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Posicionamento Termos técnicos Para fazermos uma radiografia, devemos saber os termos utilizados para o posicionamento do paciente, do chassi e do raio central. Primeiro, temos que entender os planos que dividem o corpo humano e a função de cada um destes pois, dois destes planos iremos usar de referência nos exames. Os planos podem ser classificados em: • Sagital: divide o corpo e a estrutura em porção direita e esquerda; • Coronal: divide o corpo e a estrutura em porção anterior e posterior; • Axial: divide o corpo e a estrutura em porção superior e inferior. Estes são os planos de divisão do corpo. Nas radiografias faremos menção apenas aos planos sagital e coronal. O axial só é utilizado nos exames de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética. Antes de classificarmos os exames, devemos falar do posicionamento do corpo do paciente pois através do mesmo, iremos posicionar o nosso numerador (conjunto de números usados para a identificação do exame). Iremos posicionar o paciente de acordo com a necessidade do exame, podendo ser: • Ortostático: paciente em pé. Necessário para alguns exames tipo tórax, abdomen agudo, região de crânio e face, úmero, ombro. • Decúbito: paciente deitado. Usado em alguns exames na mesa. • Sentado: só é usado para alguns exames dos membros superiores e ossos nasais. Os exames são classificados pela forma como o Raio Central (RC) entra ou sai, pela inclinação do RC e pelo posicionamento do paciente. • AP: Antero-posterior, o RC entra na região anterior e sai na região posterior. • PA: Postero-anterior, é o inverso do AP isto é, o RC entra na região posterior e sai na região anterior. • Perfil (ou Lateral): exames em que a estrutura a ser examinada está totalmente lateralizada. Deve-se tomar certa precaução na hora do posicionamento para que a estrutura não fique rodada. • Oblíqua: quer dizer que a estrutura está inclinada, ou seja, não está totalmente em AP ou PA. Algumas oblíquas são classificadas em OAE (oblíqua anterior esquerda, paciente de frente com o corpo inclinado e a parte esquerda encostando no filme, na mesa ou no bucky vertical, OAD (oblíqua anterior direita), OPE (oblíqua posterior esquerda) e OPD (oblíqua posterior direita). • Axial: essa é uma classificação quanto ao RC. Quando falamos de axial queremos dizer que o RC não está perpendicular ao filme, ele está angulado isto é, inclinado. Fazemos isso para remover alguma sobreposição de estrutura quando o posicionamento da mesma não nos permite fazer isto. Essa angulação pode ser classificada em Cefálico (RC angulado em direção da cabeça) e Caudal ou Podálico (RC angulado em direção aos pés). • Neutro: significa que o RC está perpendicular ao filme. • Tangencial: exame que o RC não incide diretamente sobre a estrutura, apenas dá uma “raspada” na estrutura. O numerador deve ficar a direita do paciente, devendo conter nele a data, a identificação do exame , dependendo do exame deveremos especificar o lado e, caso o serviço exija, a identificação do técnico (nesse caso essa ID deve ficar acima da identificação do exame). O numerador não pode ser posicionado abaixo da estrutura examinada, por isso posicionamos ele na borda do chassi (salvo quando fazemos coluna dorsal, lombar e alguns ossos longos visto que só colimamos a parte referente à estrutura. O numerador segue a incidência do exame, isto é, paciente em AP, numerador em AP, paciente em PA e em Perfil, numerador em PA. Posicionamos o numerador da seguinte forma: • Paciente sentado: numerador no meio do chassi; • Paciente em decúbito (deitado): numerador na parte inferior do chassi; • Paciente em posição ortostática (em pé): numerador na parte superior do chassi. Devemos escolher o chassi com o tamanho adequado para a estrutura-alvo e o posicionar de forma horizontal (deitado) ou longitudinal (em pé). Devemos posicionar o ponto anatômico da estrutura de interesse no meio do chassi. Fazemos os exames com o chassi fora do bucky ou do bucky vertical quando lidarmos com estruturas de até 10cm de espessura (ex.: mão, pé, tornozelo) e fazemos os exames com o chassi no bucky ou no bucky vertical