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Renda Nacional

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Macroeconomia I
Renda Nacional
O Produto Interno Bruto é a variável econômica mais importante para o estudo da macroeconomia. Ele mede todos os bens e serviços gerados em um país em um determinado ano. O PIB é contabilmente igual à Renda Interna Bruta desse país.
A importância do PIB se deve ao fato do Bem-Estar da população estar relacional à quantidade de bens e serviços disponíveis ao seu consumo. Países mais desenvolvidos produzem e consomem mais bens e serviços que países menos desenvolvidos.
Para que a Renda de um país seja analisada é necessário mostrar o fluxo circular da Renda com a incorporação do governo e do mercado financeiro. O objetivo disso é responder as perguntas referentes aos usos e fontes da renda:
Quais os determinantes da Produção?
Quais os determinantes da Renda?
Quais os determinantes da Demanda?
Quais os determinantes do Equilíbrio entre Oferta e Demanda?
As famílias são as proprietárias dos fatores de produção e os vendem para auferir renda. Com a sua renda as famílias compram bens e serviços, pagam impostos e poupam no mercado financeiro.
As empresas têm receita com a venda de bens e serviços e a utilizam para comprar fatores de produção.
Os mercados financeiros recebem tanto a poupança pública e quanto a poupança privada e investem no mercado de bens e de serviços.
Por último, o governo cobra impostos das famílias e utiliza essa receita para comprar bens e serviços, além de poupar no mercado financeiro.
Mercados de Fatores de Produção
Renda Pagamentos de Fatores
Mercados Financeiros
Poupança Pública
Famílias Empresas
 Impostos Governo
 Gastos do Governo Investimento
Consumo Receitas das Empresas
Mercados de Bens e Serviços
É interessante notar que um déficit fiscal do governo fará com que o fluxo de poupança pública do governo para o mercado financeiro se inverta. O mercado financeiro passa a financiar o governo.
Os determinantes da Produção
Como foi visto no fluxo circular da renda, os fatores de produção são de propriedade das famílias e são utilizados pelas empresas para produzir bens e serviços. Os fatores de produção se dividem em capital (K), as máquinas e equipamentos necessários para produzir os bens; e trabalho (L), as horas e a força de trabalho empregada pelos trabalhadores.
No curto prazo se considera que tanto o capital quanto o trabalho têm uma determinada dotação fixa e há pleno emprego dos fatores de produção. Com o passar do tempo essas suposições serão relaxadas.
K = K e L = L
A Função de Produção
A tecnologia disponível nos dirá como os fatores de produção serão combinados de forma a gerar bens e serviços. O produto (Y) será função dos fatores de produção.
Y = f (K, L)
A evolução da tecnologia propicia uma mudança da combinação de capital e de trabalho para uma maior quantidade de produto, sem que os níveis de capital e de trabalho tenha sido alterados.
A função de produção terá retornos constantes de escala, se um aumento de x% na quantidade de capital e de trabalho gerar um aumento de x% no produto. Se o aumento do produto for maior que x%, diz-se que há retornos crescentes de escala. Se o aumento do produto for menor que x%, os retornos de escala serão decrescentes.
xY = f (xK, xL)
Se os fatores de produção forem fixos e os retornos de escala forem constantes, então a produção também será fixa.
Y = f (K, L) = Y
Os determinantes da Renda
Toda movimentação pelo lado real da economia corresponde a uma movimentação pelo lado monetário. Por isso o produto da economia corresponde obrigatoriamente a sua renda.
A Renda nacional é formada pela remuneração aos fatores de produção, que são lucros (remuneração do fator capital) e salários (remuneração do fator trabalho). Eventualmente o fator capital pode se dividir em renda da terra e meios financeiros, que terão também as suas remunerações em forma de aluguéis e juros.
Como se parte do princípio de que as dotações dos fatores de produção são fixas, a relação entre o preço desse fator de produção e a sua quantidade utilizada segue a curva de demanda pelo fator, que é negativamente inclinada.
Em um mercado competitivo, as empresas irão concorrer, não tendo a possibilidade de determinar preços individualmente. A decisão de parar de produzir, ou de vender toda a produção não influenciará o preço de mercado. A quantidade de trabalhadores empregados, ou o volume de capital usado na produção não influenciarão os salários ou os aluguéis dos equipamentos, pois esses preços já são dados para a firma.
