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Objeto e Método das Ciências Sociais

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Aula 2: Objeto e Método das Ciências Sociais
Objetivo:
1) Comparar os objetos das ciências naturais e das ciências sociais, bem como seus métodos de investigação científica;
2) Demonstrar o enfoque específico utilizado pelas ciências sociais na análise da sociedade;
3) Investigar as possíveis interpretações e ocorrências na atualidade sobre a diferença entre o campo do saber das ciências da natureza e das ciências sociais.
Introdução:
Em “Lição de Anatomia”, Rembrandt retrata uma aula na qual um cientista, junto ao corpo morto de um homem, ensina aos seus alunos a composição e a forma de um corpo humano. Tal atividade insere-se no campo do que se convencionou chamar de “ciências naturais”.
Entretanto, a observação do quadro pode ir além disso: visões e interpretações sobre o corpo humano e sobre a morte, o processo de transmissão de conhecimento, todos fazem parte de reflexões desenvolvidas pelas chamadas “ciências humanas e sociais”.
Nesta aula, iremos comparar os objetos e métodos desses dois campos de saberes, e demonstrar a abordagem específica das ciências sociais.
O que estuda as Ciências Naturais?
As Ciências Naturais estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. Tais fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório.
 Assim, nas Ciências Naturais há uma distância irremediável entre o cientista e seu objeto de pesquisa, o que torna o método objetivo o mais apropriado para a investigação de fenômenos dessa ordem.
Exemplo:
Por que você come um bolo?
( ) Porque tenho fome.
( ) Por solidariedade a alguém que faz aniversário.
( ) Pois é uma tradição em festas.
( ) Para agradar a minha mãe.
No âmbito das Ciências Sociais torna-se difícil desenvolver uma teoria capaz de transmitir com PRECISÃO uma causa única ou motivação exclusiva.
Ao contrário de outras ciências, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade.
 As Ciências Sociais estudam fenômenos complexos. Seu objeto de investigação é o homem nas relações intersubjetivas, os fenômenos sociais, ou seja, eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja parcial, subjetiva.
Neste sentido:
• Atitudes semelhantes têm significados diferentes.
• Cada cultura constrói seu significado social.
• Os fatos estudados pelo cientista social podem ser pretéritos ou serem reproduzidos em situações muito distintas. Mas não podem ser reproduzidos em condições controladas.
Resumindo...
-Nas ciências naturais
Os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório.
Alcança-se a objetividade científica.
As descobertas possibilitam o desenvolvimento  de novas tecnologias.
-Nas ciências humanas e sociais
Os fenômenos são complexos.
As percepções são variadas, porquanto históricas.
O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais ideias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores.
Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado.
São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência.
Como estudar os fenômenos sociais:
Ao observar os fenômenos sociais, somos levados a enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nossa modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e influencia em nossa visão de mundo.
“Nasce, daí, um debate inovador, numa relação dialética entre investigador e investigado.” (DA MATTA, Roberto in Relativizando: uma introdução à antropologia social)
Dessa forma, trabalhamos com fenômenos que estão bem perto de nós, temos a interação complexa entre o investigador e o investigado, pois ambos compartilham de um mesmo universo de experiências humanas.
-O antropólogo Bronislaw Malinowski com nativos nas ilhas Trobriand (Nova Guiné) durante trabalho de campo em 1918. (foto: Wikimedia Commons)
Expedição à aldeia Xetá, organizada pelo antropólogo José Loureiro Fernandes. Foto: Museu Paranaense, 1952.
A charge ao lado apresenta, ironicamente, uma situação social comum nos centros urbanos. Analise-a de acordo com o método adequado à compreensão dos fenômenos sociais. 
Como bibliografia complementar, indicamos a leitura de: DA MATTA, Roberto. Relativizando: Uma introdução à antropologia Social. RJ. Rocco. 1993 p.p 17 a 27.

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