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Unidade I INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO SOCIOLÓGICOSOCIOLÓGICO Profa. Rita Maciel Introdução ao Pensamento Sociológico Ementa: Unidade I 1. A sociologia nos diversos campos da vida humana 2 O Renascimento e o novo pensamento2. O Renascimento e o novo pensamento social 3. O surgimento da ciência e as bases da sociologia 4. Surgimento da sociologia Introdução ao Pensamento Sociológico Unidade II 5. A sociologia de Durkheim 6. Max Weber e a sociologia alemã Unidade III 7. Marx e o materialismo histórico dialético 8. A contribuição de Gramsci ao pensamento sociológico Introdução ao Pensamento Sociológico Apresentação: A sociologia é uma ciência que estuda o homem em grupo. No sistema capitalista, os interesses de grupos sociais apresentam-se de formagrupos sociais apresentam se de forma bastante conflituosa. “A sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto é, pela forma como pesquisa, analisa e interpreta ospesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais.” (COSTA, 1997, p. 11) Introdução ao Pensamento Sociológico Objetivos: Contribuir para a compreensão dos princípios da sociologia como uma forma de conhecimento que se transformou em campo científico. Oferecer subsídios para a compreensão da história da sociologia como ciência, seus conceitos, objetos e métodos, assim como suas matrizes clássicas. Possibilitar o desenvolvimento dePossibilitar o desenvolvimento de habilidades que permitam compreender a vida cotidiana e os conceitos específicos dessa ciência. Introdução ao Pensamento Sociológico Introdução: A função da sociologia como ciência é, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se repetem nas relações sociais e se ocupar com eventos específicos, únicos, como o surgimento do capitalismo ou do Estado moderno, explicando os significados e a importância que esses eventos têm na vida dos cidadãos. Introdução ao Pensamento Sociológico A sociologia nos diversos campos da vida humana As ciências sociais têm sua origem na preocupação que o homem adquiriu com o tempo em entender os denominados comportamentos sociais, isto é, aqueles que existem a partir da vida em sociedade, da convivência em grupo. Para facilitar a sistematização do estudo e das pesquisas que se inseriram nessa área de conhecimento, foi necessária a divisão em diversas disciplinas, entre elas: Introdução ao Pensamento Sociológico Sociologia: estuda as relações humanas e as diferentes formas de viver e se organizar dos grupos sociais. Abrange também: Estudo dos grupos resultantes daEstudo dos grupos resultantes da divisão da sociedade em camadas. Compreender os processos de mobilidade social, cooperação, competição e conflitos existentes nos diferentes tempos e espaços.diferentes tempos e espaços. Introdução ao Pensamento Sociológico Economia: ocupa em entender as atividades humanas relacionadas à produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Preocupação voltada a entender: distribuição de renda de um país; sua política salarial; produção de empresas; outras atividades relacionadas à economia. Introdução ao Pensamento Sociológico Antropologia: preocupação em compreender as semelhanças e as diferenças entre as sociedades, assim como sua organização social e cultural. Objetos de estudos: diversidade cultural; tipos de organizações familiares; as religiões; os rituais etc. Introdução ao Pensamento Sociológico A ciência política: preocupa-se em entender e analisar as relações de poder existentes na sociedade, assim como as diversas formas de governo, os partidos políticos etc. As divisões não são nítidas entre as diversas disciplinas. Elas se complementam e se juntam para explicar a vida em sociedade em todos os contextos e com toda a complexidade de cada tempo e espaço. Sociologia pré-científica No decorrer dos anos, várias foram as maneiras que as sociedades humanas encontraram para compreender a vida em grupo. Da fantasia, resultado de uma visão íti i h li õmítica, vinham as explicações. Por séculos, o homem pensou sobre si mesmo e sobre o seu mundo, adquirindo conhecimentos e estabelecendo interpretações de acordo com sua vida cotidianacotidiana. Da capacidade de pensar o mundo, atribuindo significados à sua realidade, o homem criou o conhecimento. Sociologia pré-científica As explicações sobre a vida social estavam relacionadas ao mito, à religião e à filosofia, que passam a constituir as formas pré-científicas de consciência e de explicação da realidade humana. Essas maneiras de compreender a representação da vida social nada têm em comum com a sociologia e, no máximo, desenvolvem tipos de raciocínio fundamentalmente diferentes