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sistema nervoso - fisiologia do sn autônomo

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Fisiologia do SN autônomo
(neuro IV – transcrição)
(Scheila Maria)
Não depende da nossa vontade, não é voluntário. O somático é o que depende da nossa vontade, é voluntário. O autônomo inclui secreções glandulares, contração e relaxamento da musculatura lisa, manutenção de sinais vitais e de metabolismo. É uma porção do sistema nervoso que funciona para garantir a homeostasia do corpo. 
É subdividido em dois grandes componentes: simpático e parassimpártico. Geralmente tem funções antagônicas. Geralmente quando o simpático estimula uma função, o parasimpatico inibe mas existem situações em que são complementares. Existem funções que para que sejam exercidas precisam de uma complementação desses dois componentes. 
Geralmente o SN simpático faz com que o organismo se adapte e funcione em situações de estresse, que suscitar agressões ou mudanças violentas nos parâmetros fisiológicos. EX: deflagra a reação de fuga ou luta.
Já o SN parasimpático é um sistema de manutenção das funções vegetativas. É mais ativo em repouso. EX: momento do sono. 
Na frequência cardíaca em repouso há um predomínio do parasimpatico por exemplo, do tônus parasimpático. 
Tanto o sistema nervoso simpático como parasimpático são compostos cada um por dois nervos motores (eferentes) autonômicos. Um nervo chamado pré-ganglionar (dois neurônios na verdade, que vão estar agrupado formando feixes e dando origem a nervos). Então consta de um neurônio pré-ganglionar cujo corpo está localizado no SNC e um neurônio pós ganglionar cujo corpo neuronal fica localizado fora do SNC, fica localizado dentro de um gânglio autônomo. 
LEMBRAR: já falamos de gânglio quando falamos dos gânglios sensitivos. Em todas as raízes dorsais de nervos espinhais tem gânglios sensitivos onde ficam o corpo celular dos neurônios pseudounipolares que são os neurônios sensitivos. 
Então todos os neurônios pós ganglionares do SN simpático vão ficar dentro de gânglios. E todos os neurônios pré-ganglionares se localizam na medula espinhal, entre o segmento T1 até o 2º segmento lombar. Então podemos dizer que a distribuição anatômica do SN simpático é toracolombar. Se fizermos uma secção tranversa da medula observaremos que a ‘borboleta’ se substância cinzenta apresenta uma protuberância média. Então há o corpo dorsal onde há predominantemente neurônios relacionados a neurônios sensitivos, o corpo ventral, que tem neurônios motores e o corpo intermédio lateral onde ficam os neurônios, os primeiros neurônios ou neurônios pré-ganglionares do SN simpático. 
LEMBRAR: Neurônio pré-ganglionar do SN simpático fica no corpo intermédio lateral da substância cinzenta da medula entre a T1 e L2 até os neurônios que vão dá origem a inervação da porção cranial, das estruturas cranianas. Vão subir, mas ficam localizados nesse segmento
Enquanto no SN simpático a distribuição é toracolombar, no parassimpático a distribuição é craniosacral. Entao tem primeiros neurônios localizados na porção cranial do encéfalo, mais especificamente no tronco cerebral, a nível de ponte e bulbo e estes neurônios ficam localizados nos núcleos dessa porção cranial. Nos núcleos dos nervos cranianos 3º (oculomotor), 7º (facial), 9º (glossofaríngeo) e 10º (vago). A porção cranial, o primeiro neurônio fica localizado sempre nesses núcleos relacionados a estes nervos. Existem nervos desses que tem mais de um núcleo. EX: nervo vago que é o 10º par craniano tem mais de um núcleo. Existe um núcleo chamado núcleo ambíguo, existe outro núcleo chamado núcleo dorsal do vago, são núcleos diferentes que vão dar fibras que vão convergir para o mesmo nervo que é o 10 par. 
