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Guia de Estudos da Unidade 1 Economia e Gestão

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Economia e Gestão
UNIDADE 1
1
UNIDADE I – ECONOMIA REGIONAL E URBANA
DISCIPLINA: ECONOMIA E GESTÃO
Apresentação da Disciplina
Caro(a) Estudante,
Vamos iniciar o estudo da disciplina Economia e Gestão. Tenho a mais plena convic-
ção de que os assuntos que serão abordados motivarão você a buscar novos conhe-
cimentos e saberes. Nosso primeiro assunto será Economia regional e urbana. Tenha 
certeza de que esse assunto o cativará, considerando as abordagens que serão feitas. 
Espero que você faça uma imersão nos temas abordados, procurando aprofundá-los.
Por fim, espero que os estudos empreendidos possam, ao final, contribuir na aplica-
ção dos conhecimentos adquiridos junto aos problemas locais, estaduais e nacionais.
Nesta primeira unidade, iremos abordar a Economia regional e urbana, o processo de 
urbanização no Brasil, entre tantos outros assuntos fascinantes.
Disposto(a) a enfrentar essa jornada? Que bom.
Bom, inicialmente, sugiro que você leia o capítulo completo da unidade I do seu livro 
texto. Leia, com bastante atenção, o guia de estudo que disponibilizo para você. Com-
plemente esta leitura com outras que abordam assuntos correlatos e os capítulos dos 
livros que estão disponíveis na sua biblioteca virtual, os quais indicarei. 
Para você, uma boa disciplina de Economia e Gestão! 
Para iniciarmos, vamos tratar do processo de urbanização. Entender como esse pro-
cesso se deu e sua repercussão para a economia, meio ambiente e as desigualdades 
sociais. Ok? Vamos começar fazendo a devida relação entre a urbanização desorde-
nada e as repercussões no meio ambiente.
O processo de urbanização, principalmente nos países em desenvolvimento, consi-
derando seu desenho, é uma das mais agressivas formas de relacionamento entre 
o homem e o meio ambiente. Ao estudar História, sabemos que as cidades antigas 
eram menores, mais harmônicas e, mesmo quando erguidas em locais ambientalmen-
te inadequados, agrediam menos o meio ambiente.
A partir da revolução industrial, o processo de crescimento das cidades se acelerou 
por duas razões: a necessidade de mão de obra nas indústrias o que acarretou a 
2
redução do número de trabalhadores no campo, gerando, consequentemente, o au-
mento da população urbana. A industrialização promoveu de modo simultâneo os dois 
eventos, um de atração pela cidade, outro de expulsão do campo. Pode-se afirmar 
que o Século XX foi o século da urbanização, pois nele se acentuou o predomínio da 
cidade sobre o campo. 
O processo acentuado e contínuo da urbanização causa o êxodo rural. Para que o ho-
mem se sinta estimulado a permanecer no campo, é preciso implantação de políticas 
públicas consistentes e eficazes. Caso isso não ocorra, as pessoas vão para o meio 
urbano em busca de oportunidades para melhorar a vida, de emprego, de escola, 
coisas que, normalmente, não são encontradas no meio rural. Vivemos, então, um 
grande paradoxo: enquanto os grandes centros urbanos explodem, o campo se es-
vazia. Qual o efeito mais visível desse quadro? Centros urbanos apresentando cada 
vez mais problemas das mais diversas naturezas, e o campo deixando de produzir 
alimentos. Parece razoável esta situação? Naturalmente que não. Você concorda? 
A cidade, ao contrário do campo, é uma unidade produtiva complexa, onde é produzi-
da uma grande variedade de bens e serviços. Já o campo tem uma grande limitação 
na produção de bens e serviços, basicamente cultivares. Este fato não invalida a 
importância do campo. Antes pelo contrário, as atividades produtivas da cidade e do 
campo, antes de serem excludentes, são complementares. E com isso, você concor-
da?
No entanto, as cidades, que crescem demasiadamente, acabam por ultrapassar o 
“tamanho ideal” e, a partir daí, passam a impor problemas econômicos. Esses proble-
mas econômicos se fazem refletir em várias áreas: nos custos de produção de bens e 
serviços, na saturação dos sistemas de abastecimento d’água, no elevado tempo de 
viagem imposto aos trabalhadores, nos problemas de abastecimento causados por 
dificuldades no trânsito, nas restrições para resolver o problema dos rejeitos, e assim 
por diante. Veja, portanto, que o acentuado processo de urbanização acarreta muito 
mais problemas que soluções. 
Percebe você que as grandes metrópoles apresentam sempre problemas diversos? 
Portanto, é fundamental que ocorra um processo de planejamento, corroborando por 
políticas públicas que fixem o homem no campo.
Verifique e perceba o oportunismo da colocação a seguir: “No momento em que a ci-
dade entra numa curva de perda das vantagens inicialmente oferecidas pelo processo 
industrial, o lógico seria iniciar a descentralização das atividades, buscando outras 
localidades mais vantajosas. Mas não é isso que ocorre. A cidade continua crescendo, 
assistindo imóvel à degradação de seu meio ambiente e de sua qualidade de vida.” 
Por que isto ocorre? Creio que seria um excelente tema para refletirmos. Que você 
acha?
3
O processo de urbanização acontece sem o devido planejamento, forçando as cida-
des a abrigarem um número de pessoas superior à sua capacidade, dando origem a 
vários problemas, entre os quais as moradias inadequadas, a violência, a poluição e 
as periferias desassistidas e marginalizadas.
