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Tortura “Agrada-me muito saber”, acrescentou o Abade, “que em vários casos vós decidistes pela inocência do acusado. Acredito, e nunca como nestes dias tristíssimos, na presença constante do maligno nas coisas humanas”, e olhou ao redor de si, imperceptivelmente, como se o inimigo vagasse por entre aquelas paredes, “mas acredito que muitas vezes o maligno age com segundas intenções. E sei que pode impelir suas vítimas a fazer o mal de tal modo que a culpa recaia num justo, gozando pelo fato de que um justo venha a ser queimado em lugar de quem lhe é submisso. Frequentemente os inquisidores, para dar prova de solércia, arrancam a qualquer custo uma confissão do acusado, achando que bom inquisidor é só aquele que conclui um processo encontrando um bode expiatório...” “Mesmo um inquisidor pode ser impelido pelo diabo”, disse Guilherme.” (Umberto ECO – O nome da Rosa) Torturar - • Art. 1º Constitui crime de tortura: • I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: • a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; • b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; • c) em razão de discriminação racial ou religiosa; • II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. • § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. • § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
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