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Socialismo e Direitos Sociais no século XX

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A Revolução Industrial.
 	Entende-se por Revolução Industrial um conjunto de inovações técnicas que acabaram resultando na substituição da ferramenta pela máquina e propiciando  a  passagem  do  artesanato  manual para  a produção industrial concentrada nas fábricas. A Revolução Industrial foi um processo decisivo para o estabelecimento da sociedade capitalista – sociedade caracterizada pela produção de bens materiais. Uma classe detém os meios de produção, isto é, máquinas,  terras,  fábricas;  outra  classe  vende  sua  força  de trabalho  em  troca  de  um  salário  e  realiza  o  trabalho  de  produção.  A primeira classe é a burguesia – que além dos meios de produção, possui  capital e  a  segunda  classe  é  formada  pelos  proletários.  Com  o desenvolvimento destas duas  classes  teremos  o  início de um  conflito, denominado luta de classes.
O processo da Revolução Industrial começou  na  Inglaterra,  que apresentava uma série de condições, que iremos analisar a seguir. Vários são os fatores que explicam o início da revolução Industrial na Inglaterra.
A Revolução  Industrial  inglesa  foi  precedida  por  uma  revolução agrária. Desde o final da Idade Média, a agricultura inglesa passava por profundas modificações, graças à substituição da produção em pequenas propriedades, voltada para o mercado local, por uma produção em larga escala; para  atender  o  mercado  externo,  realizada  em  grandes propriedades.
Durante o reinado de Elizabeth I (1558/1603), o comércio de lã teve um grande desenvolvimento. Para a produção  de  lã  era  necessário  aumentar  as passagens,  necessidade  suprida  pelas  leis  de  Cercamento.  Com  os Cercamentos  os  pequenos  proprietários  e  camponeses  tiveram  suas terras usurpadas, sendo expulsos para as cidades, transformando-se em força de trabalho para a indústria nascente. Nem todas as grandes propriedades surgidas com os Cercamentos dedicavam-se  à  criação  de  carneiros,  havia  aquelas  especializadas na produção de alimentos para o abastecimento das cidades, que cresciam cada vez mais. Para controlar  e  obrigar,  os  expulsos  do  campo,  a  aceitarem  as duras condições de trabalho, em 1601 foi assinada as leis dos pobres ,que  consideravam  crimes  o  desemprego  e  a  mendicância;  obrigando esta  camada  a  trabalhar  nas  chamadas  ”oficinas  de  caridade”,  que abasteciam com mão-de-obra as manufaturas inglesas.
A Inglaterra foi, ao  longo dos  séculos XVII e XVIII, a nação que mais  acumulou  capitais.  Este processo de acumulação de capitais  foi possível,  graças  à  expansão  da  atividade  comercial  -  que  gerou  um amplo mercado consumidor (a Revolução Comercial). A partir do reinado de Elizabeth I há uma expansão  dos  domínios  coloniais ingleses. Nas colônias do sul na América do Norte, a Inglaterra adota a produção de algodão em grandes  propriedades,  para  abastecer  as manufaturas inglesas.
Como  se  viu,  com  os  Cercamentos  há  um  processo  de  expulsão dos  camponeses e dos grandes proprietários do  campo, auxiliando na composição  de  uma  mão-de-obra  disponível  para  as  indústrias.  Esta camada, inteiramente desprovida de bens materiais, passa a vender sua força  de  trabalho  para  os  donos  das  fábricas  -  surgindo  assim  os proletários.
A Revolução Industrial trouxe um progresso material inegável ao homem, mas trouxe também uma série de conseqüências sociais negativas, conhecidas em seu conjunto por Questão Social, entre as quais estão o desemprego e todos os desdobramentos sociais a ele ligados: exploração do trabalho infantil e feminino, formação de favelas, violência urbana, e outros. Adam Smith e seus seguidores, como David Ricardo, defenderam o liberalismo econômico, teoria adequada ao pensamento capitalista burguês, defendendo a propriedade privada dos meios de produção, a divisão local e internacional do trabalho, a Lei de Mercado (“mão invisível”), o lucro individual, a competição, as baixas tarifas aduaneiras e a transformação da força de trabalho em mercadoria, cujo preço depende do mercado. Assim, para o liberalismo econômico, como o valor de uma mercadoria depende da quantidade de trabalho nela embutida, o salário, ou seja, a remuneração pelo trabalho deve ser baixa, “para não encarecer o preço final da mercadoria”. É a Lei Férrea do Salário.
Por razões como essas, o liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, possibilitando que os agentes econômicos privados, a saber, a burguesia, produza o que quiserem, na quantidade que quiserem, pagando os salários que quiserem limitados apenas pelo mercado. Cabe lembrar que o modo de produção escravista (Grécia e Roma antigas) entrou em crise por escassez, a partir do século III. O modo de produção feudal idem, a partir do século XI. O modo de produção capitalista é o único capaz de entrar em crise motivada pela sobra, pela “superprodução”. É a fragilidade histórica e, portanto, estrutural, do capitalismo liberal: como não produz para as pessoas e sim para o mercado, quando o mercado comprador se retrai (por qualquer motivo) ocorre o fenômeno da superprodução.
Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial. O país criou um novo estilo de vida o American Way of Life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos e produtos industrializados. 
Entretanto, os EUA sofreram grande abalo em 1929, quando mergulhou numa terrível crise, de repercussão mundial. Terminada a guerra, os países europeus voltaram a organizar e a desenvolver sua estrutura produtiva. Para isso, acabaram reduzindo as importações de produtos americanos. O ritmo de produção industrial e agrícola dos Estados Unidos continuava a crescer aceleradamente. Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha foram atualizando rapidamente seus métodos industriais. A crise de superprodução teve como um de seus grandes marcos o dia 29 de Outubro de 1929, dia do Crash da Bolsa de Valores de Nova York, que representava o grande termômetro econômico do mundo capitalista. 
As ações das grandes empresas sofreram uma queda vertiginosa, perdendo quase todo o seu valor financeiro. As empresas foram forçadas a reduzir o ritmo de sua produção. Em função disso, promoveram a demissão em massa de seus funcionários. Terminava o sonho do American Way of Life. Durante a crise somou-se 15 milhões de desempregados. 
Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal, um conjunto de medidas destinadas à superação da crise. O New Deal foi inspirado nas idéias do inglês John Keynes. Dentre as principais medidas adotadas pela política econômica do New Deal, destacam-se controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas. Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas. Realização de um grande programa de obras públicas. Criação de um seguro-desemprego. Recuperação industrial. O avanço dos regimes totalitários. Em diversos países europeus, a crise do capitalismo provocou efeitos mais ou menos desastrosos. Sofreram com o aumento do desemprego, a elevação dos preços, a redução do poder aquisitivo e a desorganização da produção econômica. Os setores mais explorados da população passaram a reclamar de forma mais contundente soluções sociais que melhorassem suas condições de vida.
Os regimes democráticos revelaram-se incapazes de solucionar os grandes problemas socioeconômicos da época. Havia ainda outro importante fator que promoveu o recuo do liberalismo. Era o medo alimentado pelas classes dominantes da expansão dos movimentos socialistas, revigorados pelo exemplo da Revolução Russa. Os partidos de orientação marxista representavam uma terrível ameaça aos interesses dos grandes banqueiros e industriais. Para salvar esses interesses, apoiou a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos marcantes desse processo foi o desenvolvimento do fascismo na Itália e do nazismo
na Alemanha
Movimentos Sociais e Direitos Sociais
O século XX revela um complexo menu de experiências sociais tais como diferentes manifestações do socialismo e democracias capitalistas, nacionalismos, fascismo, nazismo, ditaduras militares na America Latina, levantes anti-coloniais, assim como movimentos sociais diversos. Mesmo contendo experiências políticas nefastas, comparativamente a outros momentos da história pode-se dizer que foi um século de ampliação dos valores democráticos e dos direitos sociais. Vale registrar, também, as conquistas realizadas pelas mulheres e a instituição de direitos fundamentais para as crianças. Mas, simultaneamente o século XX foi o mais violento da história humana com duas grandes guerras mundiais e dezenas de ininterruptos conflitos civis e entre nações. Acredita-se que mais de 100 milhões de pessoas tenham perdido a vida nestes conflitos.
Movimento Operário ou Trabalhista
 	Movimento operário é um termo que se refere à organização coletiva de trabalhadores para a defesa de seus próprios interesses, particularmente, mas não apenas através da implementação de leis específicas para reger as relações de trabalho. Inicialmente surgiu como uma reação às conseqüências da Revolução Industrial partia dos artesãos que se viram privados de seus meios originais de trabalho. Revoltados, grupos de artesãos atacavam as fábricas, quebrando as máquinas. Desse mesmo tipo também foi à reação dos operários jogados na miséria pelas primeiras crises de desemprego. Depois de algum tempo, os operários começaram a perceber que o problema não estava nas fábricas, nem nas máquinas em si, mas sim na forma como a burguesia havia organizado os meios de produção. No início do século XIX, na Inglaterra, o movimento dos trabalhadores se fez sentir por meio de demonstrações de massa, como motins e petições. 
Em 1836, desencadeou-se uma crise industrial e comercial que lançou à rua milhares de operários. Organizou-se então a Associação dos Operários para a luta pelo Sufrágio Universal. Sufrágio foi o fim do voto censitário para todos os homens, (mulheres ainda não podiam votar). No ano seguinte essa associação elaborou uma extensa petição (Carta do Povo) para ser enviada ao Parlamento; surgiu o movimento denominado cartismo. Reivindicava-se o Sufrágio Universal, a igualdade dos distritos eleitorais, a supressão do censo exigido dos candidatos do Parlamento (que limitava essa possibilidade somente á burguesia rica e à nobreza), voto secreto, eleições anuais e salário para os membros do Parlamento (antes, somente os ricos possuíam condições de exercer a atividade política sem receber).
De 1838 em diante, o movimento cartista espalhou-se por toda a Inglaterra, ganhando a adesão maciça dos trabalhadores e ampliando a pauta de reivindicações nitidamente operárias: limitação da jornada de trabalho, abolição da Lei dos Pobres e fim das casas operárias 
Movimento Sindicalista
 Sindicalismo é o movimento social de associação de trabalhadores assalariados para a proteção dos seus interesses. Ao mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade.