Para aprofundar seu conhecimento sobre esse tema, vamos discutir alguns aspectos 
do relatório da ONU sobre a sustentabilidade ambiental do planeta terra, intitulado 
O Nosso Futuro Comum (1988). Além de apresentar reflexões interessantes, sugere 
algumas estratégias para controlar o desenvolvimento urbano. Eis, portanto, algumas 
destas estratégias abaixo:
I. Nada senão a coibição evitará o crescimento da cidade grande nos primeiros está-
gios de desenvolvimento;
II. A chave de uma intervenção bem sucedida é o fato de ser oportuna, de modo a só 
estimular a descentralização quando começarem a rarear as vantagens da concen-
tração;
III. Devem-se evitar políticas que aumentem a atração pela cidade grande, em es-
pecial os subsídios à energia e aos alimentos, a provisão por demais generosa de 
infra-estrutura urbana e outros serviços, e a excessiva concentração de poder admi-
nistrativo na capital;
IV. A melhor maneira de estimular centros secundários é aproveitar as vantagens eco-
nômicas naturais de suas regiões, especialmente em termos de processamento e 
mercadologia de recursos, com o fornecimento descentralizado de serviços públicos;
V. Os métodos e as estratégias de desenvolvimento rural e urbano devem ser comple-
mentares, e não contraditórios. O desenvolvimento dos centros secundários visa ao 
benefício econômico direto das áreas por eles servidas.
Que você acha das propostas acima? Reflita! 
O que foi posto, até então, nos remete à seguinte indagação: por que a criação de 
oportunidades de emprego em cidades de porte médio não é incentivada? Em que 
pese este processo já está em andamento no Brasil, ele se dá de forma acanhada. 
Veja que as cidades de médio porte que abrigam indústrias, normalmente, ficam pró-
ximas às grandes metrópoles, o que, seguramente, não resolve o problema. Ou seja; 
é preciso estabelecer um novo modelo de desenvolvimento.
No caso da degradação do meio ambiente, observe que, no início da cidade industrial, 
não havia nenhuma preocupação com a correta destinação dos resíduos. Tampouco, 
havia a preocupação em evitar a poluição dos rios ou em estudar a localização das 
fábricas. A revolução industrial, mesmo considerando sua grande importância para o 
desenvolvimento, provocou um grande comprometimento da qualidade de vida dos 
4
trabalhadores, retratada no surgimento de precárias habitações, no aumento da mor-
talidade infantil e na redução da expectativa de vida. É fácil perceber isto? Eviden-
temente. Observe sua cidade e identifique os maiores problemas encontrados. Com 
a mais absoluta certeza, você listará uma quantidade muitogrande de problemas. 
Concorda?
Observemos que as várias demandas promovidas pelos grandes aglomerados urba-
nos fogem a qualquer capacidade de atendimento a essas demandas. E quais são es-
sas demandas? Vamos pensar? Transporte, habitação, qualidade do ar, entre outras 
tantas. Você concorda? 
No Brasil, o principal financiador de projetos industriais é o Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social (BNDES) , que disponibilizou, desde 1986, ano em que 
criou um programa para fomentar projetos de proteção ambiental, até 1994, um bilhão 
de dólares em projetos de melhoria do meio ambiente e em atividades destinadas a 
aperfeiçoar os processos industriais, objetivando a melhoria da relação da produção 
com o meio ambiente. Se observarmos com atenção, vamos chegar à conclusão de 
que este montante de recursos aportados não resolveu o problema. Continuamos a 
agredir o meio ambiente e, por consequência, o homem, em nome do crescimento e 
do desenvolvimento. Entretanto, resta uma pergunta: como compatibilizar o desenvol-
vimento com a sustentabilidade ambiental? Propostas diversas são apresentadas por 
estudiosos sobre o assunto, todavia, o interesse demonstrado pelos governos, nas 
suas três esferas parece apático. E se pensarmos nas unidades produtivas? Raras 
aquelas que buscam implantar a produção mais limpa. E qual a razão dessa relutân-
cia? A empresa, ou unidade produtiva, foca o lucro, primordialmente, esquecendo os 
impactos ambientais que elas apadrinham.
Sugiro que você pesquise sobre a produção mais limpa e as repercussões sobre o 
meio ambiente. Vamos seguir? Alguma dúvida? Faça suas reflexões sobre o tema. 
Isso ajudará a compreender melhor o que ora abordamos.
Vejamos que nos países que alcançaram um nível de industrialização mais acentua-
do, o número de pessoas que vivem nas cidades é bastante elevado. Entretanto, este 
processo está equilibrado. Ou seja, o processo migratório encontra-se estabilizado. 
Em contrapartida, nos países em desenvolvimento os fluxos migratórios internos do 
campo para as cidades, das regiões mais pobres para as mais ricas prosseguem, não 
havendo nenhuma política pública que estanque este fenômeno. Concorda? Você 
poderia perguntar: por qual razão os países pobres ou em desenvolvimento não for-
mulam políticas para evitar a migração? Tema legal para uma pesquisa.
Mesmo levando em conta todos os problemas apresentados, no contexto Latino Ame-
ricano, o quadro é bem mais favorável que a média dos países em desenvolvimento 
da África e da Ásia. Nestes continentes, considerando as questões políticas, climáti-
cas e culturais, o quadro é bastante preocupante. Grande parte da população migra 
do campo para as cidades maiores em busca da sobrevivência. Sendo assim, os paí-
5
ses dos continentes citados padecem de problemas que vão do inchaço das maiores 
cidades até a fome.
Devemos, ainda, considerar, que as elevadas taxas de natalidade que ocorrem nas 
regiões mais pobres dos países em desenvolvimento são um fator de realimentação 
da pobreza, criando um círculo vicioso de difícil contenção. Você sabe por quê? Por-
que não há políticas que foquem a eliminação deste ciclo. Verifique que a população 
de mais alta renda, que tem acesso às informações, apresenta taxa de crescimento 
reduzido. Podemos afirmar que o acesso às informações é fundamental para a dimi-
nuição das taxas de natalidade em países que apresentam um nível de desenvolvi-
mento abaixo do necessário para garantir uma qualidade de vida adequada. 
Como estamos? Entendendo bem o que está sendo posto? Que bom! Caso você 
ainda tenha dúvidas, volte para a leitura. O importante é que não reste qualquer tipo 
de dúvida. 
Mesmo levando em conta o aumento da produção e, por consequência, a geração de 
mais postos de trabalho, a pobreza urbana tem aumentado. O Banco Mundial calcula 
que exista no mundo um bilhão de pobres, pessoas com renda anual inferior a 370 
dólares. Desse total, um terço vive nas cidades, o que representa 25% da população 
urbana mundial, e entre 30 e 60% da população urbana dos países em desenvolvi-
mento. Podemos verificar, pelos dados acima expostos, que o quadro é caótico. Não 
é? 
