do conteúdo da bagagem o requerente verificou a inexistência de vários objetos pessoais e, ainda, que a mesma tinha sido remexida e extraviada.
Igualmente, em nenhum momento a requerida ressarciu o requerente pelo prejuízo que teve quanto ao furto de alguns objetos contidos no interior da bagagem e tão pouco minimizou o sofrimento psicológico suportado durante o episódio. 
A demanda exigiu grande esforço na recuperação dos objetos, sem descartar o descaso sofrido pelo não atendimento de forma célere e condizente, não restando alternativa senão ingressar no judiciário para reparação do dano material e moral sofrido.
III - DO DIREITO À REPARAÇÃO
Caracterizada a imperfeição dos serviços prestados pela empresa requerida ao consumidor na exordial, bem como não comprovada à ocorrência de força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima, imputa-se à companhia aérea o dever de reparar os danos causados, de acordo com o art. 14 do Código Consumerista, in verbis:
O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
[…]
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
   Em prosseguindo, destaca-se o princípio de que sempre que alguém falta ao dever a que é adstrito, comete um ilícito, e os deveres, qualquer que seja a sua causa imediata, são sempre impostos pelos preceitos jurídicos. Ou seja, o ato ilícito da conduta está no procedimento contrário a um dever preexistente, conforme se extrai da interpretação contida nos artigo 186 e 927, do Novo Código Civil pátrio, verbis:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Comprovadamente a empresa requerida não cumpriu a sua obrigação, pelo modo e no tempo devidos, no que concerne ao fornecimento de serviços adequados, eficientes, seguros, por isso a relação de causalidade é latente, dessa forma, passível de reparação dos danos causados ao requerente pela violação de seus direitos, consoante normativo lega contido no art. 389 do Código Civil, in verbis: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”.
Nesse mesmo diapasão, a ilustre civilista Maria Helena Diniz, já preceitua:
“Não se trata como vimos de uma indenização de sua dor, da perda sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento. A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça corretiva ou sinalagmática, por conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória da indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação para o causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua intenção de lesar, a sua imputabilidade etc...” (DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. São Paulo: Saraiva 1999, v.2).
Assim como, Caio Mário da Silva Pereira (In Responsabilidade Civil. 3. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1992, p. 60) “o problema de sua reparação deve ser posto em termos de que a reparação do dano moral, a par do caráter punitivo imposto ao agente, tem de assumir sentido compensatório”.
Ainda, sem qualquer ressalvar este é o entendimento da Jurisprudência Pátria:
APELAÇÃO CÍVEL – TRANSPORTE AÉREO – EXTRAVIO DE BAGAGEM – OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR – DANO MATERIAL – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – MANUTENÇÃO DO VALOR FIXADO NA SENTENÇA – DANO MORAL – EXISTÊNCIA – MAJORAÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO – POSSIBILIDADE. O extravio de bagagem decorrente de viagem aérea, com perda de bens, resulta em angústias e aflições ao proprietário, sendo devida a indenização não só pelos efetivos prejuízos materiais, mas também pelos danos morais causados ao passageiro. Sem embargo, para que haja ressarcimento pelos danos materiaissofridos com o extravio da bagagem deve haver efetiva comprovação dos bens que se encontravam no interior da mala e que foi perdido, o que não ocorreu no caso em tela. É possível a majoração do quantum indenizatório arbitrado na sentença a título de indenização por danos morais, se tal valor revela-se irrisório. (TJ-MG – AC: 10433130002150001 MG, Relator: Luciano Pinto Data de Julgamento: 09/10/2014, Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 21/10/2014).
IV – DO CABIMENTO DOS DANOS MATERIAIS
Quanto aos danos materiais, propriamente ditos, cumpre destacar que a pertinência da inclusão do dano material em sede de ação indenizatória, por ato ilícito, restou consagrada pela atual Constituição Federal, em face da redação cristalina no inciso X, do artigo 5º:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[…]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Ademais, o Eg. Superior Tribunal de Justiça editou sobre o tema a Súmula nº 37, segundo a qual a indenização por dano material e moral é cabível ainda que em decorrência do mesmo fato, e, na espécie, não há dúvida nenhuma de que esse dano moral pode ser pago a título de pretium doloris, in verbis: “SÃO CUMULÁVEIS AS INDENIZAÇÕES POR DANO MATERIAL E DANO MORAL ORIUNDOS DO MESMO FATO”.
Igualmente, o Código de Defesa do Consumidor prevê em seu artigo 6.º, inciso VI, a reparação integral dos danos nos casos de acidente de consumo:
São direitos básicos do consumidor:
[…]
 VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
Resta comprovado que o requerente faz jus à reparação pelo dano sofrido pela requerida, haja vista os argumentos expostos à luz da ordem jurídica pátria. 
V - DO PEDIDO:
ANTE O EXPOSTO, requer, muito respeitosamente, a Vossa Excelência:
1º. A inversão do ônus da prova;
2º. A citação da requerida, na pessoa do seu representante legal, para comparecer em juízo e apresentação de defesa prévia, nos termos da Lei 9.099/95, sob pena de revelia e confissão;
3º. Que a empresa requerida seja condenada ao pagamento a títulos de DANOS MATERIAIS no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
4º. Que a requerida seja condenada ao pagamento a título de DANOS MORAIS no valor de R$ R$ 3.000,00 (três mil reais).
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas abaixo arroladas, depoimento pessoal do representante lega ou preposto da empresa requerida, conforme disposto no artigo 385, do CPC/2015 e demais necessárias.
Dá à causa o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).
Nestes termos, pede deferimento
Palmas, 24 de agosto de 2016.
 
UILTON BATISTA FRANCA
OAB/... nº ...
Rol de Testemunhas:
Fulano de tal, nacionalidade, profissão, portador do CPF nº... e do RG nº... - SSP/..., estado civil..., endereço: ..., município de..., Estado de (o)...; contato: DD nº... .
Sicrano de Tal, nacionalidade, profissão, portador do CPF nº... e do RG nº... - SSP/..., estado civil..., endereço: ..., município de..., Estado de (o)...; contato: DD nº... .
Doc. 01 – Instrumento de Procuração 
Doc. 02 – Cópia do comprovante de passagem e ticket da bagagem extraviada.

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