O sindicalismo tem origem nas corporações de ofício na Europa medieval. No século XVIII, durante a revolução industrial na Inglaterra, os trabalhadores, oriundos das indústrias têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas sociedades de socorro mútuos. Esta revolução teve um papel crucial no advento do capitalismo, pois, devido à constante concorrência que os fabricantes capitalistas faziam entre si, as máquinas foram ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar de muitos operários, estes se tornaram o que é chamado "excedente de mão-de-obra", logo o capitalista tornou-se dono da situação e tinha o poder de pagar o salário que quisesse ao operário.
É neste momento que surgem duas novas classes sociais, o capitalista e o proletário, onde o capitalista é o proprietário dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e o proletário era proprietário apenas de sua força de trabalho. Este último passou a ser empregado do capitalista, que pagava salários cada vez mais baixos para obter mais lucros, oferecendo ao proletário a trabalhar em uma jornada de trabalho que chegava até 16 horas. ‘É através desta situação que o proletariado percebe a necessidade de se associarem e, juntos, tentarem negociar as suas condições de trabalho. Com isso surgem os sindicatos, associações criadas pelos operários, buscando lhes equiparar de alguma maneira aos capitalistas no momento de negociação de salários e condições de trabalho, e impedir que o operário seja obrigado a aceitar o que lhe for imposto pelo empregador.
Durante a revolução francesa surgiram idéias liberais, que estimulavam a aprovação de leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da Lei Chapelier que, em nome da liberdade dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões. As organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no século XIX. No Reino Unido, em 1871, e na França, em 1884, foi reconhecida a legalidade dos sindicatos e associações. Com a Segunda Guerra Mundial, as idéias comunistas e socialistas predominaram nos movimentos sindicais espanhóis e italianos e americanos africanos.
Nos Estados Unidos, o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída a Federação Americana do Trabalho (AFL), contrária à reforma ou mudança da sociedade. Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e políticas.
'Os 90 anos da greve de 1917'
 Passou praticamente despercebida, no final de julho, a data que marca os 90 anos de uma das mobilizações sociais de maior envergadura da história do Brasil. Em 16 de julho de 1917, chegava ao fim, vitoriosa, em São Paulo, a maior greve operária até então realizada. Iniciada a partir das mobilizações das tecelãs, em 10 de junho daquele ano, no cotonifício Crespi, no bairro da Mooca, a luta ganhou a adesão de outras categorias industriais, espalhou-se por diversas cidades do estado e teve repercussões em outras capitais do país.A mão de obra feminina, assim como a infantil, mais barata que a masculina, era incentivada por empresários. A seção das mulheres do cotonifício torna-se uma das mais mobilizadas.
 Os operários se revoltam contra o prolongamento do serviço noturno e exigem 20% de aumento salarial. Ao longo de junho de 1917, o movimento se alastra por diversas empresas da capital, nos bairros do Brás e 
do Cambuci. 
 As outras exigências são: jornada de oito horas, semana de cinco dias e meio e fim ao trabalho infantil. Ainda em 1917 surgiu a Constituição Mexicana (foi a primeira a implementar os direitos sociais em seu texto,ou seja, ela foi a primeira constituição no mundo)e em 1919 a Constituição Alemã de Weimar, ambas consagravam os direitos sociais, como os direitos trabalhistas, à educação, á seguridade social e previdência, proteção à maternidade, limitação da jornada de trabalho, direito a terra, à assistência social, entre muitos outros. Por essa razão, tal movimento ficou conhecido como Constitucionalismo social, pois a partir de então cresceu e frutificou a ideia de que as Constituições deveriam consagrar e prever os direitos sociais. 
 A partir destes marcos outros países adotaram esse modelo de Constituição Social, no Brasil a Constituição de 1934(e seguintes), passou também a se dedicar a regulação da Ordem Econômica e Social.
O Surgimento dos Direitos Sociais
Os direitos sociais foram conquistados principalmente ao longo dos séculos, sendo a maioria deles no século XX por meio da pressão de movimentos sociais e de trabalhadores.
Para proporcionar uma vida digna ao cidadão o Estado deve o direito à vida, o direito à igualdade, o direito à educação, o direito de imigração e emigração e o direito de associação. A atual Constituição
Brasileira, de 1988, por exemplo, estabelece que são Direitos Sociais o acesso à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social e a proteção à maternidade, à infância e aos desamparados.
 A demanda por direitos sociais teve origem no século XIX, com o advento da Revolução Industrial, e eles foram primeiramente estabelecidos pelas constituições Mexicana em 1917 e de Weimar em 1919, mas foram positivados no âmbito internacional em 1948 por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, e mais tarde detalhados no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 1966
A Constituição Brasileira de 1934
 Promulgada em 16 de julho pela Assembléia Nacional Constituinte, foi redigida "para organizar um regime democrático, que assegure à Nação, a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico", segundo o próprio preâmbulo. Ela foi a que menos durou em toda a História Brasileira: durante apenas três anos, mas vigorou oficialmente apenas um ano (suspensa pela Lei de Segurança Nacional). 