Então a porção cranial do parasimpatico se origina aí. Toda a inervação parassimpática da cabeça, tórax e quase todo o abdome é cranial. A invervação da cabeça, por exemplo dos olhos, glândulas salivares e lacrimais se dá por esses 3 pares cranianos, 3º, 7º e 9º. O 10º inerva a maior parte da inervação parassimpática do nosso corpo, então vai descer, inervar pescoço, pulmões, brônquios, coração, todo o ap digestivo (exceto o final do intestino grosso, o cólon descendente, sigmoide, reto e anus vão receber inernação da porção sacral do parassimpático). Então lá em baixo, no segmento sacral da medula, existem corpos intermédio laterais também, que tem nervos pré-ganglionares parassimpáticos que vão enviar inervação para o resto do AP digestivo e sistema genito-urinário. 
Quando se fala em vago como sendo praticamente sinônimo de parassimpático existe uma razão. Cerca de 90% de toda a inervação parassimpática é efetuada pelo nervo vago. Quando se fala em reação vagal se fala em reação parassimpática. Recebe esse nome por que vagueia pelo corpo, tem inúmeras ramificações. 
A distribuição então do parassimpático é craniosacral – estamos falando aqui do 1º neurônio – que é o neurônio pré-ganglionar. Onde fica o neurônio pós ganglionar? No SN simpático existem dois locais onde esses 2º neurônio pode ser encontrado. O primeiro é o gânglio paravertebral ou cadeia paravertebral. 
Os nervos motores saem pela raiz ventral da medula e fazem sinapse com um 2º neurônio em um gânglio que fica ao lado da coluna toracolombar, em cadeias de gânglios que ficam em ambos os lados da coluna, a chamada cadeia paravertebral. Na parte dorsal há gânglios dorsais e por fora há cadeias de gânglios (cadeia simpática ou paravertebral). A maior parte desses neurônios vão fazer sinapse com o 2º neurônio nessa cadeia ganglionar. O axônio desse 2º neurônio pode seguir trajetos diferentes. Pode voltar para a raiz ventral da medula e seguir junto a raiz espinhal, para onde ele for inervar, geralmente as inervações relacionadas a pele, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas seguem esse trajeto. 
A inervação da pele vai seguir junto ao próprio nervo espinhal. O próprio nervo espinhal que esta carregando fibras motoras e trazendo sensitivas levam as fibras autonômicas também. 
Existem, porém outras alternativas também. Existe uma em que o 1º neurônio,m o neurônio pré ganglionar faz sinapse com o 2º neurônio e ao invés de voltar, sai direto e vai fazer sinapse com o efetor. Existe ainda uma terceira situação em que o neurônio pré-ganglionar não faz sinapse na medula, sai, passa por dentro do gânglio, sem fazer sinapse e vai fazer sinapse com o gânglio que está localizado dentro da cavidade toraco-abdominal que são chamados gânglios pré vertebrais. Então faz sinapse com o 2º neurônio pós ganglionar no chamado gânglio pré-vertebral.
Os mais importantes são o chamado gânglio celiano, gânglio mesentérico superior, e gânglio mesentérico inferior. 
Esta sinapse entre o neurônio pré-ganglionar e o pós-ganglionar pode se da no neurônio dentro da cadeia paravertebral e de lá o axônio do 2º neurônio voltar para a raiz ventral da medula e seguir junto com o nervo espinhal (inervação de pele e vasos por ex). Pode fazer sinapse e o 2º não voltar, sair sem voltar para a raiz. Ou pode ainda passar direto pelo gânglio, não fazer sinapse no gânglio e fazer só no outro gânglio (pré-vertebral) => inervação simpática do AP digestivo. Digestivo baixo e genito urinário se dá pelo gânglios mesentérico superior e inferior. 
Todas as estruturas tem dupla inervação, simpática e parassimpática. Existe só uma diferença em relação a distribuição anatômica. 
Em relação ao SN parassimpático. Enquanto no SN simpático há a predominância de um neurônio pré e pós ganglionar mais ou menos do mesmo tamanho – ambos longos. Afinal o pré-ganglionar vai até o gânglio, faz a sinapse e o pós vai até os nervos. Enquanto no parassimpático geralmente o gânglio onde fica localizado o neurônio pós- ganglionar já está imbutido na própria estrutura do órgão efetor. O órgão efetor, o intestino por exemplo, existem gânglios lá dentro que albergam os neurônios pós-ganglionares. 