e opostos ao raciocínio científicoe opostos ao raciocínio científico. Representações da vida social ou sociologia pré-científica Florestan Fernandes (in Costa, 1997) analisa que a explicação científica do comportamento social e as condições de existências dos seres vivos são produtos do pensamento moderno e que toda cultura dispõe de diferentestoda cultura dispõe de diferentes técnicas para explicar o mundo. O mito, a religião e a filosofia representam, segundo o mesmo autor, formas pré-científicas de consciência e explicação das condições da existênciaexplicação das condições da existência social. Sociologia pré-científica A filosofia, os mitos e a religião: “O homem nasce para viver em sociedade.” (Aristóteles) Os primeiros passos para explicar e estudar as sociedades humanas foramestudar as sociedades humanas foram dados pelos filósofos gregos Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), que publicaram em suas obras “A República” e “Política” suas considerações sobre aspectos da vida ç p em sociedade. Interatividade Qual é a ciência que estuda as relações humanas e as diferentes formas de viver e se organizar dos grupos sociais? a) Economia. b) Antropologia.b) Antropologia. c) Sociologia. d) Ciências políticas. e) Ciências econômicas. Sociologia pré-científica Em “A República”, Platão analisa como deve ser organizada uma cidade-estado para evitar as crises políticas e sociais: estipulando o número máximo de habitantes. Dirigentes e guardiões representam a concretização da racionalidade. Discípulos são dóceis e compreendem todas as renúncias que a razão impõem, mesmos quando duras. Sociologia pré-científica Política”: Aristóteles descreve que as crises são inevitáveis e não existe maneira de se escapar das mudanças institucionais. Idade Média: a vida em sociedade era vista pelos filósofos como uma forma de convivência desorganizada, por isso, eram propostas normas para que o homem vivesse em uma sociedade ideal. Sociologia pré-científica “Cidade de Deus”: Santo Agostinho descreve a vida dos homens em suas cidades e a convivência com o pecado. A definição de normas possibilitaria uma vivência em uma cidade sem pecado. Educarparacrescer.abril.com.br Sociologia pré-científica “Cidade de Deus”: descreve a sociedade humana por uma perspectiva religiosa muito acentuada. Baseada mais na imaginação, na fantasia e na especulação do que na investigação científica dos fenômenos. Deuses e heróis eram invocados para explicar certos fenômenos sociais. Da Antiguidade, passando pelo período medieval até o início da Idade Moderna,medieval até o início da Idade Moderna, as interpretações e as explicações sobre a sociedade foram influenciadas pela filosofia e pela religião.Sociologia pré-científica Hoje: existem heranças dessas concepções caracterizadas mais pela elaboração de propostas e normas para uma sociedade idealizada do que para pesquisa e estudo com a finalidade de compreendê lascompreendê-las. As mudanças começaram a partir do Renascimento. Autores buscam descrever a sociedade e os fenômenos sociais de modo mais realista. O Renascimento e o novo pensamento social As bases do Renascimento eram proporcionadas pelo humanismo. Humanismo: corrente filosófica que negava a escolástica medieval, que até então predominava, e propunha o retorno às virtudes da Antiguidade. Autores como Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos. www.histdbr.fae.unicamp.br O Renascimento e o novo pensamento social “O Renascimento marca uma nova postura do homem ocidental diante da natureza e do conhecimento. Esse movimento filosófico e artístico, ocorrido entre os séculos XIV e XVI na Europa ocidental, é caracterizado pela ruptura entre o mundocaracterizado pela ruptura entre o mundo medieval, com sua sociedade agrária, estamental e teocrática e o mundo moderno urbano, burguês, comercial.” (COSTA, 1997) O Renascimento e o novo pensamento social Para os filósofos renascentistas, assim como para Platão: existência de uma sociedade perfeita é possível, sendo necessário estabelecer regras sociais mais justas. “Os filósofos renascentistas imaginaram uma sociedade perfeita. Assim como a ‘Atlântida’, obra de Francis Bacon, Thomas Morus imagina uma comunidade onde todas as soluções foram encontradas: a Utopia Uma ilha cujo nome significaUtopia. Uma ilha cujo nome significa ‘nenhum lugar’, onde existe harmonia, equilíbrio e virtude.” (COSTA, 1997, p. 21) O Renascimento e o novo pensamento social “Utopia”: primeira obra a criticar o regime burguês, encerrando uma análise profunda das especificidades do feudalismo em decadência. Inaugura outra maneira de compreender a sociedade, considerada por muitos pesquisadores como o germe do