 A Constituição de 1934 foi conseqüência direta da Revolução Constitucionalista de 1932, quando a Força Pública de São Paulo lutou contra as forças do Exército Brasileiro. Com o final da Revolução Constitucionalista, a questão do regime político veio à tona, forçando desta forma as eleições para a Assembléia Constituinte em maio de 1933, que aprovou a nova Constituição substituindo a Constituição de 1891, já recente devido ao dinamismo e evolução da política brasileira. Em 1934, a Assembléia Nacional Constituinte, convocada pelo Governo Provisório da Revolução de 1930, redigiu e promulgou a segunda constituição republicana do Brasil. Reformando profundamente a organização da República Velha, realizando mudanças progressistas, a Carta de 1934 foi inovadora, mas durou pouco: em 1937, uma constituição já pronta foi outorgada por Getúlio Vargas, transformando o presidente em ditador e o estado "revolucionário" em autoritário.
Estado e o Bem Estar Social
 	Ao longo dos séculos, as escolas de pensamento econômico retiraram a participação do Estado da organização da economia, concedendo grande espaço e influência ao que se designou como Liberalismo. Este tipo de orientação ideológica que prevê maior liberdade para o mercado, sem a regulamentação do Estado, vigorou no século XIX, mas entrou em profunda crise no início do século XX. A Primeira Guerra Mundial, entre outras coisas, foi resultado da intensa de disputa por mercados travada pelos países europeus. Encerrando um período de grande desenvolvimento. Pior ainda para a economia seria a Crise de 1929, decorrente da superprodução que o mercado foi incapaz de absorver. Até então, estava em pauta a retirada do Estado da regulamentação econômica, mas a solução da crise foi justamente a retomada do Estado. Defensores do Liberalismo acreditavam que a intervenção do Estado na economia e o investimento em políticas sociais eram, na verdade, gastos maléficos para a economia. No entanto, essas duas medidas reativaram a economia.
A partir da década de 1930, então, expandiu-se o modelo chamado de Estado de Bem-Estar Social, no qual o Estado é organizadora da política e da economia, encarregando-se da promoção e defesa social. O Estado atua ao lado de sindicatos e empresas privadas, atendendo às características de cada país, com o intuito de garantir serviços públicos e proteção à população. Os países europeus foram os primeiros e principais incorporadores do modelo que agradou os defensores da social-democracia. A principal referência no continente veio da região escandinava. Até hoje, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca são destaques na aplicação do Estado de Bem-Estar Social e são países que estão no topo do ranking de melhor Índice de Desenvolvimento Humano.
O Estado de Bem-Estar Social ganhou ainda mais terreno com a inclusão do conceito de cidadania, propagado após a queda dos regimes totalitários na Europa. Associou-se a ideia de que os indivíduos são dotados de direitos sociais. O modelo de organização estatal concede aos indivíduos bens e serviços públicos durante toda a vida. Os direitos sociais conferem serviços de educação, saúde, seguridade e lazer. A sua principal característica é uma postura positiva em oposição à postura negativa do estado liberal de atendimento de alguns direitos básicos dos trabalhadores, como educação, assistência social, trabalho, etc.
 “[...] o bem-estar social – público ou privado – ocorre a qualquer outra realidade cultural: que se construa socialmente. Como os direitos humanos ou as necessidades básicas, o bem-estar social é um produto histórico. Os direitos e as necessidades têm sido descobertos e consolidados ao longo do tempo e são, todavia, princípios muito abstratos cuja realização e conteúdo concretos estão ainda por precisar. (CAMPS, apud LORCA M.V., 2002, p.203)”
“Por fim, se faz do Estado do Bem-Estar Social, um Estado que deve solucionar situações que se mostram além dos seus deveres normais. Alfonso Ojeda Marin (apud LORCA M. V, 2002, p.213)”
 Essa política apresentada se dá de forma muito diferente da que era exercida durante o liberalismo econômico europeu, já que a experiência do Estado mínimo era incapaz de assegurar a vida de forma digna, uma vez que os direitos defendidos eram os da burguesia enquanto que a liberdade e os direitos dos trabalhadores eram suprimidos, inclusive pelo Estado. O Estado Social vem sendo gestado desde as revoltas e tentativas de revolução européias dos anos 1848 e ganhou um empuxo ainda maior com a Comuna de Paris, em 1871. Depois, já no século XX, afirmou-se com a Revolução Mexicana, de 1910, e com a Revolução Russa, de 1917. O Estado do Bem-Estar Social também terá como ponto de referência o Plano Marshal, onde com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa precisaria ser restaurada. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado ao processo de industrialização e os problemas sociais gerados a partir dele.
	A Grã-Bretanha foi o país que se destacou na construção do Estado de Bem-estar com a aprovação, em 1942, de uma série de providências nas áreas da saúde e escolarização. Nas décadas seguintes, outros países seguiriam essa direção.
