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Prof.ª Ms. Laura Veloso laurasgveloso@hotmail.com DEGENERAÇÃO CELULAR Lesão bioquímica precede a lesão fisiológica que precede a lesão morfológica.” INTRODUÇÃO REGRA DE OURO Estímulo lesivo : aparecimento de respostas celulares Adaptação Degeneração Morte celular (necrose) OS AGENTES AGRESSORES CAUSAM MODIFICAÇÕES MOLECULARES NAS CÉLULAS E NOS TECIDOS, QUE SE SOMAM E RESULTAM EM ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS: CELULARES E INTERSTICIAIS. ASSIM: De acordo com a intensidade e extensão, as lesões podem ser identificadas a olho nu, por microscopia de luz (ML) ou por microscopia eletrônica (ME). INTRODUÇÃO • As respostas celulares à um estímulo seguem duas vias: REGRESSÃO OU ADAPTAÇÃO •Enquanto algumas alterações degenerativas constituem alterações funcionais temporárias ou adaptações, outras são graves e implicam na progressão em direção da morte celular. INTRODUÇÃO Literalmente : Degeneração Deterioração Célula doente Alteração regressiva das células e tecidos, caracterizada pela anormalidade na sua função e estrutura. NOMENCLATURA Sufixo OSE: lesões degenerativas Nefrose Artrose Osteocondrose São lesões cuja a característica morfológica fundamental é a deposição de substancias no interior das células. INTRODUÇÃO Fonte: Google imagens, 2018. PADRÕES DE DEGENERAÇÃO CELULAR As alterações degenerativas são encontradas nas três respostas celulares básicas: 1.Alterações do balanço hidro-eletrolítico (edema celular). 2.Sobrecarga de produtos catabólicos (glicogênio, lipídeos e proteínas) 3.Acúmulo de produtos complexos não degradáveis (alterações no processamento / excreção celular): pigmentos, minerais e subst. exógenas. PADRÕES DE DEGENERAÇÃO CELULAR Padrão Resposta Celular Mecanismo Básico Acúmulo de água Degeneração hidrópica Expansão celular aguda, devido à perda do controle de entrada e saída de água Acúmulo de metabólitos Degeneração glicogênica Degeneração gordurosa Degeneração hialina Degeneração com acúmulo de metabólitos normais. Armazenamento Lipidose Mucopolissacaridose Mineralização Acúmulo de pigmento Acúmulo de produtos complexos não degradáveis Fonte: Robbins, 2006. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR Termo utilizado para descrever o edema das células. O edema celular é a resposta mais comum e importante às agressões celulares e a primeira manifestação de quase todas as formas de injúria celular. Como principal consequência ocorre a perda do controle da entrada de água no interior da célula e aumento do volume celular. É reversível, desde que não muito intensa ou prolongada. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR Substância nociva Injúria direta ou indireta Lesão na membrana plasmática Inibindo os processos metabólicos A membrana plasmática torna-se permeável, o sódio (Na+) e o cálcio (Ca++) entram na célula, o potássio (K +) é perdido e a água entra na célula, diluindo o citoplasma. Corte histológico normal Corte histológico após lesão Fonte: Google imagens, 2018. Fonte: Google imagens, 2018. Causas e Mecanismos: - É provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico que resultam em retenção de eletrólitos e água nas células. - As chamadas bombas eletrolíticas, tem a função de transportar eletrólitos contra o gradiente de concentração e de manter constantes as concentrações desses eletrólitos no interior da célula. -Agentes lesivos: 1- hipóxia; infecções bacterianas e virais 2- hipertermia exógena ou endógena; 3- toxinas que lesam diretamente a membrana; 4-substâncias inibidoras de ATPase Na/K dependente. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA / EDEMA CELULAR O2 Respiração mitocondrial ATP Atividade da Bomba de Na/K, com Na+ e H2O e K + (Tumefação celular) Síntese e reciclagem de fosfolípides Perda de fosfolípides e da integridade da membrana com Ca+2 e ativação de enzimas líticas - Fosfolipases, proteases, ATPases Respiração anaeróbica, com de lactatos e pH Características Morfológicas: -Macroscópicas: aumento de volume e peso do órgão (tumefação, cápsula tensa, consistência pastosa), com palidez (compressão vascular pelas células tumefeitas e/ou coloração acinzentada clara. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Fonte: Google imagens, 2018. -Microscópicas: citoplasma opaco, granuloso, turvo, refringente, com transparência diminuída mascarando o núcleo/ tumefação turva. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE METABÓLITOS O acúmulo de quantidades anormais de várias substâncias (água, lipídeos, proteínas,carboidratos, minerais, pigmentos, produtos infecciosos) constitui uma das manifestações celulares de perturbação metabólica na patologia As substâncias armazenadas classificam-se em 3 categorias : 1.constituinte celular normal acumulado em excesso; 2.acúmulo de substância anormal endógena ou exógena; 3.um pigmento ou produto infeccioso. Os acúmulos intracelulares anormais podem ser divididos em três tipos gerais: 1.Uma substância endógena normal é produzida em uma velocidade normal ou aumentada, mas a velocidade do metabolismo é inadequada para removê- la, como ocorre por exemplo, na metamorfose gordurosa no fígado, o acúmulo intracelular de triglicerídeos. 2.Uma substância endógena normal ou anormal acumula-se porque Não pode ser metabolizada ou é depositada intracelularmente sob forma amorfa ou filamentosa, como nas doenças de armazenamento. 3.Uma substância exógena anormal é depositada e acumula-se devido à ineficiência celular para degradar a substância ou transportá-la para outros locais, como por exemplo o acúmulo de partículas de carvão, sílica e inclusões virais. DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE METABÓLITOS Acúmulo de material intracelular de natureza protéica, conferindo ás células e tecidos afetados um aspecto hialino. Os excessos de proteínas dentro das células, apresentam- se como vacúolos ou massas arredondadas de gotículas eosinófilas. O termo“hialino” refere-se à uma alteração dentro das células ou no espaço extracelular, que confere um aspecto homogêneo, vítreo e rosado, nos cortes histológicos rotineiros corados com hematoxilina-eosina. DEGENERAÇÃO HIALINA Hialinização intracelular 1.Glóbulos hialinos nas células epiteliais dos túbulos proximais do rim; 2.Depósitos hialinos em plasmócitos : infecções crônicas e virais; 3.Cirrose hepática de origem nutricional : alcoólatras crônicos. Hialinização extracelular 1.Tecido fibroso colágeno em antigas cicatrizes; 2. Parede de arteríolas (pp/e. rim): hipertensão de longa duração e diabetes mellitus; extravasamento de proteína do plasma e depóstio membrana basal ; 3.Hialinização do glomérulo renal : injúria renal crônica; 4.Algumas neoplasias: leiomiomas. DEGENERAÇÃO HIALINA Fonte: Google imagens, 2018. DEGENERAÇÃO HIALINA Corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos: 1 - Corpúsculo hialino de Mallory: encontrado nos hepatócitos de alcoólatras crônicos é formado por filamentos intermediários associados a outras proteínas do citoesqueleto. 2 - Corpúsculos de Councilman e Rocha Lima são vistos nos hepatócitos em hepatites virais, especialmente na febre amarela, geralmente correspondem a hepatócitos em apoptose. 3 - Corpúsculode Russel: ocorre em indivíduos com proteinúria onde a degeneração excessiva de proteínas é encontrada no epitélio tubular renal Fonte: Google imagens, 2018. DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE Acúmulo anormal reversível de lipídios no citoplasma de células parenquimatosas (principalmente de túbulos renais, hepatócitos, e fibras do miocárdio - células que normalmente metabolizam muita gordura), formando vacúolos (pequenos e múltiplos ou único e volumoso) em consequência de desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização. A degeneração é comum no fígado, epitélio tubular renal e miocárdio, mas pode esta também nos músculos esqueléticos e pâncreas. Abuso de álcool e o diabetes mellitus associado com a obesidade - causas mais comuns DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE Principais causas: - Excesso de Álcool: Desvios normais catabolismo para sintese de lipídios; - Ex. Desnutrição proteica: Reduz a síntese de apoproteinas - Ex. Hipóxia: Inibe a oxidação dos ácidos graxos - Ex. Inanição: Aumenta a mobilização dos ácidos graxos das reservas periféricas DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE Fonte: Google imagens, 2018. DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE Em condições normais , os hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e triglicérides provenientes da absorção intestinal e da lipólise no tecido adiposo agentes lesivos Aumento da síntese de lipídeos por maior aporte de ácidos graxos decorrente da lipólise, de ingestão excessiva ou pela produção de ácidos graxos Redução na utilização dos triglicérides ou ácidos graxos para síntese de lipídeos mais complexos, devido a carência de fatores nitrogenados e de ATP Menor formação de lipoproteínas DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE As consequências dependerão da causa e da gravidade do acúmulo: - branda: sem efeito sobre o funcionamento celular; - severa: pode prejudicar o