A firma utilizará então os fatores de produção capital e trabalho e venderá toda a produção ao preço de mercado de seu produto. Para que a firma tenha lucro, o preço da produção (P) vezes o produto (Y) precisam cobrir o custo dos fatores de produção capital (K) e trabalho (L).
Ao considerarmos o salário (w) como sendo a remuneração do trabalho e os juros (r) como sendo a remuneração do capital, a firma precisa ter uma receita que cubra pelo menos esses custos de produção para ter lucros.
Π = PY – wL – rK ou Π = P * f (K, L) – wL – rK
Inicialmente já se têm determinadas quantidades de capital e de trabalho aplicadas na produção. Se houver o desejo de aumentar a quantidade produzida, é necessário comprar mais capital ou trabalho, ou ambos.
Ao contratar uma unidade a mais de trabalho (mantendo a quantidade de capital fixa), teremos uma quantidade adicional de produto que será chamado de produto marginal do trabalho (PMgL).
PMgL = f (K, L + 1) – f (K, L)
A relação entre o produto e a quantidade de trabalho empregada na produção é crescente. Na medida em que mais trabalho vai sendo incorporado à produção, cada unidade adicional de trabalho contratado contribui menos com o aumento do produto. Portanto, o produto marginal é decrescente.
A empresa só contratará mais trabalhadores se uma unidade adicional de trabalho custar menos que a receita propiciada por essa unidade adicional.
Δ Π = Δ Receita - Δ Custo = (P *PMgL) - w
Como a empresa sempre contratará trabalhadores quando a produção adicional desses trabalhadores render mais receitas que o custo de seus salários, a demanda por trabalho da empresa será dada pela seguinte igualdade:
P *PMgL = w
Isso significa que o salário real do trabalhador dessa empresa será dado por:
w/P = PMgL
Com isso, a curva de demanda por trabalho da empresa será igual ao produto marginal do trabalho, com o salário real determinando a quantidade de trabalho empregada.
Caso o fator trabalho seja mantido constante e o fator capital varie, os resultados alcançados serão os mesmos. Portanto, por analogia, teremos as seguintes implicações para o produto marginal do capital (PMgK):
PMgK = f (K +1, L) – f (K, L)
Δ Π = Δ Receita - Δ Custo = (P *PMgK) - r
P *PMgK = r e r/P = PMgK
Onde r/P é o preço real do aluguel do capital.
Com isso, o mercado de fatores de produção dividirá a renda da economia para as famílias da seguinte forma:
Y = (PMgL * L) + (PMgK * K) + Lucro Econômico
A renda da economia será dividida entre o fator trabalho (de acordo com a sua produtividade marginal) e o fator capital (de acordo com sua produtividade marginal). Entretanto, se os retornos de escala não forem constantes, pode sobrar algo, chamado de lucro econômico.
O lucro econômico existirá porque na maioria das vezes, as empresas não alugam o capital, e sim o compram. Dessa forma,
ao remunerar o capital de acordo com o seu produto marginal, por possuir o capital, ela mesma receberá essa remuneração.
Lucro Contábil = Lucro Econômico + (PMgK * K)
Mesmo que o lucro econômico seja zero, a empresa receberá um lucro, chamado de lucro contábil que é simplesmente a remuneração do capital em sua posse.
Os determinantes da Demanda
Pela ótica da oferta, a renda nacional nos mostra quais são os fatores que geram o produto e como esses fatores são combinados. Já pela ótica da demanda, a renda nacional é definida de forma diferente.
O PIB nos mostra todos os bens e serviços que uma sociedade produz em um determinado ano. A renda gerada por essa produção é dividida aos agentes econômicos, as famílias, sob quatro diferentes formas: salários, juros, aluguéis e lucros. Ao final do ano, essa renda obrigatoriamente se igualará ao produto. Essa é a chamada identidade contábil da renda nacional.
Pelo lado das despesas, a Renda Nacional é dividida da seguinte forma:
Y = C + I + G + (X - M)
Onde: C: representa o consumo de bens e serviços finais.
I: é o investimento.
G: é o gasto do governo na compra de bens e de serviços.
X: são as exportações.
M: representam as importações.
Às vezes a expressão (X - M) é substituída pela forma NX, que significa exportações líquidas. Dependendo do sinal das exportações líquidas,o saldo da balança de bens e serviços pode ser positivo ou negativo.
