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Introdução
Desenvolvimento biomecânico refere-se ao efeito das forças que modificam, modelam e remodelam o sistema musculoesquelético, sendo por forças intrínsecas e extrínsecas no ambiente intrauterino e intrauterino. Além da força, há outros fatores que também influenciam as mudanças na estrutura corporal do indivíduo como o tamanho do corpo, a herança genética, a nutrição, medicamentos e hormônios. (ORLIN; & LOWES, 2007)
O alinhamento e estruturas de um recém-nascidos são diferentes de crianças com mais idade por conta da vida intrauterina, eles apresentam a flexão fisiológica, que é a postura que o neonato fica com flexão de quadril, joelho e cotovelo. A flexão fisiológica vai dando lugar a novas posturas e movimentos a medida em que a criança se desenvolve. No nascimento a pelve é instável, o acetábulo ainda é raso e cabeça do fêmur é achatada, ao ganhar posturas antigravitacionais o músculo iliopsoas se alonga, alongando a capsula anterior do quadril permitindo o deslizamento anterior da cabeça do fêmur, ganhando a flexão, ativação do glúteo máximo é essencial para diminuição da flexão fisiológica. No plano frontal o ângulo tibiofemoral se encontra na postura em varo, esse angulo pode chegar a 15° mas vai diminuindo durante o primeiro ano de vida. No nascimento a articulação do tornozelo permanece em dorsiflexão, com flexão plantar limitada, com a ação da gravidade há ganho da amplitude em flexão plantar. (ORLIN; & LOWES, 2007)
Biomecânica do desenvolvimento diz a respeito dos ganhos com o passar do desenvolvimento, como cada indivíduo irá se apropriar de cada marco do desenvolvimento com a singularidades de seus corpos e influência dos diferentes ambientes frequentados pela criança durante esse processo. (ORLIN; & LOWES, 2007)
Tratamento 
No tratamento o fisioterapeuta deve avaliar e tratar a criança de acordo com metas estabelecidas junto a família, respeitando seus aspectos sociais e culturais, por exemplo, uma mãe não está preocupada com a diminuição da amplitude do ombro do filho e sim na dificuldade ao colocar uma camiseta. A família é o melhor referencial para conhecer a realidade da criança em suas atividades diárias. O fisioterapeuta pode orientar a família em torno das metas a serem alcançadas, bem como todo o tratamento e o cuidado domiciliar. (ORLIN; & LOWES, 2007)
Distrofia Muscular de Duchenne
É uma doença neuromuscular hereditária progressiva, com manifestação a partir do segundo ano de vida, é ligada ao cromossomo X, herdado da mãe e afeta predominantemente meninos. O diagnóstico é feito através de biópsia muscular, onde se identifica a ausência da distrofina que leva ao aumento das enzimas CPK e CK. A distrofia leva a perda progressiva dos movimentos devido a hipotonia e fraqueza muscular além da dificuldade de fala, atrofia cerebral e déficit de memória, retenção de CO2 e hipoxemia, infecções respiratórias e insuficiência respiratória pelo padrão de tronco. Alterações de marcha iniciam-se aos 7 ou 8 anos com a marcha anserina, caracterizada por hiperlordose lombar e hipertrofia de panturrilha com uma contratura dos cordões tendíneos dos calcanhares e das faixas iliotibiais . O tratamento tem como objetivo diminuir as complicações da doença e dar melhor qualidade devida a criança, a terapia medicamentosa, como creatina e urofina. (MORAES et.al, 2011)
O tratamento feito com glicocorticoesteroides, que melhoram a força, além de prolongam a habilidade de andar até a metade da adolescência, melhora da capacidade da função respiratória e cardíaca e diminuição da necessidade de cirurgias de coluna. Esse tratamento pode causar alguns efeitos colaterais como aumento de peso, osteoporose, pressão alta, acne, problemas de comportamento e atraso da puberdade. A intervenção fisioterapêutica atua na preservação da funcionalidade principalmente dos membros superiores, quando a criança para de deambular e as contraturas se tornam generalizadas. Os exercícios ativos são sempre encorajados desde que não sejam resistidos pois sua ação na fibra muscular é prejudicial. A hidroterapia é indicada em qualquer etapa da doença, a fisioterapia ativa assistida, passiva e respiratória podem ser realizadas na piscina. Exercícios de alongamento são muitos importantes para manutenção da amplitude do movimento e deve ser incorporado na rotina da criança. (EAGLE,2008)
Distrofia Muscular de Becker
Assim como a distrofia de Duchenne, a distrofia muscular de Becker é uma alteração genética transmitida hereditariamente pelo cromossomo X, porém tem início tardio e evolução dos sintomas mais lenta, com os primeiros sinais por volta dos 10anos. A distrofina está presente, porém com estrutura anormal. Tem sintomas semelhantes como a fraqueza e perca progressiva dos movimentos, hipertrofia de panturrilha pelo padrão de marcha. Tanto o tratamento fisioterapêutico como o medicamentoso é igual ao da distrofia de Duchenne. (ROCHA,2011)