Como os países pouco desenvolvidos são carentes de infraestrutura para promover o 
processo de industrialização, uma desejável descentralização de atividades, que acar-
retaria a criação de empregos em núcleos urbanos menores, acaba não ocorrendo. 
Como a carência de infraestrutura inibe a descentralização do processo de industriali-
zação? Veja: as empresas procuram se localizar onde há abundância de energia, fácil 
acesso à comunicação, rodovias, ferrovias, portos, mão de obra especializada, entre 
outros fatores. Como nos países em desenvolvimento existe falta destes fatores, as 
empresas buscam a cidades que apresentam uma deficiência menor destes fatores.
 
O que você está achando do tema e da sua abordagem até agora? Sigamos com 
nossos estudos.
Observe a contradição: nas décadas de 60 e 70, os países industrializados passaram 
a transferir indústrias poluidoras para regiões mais pobres, ocorrendo uma compe-
tição entre essas regiões para atrair indústrias ambientalmente inadequadas. Para 
que as indústrias se estabelecessem nestas regiões, ofereciam-se incentivos, como 
a redução de impostos e a doação de terrenos, além da total ausência de exigências 
ambientais. Perceba a contradição deste modelo desenvolvimentista. Não importa o 
quão o meio ambiente é sacrificado. O que importa é o desenvolvimento a quaisquer 
custos.
6
Nos países que só recentemente entraram ou estão entrando na era da produção 
industrial, o crescimento urbano continua aumentando a poluição, a mesma agressão 
ao meio ambiente ocorridos no passado. Esses fenômenos podem ser observados 
em países latino-americanos ou asiáticos que só há pouco tempo começaram a insta-
lar suas fábricas. Temos um exemplo conhecido de todos. Sabe qual? O da China. Se 
este país mantiver o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) a taxas de 8,5% 
ao ano (inferior ao observado no início da década de 90), no ano 2025 a China poluirá 
a atmosfera com três vezes mais dióxido de carbono que os Estados Unidos poluem 
atualmente. O planeta suportará? É uma pergunta que todos se fazem. A resposta 
parece óbvia? Evidentemente. O planeta não suportará, inclusive pela exaustão dos 
recursos naturais tão necessários ao processo produtivo. 
Seria muito importante refletirmos sobre: “O que não podemos fazer é cometer os 
mesmos erros que as gerações passadas cometeram. Que estes erros nos sir-
vam de alerta”. 
Você concorda? Reflita sobre os erros que estamos cometendo. Lembro que as refle-
xões são atividades individuais, não se constituindo exercícios. Não deixe de fazê-las. 
Refletir é um exercício mental que consubstancia o aprendizado.
Vamos seguir, muito ainda temos a abordar sobre este tema tão importante.
O crescimento populacional, muito maior nos países recém-industrializados, gerará 
um quadro urbano incompatível e insuportável. A necessidade premente de criar em-
pregos a qualquer preço faz com que cuidados elementares para proteger a saúde da 
população e os ecossistemas sejam postos de lado. Que saída temos? Você pensou 
em alguma? 
Não podemos deixar de concordar que a geração de empregos é de suma importância 
para os países pobres. A concessão de incentivos à industrialização é válida. O que 
não é aceitável é o pouco caso que se faz com o meio ambiente. É possível patrocinar 
o desenvolvimento sustentável, promovendo e incentivando a produção mais limpa.
A globalização dos mercados, assunto que veremos nas próximas unidades, estabe-
lecerá regras mais rígidas, é o que se espera. Processos industriais, ainda primitivos, 
matérias-primas poluidoras e bens primários obtidos a partir da destruição de florestas 
tenderão a sofrer crescentes restrições por parte dos consumidores, que,a cada dia, 
adquirem uma consciência maior sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. 
Isto é alvissareiro. Ainda há esperança de compatibilizar o desenvolvimento e cresci-
mento com a preservação da natureza.
E aí? Entendendo bem? Que legal! Caso reste alguma dúvida, releia o texto. Lembre-
-se, contudo, de que é fundamental a leitura do guia de estudos, dos livros indicados 
e do livro texto. Ok?
É comum encararmos o desenvolvimento, apenas como o crescimento da renda per 
7
capita. Sabe você o que é renda per capita? Se não, tranquilidade! No decorrer dos 
nossos estudos você terá contato com este conceito. Claro que o aumento da renda 
per capita é um indicador importante. Ela mostra se o país está crescendo ou não. 
Contudo, devemos buscar o crescimento e desenvolvimento em harmonia com o meio 
ambiente. 
Jorge Wilheimn (http://www.jorgewilheim.com.br/nota/), arquiteto e urbanista, autor de 
várias obras, entre as quais: São Paulo Metrópole 65 e Problemas da urbanização 
em São Paulo, expressa que o desenvolvimento só pode existir quando três aspectos 
fundamentais são observados:
I. O crescimento da economia, a fim de gerar riquezas e oportunidades;
II. A melhoria na distribuição da renda, diminuindo sua injustiça, representada pela 
elevada concentração; 
III. A melhoria da qualidade de vida, representada entre outros fatores por um meio 
ambiente preservado, conservado, recuperado e melhorado.
Nenhum desenvolvimento será integral sem a ocorrência simultânea e equilibrada 
desses três elementos. Ou seja, as atenções com o meio ambiente fazem parte do 
processo de desenvolvimento. Perceba você que é, plenamente, compatível o desen-
volvimento com a preservação do meio ambiente.
Tudo tranquilo? Absorvendo bem o que está sendo colocado? Que bom!
Falemos, agora, sobre os transportes. Uma coisa é notória: quanto mais densamente 
povoadas as cidades, mais necessária a quantidade dos meios de transporte. E o que 
isto ocasiona? Evidente esta afirmação? Claro. 
Há uma relação próxima entre transporte-meio ambiente? Claro. Quando mal plane-
jados, operados e fiscalizados, os transportes provocam ruído, acidentes ou emissão 
de gases tóxicos totalmente incompatíveis com condições razoáveis de existência. 
Concorda? Além do mais, quanto mais populosa a cidade, mais modos de transporte 
serão necessários para atender a população. Então, mais ruído, poluição, acidentes e 
por aí vai. Muito evidente esta relação, não é? 