Geralmente o axônio do neurônio pós ganglionar é curtinho enquanto o do pré é longo. Em 90% da inervação parassimpática do nosso corpo este neurônio está dentro dp nervo vago. 
No SN simpático a inervação da porção cranial (olhos e estruturas
do crânio) fica localizada nas porções mais altas da medula (T1, T2, T3...). Os neurônios que vão inervar, o sistema simpático que vai inervar os olhos por exemplo.. esses axônios vão sair, fazem sinapse com os primeiros gânglios da coluna, da cadeia simpática paravertebral e a partir daí eles vão emergir como nervos específicos e vão subir para fazer essa inervação. 
As vezes esses primeiros gânglios podem se fundir, tem um gânglio maior chamado gânglio estrelar = primeiro gânglio que é a fusão de um ou dois gânglios da cadeia paravertebral e que alberga a inervação simpática que vai para a porções craniais.
Existem tumores de pulmão que quando crescem, devido a proximidade anatômica podem comprimir o gânglio estrelado, podem comprimir as primeiras estruturas da cadeia paravertebral causando comprometimento da inervação simpática dos olhos. 
Na situação de fuga ou luta por exemplo as pupilas se dilatam então a ação do simpático sobre a pupila é dilatação = midríase. 
Se há uma estrutura que está comprimindo o neurônio que vai causar a midríase vai ocorrer um predomínio do parassimpático e uma diminuição da ação simpática. Vai ocorrer então miose – oposto da midríase. 
Apesar de que a nossa pálpebra superior nós abrimos e fechamos de acordo com nossa vontade porem existem algumas camadas de músculo que recebe inervação simpática principalmente para manter o tônus. Se há o bloqueio simpático há a quebra da pálpebra = ptose palpebral 
Além disso há musculaturas extrínsecas no olho que são tensionadas para manter a posição do olho dentro da cavidade orbitária, também inervadas pelo simpático. Se há comprometimento do simpático, ocorre relaxamento dessa musculatura e ocorre enolftalmia (olhos ‘entram’), oposto de exolftalmia (olhos saem).
Tumores então de ápice de pulmão que comprimam o gânglio estrelar e comprometam a inervação do simpático para o olho provocam miose, ptose palpebral e enolftalmia apenas do lado comprometido. (tumor de pancoast e o conjunto de sintomas = síndrome de horner)
O axônio no neurônio pré-ganglionar nem sempre faz sinapse no gânglio do mesmo nível, pode descer ou subir. Isso faz com que haja uma distribuição muito ampla da inervação simpática. 
NEUROTRANSMISSORES: No SN simpático e parassimpático o neurotransmissor da sinapse entre o neurônio pré e o pós sempre vai ser a acetilcolina e o receptor é um tipo chamado receptor nicotínico (recebe esse nome por que pode ser estimulado pela nicotina)
O neurônio pos ganglionar que é quem vai determinar o efeito final da ação autonômica. No SN simpático, na sinapse entre o pós ganglionar e o órgão efetor o neurotransmissor na maioria das vezes é a noroepinefrina com exceção das glândulas sudoríparas que tem como neurotransmissor a acetilcolina e como receptor o muscarínico. 
A resposta do efetor vai depender do receptor. Qual seja o tipo de receptor é que vai determinar. Um mesmo neurotransmissor pode causar contração ou relaxamento. 
No SN autonômico basicamente vão ocorrer dois tipos de receptores: alfa e beta. Cada recetor desse ainda tem subdivisões: alfa1, alfa2, beta1, beta2 e até beta3 (tipo muito particular cuja função é fundamentalmente metabólica. As células que tem sob a ação da noroepinefrina, do estimulo simpático que exibem na sua membrana receptores beta3 e tem esses receptores estimulados elas vão promover glicolise – quebra da gordura. As células adiposas apresentam grande quantidade desses receptores). = quebra de gordura, liberação da glicose no sangue.
O SN simpático é diabetogênico = aumenta a concentração de glicose no sangue. Efeito metabólico mediado por beta3 também. 
O receptor alfa é o mais abundante na musculatura lisa dos vasos. Principalmente o alfa1. Sob estimulo dos receptores alfa1 há vasoconstrição, contração da musculatura lisa vascular ao sofres estímulo simpático. 
