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Aula 07 Trypanosoma cruzi

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Trypanosoma cruzi 
Doença de Chagas 
Glêzia Renata da Silva Lacerda 
 
Graduada em Biomedicina / ASCES 
Mestre em Biotecnologia Industrial/ UFPE 
Doutora em Ciências Biológicas/ UFPE 
A Doença de Chagas 
 Trypanosoma cruzi é o protozoário que causa a doença de Chagas, também 
conhecida como tripanossomíase americana; 
 Considerada um problema de saúde pública por todos os países da América 
Latina; 
 Sua distribuição ocorre desde a América do Sul, incluindo Chile e Argentina, 
até o sul dos Estados Unidos por onde existem vetores adequados ao 
parasito; 
 No Brasil, abrange uma área de 3 milhões de km2, desde o MA até o RS; 
 São mais de 2450 municípios, envolvendo uma população de mais de 20 
milhões de pessoas expostas ao risco de infecção, apesar da transmissão 
intradomiciliar ser rara atualmente. 
Histórico 
Carlos Chagas 
Médico sanitarista, que identificou pela primeira vez 
o protozoário causador da doença que afetava as 
populações pobres e os trabalhadores que 
construíam a Estrada de Ferro Central do Brasil. 
 O processo da descoberta se iniciou em 1907, quando Chagas, pesquisador de 
Manguinhos e pertencente à equipe do médico Oswaldo Cruz, chegou a Lassance, no 
norte de Minas Gerais, com a missão de combater a malária entre os trabalhadores da 
Estrada de Ferro Central do Brasil. 
Histórico 
 Observou vários flagelados, encontrados em insetos hematófagos da região, 
conhecidos como chupões ou barbeiros, pois atacam preferencialmente o rosto; 
 Em 1908, verificou que o Trypanosoma cruzi era patogênico para animais de 
laboratório; 
 Busca incessante pelo protozoário no sangue das pessoas e animais residentes em 
casas de pau-a-pique infestadas por estes insetos. 
Carlos Chagas atendendo pacientes Hospital em Lassance 
Histórico 
O caso da menina Berenice 
 Em 14 de abril de 1909, Chagas descobriu pela primeira vez o protozoário no sangue de 
um ser humano: uma menina de dois anos, Berenice, em plena fase aguda da doença. 
 Foi reavaliada durante anos, apresentando o protozoário no sangue, porém 
nenhuma manifestação clínica da doença; 
 Morreu aos 75 anos de idade e 73 anos de infecção, mas sua morte não foi 
atribuída à infecção pelo T. cruzi. 
Morfologia 
Amastigotas 
 Formas infectantes que habitam o interior das 
células do hospedeiro vertebrado; 
 Morfologia ovoide ou arredondada, com núcleo 
grande que ocupa aproximadamente 1/3 do corpo 
do parasito; 
 Não apresenta flagelos livres; 
 Presença do cinetoplasto (mitocôndria modificada, 
rica em DNA); 
 Multiplicam-se por divisão binária. 
B, blefaroplasto; F, flagelo; G, aparelho de 
Golgi; K, cinetoplasto; M, mitocôndria; 
mt, microtúbulos; N, núcleo; RE, retículo 
endoplasmático; V, vacúolo. 
Morfologia 
Amastigotas 
Morfologia 
Tripomastigotas sanguíneos 
 Formas infectantes encontradas extracelularmente 
no sangue circulante do hospedeiro vertebrado; 
 Presença do cinetoplasto (mitocôndria modificada, 
rica em DNA); 
 Possuem um flagelo livre e longo; 
 Apresentam membrana ondulante; 
 Núcleo arredondado ou oval, situado no meio ou na 
porção anterior do corpo do parasito. 
 