E que outros problemas surgem com os grandes adensamentos humanos? Vamos 
ver. Mas tenha logo a certeza de que são vários. 
O lixo urbano merece pouca atenção do poder público. Os município, não raro os 
casos, tratam, tão somente de recolhê-lo e depositá-lo em locais distantes e longe 
dos olhos da parcela mais privilegiada da população. São os famosos lixões. Há uma 
lei que trata do problema dos lixões. O governo definiu que até 2014 todos os municí-
pios brasileiros deverão ter aterros sanitários. Será que essa lei será universalmente 
8
aplicada? Como os municípios, com parcos recursos, poderão construir aterros sani-
tários? Seria muito bom se você pesquisasse sobre esse tema. 
O certo é que lixo deve ser adequadamente recolhido, transportado, tratado e depo-
sitado. O recolhimento é dificultado nas áreas periféricas das cidades pela inadequa-
ção do sistema viário. Ruas estreitas, não pavimentadas, frequentemente íngrimes 
não permitem a entrada dos caminhões que fazem a coleta do lixo. A deposição é 
normalmente feita em qualquer lugar distante, bastando haver espaço disponível. As 
boas técnicas de execução de aterros sanitários são, em geral, esquecidas, sendo a 
contaminação do lençol freático a primeira consequência desse descuido.
Outro problema que devemos observar atentamente é dos resíduos tóxicos. Conside-
rando sua gravidade, os países ricos querem destiná-los aos países pobres. A falta de 
consciência ambiental não ocorre somente nos países pobres. Os países ricos tam-
bém padecem desta falta de consciência. O que podemos concluir dessa abordagem? 
Concluímos que o problema ambiental não fica circunscrito a alguns países. A defesa 
e a preservação do meio ambiente é dever de todos. Concorda? 
Em suma, no futuro, os desequilíbrios ambientais e o consumo excessivo poderão 
privar a humanidade de um bem essencial à vida: a água. Um levantamento da Or-
ganização das Nações Unidas estima que a água poderá ser o recurso natural mais 
escasso no próximo século. E aí, que alternativa temos? O consumo responsável, o 
correto consumo da água? Que você acha? 
Atente e reflita sobre o texto abaixo. Este processo de reflexão é seu. O faça indivi-
dualmente. Acredite, a reflexão é um instrumento poderoso para ampliarmos nosso 
entendimento e internalizar o conhecimento.
“De toda água disponível no planeta, apenas 2,6% são de água doce, sendo que 99% 
se encontram sob a forma de gelo, no subsolo, na atmosfera e nos organismos vivos. 
O consumo de água se expande numa proporção maior que o aumento da população. 
Nos últimos 50 anos o consumo de água quadriplicou. A industrialização, a irrigação 
agrícola e o crescimento das cidades são os grandes responsáveis por este aumento 
fantástico de consumo.” 
A excessiva urbanização, além do lixo, da contaminação do ar, da poluição dos ma-
nanciais de abastecimento d’água, ocasiona outro problema: o esgoto sanitário. Os 
volumes de esgotos domésticos atingem proporções gigantescas nas grandes cida-
des, necessitando de coleta e tratamento adequados para evitar prejuízos à saúde 
pública e contaminação ambiental.
Sem um planejamento eficaz e uma legislação adequada, estaremos minando a vida 
na terra. 
Bom, já que falamos em planejamento, vamos aprofundar o assunto. Que você acha?
9
O planejamento das atividades urbanas deve ser prioridade do poder público. Uma 
das alternativas é o zoneamento adequado. A cidade pode ter áreas destinadas a 
atividades industriais, residenciais e ao comércio atacadista. Do mesmo modo, os 
transportes, o tratamento do lixo e do esgoto, o abastecimento d’água, enfim, todas 
as atividades urbanas podem ser projetadas de modo a prover uma boa qualidade de 
vida e a proteção do meio ambiente. O que ocorre é um crescimento não planejado 
dos aglomerados urbanos. Estudiosos sobre o assunto defendem que as cidades de-
veriam ter uma população de no máximo 500.000 mil habitantes. Com esta população 
o planejamento seria bem mais fácil de ser executado, obtendo os resultados deseja-
dos. E que resultados são estes? Melhor qualidade de vida para a população, menos 
agressão ao meio ambiente, melhor mobilidade urbana. Concorda?
É fundamental frisar que o custo ambiental já acumulado é muito grande em todo o 
planeta. A consciência sobre as questões ambientais é recente e as ações desenvol-
vidas para mitigar os impactos negativos são raras e nada satisfatórias. Reflita!
Falemos agora sobre a Economia Regional. Tema novo e bem interessante. Vamos 
que vamos!
Uma das consequências da intensa industrialização e a revolução agrícola foi a rápida 
expansão urbana nos principais centros metropolitanos dos países. O crescimento 
desses mercados urbanos atraiu sobremaneira a concentração industrial, acentuando 
ainda mais as desigualdades regionais.
Vamos entender melhor este assunto. 
A crise urbana nos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, intensificou os 
estudos econômicos urbanos. O meio urbano era uma área até então monopolizada 
pelos sociólogos. A crise urbana decorreu do abandono das zonas urbanas centrais 
pelas atividades econômicas e pelas pessoas de alta renda, que buscavam, na perife-
ria urbana, maior espaço para habitação e lazer. Esse deslocamento foi motivado pelo 
desenvolvimento dos meios de transportes, que proporcionavam, gradativamente, fá-
cil acesso ao centro das cidades.
A migração para a periferia urbanae, até mesmo, para outras cidades, atingiu também 
as camadas pobres da população, pela redução da oferta de empregos no centro das 
cidades. 
O estudo da Economia Regional deriva do crescimento excessivo das cidades, das 
migrações rurais/urbanas e intra-urbana, bem como da concentração da atividade 
econômica e dos desequilíbrios regionais daí resultantes. As cidades constituem um 
foco de concentração da atividade produtiva e da disseminação das inovações.
Então, podemos afirmar que a concentração urbana está associada aos conceitos 
de localização das atividades econômicas, de economia de escala, de mercado de 
10
consumo e de reserva de mão de obra. Alguma dificuldade? Espero que não. Todavia 
não se preocupe, no decorrer dos estudos da nossa disciplina os conceitos e interpre-
tações ficarão mais claros. 
