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Microeconomia - Escolhas do consumidor. Análise sobre a escolha ótima dos consumidores

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RAPHAEL LAURINDO DE LIMA 
FICHAMENTO: Escolha: (p. 71-92). 5º capítulo 
VARIAN, Hal R. Microeconomia: uma abordagem moderna. Tradução da 9º edição, 2016. 
 
Para analisar o que chamamos de escolha ótima dos consumidores, será necessário juntar a 
teoria das preferências, que é o meio pelo qual se entende e estuda as diferentes escolhas do 
consumidor, e o conjunto orçamentário, que é a composição dos preços dos bens a serem escolhidos 
e da renda nominal do consumidor. Anteriormente dizia-se que quanto mais distante da origem, em 
um gráfico bidimensional, as Curvas de Indiferença estariam mais satisfeito o consumidor estaria. 
Mas devemos levar em consideração também a Restrição Orçamentária que esse consumidor sofre 
ao escolher a cesta que o deixaria mais satisfeito. Havendo curvas acima da restrição orçamentária, 
significa que o consumidor não poderá consumá-las. Situando abaixo, quer dizer que ele poderá 
consumir, mas não seria o melhor consumo, a melhor escolha, onde chamamos de ótimo interior. 
Logo a escolha ótima do consumidor será aquela em que a Curva de Indiferença tangenciar, ou 
seja, passar ou estar muito próxima da reta de Restrição Orçamentária, pois a curva de indiferença 
não pode cruzar a reta orçamentária. Há casos em que a reta não tangencia a curva, como o caso de 
Gostos bizarros, onde existe uma “quebra” no ponto de escolha ótima da curva de indiferença, ou 
um ponto de escolha ótimo de fronteira, onde o ponto ótimo de escolha é zero unidades de um bem 
em estudo, e neste caso a reta de restrição orçamentária também não tangencia a curva. 
Para que satisfaça completamente a teoria, as curvas de indiferença que forem 
discriminadas no gráfico em que se está analisando deverão ser estritamente convexas, pois caso 
não sejam dessa forma, poderia estas curvar-se para trás e tocar novamente a reta orçamentária. 
A escolha ótima dos bens do consumidor, baseada num conjunto de preços e renda do 
mesmo, é chamada de cesta demandada onde se os preços de um ou mais bens desta cesta 
(usualmente são analisados os bens dois a dois) a escolha ótima também variará. Matematicamente 
a função demanda é aquela que associa as quantidades demandadas com os diferentes níveis de 
preços e renda. Essa função depende de ambos os fatores e para cada conjunto de preços e renda 
haverá uma combinação distinta de bens que equivale à escolha ótima deste consumidor em estudo. 
Para os casos em que haja substitutos perfeitos destas cestas demandadas existem três 
fatores lógicos para chegar à escolha ótima: quando o bem um é mais barato que o bem dois, 
quando o bem um é mais caro que o bem dois, e quando o bem um tem o mesmo preço do bem 
dois. Dependendo de como se der essa comparação entre os dois bens, a relação de substituição 
acontecerá de maneira diferente. De modo geral, somente com o último fator é que o consumidor 
não se importará com a troca dos bens em análise, caso contrário preferirá o que for mais barato, 
pois poderá consumir maior quantidade, levando em conta o princípio de quanto mais, melhor. Para 
os complementares perfeitos, que num gráfico é demonstrado em forma de “L” em relação aos dois 
bens estudados, a escolha ótima é sempre no vértice desse L. Como, necessariamente, o consumidor 
deve consumir os dois produtos juntos, independente de quanto custa cada um deles, ele usa sua 
renda e subtrai pela soma dos dois produtos, satisfazendo sua restrição orçamentária. 
A visão teórica desta análise funciona em observar as diferentes formas de preferências e 
funções matemáticas de utilidade, e também a verificação dos tipos de comportamento de demanda 
gerados a partir dessas preferências analisadas. Mas no cotidiano funciona de maneira oposta: deve-
se observar o comportamento da demanda, e não das formas de preferência. A questão é como 
descobrir quais os tipos de preferências geraram aquele determinado comportamento. É óbvio que 
não é possível analisar escolhas individuais do consumidor, uma vez que não possuímos dados 
suficientes para tal, mas essa análise é feita em grupos (alunos, professores, ciclistas, motociclistas, 
etc.), pois, em tese, cada grupo tem consumidores com gostos similares de escolhas entre si e 
diferentes escolhas em relação aos outros grupos quaisquer. Grupo a grupo conseguimos estimar, 
através de funções matemáticas de utilidade, para prever a demanda em relação a um bem em 
estudo e avaliar propostas de políticas econômicas. 
Até o momento foi visto que a observação do comportamento da demanda nos mostra 
detalhes importantes acerca das preferências básicas do consumidor para saber como foi gerado 
esse comportamento em questão. Geralmente quando se tem uma quantidade satisfatória de análises 
desse comportamento, pode-se estimar uma função de utilidades geradoras dessas escolhas. 
Entretanto mesmo que seja observada apenas uma escolha do consumidor podemos concluir de 
muitas maneiras como variará a utilidade do consumidor e o quanto variará essa utilidade. Se por 
exemplo fossem analisados dois bens em que a taxa de troca de um para o outro fosse a mesma, 
cada consumidor se adaptaria de modo em que a sua taxa de troca (taxa “interna”) se igualasse ou 
chegasse o mais próximo possível da taxa que o mercado proporciona (taxa “externa”). Isso 
funciona independentemente da renda e dos gostos de cada indivíduo. 
Um fato é que o preço mede a TMS (Taxa Marginal de Substituição) e isso é um modo 
avaliativo para possíveis mudanças nas cestas de consumo. Qualquer alteração nos preços seja de 
um ou dos dois bens em análise levarão às variações nessa taxa. Cada observação na escolha do 
consumidor levará a uma TMS. Os preços variando e as escolhas mudando, haverá outra TMS, e 
assim quando mais mudanças e observações acontecerem, mais poderá se concluir acerca do 
comportamento do consumidor na escolha observada. Um fator de mudança no preço é o imposto e, 
assim que uma alíquota é incidida sobre um bem, o consumidor perceberá esse aumento e ocorrerá 
uma variação na Taxa Marginal de Substituição onde, por via de regra, ao aumentar o preço de um 
bem, a quantidade consumida deste diminuirá. Essa alteração deixará o bem acessível ao 
consumidor, mas não será a escolha ótima que ele poderia ter, pois irá alterar a relação de satisfação 
deste em relação ao consumo “perfeito”.

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