quando lidarmos com estruturas maiores que 10cm de espessura para não “borrar” o filme com muita radiação (ex.: tórax, fêmur, face). Ao posicionarmos o tubo de Raios-X devemos ver também a Distância Foco-Filme (DOFi, distância do tubo até o filme, a maioria dos exames é 1m). Os exames podem ser: • De rotina: exames básicos de cada estrutura, independente de indicação clínica. • Especiais: exames complementares usados em casos que é procurado evidenciar alguma estrutura que os exames de rotina não abrangem. Isto inclui os exames alternativos que são casos em que não podemos posicionar o paciente da maneira tradicional. A região de crânio e face é a região que possui um número razoável de exames. São poucas rotinas e uma maioria de exames especiais. A ideia de posicionamento e inclinação do RC visa remover a Crista Petrosa (Parte Petrosa do Osso Temporal, região com maior densidade) de sobreposição para não atrapalhar o exame das estruturas. Utilizaremos chassi 24x30 (18x24 caso o paciente seja uma criança) em todos os exames. Antes de vermos os exames, analisaremos a topografia do crânio Ressalto que o Gônio (ângulo da mandíbula) e o Trago (protuberância da orelha) não são utilizados para exames de Raios-X convencional mas para Raios-X odontológico Para fazermos o posicionamento, utilizaremos linhas imaginárias a qual devemos deixá-las perpendicular ou paralelas ao filme dependendo do exame. A maioria delas se originam no Meato Acústico Externo (MAE). São elas: • Linha glabelomeatal (LGM); • Linha orbitomeatal (LOM, antiga Linha horizontal americana); • Linha infraorbitomeatal (LIOM, antiga Linha horizontal alemã); • Linha acantiomeatal (LAM); • Linha labiomeatal (LLM); • Linha mentomeatal (LMM); • Linha glabeloalveolar (LGA, usada apenas em um exame); • Linha interpupilar (LIP, usada nos exames de perfil). Começando com crânio, nós temos 6 exames: • PA e Perfil são os exames de rotina. • AP axial (Método de Towne), PA axial (Método de Caldwell), Método de Haas (PA axial), Método de Hirtz (submentovértice) são exames complementares. PA de Crânio Paciente deitado ou em pé, iremos posicionar a cabeça do paciente de forma que ele encoste a ponta do nariz na mesa ou no bucky vertical. Devemos fazer com que a LOM fique perpendicular ao filme abaixando ou levantando a cabeça do paciente. Alinharemos o RC perpendicular ao filme de forma com que o RC saia na glabela. Chassi posicionado de forma longitudinal. DOFi= 1m Perfil de Crânio Posicionaremos a cabeça do paciente de forma lateral tomando cuidado para a cabeça não ficar rodada, fazemos com que a LIP fique perpendicular ao filme, alinharemos o RC perpendicular ao filme de forma que ele entre 5cm acima do MAE (de 3 a 4 dedos acima do MAE), chassi posicionado de forma longitudinal, DOFi= 1m. AP axial (Mét. de Towne) Exame que visa mostrar fraturas e patologias do osso Occipital, posicionaremos a cabeça do paciente de forma que a LOM ou a LIOM fiquem perpendicular ao filme (é mais fácil deixar a LIOM perpendicular ao filme). O RC deverá ser angulado a 30º caudal se utilizarmos a LOM e a 35º caudal caso utilizemos a LIOM, devendo o RC entrar 5cm acima da glabela. Para saber se o exame ficou bom, devemos ver o Processo Clinóide Posterior (parte da Sela Turca, nesse caso não vemos ele nitidamente, só ocontorno do mesmo) dentro do Forame Magno. DOFi= 1m. Mét. de Hirtz (Submentovértice) Exame trabalhoso visto que o posicionamento não é confortável para o paciente. Devemos inclinar a cabeça do paciente de modo que a LIOM fique paralela ao filme. O RC deve ficar perpendicular ao filme entrando no meio dos ângulos da mandíbula. Caso o paciente não consiga inclinar totalmente a cabeça, podemos compensar angulando o RC de forma com que ele fique perpendicular a LIOM. DOFi= 1m PA axial (Mét. de Caldwell) Exame que visa o aparecimento de fraturas do crânio, neoplasias e doença de Paget, posicionamos o paciente da mesma forma que o PA de rotina deixando a LOM perpendicular ao filme. O RC neste caso, deve ser angulado de 15 a 30º caudal de forma que ele saia no Násio. DOFi= 1m. PA axial (Mét. de Haas) Esse é um exame alternativo ao Mét. de Towne para o caso de pacientes