Existe também uma pequena quantidade dos receptores beta1 que tem uma ação semelhante de vasoconstrição.
Os receptores alfa2 são mais raros. Estão presentes, por exemplo, no SNC, no cérebro a nível de algumas regiões e tem a ver por exemplo com o ciclo vigília-sono. Quando são estimulados pode haver um quadro de sonolência. Outra função deles é estarem presentes na membrana pré-sináptica. O estimulo dos alfa2 na membrana pré-sináptica inibe a secreção de mais noroepinefrina dentro do espaço. 
Os receptores beta, o beta1 é abundante no coração. Sob estimulo do beta1 há aumento da força de contração, frequência cardíaca. Já os receptores beta2 tem um efeito de relaxamento da musculatura lisa. Estão presentes por exemplo nos brônquios. Quando se inala as medicações para tratar crises de asma por exemplo, essas drogas vão estimular os receotores beta2 (são beta2 agonistas) levando a uma broncodilatação, relaxa a musculatura lisa dos brônquios. 
Situação: tomar nebulização e o coração acelera. Essas drogas nem sempre são seletivas para os receptores beta2 , ela também vai estimular o receptor beta1 então ao mesmo tempo que melhora a dilatação estimula a frequência cardíaca. 
No SN parassimpático, a sinapse entre o neurônio pos ganglionar e o efetor o neurotransmissor sempre vai ser a acetilcolina e o receptor vai ser o muscarínico. Em geral existe um antagonismo mas nem sempre. EX: No circulatório o simpático aumenta a frequência cardíaca e a força de contração e o parassimpático diminui frequência e força (em menor proporção). Por que a inervação parassimpática do coração é principalmente do excito-condutor (nó sinusal, AV...). O músculo recebe menor inervação parassimpática. A força de contração do coração é modulada pelo simpático. Nesse ex então são antagônicos. 
No aparelho digestivo o parassimpático estimula o peristaltismo, a contração rítmica, estimula a secreção de glândulas digestivas. Já o estimulo do simpático diminui o peristaltismo e a secreção. 
Na saliva: ambos estimulam a produção de saliva, nesse caso não são antagônicos, porém o tipo de saliva é diferente. Sob estímulo do simpático há a produção de uma saliva mais espessa, mais grossa. Sob o estímulo do parassimpático ocorre a produção de uma saliva mais fluida. Quando sentimos o cheiro de comida há atuação parassimpática no tubo digestivo e aumenta o peristaltismo, na boca há secreção salivar, produção aumentada de sucos digestivos. Num momento de ansiedade o simpático age, a boca seca, saliva espessa, grossa. 
Sistema reprodutivo: ereção peniana é função parassimpática. Ejaculação é função simpática. 
A função autonômica em si, a origem da função autonômica parte de centros superiores dos quais a maioria está localizada no hipotálamo (coordena o SN autônomo). E o hipotalamo está no centro do SNC recebendo aferencias de todos os lugares do córtex cerebral inclusive de regiões relacionadas a emoções. A partir daí ele emite fibras nervosas, axônios que vão para todos esses nervos, essas estruturas que coordenam o SN simpático e parassimpático para adequar. 
EX: centro da fome a saciedade estão localizados no hipotálamo. 
Hipotálamo recebe várias influências de uma região chamada sistema límbido (estruturas relacionadas a emoção)
Situação de nervosismo, medo: coração acelerado, midríase.. o hipotálamo recebeu informações do límbico que existia aquela informação e a partir dali deflagrou a resposta, resposta simpática. A partir do hipotálamo, ele também manda informações por exemplo para o blubo, onde há o centros localizados. Como o centro da respiração, centro da circulação e esses centros vão emitir as informações para estimular ou inibir o parassimpático ou simpático. 
O sistema nervoso autônomo também recebe suprimento de neurônios sensoriais. A prova disso é o reflexo baroreceptor que é um reflexo autonômico. Ele tem uma alça aferente, um neurônio sensorial que vai até o centro simpático e parassimpático que fica no bulbo pra deflagrar a resposta. Existem estímulos também.

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