pensamento sociológico. www.superdownloads.com.br O Renascimento e o novo pensamento social Obras de Thomas Morus e Maquiavel exemplificam a maneira diferente de perceber as relações sociais, que passam a se constituir como objetos de estudos. Ambos descrevem a vida humana e sua relação com as condições políticas e econômicas. Renascimento: movimento que motivou a formação de uma nova sociedade e contribuiu para o aparecimento de novas relações sociais em seu cotidiano. Nova concepção de vida adotada por significativa parcela da sociedade. O Renascimento e o novo pensamento social Thomas Morus (1478-1535): diplomata, escritor e advogado. A ilha de Utopia: baseado na crença da existência da propriedade privada e a importância do alcance dos interesses dos individuais, sendo possível a partir do preenchimento das necessidades coletivas. A sociedade é um conjunto de interesses coletivos, mais importantes que os individuais. O Renascimento e o novo pensamento social Nicolau Maquiavel (1469-1527): historiador, poeta, diplomata, músico. Considerado fundador do pensamento e da ciência política moderna. Escreveu várias obras sobre o Estado eEscreveu várias obras sobre o Estado e o Governo. Reconhecido por possuir uma experiência empírica e realista. www.brasilescola.com.br Os valores do Renascimento Humanismo: Primeira forma de elaborar uma concepção do mundo cujo centro fosse o próprio homem, origem de todo o pensamento moderno. Movimento intelectual do século XIV: final da Idade Média, alcançando sua maturidade no Renascimento. Orientação era reviver os modelos artísticos da Antiguidade clássica.artísticos da Antiguidade clássica. A criação de Adão www.allposters.com.br Os valores do Renascimento Antropocentrismo: “O homem é a medida de todas as coisas.” A compreensão do mundo passava a ser relacionada à importância do ser humano.humano. O trabalho, as guerras, as transformações e as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação entendida como produto da ação do homem.ação do homem. www.brasilescola.com.br Os valores do Renascimento Racionalismo: Crença de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência e, como consequência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada. Assim, o experimentalismo e a ciência conheceram grande desenvolvimento como o estímulo à invenção de objetos como o telescópio, que permitiram a ampliação dos conhecimentos e a convicção na capacidade humana de explicar o mundo de forma racional. Os valores do Renascimento Individualismo: A convicção de que cada um é responsável pela condução de sua vida, criando a possibilidade de fazer opções e de se manifestar sobre diversos assuntos, caracterizaram o individualismo. Essa concepção refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de trabalho. Os valores do Renascimento Naturalismo: Destacou a importância do estudo da natureza, aguçando o espírito de observação do homem. Não apenas a natureza física eraNão apenas a natureza física era investigada, como também a natureza humana, nos estudos de anatomia e nas representações dos corpos humanos nas obras de arte, com o uso cada vez mais frequente da nudez nas pinturas renascentistas. Os valores do Renascimento Hedonismo: Representou o “culto ao prazer”, a ideia de que o homem pode produzir o belo pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo. Universalismo: Considerado uma das principais características do Renascimento ao propor que o homem deve desenvolverpropor que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber. Interatividade Concepção do mundo cujo centro é o próprio homem, sendo considerado um movimento intelectual do século XIV, e que alcançou maturidade no Renascimento. Trata-se do: a) Racionalismo. b) Humanismo. c) Naturalismo. d) Individualismo. e) Universalismo. O resgate da Antiguidade Os humanistas contribuíram para a compreensão das instituições e saberes, suas mudanças e alterações. O conhecimento adquirido por esses estudos não significava a busca de uma repetição, mas a possibilidade de estabelecer um vínculo entre antigos e modernos, estes deviam àqueles o embasamento e o estímulo para novas criações e transformações. O resgate da Antiguidade O acúmulo de lucros pelos comerciantes renascentistas simboliza ruptura com a sociedade medieval. A produção é organizada de forma mais racional e em larga escala. Importância do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, assim como dos valores do individualismo e do racionalismo. As Grandes Navegações As transformações a partir do século XIV na Europa e o espírito de inquietação atingiram a geografia e a cartografia. O mundo seria totalmente interligado e somente após o encontro