Como estamos trabalhando em uma economia fechada, por enquanto, as exportações líquidas serão desprezadas, ficando a definição da renda pelo lado das despesas da seguinte forma:
Y = C + I + G
O consumo é o primeiro componente da renda nacional. As famílias alugam os fatores de produção e obtém uma renda com isso. Elas terão que decidir quanto dessa renda irão gastar e quanto irão poupar. Mas antes que isso ocorra, as famílias terão que pagar impostos aos governos. Assim a função consumo deve ser descrita da seguinte forma:
C = C(Y - T)
O consumo das famílias é função de sua renda disponível. A renda disponível é o que sobra depois das famílias terem pagado seus impostos (T). A cada real adicional na renda das famílias, uma parcela irá ser paga ao governo e o restante irá ser dividido entre consumo e poupança.
S = Y – T - C
Aquela parcela que irá ser adicionada ao consumo é chamada de propensão marginal a consumir. A propensão marginal a consumir é representada graficamente pela inclinação da reta da função consumo.
O Investimento é o segundo componente da renda nacional, vista sob o prisma das despesas. O investimento seve tanto para substituir o capital desgastado (também chamado de depreciação), como serve para criar nova capacidade instalada de produção.
Como o custo de um novo investimento está relacionado ao pagamento dos juros dos empréstimos para financiá-lo, a função investimento tem uma relação inversa com a taxa de juros. Quanto maior for a taxa de juros, menos propensos estarão os empresários a tomar empréstimos para investir.
Dependendo do nível de preços, a taxa de juros nominal pode ser bastante diferente da taxa de juros real. Dessa forma, a taxa de juros expressa na função investimento pe a taxa de juros real (r).
I = I(r)
O terceiro componente da renda nacional é o gato do governo. Dentro dos gastos do governo estão incluídas as despesas com bens e serviços comprados pelo governo, mas não são incluídas as transferências às famílias, como pensões e aposentadorias, nem os investimentos feitos pelo governo.
Como pensões e aposentadorias elevam a renda de quem as recebe, elevam a renda agregada da economia, mas precisam ser financiadas pelo pagamento de impostos, tornando neutro o resultado final. Investimentos do governo são contabilizados na conta investimento.
O governo pode gastar mais ou menos que as suas receitas (T). Caso o governo gaste mais que suas receitas, ele estará produzindo dívida (poupança pública negativa), que terá que ser financiada pela via da venda de títulos públicos ao mercado financeiro. Caso ele gaste menos que a sua tributação, o governo terá superávit orçamentário, podendo saldar parte de sua dívida ou poupando, caso não haja dívida pública. Pó enquanto, considera-se gastos e tributos fixos.
G = G e T = T
Os determinantes do equilíbrio entre a oferta e a demanda.
Ao se combinar as equações da oferta e da demanda, obtemos o seguinte resultado:
Y = C(Y - T) + I(r) + G
Renda, ou produto da economia, gastos do governo e tributos são considerados fixos. Dessa forma a única variável que depende de um fator não fixo é o investimento, que depende da taxa de juros real. 
Com isso, se a taxa de juros real for muito baixa, o investimento será muito alto, gerando uma capacidade de produção acima do consumo. Se a taxa de juros for muito alta, a capacidade de produção estará aquém do consumo, a demanda será maior que a oferta. A taxa de juros ideal é portanto, aquela que iguala a oferta à demanda, ou seja, a taxa de juros de equilíbrio.
Como a taxa de juros determina se o investimento deve ser feito ou não, é importante verificar como os mercados financeiros irão se comportar para regular a taxa de juros.
Y – C – G = I (r)
Do lado esquerdo da equação temos a poupança nacional, ou seja, toda a parcela da renda nacional que não é consumida pelas famílias nem gasta pelo governo. A poupança nacional corresponde contabilmente ao investimento.
Ao adicionar os tributos de ambos os lados da equação pode-se dividir a poupança nacional entre poupança privada e poupança pública.
(Y – C – T) + (T - G) = I(r)
A poupança pública será negativa se o governo gastar mais do que arrecada. Se isso ocorrer, ele precisará financiar seus gastos adicionais no mercado financeiro. Agora com as equações da função consumo, pode-se demonstrar como os mercado financeiros equilibram a taxa de juros com a poupança e o investimento.