Então do que trata a Economia Regional? A Economia Regional estuda a diferencia-
ção espacial, as inter-relações entre as áreas de uma determinada região que possui 
recursos escassos e desigualmente distribuídos. A separação espacial entre os mer-
cados de consumo, entre as fontes de recursos e os locais de produção; os mercados, 
os recursos e as produções não se distribuem igualmente no espaço. Nem todas as 
áreas são exploradas com a mesma intensidade e ao mesmo tempo; as que são va-
lorizadas em primeiro lugar tendem a adquirir uma vantagem adicional, ou vantagem 
competitiva, sobre as demais.
Observe o que diz o economista americano Walter Isard, autor de vários livros, entre 
os quais Teoria da Localização, sobre a Economia Regional:
a) identificar as indústrias a implantar com prioridade em cada região, para maximizar 
o crescimento regional e assegurar rentabilidade satisfatória para o empreendimento;
b) aumentar a renda per capita e os níveis de emprego regionais;
c) proporcionar a integração interna do parque industrial regional, bem como sua di-
versificação;
d) proporcionar o planejamento nacional com base na agregação dos planejamentos 
regionais, de sorte a obter-se a alocação racional dos recursos escassos;
e) ocupar mais racionalmente o espaço nacional, repartindo da melhor forma possível 
os homens e as atividades econômicas.
Muito complicado? Claro que não. Pesquise, reflita e analise sobre o exposto acima. 
Mais um momento para a reflexão individual.
Observe atentamente, a Economia não é simplesmente uma disciplina que trata ex-
clusivamente dos problemas locais. Ela trata da distribuição desigual dos recursos, 
problemas das desigualdades regionais e da má alocação dos recursos (desigualda-
de na repartição dos recursos naturais e humanos).
Nas outras unidades da nossa disciplina, abordaremos mais aprofundadamente as 
questões da distribuição desigual dos recursos, e da escassez dos mesmos. Ok? 
Vamos avante? Tenha a mais absoluta certeza de que você está construindo um co-
nhecimento sólido e fundamental para sua vida profissional! Garra e entusiasmo são 
essenciais.
11
Sequenciando nossos estudos, passemos, agora, a um novo assunto. Preparado(a)? 
Vamos lá, então, com o mesmo entusiasmo e vontade.
Chegamos à TEORIA DA LOCALIZAÇÃO. Trata-se de um conceito do ramo da Eco-
nomia Regional. Esta teoria trata dos custos de transporte. O problema da localização 
ideal é que não se pode ter a certeza de que os padrões de custo do presente vão 
se manter no futuro. Isto parece óbvio em função das mudanças dos cenários. Con-
corda? Claro, os cenários mudam constantemente considerando que vivemos num 
mundo em que a única certeza que temos é a mudança. 
A escolha da localização deve levar em conta vários fatores, que a seguir elencamos:
1. Infraestrutura adequada;
2. Acesso à comunicação;
3. Proximidade de instituições de ensino;
4. Proximidade dos fornecedores de insumos, entre outras.
Bom, você pode aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto pesquisando em 
livros que tratam da Gestão da Produção e Operações. Verifique que estamos traba-
lhando com o conceito de interdisciplinaridade. 
E a TEORIA DO MULTIPLICADOR? Novo conceito. Vamos entendê-lo?
A TEORIA DO MULTIPLICADOR é um conceito similar ao da macroeconomia tradi-
cional; há necessidade de se definir as atividades exógenas situadas fora da econo-
mia regional ou que dependem de forças externas, como as exportações; determina-
-se o multiplicador observando o desenvolvimento histórico da base econômica; esse 
multiplicador e é aplicado para projeções da atividade total ou para medir impactos de 
variações na base exportadora sobre a economia regional.
Complicado? Se houver dúvidas, pesquise no material indicado. 
Em continuação, falemos sobre a ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO.
Sabemos que, para a produção de bens ou serviços, as empresas necessitam de 
recursos de transformação. Ou seja, necessitam de insumos, quer sejam matéria pri-
ma, mão de obra, instalações, equipamentos, tecnologia, etc., portanto, as empresas 
buscam localizar-se nas proximidades dos fornecedores destes insumos ou entradas. 
Sobre este tema, o abordaremos com mais detalhes quando estudarmos os Concei-
tos Básicos de Economia.
Outros conceitos existentes, tais como a TEORIA ESPACIAL DOS PREÇOS, tam-
bém serão abordados nas próximas unidades. Entretanto, sugiro que você faça uma 
pesquisa sobre esses temas, caso seja do seu interesse em colher mais informações.
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É importante considerar que as inovações e o progresso técnico são importantes para 
explicar o crescimento econômico. O problema é que elas se difundem desigualmente 
no espaço. Você percebe esta colocação? Explicando: as inovações e o progresso 
técnico não estão presentes, igualitariamente e ao mesmo tempo, em diversas re-
giões. Aquelas que desenvolverem ou absorverem mais rapidamente as inovações 
obterão, certamente, um desenvolvimento mais acentuado e rápido.
Prepare-se, temos mais a abordar. O assunto é atraente e busca demonstrar, entre 
outras coisas, as razões que levam uma determinada região a se desenvolver mais 
rapidamente que outras. 
Falemos sobre a TEORIA DO CRESCIMENTO REGIONAL.
O problema e as razões do crescimento regional têm sido amplamente pesquisados.
Após 1960, multiplicaram-se os trabalhos teóricos e empíricos sobre o crescimento 
regional nos Estados Unidos. Embora o modelo adotado possa mencionar fatores 
relacionados à concentração geográfica da população e da atividade econômica, eles 
ignoram a natureza do processo do crescimento regional. Alguns pontos, segundo 
Richardson, não foram contemplados no contexto do modelo global de crescimento 
regional. Vamos verificar que pontos não foram apreciados? 
a) que dimensão deve ter uma aglomeração urbana para atrair a indústria de outras 
áreas?
b) qual a distribuição mais conveniente da população regional?
c) a distância entre as regiões é um fator relevante para explicar as diferenças do 
crescimento regional?
d) qual a importância das economias de aglomeração para explicar o crescimento 
regional?
e) os investimentos públicos serão suficientes para dotar as regiões atrasadas das 
condições necessárias para crescerem mais rapidamente?
f) qual é o grau de influência da estrutura espacial da economia nacional na mobilida-
de inter-regional dos fatores e na difusão das inovações e, assim, sobre os índices do 
crescimento regional? Como se verifica essa influência?
g) qual é o papel da urbanização no crescimento regional?
h) qual é a influência de fatores não-econômicos nos índices de crescimento regional, 
como preferências de localização, comportamento da comunidade e restrições e/ou 
atuações políticas?