Alterações de quadril 
As alterações de quadril podem se dar por diferenças dos membros, coxa vara, coxa valga, coxa plana, luxações e sub luxações de quadril. Displasia simples do quadril é quando a articulação do quadril está mal posicionada ou rasa, podendo haver redução na área de contato devido a uma incongruência, que acontece quando a cabeça do fêmur não é esférica, na infância geralmente acontece o remodelamento que torna a articulação não esférica em congruente. Ou quando há um deslocamento da cabeça do fêmur, o que torna o quadril sub luxado. Podem ser identificados em exames neonatais como o sinal de Barlow, que é realizado ao se aduzir o quadril enquanto se aplica uma pressão sobre o joelho, direcionando a força posteriormente, se o quadril é deslocável o fêmur desliza para fora do acetábulo e o sinal de Ortolani que é realizado a partir da adução e flexão de 90° do quadril, em seguida fazer movimentos de abdução e adução, o examinador com a mão posicionada com os poleares na parte medial das coxas e os dedos na parte lateral, se existir deslocamento o examinador sentirá um estalo. (STAHELI,2008)
Displasia de desenvolvimento de quadril são as anormalidades congênitas de quadril desenvolvidas durante a infância. Para identificar displasias de desenvolvimento do quadril podemos utilizar alguns testes como o de Trendelenburg, que avalia a marcha claudicante, que consiste em elevar uma perna de cada vez, a pelve deve subir do lado elevado, se isso não ocorrer sugere eu o mecanismo abdutor está fraco no lado oposto, as causas dessa alteração pode ser fraqueza muscular, mudança na estrutura do fêmur ou inflamação na articulação. Diferenças no comprimento do membro também tem como característica esse mesmo padrão de marcha, para identificar essas diferenças podemos realizar o teste do sinal de Galleazi, que é realizado com a criança em supino, com os quadris e joelhos em flexão e pés apoiados, nessa posição se avalia as alturas dos joelhos, se houver diferenças o sinal é positivo. Porém luxações e sub luxações fazem com que o fêmur pareça mais curto, para a confirmação da diferença no comprimento dos membros é necessário a mensuração, que é feito com a fita métrica, como referencial temos a espinha ilíaca e o maléolo medial. (ORLIN; & LOWES, 2007; STAHELI,2008)
 
Torcicolo congênito
É uma contratura unilateral que é causado na gestação ou no parto, ficando com a cabeça inclinada para o lado do músculo afetado e rodado para o lado oposto. O músculo esternocleidomastóideo é o mais afetado. Como causas prováveis podemos citar isquemia arterial do musculo, obstrução venosa, mal posicionamento intrauterino e hereditariedade. O diagnóstico é feito com a observação dos movimentos do pescoço e das compensações como a elevação do ombro e a posição da cabeça, pode-se observar também um nódulo no músculo em grande parte dos casos. (PAGNOSSIM et.al.,2008)
Com o encurtamento, a criança acometida pelo torcicolo congênito prefere dormir em prono com o lado afetado para baixo causando uma pressão assimétrica no crânio e ossos da face, que estão em crescimento, o que levaa um remodelamento causando plagiocefalia além disso quando o torcicolo não é tratado pode causar também problemas oculares. O tratamento para plagiocefalia pode ser feita através do reposicionamento, estimulação para o uso bilateral dos movimentos e órtese craniana e intervenção cirúrgica.(SCHREEN, MATARAZZO,2012)
Com tratamento fisioterapêutico precoce da torcicolo congênita é eficaz e as crianças melhoram antes do primeiro ano de vida. O tratamento tardio pode levar a uma série de outras complicações como escoliose e dores crônicas. Como plano fisioterapêutico temos a analgesia da dor com calor e massoterapia, exercícios de alongamento do músculo acometido e estimulação lúdica visual e sonora para a movimentação ativa do pescoço. Os pais devem ser orientados e encorajados a participar do tratamento nos cuidados domiciliares da criança bem como realizar os exercícios propostos, além de corrigir o posicionamento da cabeça da criança em casa durante o sono, o transporte e a amamentação. (PAGNOSSIM et.al.,2008)
Pé torto congênito
O pé torto congênito é a deformidade identificada no mau alinhamento das partes moles e ósseas, com alterações em equino e varo no retro pé e em cavo e adução do médio e ante pé, sendo mais frequente no gênero masculino. Suas causas ainda são desconhecidas, mas podemos considerar situações intrínsecas e extrínsecas como compressão mecânica em alguma manobra no parto, infecções, alterações musculares e neurológica, defeitos congênitos, vasculares e má posição intrauterina e paradas no desenvolvimento fetal. Porém a presença de tecidos fibróticos nos músculos, fáscias e bainhas tendíneas apontam para hipótese de defeito de partes moles e unidades neuromusculares que resultam nas alterações óssea. (MARANHÃO, VOLPON, 2011)