dos vários povos foi possível falar em uma história em escala mundial. www.mundoeducacao.com As Grandes Navegações Desenvolvimento técnico: bússola. Confecção de portulanos: cartas geográficas com descrição das costas marítimas e seus portos. As navegações se tornaram umAs navegações se tornaram um empreendimento do Estado, que através da centralização política ofereceu condições para mobilizar os capitais necessários ao financiamento das expedições. Estava assim garantido o sucesso dos projetos de conquista e colonização. As Grandes Navegações Fatores queprovocaram a expansão: Centralização da política: acúmulo de riquezas para financiar a navegação. Surgimento de novas ideias e uma evolução técnica.evolução técnica. A elite europeia ocidental rompeu com o monopólio árabe-italiano sobre as mercadorias orientais. Busca de terras e novas formas de riqueza (ouro e prata) com o objetivo deriqueza (ouro e prata) com o objetivo de resolver a crise do século XIV. As Grandes Navegações Objetivos da expansão: Acúmulo de metais, principalmente, o ouro e a prata. Ampliação do mercado consumidor dos produtos europeus.produtos europeus. Comércio de especiarias (noz-moscada, cravo etc.). Acúmulo de terras como fonte de riquezas. Conversão de fiéis ao catolicismo. Pioneirismo português Precoce centralização política: Formação do estado nacional de Portugal e Espanha ligado contra os árabes muçulmanos que chegaram na Península Ibérica no século VIII. Domínio das técnicas de navegação (Escola de Sagres): Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique. Participação da rota de comércio queParticipação da rota de comércio que ligava o Mediterrâneo ao norte da Europa. Posição geográfica favorável. Expansão espanhola Após a centralização monárquica em 1492, tiveram início as grandes navegações. Os reis Fernando e Isabel cederam três caravelas a Cristovão Colombo. A entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações fez aumentar os conflitos entre Espanha e Portugal que disputavam as terras descobertas da América. As viagens ibéricas prosseguiram até o período de descobertas de ouro na América. O Iluminismo Os pensadores do Iluminismo: Montesquieu (1689-1755): fez parte da primeira geração de iluministas e sua obra principal foi “O espírito das leis”. Considerado um dos precursores da sociologia, levantou questões sociológicas antes mesmo do surgimento da ciência. Voltaire (1694-1778): destacou-se por elaborar críticas à religião e à monarquia e foi considerado o homem símbolo do movimento iluminista, além de ser um grande agitador, polêmico e propagandista das ideias iluministas. Diderot (1713-1784): grande parte de sua vida foi dedicada à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição. De inspiração racionalista e materialista, propunha a imediata separação da Igreja e do Estado e o combate às superstições e às diversas manifestações do pensamento mágico, entre elas as instituições religiosas. Sofreu intervenção da censura e condenação papal, mas acabou por exercer grande influência no mundo intelectual e inspirou os líderes da Revolução Francesa. D’Alembert (1717-1783): escreveu a “Enciclopédia” e ajudou na sua organização, tornando-se uma figura- chave do século do Iluminismo. Matemático, abriu novos caminhos ao desenvolvimento dos métodos de cálculo matemático, e como físico, contribuindo para a unificação dos princípios da mecânica dos sólidos e dos fluidos. Filósofo, examinou de maneira crítica a gênese e o significado dos conhecimentos científicos, interessando-se notadamente pela questão de sua validade, assim como das condições de sua aplicação. Rousseau (1712-1778): redigiu alguns verbetes para a “Enciclopédia”, dedicando-se também ao desenho, à pintura e à música. Principais obras foram “Emílio”, “Do contrato social”, “Discursos sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” e “Discurso sobre as ciências e as artes”. Criticado severamente e perseguido, mas suas ideias foram amplamente divulgadas no contexto da Revolução Francesa. John Locke (1632-1704): teórico inglês, defendeu a ideia de que a sociedade resultava da livre associação entre indivíduos dotados de razão e vontade. Para Locke, esse contrato definia as formas de poder, as garantias de liberdade individual e o respeito à propriedade e, por isso, deveria ser redigido como uma constituição. www.educarparacrescer.abril.com.br A ilustração e a influência dos fisiocratas Escola fisiocrática: Origem no século XVIII, considerada a primeira escola de economia científica. Seu surgimento esteve relacionado com a luta contra o mercantilismo, um sistemaluta contra o mercantilismo, um sistema que enfatizava a indústria e o comércio