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Observe a importância do assunto abordado até então. O foco é explicar as razões 
pelas quais uma determinada região se desenvolve mais rapidamente que outras. 
Sobre isto, há diversos trabalhos que tratam do Desenvolvimento Local e Regional. 
Leia, pesquise. Aprofunde o conhecimento sobre o tema.Isto será muito importante 
para a sua formação profissional. Legal? 
Falemos em continuação aos nossos estudos sobre a NOÇÃO DE ESPAÇO E DE 
REGIÃO.
Há uma diferença entre espaço e região. Uma região é um espaço contíguo, próximo, 
adjacente.
O espaço pode ser geográfico, matemático e econômico. O espaço geográfico é a 
noção mais simples de espaço, e se refere ao solo, relevo, clima, vegetação e at-
mosfera. O espaço econômico é o espaço das atividades econômicas e dos lugares 
geográficos.
Não existe uma definição de região segundo o tamanho. Há uma interpretação de que 
a região seja um subsistema do sistema nacional. Porém não é evidente como uma 
economia nacional possa ser subdividida em regiões. O espaço regional deve, entre-
tanto, ser contíguo e todo o espaço nacional deve ficar contido em uma ou em outra 
região. Do ponto de vista geográfico, a região é uma entidade natural e humana ele-
mentar; do ponto de vista sociológico, é um conjunto de traços culturais semelhantes; 
do ponto de vista econômico há várias definições de região, sendo, a mais conhecida, 
a divisão que abaixo expomos:
a) região homogênea;
b) região polarizada ou nodal;
c) região de planejamento.
Na concepção de região homogênea, as unidades espaciais são reunidas quando 
mostram características tão uniformes quanto possíveis. As características de homo-
geneidade podem ser estruturas de produção e de consumo semelhantes, uniformi-
dade da renda per capita, espécie de recursos naturais existentes, tipo predominante 
de agricultura, topografia, clima e traços culturais semelhantes.
A macroeconomia regional admite a uniformidade da região, pois a reduz a um pon-
to. As diferenças inter-regionais (cidade/campo) podem tornar nula a suposição de 
homogeneidade (diferença na renda e nos hábitos de consumo). Além disso, há dife-
renças de densidade no interior da região, de sorte que ela nunca será perfeitamente 
homogênea e nem isso seria desejável do ponto de vista econômico. Você entendeu? 
Não existe homogeneidade plena. 
Os centros urbanos e a aglomeração industrial introduzem heterogeneidade no siste-
ma espacial. Na concepção de região polarizada, por suas características de hetero-
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geneidade, a ênfase é colocada na dependência ou interdependência dos diferentes 
componentes dentro da região. 
Uma cidade será incluída ou excluída de uma região em função de seus vínculos de 
interdependência; se ela possuir um grau maior de relações com o centro dominante 
de uma região vizinha do que com o centro que polariza a região em questão, ela será 
incluída na outra região. 
A concepção de região de planejamento, como uma área administrativa e política, 
constitui uma unidade no sentido dos instrumentos políticos e tributários. 
Percebe-se, pelo exposto, que o conceito de região como uma unidade natural, capaz 
de ser definida com precisão no espaço, tende a ser abandonado.
Então? Complicado? Na medida em que você mergulhar nos assuntos abordados, 
eles se tornarão mais familiares. Coragem! 
 
Em frente! 
O que ocasiona a migração da mão de obra? Vamos entender este fenômeno? 
A teoria neoclássica da produção diz que a mão de obra migrará das regiões de bai-
xos salários para as regiões de altos salários até que a diferença seja eliminada. Mas 
a migração pode acelerar o crescimento da região de destino e reduzir o da região de 
origem, aumentando a desigualdade.
Se os emigrantes estão desempregados, isso terá resultado desprezível sobre os 
níveis de salários e sobre a economia da região de origem. Na região de chegada, os 
imigrantes não qualificados poderão liberar trabalhadores de maior qualificação para 
funções em que sua produtividade e salários sejam maiores. A migração poderá, as-
sim, aumentar o nível médio de salários da região, em vez de reduzi-lo.
As despesas de viagem e o custo de instalação do emigrante podem limitar seu des-
locamento.
A distância e as oportunidades de emprego podem ser variáveis significativas na ex-
plicação da migração. Ademais, se os emigrantes estiverem desempregados ou se 
forem expulsos do campo, migrarão mesmo sem o diferencial de salários.
A falta de conhecimento das oportunidades de emprego, a incerteza, a inexistência de 
um esquema de recebimento e orientação do emigrante são fatores que limitarão a 
mobilidade. A capacidade da região receptora em absorver os imigrantes pode limitar 
os fluxos subsequentes. Há necessidade de construir escolas, habitações, serviços 
de saúde etc.
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Difusão espacial da inovação e do progresso técnico
Uma região pode crescer mais rapidamente do que as demais se empregar os insu-
mos existentes de modo mais produtivo ou importando tecnologia mais avançada. 
Para isto, é preciso que as empresas instaladas busquem formas de melhorar a pro-
dutividade e a qualidade dos bens ou serviços produzidos. Para que isto ocorra, é 
fundamental que haja constantes investimentos em tecnologias e capacitação da mão 
de obra. É evidente que o aumento dos investimentos, dependerá fundamentalmente 
do comportamento dos empresários. Regiões que se tornam competitivas criam e ino-
vam constantemente, procurando quais são suas vantagens comparativas. 