O Estado Social é um Estado quase-socialista, pois afirmam Direitos e políticas socializantes (a maioria das conquistas da classe trabalhadora), a exemplo dos próprios direitos sociais e trabalhistas. Ocorre que o Estado Social não foi capaz de romper os limites e as barreiras do capitalismo, uma vez que se desenvolveu em países de economia capitalista. De qualquer forma, no entanto, tratava-se de um processo de intensas lutas operárias e sindicais anarquistas e socialistas que se iniciou nos anos 1848-1850, em países como França, Alemanha e Inglaterra e formou a base ideológica do Estado Social. Já o Estado do Bem Estar Social é uma resposta eminentemente capitalista ao desenvolvimento e avanço do socialismo que vinha do Leste Europeu (a Revolução Russa foi apenas o primeiro passo). Portanto, o núcleo do Welfare State sempre esteve permeado por um posicionamento conservador diante das propostas socialistas testadas na prática desde o início do século XX.
É possível estabelecer alguma conexão histórica ou principiológica entre o Estado Social e o Estado Democrático? Sim, pois o Estado Democrático é uma modalidade de Estado de Bem Estar. A democracia e a República deveriam propiciar o maior bem-estar social possível, e suas legislações não definem outro caminho. Veremos que, nesse sentido, o não-cumprimento das promessas democráticas é um problema ou fato social e político ou, então, de natureza econômica, mas não propriamente um obstáculo de ordem e natureza jurídica – não se diz facilmente que o Direito prejudica a democracia.
Pode-se dizer que o Estado Democrático é uma espécie de segunda fase do Estado Social, que adveio das principais constituições do período entre 1940 e 1950. Para a
Constituição Alemã de 1949, a chamada Lei Fundamental, por exemplo, o indivíduo será um sujeito de direitos, mas também um sujeito responsável pela participação social e política. Vejamos na própria Lei Fundamental (Alemã):
Para a ordem constitucional da Lei Fundamental, o homem não é nem partícula isolada, indivíduo despojado de suas limitações históricas, nem sem realidade da "massa moderna". Ele é entendido, antes, como "pessoa": de valor próprio indisponível, destinado ao livre desenvolvimento, mas também simultaneamente membro de comunidades (...) grupos sociais e políticos (artigo 9º e 21 da Lei Fundamental), das sociedades políticas (artigo 28, alínea 2 da Lei Fundamental), não em último lugar, também do Estado, com isso, situado nas relações inter-humanas mais diversas, por essas relações em sua individualidade concreta essencialmente moldado, mas também chamado a co-configurar responsavelmente convivência humana (Hesse, 1998, p. 110).
O Estado de bem-estar social só continuará sobrevivendo se a economia continuar crescendo.
O BEM – ESTAR SOCIAL X NEOLIBERALISMO
Na década de 1960, os tributos e gastos dos Estados aumentaram acentuadamente. Surgiu, então, a teoria econômica neoliberal que propõe ideias para a redução das taxas e gastos do governo. O Estado, a partir da lógica neoliberal, passou a ofertar cada vez menos serviços e políticas assistenciais para os cidadãos. Os neoliberais compactuam que assistência social não é dever do Estado, mas um problema que deve ser superado pelas leis do mercado.
O neoliberalismo teve sua ascensão na década de 1970, na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde o Estado de bem-estar social sofreu várias restrições na assistência à população.
Atualmente, diz-se que o modelo está em crise. O primeiro país a abandonar o modelo foi à Inglaterra, no governo de Margareth Thatcher. Ela alegou que o Estado não dispunha mais de recursos para sustentar o Estado de Bem-Estar Social e retirou os direitos que os cidadãos haviam conquistado no decorrer das décadas. Nasceria, então, o Estado Neoliberal. A conseqüência seria o embate entre os dois modelos. Mas o Estado Neoliberal também já se mostra em crise e políticos e ideólogos de direita e de esquerda debatem qual modelo seria mais viável. O fato é que a maior parte dos países que investiram quantidades significativas do Produto Interno Bruto em políticas sociais possui elevado Índice de Desenvolvimento Humano. No entanto, a relação não é direta, pois não se trata apenas de investir, mas da maneira como é investido. Outra evidência que está associada ao investimento em políticas sociais é a redução da pobreza.
No Brasil, o neoliberalismo chegou e foi implantado no governo de Fernando Henrique Cardoso, no ano de 1994. O citado presidente iniciou uma série de medidas que visavam à redução de gastos do Estado, como as privatizações dos setores públicos das telecomunicações (Telebrás), das mineradoras, como a Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda e a Companhia Vale do Rio Doce. Além disso, abriu a economia brasileira para o mercado internacional (Multinacionais).
Portanto, o Estado de bem-estar social interferiu no mercado. Para tentar regulá-lo, investiu-se em recursos para criação de uma rede de proteção social, médica e previdenciária para os trabalhadores. O Estado passou a ser o grande mantenedor da assistência médica, da moradia, educação, entre outros. O neoliberalismo inverteu a lógica do Estado de bem-estar social, retirando as obrigações do Estado para os cidadãos. Isso explica as carências atuais nos setores de saúde, educação e moradia, serviços ofertados pelos governantes. 
No Brasil, houve um esboço de implantação do Estado de Bem-Estar Social nas décadas de 1970 e 1980. Todavia, o modelo não seria aplicado como investimento produtivo para sociedade, mas de forma assistencialista. Logo, o que se verificou foi à manutenção da acentuada desigualdade social, os elevados índices de pobreza e o insucesso no Índice de Desenvolvimento Humano. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, 1994-2002, assumiu o modelo Neoliberal como direcionador do Estado, fazendo a contraposição. Seu sucessor, Luís Inácio “Lula” da Silva, recuperou as ideias do Estado Providência, investindo em policiais sociais que resultaram na diminuição dos índices de pobreza. No entanto, os investimentos em políticas sociais ainda são pequenos e mal administrados no Brasil.