voltado à exportação, regido pelas complexas regulamentações governamentais. Para os fisiocratas, a agricultura era aPara os fisiocratas, a agricultura era a fonte original de toda riqueza: a terra era a única verdadeira fonte das riquezas. A ilustração e a influência dos fisiocratas Para os fisiocratas, a economia deveria ser regida por leis naturais de oferta e procura que tendiam a estabelecer, de maneira mais eficiente, os preços, assim como o melhor produto e o melhor contrato direcionado pela livrecontrato direcionado pela livre concorrência. A origem da ciência econômica foi atribuída a Adam Smith, que em seus estudos buscou demonstrar a importância da análise científica e doimportância da análise científica e do trabalho, principal fonte de riqueza. As transformações do liberalismo As concepções do liberalismo contribuíram para transformações na forma de pensar as relações de poder, as ações econômicas e políticas. As propostas liberais provocaram uma separação entre negócios públicos e privados, ou seja, entre os assuntos do Estado (que deve se ocupar com a política, isto é, com as questões da esfera pública) e os da sociedade civil (que deve se ocupar das atividades(que deve se ocupar das atividades particulares, principalmente, as econômicas). As transformações do liberalismo Princípios básicos do liberalismo, no âmbito político, a divisão do poder em três instâncias autônomas e equilibradas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada uma tem suas atribuições específicas e acima delas estão as leis, entre as quais a maior é a Constituição de um país. No liberalismo, a consciência é marcada pela valorização do princípio da legalidade, ou seja, ninguém pode se colocar acima da lei, inclusive o governante. As transformações do liberalismo Dos ideais do liberalismo também se originou o conceito de cidadania que, em suas origens, no século XVIII, referia-se apenas aos direitos civis: à liberdade e à segurança individual, direito de ir e vir, liberdade de crença e opinião, seu lugar institucional eram os tribunais e sua vigência dependia da aplicação progressivamente imparcial da lei. Interatividade A escola fisiocrática teve origem no século XVIII e é considerada a primeira escola científica. Seu surgimento esteve relacionado com: a) O pioneirismo português. b) Os contratos entre os homens e as garantias de liberdade individual. c) A expansão marítima. d) A colonização espanhola. e) A luta contra o mercantilismo. O surgimento da ciência e as bases da sociologia Os efeitos da nova tecnologia foram verificados na sistematização do pensamento científico que se favoreceu dos inventos como o para-raios e as vacinas, assim como o desenvolvimento da mecânica para que se concretizassemda mecânica para que se concretizassem os êxitos. Essas ideias de progresso, racionalismo, cientificismo contribuíram para uma mudança de mentalidade da época. Caminho preparado para o progresso científico do século XIX. Principais correntes sociológicas Com o desenvolvimento do pensamento sociológico, surgiram diferentes correntes, isto é, maneiras diversas de conceber essa forma de conhecimento. Essas correntes são classificadas em: organicismo positivista; teorias doconflito; formalismo; behaviorismo social; funcionalismo. Principais correntes sociológicas Organicismo positivista: Tendência do pensamento originado na filosofia idealista que construiu sua visão do mundo sobre um modelo orgânico, enquanto o positivismo se fundamenta em uma interpretação do mundo baseada exclusivamente na experiência e adota como ponto de partida a ciência natural, que tenta aplicar seus métodos no exame dos fenômenos sociaisfenômenos sociais. Principais correntes sociológicas Teoria do conflito: Permitiu à sociologia uma nova dimensão da realidade e é considerada a segunda grande construção do pensamento sociológico, surgida ainda antes que o organicismo tivesse alcançado sua maturidade. Contribuía com resultado de grande importância entre outras áreas como: a história, a economia clássica, a biologia que originou as ideias de Darwin e a origem das espécies. Principais correntes sociológicas Formalismo: Definiu a sociologia como o estudo das formas sociais, isto é, para esses teóricos, o papel da sociologia era estudar os acontecimentos e as relações sociais. A sociedade só pode ser compreendida a medida que se façam comparações entre as relações que caracterizam qualquer sociedade ou instituição, como as relações entre marido e mulher ou entre patrão e empregado, e não entre sociedades globais, ou entre instituições de diferentes sociedades. Principais correntes sociológicas Behaviorismo social: Corrente surgida entre 1890 e 1910, que