que não podem ficar em AP. Nele também vemos o osso Occipital e devemos tomar cuidado porque o mesmo irá ficar muito ampliado. Posicionamos o paciente da mesma forma que o PA de rotina mas angularemos o RC a 25º cefálico passando entre os MAEs. DOFi= 1m. Sela Turca Alguns posicionamentos se repetem, mudando apenas o ponto de incidência do RC e, as vezes, a angulação do RC. Por isso alguns exames só terá as informações básicas visto que é o mesmo exame só mudando poucos detalhes. Para Sela Turca nós temos apenas o Perfil e o Mét. de Towne e podemos usar um chassi 18x24 para os dois exames. Perfil de Sela Turca O procedimento é o mesmo do perfil de crânio até mesmo o fato de que o RC deve ser perpendicular ao filme, o que vai mudar aqui é que para fazer Sela Turca nós alinhamos o RC 2cm anterior e 2cm superior ao MAE. DOFi= 1m. Mét. de Towne O procedimento é o mesmo do Mét. de Towne para crânio mas nesse caso, só a LIOM que deve ficar perpendicular ao filme. O RC deve ser angulado a 30º caudal para visualizar o processo clinóide anterior e a 35º caudal para visualizar o processo clinóide posterior devendo entrar 4cm acima da glabela. Ressaltando que em ambos os casos, não vemos os processos clinóides nitidamente, só vemos o contorno deles. DOFi= 1m. RC a 30º caudal RC a 35º caudal Face Para exames da face, é necessário que no pedido seja especificado se o exame é para Seios da Face ou Ossos da Face porque a ideia é avaliar sinusite em caso de exame de seios da face. Utilizaremos o chassi 18x24. A rotina de ambas é Perfil, Mét. de Caldwell e PA Mét. de Waters porém, já é costume dos médicos só pedirem os dois PAs para seios da face e só fazemos o Perfil quando pedem ossos da face. Para ossos da face nós temos o Waters modificado e o Waters invertido como exames especiais enquanto para seios da face, além desses dois, temos o Waters transoral e o Mét. de Hirtz. Perfil de Face Mesmo posicionamento e angulação de RC do perfil de crânio porém, o RC entra no arco zigomático ficando no ponto médio entre o MAE e o canto externo da órbita. DOFi= 1m. Mét. de Caldwell A única diferença desse exame para o exame de crânio é que angularemos somente a 15º caudal mas o restante é o mesmo, até mesmo o ponto onde o RC deve sair. No pedido aparece frontonaso. DOFi= 1m. Mét. de Waters Posicionaremos a cabeça do paciente de forma que a LMM fique perpendicular ao filme. Para isso basta encostarmos a ponta do queixo do paciente na mesa ou no bucky. Alinharemos o RC de forma que ele fique perpendicular ao filme saindo no acantio. No pedido aparece como mentonaso. DOFi= 1m. Mét. de Waters modificado Fazemos quando o Waters tradicional não pode ser feito. Posicionaremos a cabeça do paciente de forma que a LLM fique perpendicular ao filme. Para isso basta encostarmos a boca do paciente na mesa ou no bucky. Devemos ter um cuidado biológico ao fazermos este exame limpando o local aonde posicionaremos o paciente com álcool a 70 antes e depois do exames. Alinharemos o RC de forma que ele fique perpendicular ao filme saindo no acantio. No pedido aparece como mentonaso. DOFi= 1m. Mét. de Waters invertido Enquanto o Waters tradicional é um PA, este exame é um AP então, utilizaremos a LMM para posicionar o paciente e o RC entra no acantio. Fazemos este exame em casos que não podemos fazer o Waters tradicional e nem o Waters modificado (paciente na maca). DOFi= 1m. Mét. de Waters transoral (de boca aberta Posicionaremos o paciente da mesma forma que o Waters tradicional porém, mandaremos o paciente abrir a boca fazendo com que a LMM não fique perpendicular ao filme e a boca fique encostada na mesa ou no bucky. Neste exame devemos ter a mesma precaução biológica que temos no Waters modificado. O RC deve ficar perpendicular ao filme saindo no acantio. Este exame serve para estudarmos o seio esfenoidal pois, ao abrir a boca do paciente, fazemos com que o seio esfenoidal seja projetado na boca do paciente. DOFi= 1m. Mét. de Hirtz O que vai mudar aqui com relação ao exame de crânio é que devemos alinhar o RC de forma que ele entre de 4 a 5cm abaixo da sínfise mandibular. DOFi= 1m.
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