funcionamento celular. A metamorfose gordurosa em si é reversível. Fonte: Google imagens, 2018. DEGENERAÇÃO LIPÍDICA/ESTEATOSE ASPECTOS FÍGADO CORAÇÃO RINS MACROSCÓPICOS -aumento de volume e peso, - redução da consistência, - bordas arredondadas e coloração amarelada - órgão pálido e com consistência diminuída; - em outros casos (hipóxia), a esteatose em faixas amareladas visíveis através do endocárdio aumento de volume e peso, tornando o órgão amarelado. MICROSCÓPICOS os hepatócitos apresentam um grande vacúolo de gordura no citoplasma, o qual desloca o núcleo para a periferia da célula TG se depositam em pequenos glóbulos dispostos ao longo das miofibrilas. aparecem em pequenos glóbulos que podem coalescer e formar vesículas maiores Fonte: Google imagens, 2018. DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA Depósitos intracelulares excessivos de glicogênio são vistos em pacientes com uma anomalia ou de metabolismo da glicose ou do glicogênio; as massas de glicogênio aparecem como vacúolos claros dentro do citoplasma. A degeneração é comum no fígado, epitélio tubular renal e miocárdio, mas pode esta também nos músculos esqueléticos e pâncreas. diabetes mellitus associado com a obesidade - causas mais comuns LIPIDOSES Depósitos de Colesterol: -Depósitos de colesterol podem ser formados nas artérias (aterosclerose), na pele (xantomas) e em sítios de inflamações crônicas. -Na aterosclerose, os depósitos de colesterol são encontrados na íntima das artéria de médio e grande calibre, no interior de macrófagos e de céls. musculares lisas que migram da artéria média. LIPIDOSES LIPIDOSES -Características: *Macroscópicas; os depósitos de colesterol são vistos como placas amareladas, amolecidas, (ateromas). ACÚMULO DE PIGMENTOS Os pigmentos são substâncias coloridas, algumas constituintes normais das células(melanina), enquanto outras são anormais, acumulando-se nas células apenas em circunstâncias especiais; Podem ser exógenos ou endógenos (lipofuscina, melanina e alguns derivados da hemoglobina). ACÚMULO DE PIGMENTOS A lipofuscina é um pigmento insolúvel, também conhecido como lipocromo ou pigmentos de desgaste ou de envelhecimento, composta de polímeros de lipídeos e fosfolipídeos conjugados à proteínas, sugerindo que sejam derivados de peroxidação lipídica. A Hemossiderina é um pigmento derivado da hemoglobina, de cor amarelo- dourada a marrom,granular ou cristalino, forma na qual o ferro é estocado nas células. Este é normalmente levado por proteínas de transporte, as transferrinas. Quando houver um excesso local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina, que são facilmente vistos ao microscópio óptico. Pigmentos: Lipofuscina Fibras cardíacas hipertróficas Pigmentos: Hemossiderina ACÚMULO DE PIGMENTOS BILIRRUBINA: - Principal pigmento normal encontrado na bile; derivada da hemoglobina, mas não contém ferro; sua formação e excreção são vitais para a saúde. - A icterícia é um distúrbio clínico comum devido ao excesso deste pigmento dentro das células e tecidos. - Comum no fígado e rins. CARVÃO : - É o pigmento exógeno mais comum, poluente do ar na vida urbana que quando inalado,; - É captado pelos macrófagos dentro dos alvéolos e transportado pelos canais linfáticos para os linfonodos re gionais, - Provoca o escurecimento dos tecidos pul monares (ANTRACOSE) e os linfonodos envolvidos. Pigmentos: Bilirrubina Pigmentos: Antracose Pigmentos: Antracose Pigmentos: Antracose Linfonodos broncopulmonares Pigmentos: Antracose VAMOS PRATICAR? ROTEIRO DE ESTUDO 1.Defina degeneração celular, enumerando os diferentes padrões de resposta celular frente às injúrias que a célula pode vir a sofrer. 2.Cite a etiopatogenia e lesões macro e microscópicas do edema celular agudo. 3.Qual é a reação celular, quando deparada à uma perturbação metabólica? Como pode ser classificada tal reação ? 4.Cite a etiopatogenia da metamorfose gordurosa no fígado. 5.O que é coração tigrado ? 6.A hialinização é uma lesão celular específica ? Porquê? Descreva seu aspecto microscópico. 7.Defina antracose. 8.Qual é a utilidade principal, na detecção de lipofuscina nos cortes de tecidos? 9.Defina hemossiderose e explique em que baseia-se sua classificação. 10.Defina icterícia e caracterize-a microscopicamente no fígado -KUMAR, Vinay; ABBAS Abul k.; FAUSTO Nelson; ASTER Jon C., Robbins & Cotran - Patologia Bases Patológicas das Doenças. 8 ed. São Paulo: Elsevier, 2010. - KUMAR, Vinay; ABBAS Abul k.; FAUSTO Nelson; MITCHELL Richard, Robbins Patologia Básica. 8 ed. São Paulo: Elsevier, 2008.
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