B, blefaroplasto; F, flagelo; G, aparelho 
de Golgi; RE, retículo endoplasmático; 
L, lisossomos; K, cinetoplasto; M, 
mitocôndria; mt, microtúbulos; N, 
núcleo; RE, retículo endoplasmático; V, 
vacúolo. 
Morfologia 
Tripomastigotas sanguíneos 
 Polimórficos, podendo apresentar-se delgados, 
intermediários, largos ou muito largos; 
 As formas delgadas são mais infectantes que 
as largas, porém mais sensíveis à ação de 
anticorpos; 
 Formas mais largas são capazes de 
permanecer mais tempo na corrente circulatória; 
 Tripomastigotas delgados são cepas 
“macrofagotrópicas”  tropismo por células do 
SFM; 
 Tripomastigotas largos são cepas “miotrópicas” 
 tropismo por células musculares. 
 
Morfologia 
Tripomastigotas sanguíneos 
Morfologia 
Epimastigotas 
 Encontradas no intestino do hospedeiro invertebrado; 
 Apresentam dimensões e formas bastante variáveis; 
 Cinetoplasto situado próximo ao núcleo; 
 Membrana ondulante curta e flagelo livre bem 
desenvolvido; 
 Multiplicação bastante ativa por divisão binária 
longitudinal; 
 Permanecem muitas vezes agrupados, formando enormes 
rosáceas, com as extremidades flageladas voltadas para o 
centro. 
 
Morfologia 
Epimastigotas 
Morfologia 
Amastigotas, Tripomastigotas e 
Epimastigotas 
Vetores 
Hospedeiros Invertebrados 
 São conhecidos 
como “triatomíneos”; 
 Ambos os sexos 
são hematófagos; 
 Principais gêneros: 
 Panstrongylus 
 Triatoma 
 Rhodnius. 
 
 
 
 
 
A, Panstrongylus  as antenas encontram-se inseridas junto à margem 
anterior dos olhos; 
B, Rhodnius  as antenas apresentam-se no ápice da cabeça; 
C, Triatoma  as antenas inserem-se na metade da distância entre o ápice da 
cabeça e a margem anterior dos olhos. 
Vetores 
Hospedeiros Invertebrados 
FORMAS EPIMASTIGOTAS ESTÃO PRESENTES NO INTESTINO E FORMAS 
TRIPOMASTIGOTAS SÃO ENCONTRADAS NO ESTÔMAGO E NO RETO. OS 
TRIPOMASTIGOTAS PRESENTES NO RETO SÃO DENOMINADOS METACÍCLICOS. 
 
 
 
 
 
Reservatórios 
Hospedeiros Vertebrados 
 O protozoário Trypanosoma cruzi, é encontrado no sangue de animais 
silvestres como tatu, gambá e algumas espécies de macacos. 
 
 O barbeiro, inseto hematófago, também conhecido como “chupança” ou 
“chupão”, se contamina quando pica os animais silvestres que hospedam o 
protozoário. 
Ciclo Biológico 
 As formas tripomastigotas metacíclicas penetram no local da picada e 
interagem com células do sistema mononuclear fagocitário da pele ou das 
mucosas. 
TRIATOMÍNEOS 
ELIMINAM 
TRIPOMASTIGOTAS 
METACÍCLICOS NAS 
FEZES E NA URINA 
LOGO APÓS O 
REPASTO SANGUÍNEO 
INÍCIO DO CICLO 
Ciclo Biológico 
Heteroxeno 
ESTÁGIOS EM 
HUMANOS 
ESTÁGIOS EM 
TRIATOMÍNEOS HOSPEDEIRO 
INTERMEDIÁRIO: 
INSETO 
HOSPEDEIRO 
DEFINITIVO: 
HOMEM 
Ciclo Biológico 
Hospedeiro Vertebrado 
 Formas tripomastigotas metacíclicas são internalizadas através da emissão de 
pseudópodes ou pela depressão da membrana celular de células do hospedeiro 
vertebrado no sítio de inoculação; 
 Diferenciação das formas tripomastigotas metacíclicas em amastigotas dentro 
do vacúolo parasitário; 
 Reprodução por divisão binária das formas amastigotas no citoplasma das 
células hospedeiras; 
 Transformação dos amastigotas em tripomastigotas sanguíneos; 
 Ruptura da células e difusão das formas pelas correntes sanguínea e linfática; 
 Tripomastigotas podem invadir células em outros locais e, novamente, se 
transformam em amastigotas. 
Ciclo Biológico 
Interação parasito – célula 
hospedeiro vertebrado 
1. ADESÃO CELULAR  
RECONHECIMENTO MEMBRANA-
MEMBRANA 
 
2. INTERIORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO 
VACÚOLO PARASITÁRIO 
 
3. TRANSFORMAÇÃO 
TRIPOMASTIGOTA METACÍCLICO – 
AMASTIGOTA – TRIPOMASTIGOTA 
SANGUÍNEO 
 
 
 
 
 
Ciclo Biológico 
Hospedeiro Invertebrado 
 Um novo ciclo inicia através da picada do triatotomíneo, durante o repasto 
sanguíneo, e ingestão de formas tripomastigotas presentes no sangue do 
vertebrado infectado; 
 Conversão para a forma epimastigota e multiplicação no intestino médio do 
barbeiro, por divisão binária simples; 
 No reto, os epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos e 
são eliminados nas fezes ou na urina do vetor. 
Transmissão 
 Através da picada de vetores triatomíneos infectados (maiorimportância epidemiológica); 
 Transfusão sanguínea; 
 Transmissão congênita  ninhos de amastigotas na 
placenta liberam tripomastigotas que podem atingir a 
circulação fetal; 
 Acidentes de laboratório são raros e não representam 
relevância epidemiológica; 
 Transplante; 
 Transmissão oral  amamentação, ingestão de alimentos 
contaminados com fezes ou urina de triatomíneos. 
Fase aguda da doença 
 Pode ser sintomática ou assintomática; 
 Está relacionada com o sistema imunológico do hospedeiro; 
 Inicia-se através das manifestações locais (Sinal de Romaña e/ou Chagoma de 
inoculação). 
APARECEM ENTRE 4 A 10 DIAS APÓS A PICADA DO 
BARBEIRO E REGRIDEM EM 1 OU 2 MESES 
 
 
 
 
Fase aguda da doença 
 Na infecção disseminada, os alvos preferenciais são as células de Kupffer, 
macrófagos do baço e células do miocárdio; 
 Sintomas: 
 Febre; 
 Edema localizado e generalizado; 
 Poliadenia (linfonodos inchados); 
 Cefaleia e Mialgia; 
 Hepatoesplenomegalia; 
 Insuficiência cardíaca; 
 Perturbações neurológicas. 
 
Fase aguda da doença 
 A infecção abrange mais tecidos e a parasitemia aumenta, ao mesmo tempo 
que aumenta resposta imune com a produção de anticorpos. 
 
o A uma redução do número de parasitos circulantes até que sejam 
completamente eliminados da circulação, caracterizando o fim da Fase Aguda da 
doença. 
o Protozoários que não foram eliminados pela resposta imunológica podem ainda 
permanecer viáveis no interior das células infectadas, caracterizando a Fase Crônica 
da Doença de Chagas, que pode evoluir para as manifestações características. 
RESPOSTA IMUNOLÓGICA MAIS INTENSA LEVA 
Fase crônica da doença 
FORMAS CRÔNICAS 
Forma crônica 
indeterminada 
Forma crônica 
cardíaca 
Forma crônica 
digestiva 
Fase crônica assintomática 
Indeterminada ou Latente 
 Após a fase aguda, ocorre um período assintomático, que varia de 10 a 30 
anos; 
 
 Caracteriza-se por: 
 Positividade em exames parasitológicos e/ou sorológicos; 
 Ausência de sinais e/ou sintomas da doença; 
 Eletrocardiograma normal; 
 Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. 
 
Fase crônica sintomática 
Cardíaca 
 Atinge cerca de 20% a 40% dos pacientes no centro-oeste e sudeste do Brasil; 
 Forma crônica cardíaca é representada por uma miocardiopatia inflamatória 
fibrosante, arrítmica que leva a uma insuficiência cardíaca progressiva, de curso fatal; 
 Muitas vezes ocorre uma lesão na ponta do ventrículo esquerdo, conhecida como 
"lesão de ponta" ou "aneurisma de ponta". 
 
