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Macroecologia e Mudanças Climáticas Macroecologia • O que é? • Qual o objetivo? • Variáveis macroecológicas: – Riqueza de espécies; – Amplitude de distribuição; – Abundância; – Tamanho corporal Definição (Brown, 1995): • Consiste em uma investigação estatística e não experimental da relação entre a dinâmica e interação entre populações de espécies que têm sido estudadas em escalas locais por ecólogos, e processos de especiação, extinção e expansão e contração de distribuições geográficas que têm sido investigadas em escalas mais amplas por biogeógrafos, paleontólogos e macroevolucionistas. Macroecologia • Sua relação com a Biologia da Conservação – O impacto da população humana • A destruição de hábitats e a conversão das áreas naturais para uso em atividades antrópicas ; • As mudanças climáticas associadas. – O impacto sobre a biodiversidade • Fenologia; • Distribuição das spp; • Extinção. Mudanças climáticas • Consequência do aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera terrestre; • Geram aumento nas médias, picos e variâncias de temperatura e umidade, à nível local, regional e global. Distribuição das Espécies em Contexto Macroecológico • Existe um consenso que as espécies não se distribuem aleatoriamente no espaço. – A maioria das espécies concentra-se nas regiões tropicais do globo; – A maioria das espécies tem distribuição restrita, com grande número de espécies ocorrendo em áreas pequenas e poucas espécies ocorrendo em muitas regiões. Distribuição de 90 espécies de falconiformes na América do Sul Mecanismos envolvidos na origem e manutenção desses padrões • Processos atuais; • Processos históricos. Entender tais mecanismos é fundamental para prever a resposta da diversidade biológica às mudanças climáticas previstas para os próximos anos. Como deve ser modelada a distribuição geográfica das espécies? Como deve ser modelada a distribuição geográfica das espécies? • Ela é, de fato, o resultado de um conjunto de populações locais (ou mesmo indivíduos) distribuídos no espaço geográfico e ligados entre si por meio de dispersão e migração, o que garante a coesão genética (e, portanto, microevolutiva) da espécie, em um dado instante de tempo. Quais seriam as fontes de informação sobre a distribuição geográfica das espécies? Fontes de informação sobre a distribuição geográfica das espécies Para a modelagem da distribuição potencial (MDP): 1) Locais de ocorrência; 2) Características fisiológicas e ecológicas; 3) Variáveis ambientais (WorldClim: http://www.worldclim.org) A modelagem de distribuição potencial se tornou um procedimento comum para determinar a amplitude da distribuição geográfica das espécies. Mapa de pontos de Harpya haruja (Falconiforme). Mapa de extensão de ocorrência (mapa de contorno) de H. haruja. Modelo de nicho de H. haruja usando o algoritmo MAXENT. Exemplos de aplicações dos MDP das espécies Problemas nos dados utilizados em modelos de distribuição potencial de uma espécie O que se pode extrair desses dados? • Área de ocorrência é uma medida de difícil avaliação; • Distribuições geográficas não são constantes no tempo; • Mapas de extensão de ocorrência possuem erros inerentes a sua construção. Principais tipos de erros: 1) Erros de comissão: atribuir a ocorrência da espécie em região que ela não ocorre; 2) Erros de omissão: omitir a ocorrência onde a espécie ocorre. Mapas de extensão de ocorrência: um modelo da distribuição geográfica da espécie Mapa de ocorrência do buriti (Mauritia flexuosa) no Distrito Federal. Modelo de distribuição potencial do Buriti pelo método da Assinatura Ambiental. Modelo de distribuição potencial do Buriti gerado pelo algoritmo MAXTENT. Nicho ecológico • Conceito multidimensional (Hutchinson): conjunto de condições e recursos ambientais que permite com que uma espécie sobreviva. • Modelo de distribuição com base na caracterização do espaço multidimensional formado pelas variáveis ambientais que definem o nicho. Envelope Ambiental ou Bioclimático Problemas no processo de delimitação e estabelecimento do nicho • O modelo determina a distribuição geográfica potencial e não a real ou atual; • A definição das variáveis que compõem o nicho de uma espécie: – Condições e Fatores Ambientais = nicho grinneliano – Processos de interação e utilização de recursos = nicho eltoniano Problemas no processo de delimitação e estabelecimento do nicho • Os limites são, em geral, estabelecidos a partir de dados de ocorrência de coleções, o que pode ser enviesado pelos processos não ambientais subjacentes à distribuição das espécies. • Várias técnicas estatísticas e computacionais para estabelecer um modelo de nicho ecológico e projetar sua distribuição geográfica, com diferentes capacidades de predição e adequação. Abordagens de modelagem • Modelos delineados para dados de presença/ausência • Modelos delineados para dados de presença Estudo de caso: modelando a distribuição do pequi - uma espécies típica do cerrado e de importância econômica (Marco Jr & Siqueira, 2009) • Dados de ocorrência e variáveis ambientais: – 50 registros de ocorrência de Caryocar brasiliense dentro do Estado de São Paulo (Siqueira & Durigan, 2007), conhecida popularmente como pequi, intensamente utilizada para alimentação. – Foram utilizados dados climáticos (temperatura anual média e precipitação anual) oriundos do Worldclim <http://www.worldclim.org/> (Hijmans et al. 2005) e topográficos (elevação, aspecto e inclinação do terreno), oriundos do uS Geological Surveys <http://edc.usgs.gov> ambos com a mesma resolução, aproximadamente 1km. • Padrões de distribuição: Respostas das distribuições geográficas às mudanças climáticas • Considerações importantes: – Mudanças climáticas fazem parte da própria dinâmica evolutiva dos nichos das espécies; – A dificuldade em se incorporar dispersão de forma realista nos modelos de nicho. Condições assumidas ao utilizar modelos de nicho para predições • Existe constância do modelo no momento atual e futuro: há conservação do nicho. • Há possibilidade total de dispersão ou não há qualquer capacidade de dispersão. Estudo de caso: distribuição de 90 spp de aves da ordem Falconiformes nas Américas Riqueza atual e esperada para 2080-2100 Turnover esperado de espécies de falconiformes em 2080. Implicações para a Conservação • Mudanças substanciais em termos de ganhos e perdas de espécies. – Consequências: 1) O planejamento de áreas prioritárias para conservação leva essas mudanças em consideração? 2) Os sistemas de reservas perderão eficácia no futuro? Como incorporar os efeitos das mudanças climáticas em programas de planejamento para conservação da biodiversidade? 1) Modelagem das distribuições no presente e no futuro; 2) Integrar a informação obtida em um sistema de apoio à tomada de decisão em conservação. Problemas possíveis: • As mudanças atuais devem ocorrer de forma muito rápida, de modo que o balanço entre deslocamento de distribuição sob conservação de nicho e dispersão não permitirá que as espécies persistam; • As “trilhas” de dispersão não estão totalmente livres, dificultando a dispersão gradual e exigindo que a nova distribuiçãoseja alcançada por eventos raros de dispersão de longa distância. Sendo assim... Modelo = nicho ecológico das espécies + processo de dispersão estruturado por hábitat + padrões sócioeconômicos de ocupação humana
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