Intervencionismo Estatal e Promoção Social: os principais reflexos jurídicos
 	Em economia, intervencionismo estatal refere-se à interferência do Estado na atividade econômica do país, visando à regulação do setor privado, não apenas fixando as regras do mercado, mas atuando de outras formas com vistas a alcançar objetivos que vão desde o estímulo ao crescimento da economia e à redução de desigualdades até o crescimento do nível de emprego e dos salários, ou à correção das chamadas falhas de mercado. As intervenções típicas dos governos modernos na economia ocorrem no âmbito da definição de tributos, da fixação do salário. Sob a égide do liberalismo, o edifício estatal do modelo jurídico-político antecedente foi arquitetado sob os ideais de inação e da não intervenção, uma vez que, sob essa perspectiva, não competia ao Estado guiar a sociedade civil para a realização de fins comuns.
Nesse período, a primordial tarefa estatal consistia, de acordo com Fábio Konder Comparato, em propiciar, sob a égide de leis gerais, constantes e uniformes condições de segurança – física e jurídica – à vida individual. Em oposição a isso, os Estados contemporâneos passaram a orientar a Sociedade Civil para a realização de fins e objetivos comuns e pré-determinados pela Constituição e a delinear os instrumentos e os meios mais adequados para o alcance desses escopos, cuja consecução passou a determinar a legitimidade do próprio Estado. À época do Estado liberal, a legitimação do aparato estatal, competia, essencialmente, ao poder legislativo que, na qualidade de representante do povo, buscava dar expressão legal à soberania popular.
A análise passa pela discussão do papel do Estado contemporâneo no desenvolvimento econômico, e, sua posição intervencionista, estimulando ou desestimulando determinadas condutas ou atividades, com vistas à proteção ambiental ou para inibir ações que podem comprometer o meio ambiente. Considerando que o Estado é o responsável pela garantia dos princípios do artigo 170 da Constituição, é seu o papel, intervir na economia para induzi-la à proteção ambiental. Dessa forma, deve garantir que o desenvolvimento econômico se dê dentro de níveis aceitáveis de proteção ambiental, em atenção aos ditames estatuídos pelo art. 225 da Constituição Federal.
A globalização da economia funcionou como vetor das principais transformações do século XX. O direito, nos seus mais variados campos, modificou-se muito com a globalização da economia. Isso pode ser facilmente percebido com o surgimento de uma prática legal baseada no modelo jurídico norte-americano, totalmente voltado para a internacionalização dos mercados, a organização dos serviços legais em função das atividades comerciais e o predomínio dos métodos legais anglo-saxões nos acordos internacionais e nos processos de arbitramento. Por outro lado, existem também inúmeros esforços internacionais no sentido de promover a proteção dos direitos humanos, especialmente no que se refere aos direitos sociais e ambientais, da democracia, cidadania e justiça social; o controle da arbitrariedade dos governos nacionais e o fortalecimento do Poder Judiciário.
 Finalmente, é necessário ressaltar que o corte epistemológico feito em relação ao modo de produção do direito na Europa foi centrado em duas direções. A primeira, referindo-se ao intuito de se apresentar o processo de transformação de um espaço jurídico em função da globalização econômica e das necessidades do mercado mundial. A segunda, voltando-se à objetividade e ao caráter sintético do presente estudo, a partir da qual se tornou mais
adequado trabalhar com um único espaço geográfico, excluindo a América Latina, a África e a Ásia, não desconsiderando, em hipótese nenhuma a importância das transformações do direito e da prática jurídica nessas regiões.
Intervenção Federal
Intervenção Federal é a intervenção realizada pela União Federal, em nome da Federação, nos Estados e no Distrito Federal, nas hipóteses taxativamente previstas no Art. 34 da CF/88. 
Inicio do Direito do Trabalho
 		O direito do trabalho é de formação legislativa e relativamente recente. A Revolução Industrial, ocorrida no Século XVIII, foi à principal razão econômica que acarretou o surgimento do Direito do Trabalho, com a descoberta da máquina a vapor como fonte de energia, substituindo-se a força humana. A necessidade de pessoas para operar as máquinas a vapor e têxteis impôs a substituição do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado. O século XX foi o século do trabalho. Foi o século em que este deixou de ser um fato entre outros da existência humana e se tornou seu aspecto central. O trabalho deixou de estar submetido aos tempos da natureza e às variáveis climáticas e passou, ele próprio, a reger o tempo dos homens. Deixou de ser apenas meio de subsistência e tornou-se, para um número cada vez maior de pessoas, elemento constitutivo de identidade. O século XX cristalizou mudanças radicais que se iniciaram pelo menos duzentos anos antes de 1901: nele é que se consagrou o trabalho como um criador permanente de riquezas e nele “indivíduos foram transformados em trabalhadores”. Também é nesse século de polarização ideológica e de mudanças radicais no mundo do trabalho que surge a Organização Internacional do Trabalho (1919) e tornasse crescente o estabelecimento de órgãos jurisdicionais e a produção de normas de direito do trabalho pelos Estados, em países díspares como Siri Lanka, Inglaterra, Itália, Estados Unidos, França ou Austrália. 
