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Microbiologia da carne Prof. Jossana Pereira de Sousa jossanapsousa@gmail.com 1 Microbiologia da Carne De nada adianta todo o esforço zootécnico para a obtenção de carnes de qualidade, se essa qualidade obtida por manejo e genética adequados não for mantida nos processos pós-abate e de conservação. Principais métodos de conservação (carne in natura): • Refrigeração; • Congelamento; • Embalagem. Crescimento microbiano; Alterações físico-químicas (oxidação lipídica e dos pigmentos); Perda da capacidade de retenção da água e de emulsificação. Crescimento microbiano • Proteínas (+) • Lipídeos • Vitaminas • Minerais • Umidade elevada (Aa 0,98 a 0,99) • Pouco ácido (pH de 5,5 a 5,7) • Deteriorantes (+) • Patogênicas (zoonoses e toxinfecções) • Agente de fermentação (salames) Ótimo meio para o crescimento microbiano As bactérias são os principais contaminantes Contaminação microbiana Carne e produtos cárneos Começa no abate • Animais com doenças assintomáticas entram na industria da carne; • As defesas ativas do animal deixam de existir; • Possibilidade de invasão do interior do organismo do animal pelos micro-organismos; • Proliferação dos micro-organismos inevitáveis; • A retirada das vísceras e qualquer manuseio posterior devem ser realizados o mais rápido possível e com o maior cuidado (evitar contaminação da carne). PROCESSO GERAL DO ABATE Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal – RIISPOA EMBARQUE CURRAL DE ESPERA CORREDOR DE ABATE BANHO ATORDOAMENTO ANIMAL IÇADO SANGRIA REMOÇÃO DA CABEÇA REMOÇÃO: CHIFRES E JOELHOS CORTE EVISCERAÇÃO MEIA-CARCAÇA DESOSSA ABATEDOURO FONTES DE CONTAMINAÇÃO? COMERCIALIZAÇÃO Ar Pele Serra Vestimentas Mão Superfície Utensílios Embalagem FONTES DE CONTAMINAÇÃO? Pelo Água Micro-organismos deteriorantes Gêneros: • Pseudomonas (+); • Acinetobacter; • Clostridium; • Lactobacillus; • Micrococcus; • Enterobacteriaceae (Enterobacter spp.) Causam alterações devido aos metabólitos produzidos durante o seu crescimento. Contagem logo após o abate: 103 a 104 UFC/cm2 Com contagens de 106 a 107 UFC/cm2 já é possível perceber odores desagradáveis. Com contagens de 108 UFC/cm2 já apresenta limosidade em sua superfície. Fatores: pH, Aa, nutrientes, temperatura de estocagem e atmosfera da embalagem. Micro-organismos deteriorantes Condições aeróbicas (Pseudomonas spp.) • Aeróbias estritas; • Crescem rapidamente em temperatura de refrigeração; • 90% das bactérias isoladas de carnes refrigeradas; • Na ausência de glicose disponível (rigor mortis) catabolismo de aas; • Amônia, aminas e sulfetos orgânicos: odores desagradáveis; • Formação de muco (colônias e exopolissacarídos); • Alterações de cor (verde: pigmentos ou interação da mioglobina com compostos de enxofre – sulfomioglobina). Micro-organismos deteriorantes Condições anaeróbicas (Bactérias láticas) • Lactobacillus, Carnobacterium e Leuconostoc; • Embalagem a vácuo ou atmosfera modificada; • Fermentam glicose e outros substratos; • Produzem aromas e sabores levemente ácidos ou lácteos. Micro-organismos patogênicos Gêneros: Salmonella spp. (Febre tifóide, febre entérica e salmoneloses); • Presentes no TGI do homem e animais. Clostrídios sulfito redutores (C. botulinum e C. perfringens); • Toxinfecções alimentares; • Esporogênicos. Staphylococcus aureus • Intoxicações alimentares; • Contaminação por falta de higiene do manipulador. Modos de preservação das matérias-primas cárneas Refrigeração Congelamento Embalagem Salga Desidratação Cura Produto final Microbiologia da carne Prof. Jossana Pereira de Sousa jossanapsousa@gmail.com 23
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