No entanto, como é manifesto, as inovações ocorrem normalmente nas cidades maio-
res, seguido dos centros mais próximos. A difusão ocorre mais rapidamente na proxi-
midade dos centros inovadores originais do que nos centros de maior dimensão, mas 
distantes dos centros inovadores. Parece claro, não? 
Saliente-se, todavia, que a difusão da inovação depende também dos agentes que 
recebem a informação e de sua aptidão em retransmiti-la. Ou seja, a inovação precisa 
ser compartilhada entre todos.
A transmissão do progresso técnico que melhora o desempenho de uma área ou 
região, gerando mais crescimento diz mais respeito às inovações industriais e admi-
nistrativas do que a novos produtos. A capacidade de receber informações depende 
do grau de integração da economia local, da existência de técnicos treinados e de ge-
rentes qualificados. É preciso que as áreas estejam preparadas para a obtenção das 
inovações. Para que isto ocorra, é necessária a existência de centros de pesquisa, 
grandes universidades e empresas que tenham uma área de pesquisa e desenvolvi-
mento plenamente ativas. 
Reflita! Como as regiões e empresas podem gerar novos conhecimento e saberes 
elevando o nível de inovação? Como a inovação contribui para o desenvolvimento e 
crescimento de uma região? Esses são temas de suma importância para que as re-
giões que apresentam baixo desenvolvimento adotem procedimentos que alcem um 
desenvolvimento consistente.
Como estamos? Dificuldades? Calma! No decorrer dos nossos estudos as dúvidas 
serão sanadas e você compreenderá, sem dificuldades, o assunto que abordamos 
nesta unidade.
Continuemos? Claro que sim. O assunto é sedutor.
Considerando as nações, a produção de bens e serviços por meio da implementação 
de novos conhecimentos e descobertas científicas, especialmente a partir do fim do 
século XIX, tornaram as grandes empresas em elementos propulsores do desenvol-
vimento econômico global, tão ou mais importantes do que os próprios governos. Por 
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exemplo, a partir da descoberta e do domínio de conceitos científicos sobre a eletrici-
dade, surgiram, na sequência, tecnologias, produtos e resultados econômicos deriva-
dos desse domínio, essa foi a história dos geradores, motores e lâmpada elétrica que 
revolucionaram as indústrias, as cidades e a sociedade em geral.
Atualmente, o conhecimento dominado por uma empresa é visto por alguns autores 
como a habilidade em construir, a um menor custo e mais velozmente que seus com-
petidores, as competências essenciais que darão origem a produtos competitivos. E 
o que são produtos competitivos? São aqueles que encontram espaço no mercado, 
ou seja; há uma demanda perene para elesconsiderando que os mesmos atendem 
às necessidades e desejos dos consumidores. Sobre esse tema, discorreremos mais 
aprofundadamente quando chegarmos à unidade que trata dos Conceitos Elemen-
tares de Economia.
As empresas consideradas mais inovadoras e mais sintonizadas com as práticas de 
gestão do conhecimento direcionam seus esforços na geração e apropriação do co-
nhecimento. Os conhecimentos devem ser focalizados para o aperfeiçoamento de 
sua gestão e de seus processos organizacionais. É preciso que as organizações aper-
feiçoem perenemente seu modelo de gestão, tornando-os mais flexíveis e adequa-
dos às mudanças do ambiente externo. Esta é uma condição essencial para que a 
organização obtenha a competitividade necessária para sobreviver em um ambiente 
extremamente turbulento e mutável. Para isto é preciso entender os novos compor-
tamentos, desejos e necessidades dos consumidores. Esta compreensão induzirá as 
empresas a buscarem, sempre, a inovação.
Parece complicado? Creio que não.
Falemos um pouco sobre criatividade. E o que é criatividade?
Criatividade é entendida como um atributo essencialmente individual e que diz respei-
to ao pensar de cada um, ao instante da formulação e organização de ideias, a per-
cepção das questões e a formulação sistêmica de problemas na busca de soluções.
E o que diferencia criatividade de inovação? Vamos lá!
A Inovação se refere ao fazer, à etapa de realizar ou pôr em prática as soluções cria-
tivas concebidas no plano mental. Isto envolve, certamente, muita dedicação, persis-
tência, meios e recursos. O processo de inovação, quando a invenção criativa já foi 
concebida, envolve também planejamento e a busca de rotas alternativas para o caso 
de alguma coisa não se comportar como esperado. 
Lembremos que não há empresas inovadoras sem pessoas criativas e um ambiente 
que suporte e estimule a inovação. Neste caso, as empresas precisam adotar mode-
los de gestão que incentivem a criatividade. E que modelos de gestão são estes? Ba-
sicamente eliminar o tanto quanto possível o excesso de níveis hierárquicos. Formar 
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equipes de trabalho. Patrocinar a disseminação da informação.
Adiante? Ótimo!
A inovação nas empresas é vista pelo economista austríaco Schumpeter, autor de 
vários livros, entre os quais Tratado sobre os ciclos econômicos e História da aná-
lise econômica como um processo que se desenvolve tanto no âmbito do mercado 
como no ambiente interno da organização. Tal processo envolve as fases de pesquisa 
e desenvolvimento, criação ou invenção (como resultado da P&D) e adoção, quando 
os resultados da invenção são transformados em produtos e serviços e introduzidos 
no mercado. Se uma empresa pretende ser inovadora, tem de abordar este tema 
como um processo a ser incorporado à sua realidade e impregnado na sua cultura, 
no seu DNA. A busca de inovações é algo que deve permear todas as áreas envolvi-
das com as competências centrais, pois envolve uma cadeia de subprocessos como 
percepção de mercado, geração de ideias, focalização, desenvolvimento, lançamento 
do produto ou serviço e avaliação de resultados. Lembremos que uma empresa é 
um sistema formado por um conjunto de subsistemas que são interagentes e interde-
pendentes. De que estamos falando? Estamos nos referindo à Teoria dos Sistemas. 
Aconselho que você leia sobre o tema, disponível no livro Introdução à Teoria Geral 
da Administração, de Idalberto Chiavenato.