 
 
 
OCORRE UM RETARDO NA CHEGADA 
DO ESTÍMULO ELÉTRICO NA REGIÃO 
DA PONTA DO VENTRÍCULO ESQUERDO 
 
 
 
 
Fase crônica sintomática 
Cardíaca 
 Macroscopicamente, o coração aparece com 
aumento de volume e de peso acima dos normais 
(cardiomegalia), com espessamentos nodulares 
branco-peroláceos ao redor das coronárias, hipertrofia 
ventricular e atrial e dilatação das válvulas 
atrioventriculares. 
 
 
Fase crônica sintomática 
Cardíaca 
 Histologicamente, intenso exsudato de células mononucleadas, áreas de 
fibrose que alteram os feixes das fibras musculares e ninhos de amastigotas. 
 
 
Fase crônica sintomática 
Digestiva 
 Está presente em cerca de 7% a 11% dos casos; 
 Alterações morfológicas e funcionais importantes, como a incoordenação 
motora, caracterizando o megaesôfago e o megacólon. 
 
 
Fase crônica sintomática 
Digestiva 
 Sintomas: 
 Dificuldade de deglutição; 
 Dor retroesternal; 
 Regurgitação; 
 Azia; 
 Soluço; 
 Tosse; 
 Constipação; 
o Complicações mais graves: obstrução intestinal e perfuração levando 
a peritonite. 
 
 
Diagnóstico Clínico 
 Origem do paciente; 
 Sinais de porta de entrada (Sinal de Romaña e/ou Chagoma de inoculação); 
 Febre irregular, adenopatia, hepatoesplenomegalia, edema generalizado ou 
apenas dos pés; 
 Alterações cardíacas acompanhadas de insuficiência cardíaca; 
 Alterações digestivas reveladas por raios X. 
Diagnóstico Laboratorial 
Parasitológico 
 Exame de sangue a fresco; 
 Exame de sangue em gota 
espessa; 
 Esfregaço sanguíneo corado pelo 
Giemsa; 
 Xenodiagnóstico; 
 Hemocultura; 
 Cultura de sangue ou de material de 
biópsia de linfonodos. 
FASE AGUDA 
 
o Alta parasitemia 
o Presença de anticorpos 
inespecíficos 
o Início da formação de anticorpos 
específicos (IgM e IgG) 
Diagnóstico Laboratorial 
Parasitológico 
 Xenodiagnóstico; 
 Hemocultura. 
FASE CRÔNICA 
 
o Baixa parasitemia 
o Presença de anticorpos 
específicos (IgG) 
Diagnóstico Laboratorial 
Xenodiagnóstico 
 Triatomíneos criados em laboratório são colocadas em contato com o braço do 
paciente para exercer o repasto sanguíneo durante 30 minutos; 
 As caixas são rotuladas com a identificação do paciente e a data; 
 Os insetos são mantidos em condições adequadas e após 30 dias é examinado o 
conteúdo intestinal dos insetos. 
Profilaxia 
 Melhoria da habitação, com 
adequada higiene e limpeza da 
mesma; 
 Combate ao triatomíneo por meio 
de inseticidas e outros métodos 
auxiliares; 
 Identificação e seleção de 
doadores de sangue. 
 
 
 
Tratamento 
 Nifurtimox e Benzonidazol 
 Oferecem pouca eficiência sobre as formas amastigotas, apresentando um 
melhor resultado sob as formas tripomastigotas; 
 Apresentam sérios efeitos colaterais. 
 O tratamento aplicado e os resultados dependem da fase em que o paciente 
se encontra. 
 Específico  contra o parasita, visando eliminá-lo; 
 Sintomático  para atenuação dos sintomas, como o uso de cardiotônicos 
e antiarrítmicos, para o coração, ou através de cirurgias corretivas do esôfago e 
do cólon.

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