A primeira Constituição que dispôs sobre o Direito do Trabalho foi a do México, de 1917. O seu artigo 123 estabelecia: a jornada diária de 8 horas; a jornada máxima noturna de 7 horas; a proibição do trabalho de menores de 12 anos; a limitação da jornada de menor de 16 anos para 6 horas; o descanso semanal; a proteção à maternidade; o direito ao salário mínimo; a igualdade salarial; a proteção contra acidentes no trabalho; o direito de sindicalização; o direito de greve, conciliação e arbitragem de conflitos; o direito à indenização de dispensa e seguros sociais.
A segunda Constituição a trazer disposições sobre o referido tema foi a da Alemanha Republicana de Weimar, (República esta instalada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial (1918), tendo seu marco final o ano de 1933) de 1919, com repercussão na Europa, disciplinando: a participação dos trabalhadores nas empresas; a liberdade de união e organização dos trabalhadores para a defesa e melhoria das condições de trabalho; o direito a um sistema de seguros sociais; o direito de colaboração dos trabalhadores com os empregadores na fixação dos salários e demais condições de trabalho, bem como a representação dos trabalhadores na empresa.
Em 1919, com o tratado de VERSALHES, surge a ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), com o objetivo de proteger as relações entre empregados e empregadores no âmbito internacional.
Ainda no plano internacional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, também prevê diversos direitos trabalhistas, como férias remuneradas, limitações de jornada, etc.
A CLT: Consolidação das Leis do Trabalho é a legislação que rege as relações de trabalho, individuais ou coletivas. Seu objetivo é unificar todas as leis trabalhistas praticadas no País. Todos os empregados registrados em carteira são chamados “celetistas”. Além desses profissionais, existem também os que trabalham como pessoa jurídica, os profissionais autônomos e os servidores públicos estatutários. Foi consequência da criação da Justiça do Trabalho, em 1939. Três anos depois, em janeiro, de 1942, o ministro do trabalho Alexandre Marcondes Filho e o presidente Getúlio Vargas começaram o trabalho de reunir e consolidar as leis da época. O projeto final foi assinado em 1º de maio de 1943. A CLT apesar de uma evidente conquista dos trabalhadores apresenta alguns aspectos prejudiciais quando o assunto é desemprego, pois aumenta de maneira considerável a carga de impostos sobre novas contratações, inibindo a possibilidade do aumento de vagas formais. O ideal seria encontrar um ponto de equilíbrio na lei, a fim de defender de maneira igualitária tanto os direitos dos trabalhadores como dos empregadores.
Direito Previdenciário (aposentadoria)
	A Previdência Social surgiu após a Revolução Industrial vinculada ao fenômeno da industrialização e do trabalho, tal como o concebemos hoje, bem como pelos ideais estabelecidos pela Revolução Francesa de liberdade individual e de 
decorrência dos riscos que se obriga a sofrer. Obedecido sempre o teto do Regime Geral de Previdência Social – (RGPS). Ela está inserida em um conceito mais amplo que é o da Seguridade Social, que por sua vez está dividida em três áreas de atuação: saúde, assistência social e previdência social. Segundo Soibelmann, trata-se de um "[...]conjunto de medidas que garantem os riscos decorrentes da incapacidade de trabalho do indivíduo e a sua aposentadoria. Entre os benefícios da previdência social, contam-se, entre outros, os seguintes: auxílio-doença; pensão por morte; aposentadoria por invalidez, velhice ou tempo de serviço; assistência médica; abonos e pecúlios diversos."
A Previdência Social paga, atualmente, mais de 22 milhões de pessoas. Estima-se que, direta e igualdade entre os homens. Antes disso, as formas de proteção quanto ao atendimento das necessidades dos indivíduos eram: Assistencialismo e Mutualismo.
-Mutualismo é solidariedade de grupo de pessoas, na defesa de interesses comuns; organização de indivíduos para formação de recursos destinados à proteção recíproca ou de familiares; socorros mútuos; (Sistema por meio do qual varias pessoas se associam e vão se cotizando para a cobertura de certos riscos, mediante a repartição dos encargos com todo o grupo).
-Assistencialismo é fundado na caridade, na benemerência, no altruísmo; 1ª noção de caridade onde o Estado traz para si alguma responsabilidade.
Desde o passado notou-se comum a presença de alguma assistência, inicialmente gerada na família ou em grupos, com a evolução da sociedade o Estado começou a intervir para que todos tivessem alguma espécie de amparo. Na idade média a assistência coletiva era mais comum nos conventos religiosos como forma de caridade e não com o aspecto de participação social. Com a revolução Francesa, a partir da Constituição de 1973 houve uma maior participação do Estado na assistência social, que a partir disso começou a ter um caráter público. A partir do século XIX, a assistência social pública passou a ser vista pelo Estado como uma maneira de minimizar as diferenças impostas pelo regime econômico.