Y – C(Y - T) – G = I(r) e S = I(r)
Num primeiro momento consideramos a poupança fixa, assim como gastos do governo, produto e tributos. Adiante iremos relaxar essa condição. Com isso, a poupança é independente da taxa de juros real. Entretanto ela irá ajudar a determinar a taxa de juros de equilíbrio no intercepto entre a curve de poupança que é infinitamente inelástica com relação à taxa de juros e o investimento que é negativamente inclinado com relação à taxa de juros.
A poupança representa a oferta de recursos disponíveis aos empréstimos e o investimento representa a demanda por novos empréstimos. Como um gráfico normal de oferta e de demanda, os preços e as quantidades se ajustam até que se atinja um ponto de equilíbrio. A quantidade de empréstimos será função da poupança disponível, enquanto que o preço do produto será a taxa de juros real.
A taxa de juros irá subir ou descer até que a quantidade de fundos emprestados se iguale à quantidade de fundos disponíveis a empréstimos (poupança). Quando se atinge um ponto de equilíbrio, a quantidade de poupança das famílias se iguala ao desejo de investir das empresas. Nesse ponto se atinge a taxa de juros de equilíbrio.
Política fiscal
O governo pode alterar a sua política fiscal de quatro formas. Ele altera (pelo aumento ou diminuição) os gastos, ou altera (aumenta ou diminui) as receitas. Como as receitas do governo têm um efeito sobre a renda disponível das famílias (Y - T), a influência do comportamento do governo terá muitas conseqüências.
Ao analisar um aumento dos gastos do governo (ΔG), é interessante vislumbrar qual efeito têm os seus gastos. Haverá maior demanda por bens e serviços. Como estamos trabalhando com a impossibilidade de modificação nos fatores de produção (curto prazo), o consumo adicional do governo significa modificação em outras variáveis.
Como a renda disponível (Y - T) não está sendo alterada, as famílias não reduzem o consumo. O investimento é a variável que será reduzida. Para que o investimento caia é necessário que haja uma variação na taxa de juros:
I = I (r).
A taxa de juros subirá porque o governo, ao não aumentar os tributos, financia o aumento dos gastos ao tomar dinheiro emprestado nos mercados financeiros, reduzindo a poupança pública. Como a poupança privada se mantém inalterada (a poupança privada depende da renda disponível, que também não se altera), a poupança nacional responderá à queda da poupança pública também com uma diminuição.
A retração da poupança nacional é demonstrada pelo deslocamento da curva de poupança para a esquerda. A interação da nova curva de poupança com a curva de investimentos resulta num nível mais alto da nova taxa de juros de equilíbrio. Um aumento do gasto público gera redução da poupança e do investimento.
Uma redução dos impostos (ΔT) terá o mesmo efeito do aumento dos gastos do governo (ΔG) sobre o volume de investimentos. Primeiramente, uma redução da tributação afeta diretamente a renda disponível (Y - T). De acordo com a propensão marginal a consumir (Cmg), o consumo pode aumentar muito ou pouco, mas aumentará.
Como o nível de utilização dos fatores de produção é fixo, assim como os gastos do governo, o aumento do consumo precisa corresponder a uma diminuição do investimento. Para que o investimento caia é necessário que a taxa de juros suba. Assim, tanto um aumento dos gastos do governo quanto uma queda da tributação geram uma queda do nível de investimento na economia e um aumento da taxa de juros de equilíbrio.
ΔC = Cmg * ΔT e ΔS = Y - C – G
Demanda por investimento
A demanda por investimento pode ser alterada por causa da inovação tecnológica. Inventos tecnologicamente mais avançados exigem investimentos novos para a sua produção. Além disso, o governo pode modificar a sua política tributária para estimular o investimento ao invés do consumo.
Um aumento da demanda por investimentos eleva a taxa de juros de equilíbrio, pois se supõe que a poupança seja fixa. A maior demanda por investimento só altera a taxa de juros de equilíbrio, mantendo inalterado o nível de investimento.
Quando se supõe que os níveis de poupança e de consumo passam a ser influenciados pela taxa de juros, a poupança aumenta e o consumo cai quando a taxa de juros de equilíbrio é maior.
A mudança dessa suposição implica que a poupança deixa de ser fixa e passa a ser positivamente inclinada com relação ao nível de taxa de juros real. Dessa forma um aumento da demanda por investimentos teria o efeito não apenas sobre a taxa de juros de equilíbrio, mas também sobre os níveis de investimento e de poupança. Todas as três variáveis iriam aumentar.
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