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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO

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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
A abordagem fisiológica desse sistema é extremamente complexa e extensa, portanto, abordaremos apenas as porções relacionadas à farmacologia dos anticonvulsivantes.
	O sistema nervoso é um dos principais sistemas coordenadores do organismo, tendo grande importância na manutenção de diversas funções do corpo. Ele pode ser dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP), e ainda Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O sistema nervoso central é o foco principal dos fármacos abordados nesse estudo, já que as convulsões e problemas epilépticos ocorrem no encéfalo. Nele existem bilhões de células nervosas chamadas neurônios que são responsáveis por gerar respostas/estímulos nervosos e transmiti-los através das conexões entre eles, conhecidas como SINAPSES.
Transmissão do impulso elétrico
No líquido intracelular existe uma concentração relativamente alta de íons potássio (K+), compostos de fosfato (PO42-) e moléculas orgânicas. Já no espaço extracelular, com exceção da água, os principais componentes químicos são os íons sódio (Na+) e cloreto (Cl-). No seu estado de repouso, um excesso de ânions (íons com carga negativa) acumula-se no interior da membrana celular, fazendo com que seu interior fique negativo em relação ao espaço extracelular. Um excesso de cátions (íons com carga positiva) acumula-se adjacente ao lado externo da membrana. Desta forma, as células nervosas, como outras células do organismo, possuem uma carga elétrica que pode ser medida através de sua membrana celular (potencial de repouso da membrana).
O potencial de membrana das células nervosas e musculares é único, uma vez que sua magnitude pode ser alterada como consequência de estimulação proveniente de células vizinhas ou de um receptor, que já foi estimulado como resposta à captação de alguma energia ambiental. Com o estímulo do receptor, é gerado o potencial de ação no neurônio, ocorre a entrada gradativa e lenta de Na+ na célula até desencadear o Potencial Limiar, também chamado de “Efeito Tudo ou Nada”. Através desse limiar, há a entrada de mais íons de sódio através de canais iônicos voltagem-dependentes, desencadeando uma despolarização abrupta do corpo celular e do axônio. A despolarização é interrompida quando os canais de Na+ fecham-se gradativamente e abrem-se os de K+, que saem da célula, gerando o processo de repolarização, permitindo que o neurônio retome a sua carga negativa. 
Durante a repolarização, o potencial de membrana volta temporariamente acima de seu nível de repouso, surgindo um estado hiperpolarizado retornando depois ao estado de repouso.
Sinapses
	A transferência de informações, através da junção sináptica, é referida como transmissão sináptica, que pode ser elétrica ou química. As sinapses elétricas caracterizam-se pela existência de canais diretos que permitem o livre movimento de íons do interior de uma célula para a outra. Já as químicas, caracterizam-se por ter um espaço entre o neurônio pré-sináptico e o pós-sináptico, transmitindo as informações através de substâncias químicas chamadas neurotransmissores.
Neurotransmissores
Os neurotransmissores podem ter caráter excitatório (Glutamato, Adrenalina, Acetilcolina) ou inibitório (GABA – Ácido γ-Aminobutírico, Endorfina). Os Inibitórios diminuem a probabilidade de o neurônio disparar um potencial de ação, o oposto dos excitatórios que aumentam a probabilidade de o neurônio disparar um potencial de ação.
O Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso. Ele possui por precursor a Glutamina, que é produzida nas células gliais e transformada pela enzima Glutaminase. Após a síntese, o Glutamato entra em vesículas através da ação do transformador de prótons VGLUT. Quando um estímulo, em forma de potencial de ação chega no terminal pré-sináptico, canais de Cálcio são abertos e as vesículas com esse neurotransmissor se fundem, liberando-o. Em seguida, num processo conhecido como recaptação, o neurotransmissor se liga ao local do receptor e é reabsorvido pelo neurônio, e o resto do Glutamato não utilizado é reabsorvido pelas células gliais e transformado novamente em Glutamina.
Os principais receptores desse neurotransmissor são Ionotrópicos e classificados em NMDA ou não-NMDA. Os não-NMDA atuam através da abertura dos canais de Na+ da célula, fazendo os íons entrarem, e gerando uma despolarização da membrana. Já os NMDA são dependentes diretos dos abordados anteriormente, ou seja, eles precisam que o não-NMDA entre na célula para que ocorra a saída de íons de Magnésio, que obstruem os canais NMDA. Com a desobstrução dos canais, este receptor permite a entrada de Cálcio e Sódio e a saída de Potássio na célula.
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso. O Glutamato é o seu precursor, sendo transformado através da enzima Glutamato Descarboxilase a GAD com auxílio de um derivado da Vitamina B6. A Vitamina B6 é importante para o processo de formação do GABA. Uma deficiência nessa vitamina, pode acarretar uma queda na produção desse neutransmissor inibitório, podendo ocasionar convulsões. Após a síntese, o processo é semelhante ao do Glutamato.
Os receptores desse neurotransmissor são Ionotrópicos e Metabotrópicos, sendo os Ionotrópicos o GABAa e o GABAc, e os Metabotrópicos o GABAb. Os GABAa e “c” atuam ativando canais de Cloreto, e assim promovendo a hiperpolarização da membrana. Já o GABAb pode atuar de duas maneiras. Numa delas, pode ativar canais de Potássio, e na outra bloquear canais de Cálcio.
Uma curiosidade a respeito do Ácido Gama-aminobutírico é que no início do desenvolvimento do indivíduo ele atua como neurotransmissor excitatório, já que atua nos canais de Cl- e, nessa fase, o cloreto está em maior quantidade no meio intracelular.

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