Observe a texto abaixo:
“O indivíduo inovador é aquele que questiona os processos de trabalho e de relacio-
namento entre as forças envolvidas na produção de bens e serviços, que busca novas 
formas de pensar, de fazer, de comercializar e de explorar seus resultados, desafian-
do as regras vigentes e criando novas. É um empreendedor buscando continuamente 
identificar oportunidades novas ou pouco exploradas pelos concorrentes. “
O desenvolvimento de um perfil inovador é resultado de vários fatores inter-relaciona-
dos de natureza cultural, educacional e social, tais como:
• Capacidade de brincar com as ideias, criando multiplicidade;
• Perceber, observar coisas que não são percebidas pelos demais;
• Buscar a conciliação de opostos;
• Predisposição interna (base cultural);
• Desafiar as normas vigentes;
• Quebrar padrões, rotinas;
• Gerar ideias fluidas, sem pré-julgamentos;
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• Usar os erros cometidos na aprendizagem como realimentação.
Dentro desta conjuntura, os ambientes familiares e educacional e posteriormente o 
das organizações com que o indivíduo interage – especialmente aquele de seu traba-
lho – são de alta relevância na complementação e amadurecimento das habilidades 
criativas de cada um.
O surgimento de inovações tecnológicas tem como principais responsáveis as em-
presas, posto que seja por meio delas que novos produtos ou serviços são colocados 
no mercado. Observe que as empresas respondem por mais de 70% dos inventos 
patenteados no mundo. Organizações do ramo da tecnologia e informação, como a 
Microsoft e IBM, registram mais de 3.000 patentes por ano cada uma. São empresas 
que praticam a aprendizagem organizacional ou empresas cujo foco é a busca inter-
mitente e constante de novos conhecimentos que gerará novos produtos ou serviços. 
Estas empresas buscam a competitividade sem tréguas. 
As organizações inovadoras introduzem uma cultura favorável ao surgimento e ao 
aproveitamento das inovações propostas por seus colaboradores. Em tais organiza-
ções, o ambiente tende a ser harmonioso, saudável e informal, onde as diferenças 
e as diversas competências são valorizadas e incentivadas. Em resumo, a empresa 
inovadora quebra a hierarquia e valoriza o trabalho em equipe. Este é o novo modelo 
de gestão.
Há crenças nada saudáveis identificadas pelo professor do MIT, Michael Hammer, que 
devem ser eliminadas para que se possa criar uma cultura propícia à inovação. E que 
crenças são essas? Vejamos:
• A variedade é ruim — na qual sempre se desejam os mesmos resultados, dos 
mesmos processos, e qualquer desvio é considerado negativo;
• A mudança começa por cima — em que se tenta hierarquizar, de cima para baixo, 
as iniciativas de promover as mudanças e inovações;
• A empresa é o modelo de negócio — em que se privilegia a ortodoxia, restringindo-
-se o pensar e o tentar incorporar novos modelos de negócios.
No cenário mundial, fala-se em Sociedade do Conhecimento e em Economia do Co-
nhecimento, reconhecendo-se que, atualmente, as ideias (e as inovações tecnológi-
cas) são o principal insumo para que a economia se desenvolva. Os fatores tradicio-
nais, como o capital, trabalho e matéria-prima tornaram-se relativamente de menor 
importância.
O desenvolvimento e riqueza das nações está condicionado à capacidade do país 
em estimular, organizar e articular a geração de ideias inovadoras e a criação de 
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novos processos e soluções tecnológicas. Os países que dominam o conhecimento 
trabalham com elevados índices de produtividade e, portanto, com alto nível de renda 
e de qualidade de vida. Parece ser uma tendência nestes países a concentração de 
esforços na geração do conhecimento, com suas empresas reduzindo a manufatura 
direta e transferindo a produção de bens e componentes com pouco valor agregado 
para suas unidades em outros países.
Deste modo, além do papel das empresas, o governo, por meio de suas políticas, 
pode articular uma série de outros fatores como o sistema educacional, a infra-estru-
tura tecnológica, as relações trabalhistas, o aparato institucional e o sistema financeiro 
de forma a aumentar a geração e apropriação do conhecimento em todos os setores, 
criando um ambiente que incentiva a inovação.
Certamente, quanto mais rico o país e maior sua renda per capita, maior a intensi-
dade de dispêndio em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), uma vez que esta ati-
vidade, mais do que qualquer outra de naturezaeconômica, requer recursos finan-
ceiros elevados e de baixo custo (a maioria das vezes, há fundo perdido ou de risco 
compartilhado), os quais são normalmente encontrados nos países desenvolvidos e 
indisponíveis no Brasil. Ou seja, o ambiente econômico propício, como juros baixos, 
capacidade de poupança interna e fontes de financiamento a longo prazo são fatores 
que contribuem de forma significativa para o florescimento da inovação.
Neste contexto, o Brasil, que investe cerca de 1% do PIB em P&D, se equipara a 
países intermediários, como a Espanha (0,9%) e a Hungria (0,7%). Entretanto, seu 
investimento fica bem abaixo de países industrializados líderes, como os EUA (2,7%), 
a Alemanha (2,3%) e o Japão (3%); e também de nações que obtiveram, nos últi-
mos anos, um forte desenvolvimento econômico e tecnológico, como a Coréia do Sul 
(2,5%).
Outro índice que aponta para o desenvolvimento da indústria tecnológica é a densida-
de da atividade de patenteamento, ou seja, o número de patentes para cada 100.000 
habitantes. No Brasil, este índice é de 1,68 (1997), enquanto nos EUA é de 44,50, 
54,19 na Alemanha, 273 no Japão, 148,74 na Coréia e 5,6 na Espanha.
Apesar de Brasil e Espanha investirem a mesma percentagem em P&D em relação ao 
PIB, a Espanha apresenta um índice significativamente maior de patentes. Pode-se 
relacionar este fato da atividade de P&D no Brasil estar focada na melhoria da quali-
dade e da produtividade, e não na inovação propriamente dita.
Concluímos a nossa primeira unidade. Tenho convicção de que os assuntos aqui 
abordados serão de extrema valia para que você compreenda bem os assuntos que 
serão apresentados nas próximas unidades.
Estarei a sua disposição para colaborar com a construção do conhecimento. Não se 
esqueça de realizar as atividades no ambiente virtual. A realização delas é fundamen-
tal para o aprimoramento do aprendizado.
Bons estudos!

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