O diagnóstico pode ser feito no pré natal a partir do terceiro mês. Como objetivos do tratamento temos como prioridade trazer funcionalidade de forma indolor, fazendo com que o pé adquira flexibilidade e seja plantígrado além de tornar os resultados do tratamento cirúrgico e do método Ponseti permanente. O método Ponseti consiste em uma série de gessos seriados, com troca semanal durante 6-8meses. Esse tratamento é realizado separando a deformidade em partes, com o primeiro gesso corrigindo a adução com apoio na articulação calcaneocuboidea, depois a correção do varo do retro pé e por último a correção do equino. O método precede intervenção cirúrgica que acontece se o resultado do primeiro tratamento não for satisfatório. Após aos gessos seriados ou a cirurgia é necessário a utilização da órtese Dennis Brown, que é um sapato de couro aberto na frente com uma barra que mantém o pé em adução máxima, permitindo a mobilidade dos joelhos e quadril, para permanência dos resultados. A órtese deve ser usada durante 23 horas nos primeiros 4 meses e depois 14horas durante a noite até os 4 anos de idade. (NOGUEIRA,2011) 
Escoliose congênita
É definido como uma curvatura lateral anormal da coluna vertebral, medindo mais de 10 graus, associado ou não a rotação das vertebras. Qualquer medida menor de 10° não é considerado escoliose, para avaliar utilizamos a medição do angulo de Coob, que consiste em traçar uma linha desenhada no platô de extremidade superior da vértebra superior mais inclinada e no platô da extremidade inferior da vértebra inferior mais inclinada, em seguida desenhar linhas perpendiculares a cada uma das duas linhas, a medição do ângulo de onde essas linhas se encontram é o ângulo de coob, quando não há escoliose as retas ficam paralelas e não formam ângulo. A escoliose congênita deve-se ao desenvolvimento vertebral anormal no período embrionário, que pode ser defeitos na segmentação, formação ou misto. Os defeitos de formação podem ser completos ou parciais, o que dá origem a uma hemivertebra ou vertebra em cunha. Os defeitos de segmentação evidenciam-se as barras não segmentadas e na não formação do disco, o bloco vertebral. As alterações congênitas tendem a ser mais rígidas e resistentes ao tratamento, a anormalidade vertebral associada ao crescimento natural pode ocasionar uma grave deformidade. Geralmente a escoliose congênita vem acompanhado de alguma síndrome, como VACTER, ou anomalia de outros sistemas como geniturinárias e cardiovasculares. O diagnóstico precoce é imprescindível para evitar as diversas complicações da escoliose com o crescimento, e pode ser feito através de um raio x e avaliação clínica de outros sistemas. O tratamento tem como objetivo prevenir complicações severas, através do acompanhamento médico, utilização de órteses, sendo um tratamento eficaz em 10% dos casos e utilizado como paliativo para um atraso na progressão da doença, para a possibilidade de intervenção cirúrgica em uma idade mais tardia. 
(RITO, MARQUES, FILIPE,2012; STAHELI,2008)
Bibliografia
EAGLE, M. Distrofia Muscular de Duchenne In POUNTNEY, T. Fisioterapia Pediátrica. Elsevier. 2008 
MARANHÃO, D.A.; VOLPON,J.B. Pé torto congênito. ACTA Ortopédica Brasileira,2011. V.19 P 9-163 
MORAES, F.M. et.al. Distrofia muscular de Duchenne: relato de caso. Revista cientifica
NOGUEIRA, M.P. Difusão do Método Ponseti para o tratamento do pé torto no Brasil- o caminho para adoção de uma tecnologia. Tese de doutorado. São Paulo. Faculdade de Saúde Pública da USP;2011
ORLIN, M.O.; LOWES, L. Sistema Musculoesquelético: Estrutura, função e avaliação. In. EFFEEN, S. Fisioterapia pediátrica - atendendo as necessidades das crianças. São Paulo. Guanabara Koogan. 2007 
PAGNOSSIM, L. Z. et.al Torcicolo Congênito: avaliação de dois tratamentos fisioterapêuticos. Dissertação. São Paulo. UNICAMP,2008
RITO, C.R.; MARQUES, E.; FILIPE, F. Escolioses congénitas: diagnóstico e tratamento. Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação V. 21 Nº1. 2012
ROCHA, V.L.S. Avaliação clínica e da qualidade de vida de indivíduos com distrofia muscular progressiva. Tese (Doutorado). Salvador. Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde, 2011.
SCHREEN, G.; MATARAZZO, C.G. Tratamento de plagiocefalia e braquiocefalia posicionais com órtese craniana: estudo de caso. São Paulo,2012
STAHELI, L. T. Ortopedia pediátrica na prática. Porto Alegre, Artmed 2ed 2008
INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-IFRJ
CAMPUS REALENGO
CURSO DE FISIOTERAPIA
ESTUDO DIRIGIDO DE NME I
 
Sistema Musculoesquelético
Isabella Oliveira da Silva
Professoras Elisa van Eyken e Beatriz Carrapatoso
 
Rio de Janeiro
2017

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