se dividiu em três grandes ramos: Behaviorismo pluralista. Interacionismo simbólico Interacionismo simbólico. Teoria da ação. Funcionalismo: integrado por dois importantes ramos – o macrofuncionalismo, derivado do organicismo sociológico e da antropologia, e o microfuncionalismo, inspirado nas teorias da escola psicológica da Gestalt e no positivismo. Auguste Comte e o positivismo Positivismo: considerada a primeira corrente teórica da sociologia. Auguste Comte é o principal fundador. Nasceu do cientificismo: crença absoluta na capacidade da razão humana de conhecer a realidade na forma das leis naturais. Objetivo: substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum. www.educarparacrescer.abril.com.br Auguste Comte e o positivismo O método do positivismo: Baseado na observação dos fenômenos, por meio da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir, a partir dos dados concretos (positivos), a verdadeira ciência (na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou materialo mundo físico ou material. A influência do positivismo no Brasil Destacam-se em suas ações as seguintes medidas republicanas sob a influência do positivismo: A frase expressa na bandeira republicana: “Ordem e Progresso”. A separação da Igreja e do Estado. As leis de decreto dos feriados. A instituição do casamento civil. O darwinismo social e o contexto histórico do positivismo Pensamento positivista do século XIX. Influenciado pelo novo pensamento científico: darwinismo social. As ideias de Charles Darwin sobre a evolução biológica das espécies animaisevolução biológica das espécies animais contribuíram para desenvolver essa nova forma de pensar dos europeus. Para essa concepção, as sociedades se transformam, passando de um estágio inferior a outro superior, garantindo ainferior a outro superior, garantindo a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e mais evoluídos. O livro “A origem das espécies”, de Darwin Darwin propôs uma teoria para o surgimento de novas espécies partindo de outras. A seleção natural seria o resultado da luta pela sobrevivência, envolvendo o ser humano e sua capacidade de se reproduzir. Francis Dalton transportou essas ideias à sociedade, buscando promover o conceito de “melhorias hereditárias”. Essa proposta se desenvolveu entre 1865 e 1869 e passou a ser conhecida como eugenia após a morte de Darwin. As críticas ao darwinismo Aplicar os princípios da seleção natural nas sociedades humanas tornou-se o centro das críticas ao darwinismo que, em sua concepção, não levou em conta o caráter cultural da vida humana, o desenvolvimento de suas formas de vidadesenvolvimento de suas formas de vida ou princípios diferentes daqueles existentes na natureza. Essa transposição serviu para justificar ações políticas e econômicas que intervinham em sociedades sem aointervinham em sociedades sem ao menos avaliar o que realmente significava o “mais forte” ou o “mais evoluído”. O determinismo científico De acordo com as concepções do determinismo científico, tudo que existe tem uma causa e o mundo é explicado pelas suas necessidades e não pela liberdade. Necessário significa tudo que tem de ser e não pode deixar de ser. No século XIX, essa concepção foi aplicada pelos positivistas às ciências humanas, considerando a escolha livre uma mera ilusão. O determinismo científico Taine (1828-1893), discípulo de Comte, tornou-se conhecido por adequar essas concepções às leis da sociologia, segundo as quais toda vida humana social se explicaria por três fatores: A raça: grande força biológica das características hereditárias, as quais determinam o comportamento do indivíduo. O meio: no qual o indivíduo se submete a fatores geográficos (como o clima, por exemplo), bem como o ambiente sociocultural e as ocupações cotidianas da vida. O determinismo científico O momento: pelo qual o indivíduo é fruto da sociedade em que vive, estando subordinado a uma determinada maneira de pensar as características de seu tempo. O pressuposto do pensamento de Taine é o determinismo, pois para ele o ato humano não é livre, já que esses fatores interferem em todos os aspectos da vida. Interatividade Podemos destacar como influência do positivismo no Brasil as seguintes ações republicanas: a) A separação da Igreja e do Estado e a instituição do casamento. b) A impossibilidade da liberdade religiosa e a expansão da Igreja. c) A reforma da imprensa e a união das escolas militares. d) As leis de decretos dos feriados e ad) As leis de decretos dos feriados e a imposição da religião positivista. e) A frase expressa na bandeira: “Liberdade e Ordem” e o anonimato da imprensa. ATÉ A PRÓXIMA!
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