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RAPHAEL LAURINDO DE LIMA FICHAMENTO: Preferências: (p. 31-50). 3º capítulo VARIAN, Hal R. Microeconomia: uma abordagem moderna. Tradução da 9º edição, 2016. O consumidor, em sua essência, sempre escolherá o que considera melhor para consumir, com a determinada quantidade de renda disponível para gastar com isso. Mas o que é “melhor para consumir”? Dentre infinitos bens ou serviços disponíveis para optar (que chamamos de cestas de consumo) como escolher, ou melhor, como dizer que “este bem” é melhor que “aquele bem”? Isso irá depender muito do motivo, razão e circunstância que o indivíduo quiser adquirir aquele determinado produto. Esse é o modo mais completo de visualizar e analisar, dentre toda essa gama, o melhor produto. Simplificando isso, e usando como metodologia de análise apenas dois bens e, enquanto o bem um é o bem a ser analisado, o bem dois seria todos os demais nessa escala de comparação. Ao estudar duas cestas de consumo diferentes em que o consumidor poderia escolher qualquer uma aleatoriamente, o próprio consumidor poderá expressar que uma cesta é muito mais necessária para ele que a outra. Deixa claro que prefere uma à outra. Como descobrir qual é a que ele prefere? Através do comportamento do consumidor em situações de escolha. Se sempre escolher essa àquela, a conclusão será de que sempre escolherá essa àquela. Essa escolha direta de uma cesta em comparação à outra é chamada de preferência estrita. Há também a possibilidade de semelhança de escolha onde o consumidor, ao ter a opção das duas cestas, se mostraria semelhantemente satisfeito tendo uma ou a outra cesta de consumo, o que é chamado de indiferença. Essa satisfação mútua entre as cestas pode ser dita que o consumidor tem uma preferência fraca entre uma cesta e outra em que, de modo didático, existiria uma preferência fraca do bem um, que no modo de estudo é o bem analisado do ponto de vista do consumidor, em relação ao bem dois, que são todos os demais bens desta análise. Toda essa análise de preferência do consumidor geram suposições entre os economistas. Existem situações, no mínimo inusitadas, em que pode existir a situação em que há uma preferência entre um bem em relação ao outro, ao mesmo tempo em que há a preferência do outro em relação ao um. Por esse motivo existem pressupostos sobre a relação de preferência. As principais são chamadas de “axiomas”, que são verdades inquestionáveis universalmente válidas, fundamento de uma demonstração sem estar ser passível do mesmo, evidência cuja comprovação é dispensável por ser óbvias. Dentre os axiomas, podemos destacar três deles: Completa: quando é possível comprar duas cestas de consumo e uma tem preferência sobre a outra, ou a outra sobre a uma, ou mesmo quando há indiferença. Esse axioma é muito peculiar e foge da análise econômica, pois as escolhas desse consumidor são difíceis de classificar se considerarmos momentos extremos da vida; Reflexiva: ao supor que, dentre todas as cestas, são tão boas quanto elas próprias. Esse axioma é bastante simples, pois uma cesta de consumo é de fato tão boa quanto uma cesta igual, justamente pelo fato de serem iguais; Transitiva: quando, por exemplo, existem três cestas de consumo em que a um é preferível a dois, e a dois é preferível a três. Logo a cesta um também é preferível a três. Ela é necessária, pois em algum momento poderia haver um conjunto de cestas de consumo em que não haveria uma escolha melhor a se fazer, como se chegasse ao final. Toda essa teoria, essa análise econômica do consumidor pelas preferências serão analisadas em um gráfico mediante uso interpretativo de uma linha, chamada curvas de indiferença. Esses gráficos, em seus eixos, estarão representados dois bens em questão e a curva determinará o quanto de um bem mais quanto do outro bem serão necessários para satisfazer a necessidade do consumidor. Por exemplo, tendo dez como quantidade máxima a ser consumida dentre os dois bens estudados, existem muitas formas de formar conjuntos a fim de satisfazer o consumidor. Quando o consumidor aceita a substituição da quantidade de um bem pelo outro de maneira igualitária, dizemos que esses bens são substitutos perfeitos entre si. Existem, também, bens que devem ser consumidos juntos, como se estes completassem um ao outro. Estes bens são chamados de complementos perfeitos. É como se, ao consumir apenas um dos bens, não fosse agregado nada à satisfação do consumidor. Um detalhe é que esses bens são sempre consumidos em proporções fixas, como por exemplo, dois x dois, três x três ou quatro x quatro. Tudo que exceder a curva de indiferença serão quaisquer cestas que são semelhantes à cesta estudada no gráfico. Essa análise toda, porém, não distingue entre as cestas melhores das piores. Um fato que não pode acontecer nas curvas de indiferença é que, usando mais de uma curva em um mesmo gráfico, estas curvas não poderão se cruzar, pois curvas de indiferença com níveis distintos de preferência não podem se cruzar, pois “quebraria” o pressuposto de que são níveis distintos e passariam a terem níveis semelhantes de escolha. Até então utilizamos da premissa de que o consumidor goste tanto de um quanto do outro produto que estão sendo estudados. Mas e se houver casos em que o consumidor não goste de um dos produtos analisados, mas terá que consumir determinada quantidade deste para compensar o outro bem que ele queira? Sempre que for acrescentado um produto que ele não goste, automaticamente terá de acrescentar um que ele goste, para compensar o consumidor de adquirir o primeiro. Aumentando o que ele goste isso não será necessário porque ele estará satisfeito com o aumento do produto de seu gosto. Há a possibilidade desse bem ser neutro, que é quando o consumidor não se importa com um dos produtos que estão sendo analisados. Se aumentar o produto que ele não goste, isso não fará diferença nenhuma, se aumentar o que ele gosta, ele ficará mais satisfeito com o aumento. Caso quisermos inspecionar o nível de saciedade de uma cesta de consumo em relação a qualquer outra para um determinado indivíduo a selecionamos e, quanto mais próximo mais satisfeito estará, e quanto menos próximo menos satisfeito estará este indivíduo. Caso ele tenha muito deste bem isso será ruim para ele, pois o excesso será desnecessário para consumo.
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