A história da Previdência no Brasil começa em 1923, (24 de janeiro de 1923 ), ou seja, há 80 anos com a criação da primeira Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP), por um projeto do então deputado federal Eloy de Miranda Chaves, beneficiando trabalhadores das companhias ferroviárias. O sistema se limitava à concessão de aposentadoria e pensão. Empregados e empregadores contribuíam em regime de igualdade. O projeto do deputado foi apresentado em outubro de 1921. Só depois de três anos, em janeiro de 1923, ele se transformou num projeto legislativo, que criou a Previdência Social. – Lei Eloy chaves. O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi criado e o Estado passou a contribuir para o sistema previdenciário. A Previdência Social pode ser definida como um seguro social, que garante ao trabalhador e aos seus dependentes, amparo quando ocorre a perda, permanente ou temporária, em indiretamente, esteja beneficiando 77 milhões de pessoas, 2 sendo, assim, é um fator
muito importante no combate à pobreza e à desigualdade, promovendo aos idosos e as pessoas por ela beneficiadas uma relativa estabilidade social. A Previdência brasileira baseia-se no sistema de partição simples: o trabalhador ativo de hoje financia os inativos, e posteriormente aqueles serão financiados por trabalhadores ativos quando chegarem à inatividade.
Nota-se que a previdência social não é só um benéfico brasileiro, mas ao contrário ela veio a nós pela cultura dos outros países, no entanto cada um desses países tem uma maneira diferente de administrá-la. No Brasil, tinha-se o hábito de se tentar copiar modelos previdenciários de outros países com o objetivo de se aplicar ao nosso sistema. Hoje esse defeito está superado e passamos a caminhar pelas próprias pernas, pois cada sociedade tem particularidades diferentes que não se misturam com as demais.
Direito Econômico
O Direito Econômico surge num cenário de pós segunda guerra mundial, pela necessidade eminente do Estado de regular as relações de consumo, com vistas a proteger o mercado, que tentava se reestruturar perante as seqüelas gravosas deixadas com o fim da guerra, e evitar abusos de poder por parte dos agentes econômicos (indivíduos, empresas e o próprio Estado) quando da fixação de preços e qualidade dos bens e serviços postos a disposição da sociedade. O Direito Econômico é a disciplina autônoma do Direito, interdisciplinar jurídica e econômica, que se ocupa do tratamento jurídico da política econômica do Estado e da relação entre os indivíduos e os agentes do mercado, para alcançar o bem estra social e, conseqüentemente, promover o desenvolvimento socioeconômico, a partir da utilização do princípio da economicidade, traduzindo o conceito de eficiência em justiça.
Direito Econômico é o ramo do direito que se compõe das normas jurídicas que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado. São normas, portanto, que regulam os monopólios e oligopólios, fusões e incorporações, tentando impedir a concorrência desleal, a manipulação de preços e mercado pelas corporações, através da maior transparência e regulação do assunto.
Direito do consumidor 
Desde os tempos antigos existe a defesa dos interesses das categorias menos favorecidas ante os produtores, fabricantes e prestadores de serviços, havendo indícios desta proteção no Código de Hammurabi, o qual detinha certas regras, como descreve José Geraldo Brito Filomeno: 
 O Direito do Consumidor é obra relativamente recente na Doutrina e na Legislação. Tem seu surgimento como ramo do Direito, principalmente, na metade deste século. Porém, indiretamente encontramos contornos deste segmento do Direito presente, de forma esparsa, em normas das mais diversas, em várias jurisprudências e, acima de tudo, nos costumes dos mais variados países. Porém, não era concebido como uma categoria jurídica distinta e, também, não recebia a denominação que hoje apresenta.
Os interesses dos consumidores já estavam resguardados na Mesopotâmia, no Egito Antigo e na Índia do Século XVIII a.C., onde o Código de Massú previa pena de multa e punição, além de ressarcimento de danos, aos que adulterassem gêneros ("lei" 967) ou entregassem coisa de espécie inferior à acertada ou, ainda, vendessem bens de igual natureza por preços diferentes ("lei" 968).
 No Direito Romano Clássico, o vendedor era responsável pelos vícios da coisa, a não ser que estes fossem por ele ignorados. Porém, no Período Justiniano, a responsabilidade era atribuída ao vendedor, mesmo que desconhecesse do defeito. 
 No Brasil, o Direito do Consumidor surgiu entre as décadas de 40 e 60, quando foram sancionadas diversas leis e decretos federais legislando sobre saúde, proteção econômica e comunicações. Dentre todas, pode-se citar: a Lei n. 1221/51, denominada Lei de Economia Popular; a Lei Delegada n. 4/62; a Constituição de 1967 com a emenda n. 1/69, que consagrou a defesa do consumidor; e a Constituição Federal de 1988, que apresenta a defesa do consumidor como princípio da ordem econômica (art. 170) e no artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que expressamente determinou a criação do Código de Defesa do consumidor.
Com a codificação e organização jurídica do Direito do Consumidor, os brasileiros conseguiram conquistas de maiores garantias e respeito frente aos fornecedores de produtos. O Direito do Consumidor se tornou um ramo muito estudado pelos juristas e pelos interessados por ter demonstrado cada vez mais sua função social dignamente constitucional.

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