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FERTILIDADE DO SOLO, MICROBIOLOGIA E NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS CALAGEM Veridiana Cardozo Gonçalves Cantão Lavras, fevereiro de 2013. • Brasil solos ácidos • Consumo calcário: fertilizante ~1:1 ideal 2 a 3:1 INTRODUÇÃO •Adubar solo ácido é jogar $ fora • Benefícios •< a toxidez de H+, Al3+ e Mn2+ • > mineralização da MO = > disponibilidade de nutrientes em especial N, S, P e B • > disponibilidade de Ca2+ e Mg2+ (adição direta) • > disponibilidade de P, e Mo fixados • > fixação simbiótica do N BENEFÍCIOS DA CALAGEM • > da atividade de bactérias nitrificadoras • > CTC do solo, < salinidade e lixiviação de cátions • > eficiência da adubação • > preservação de áreas de floresta ou áreas menos vocacionadas para a agricultura < área para mesma produção BENEFÍCIOS DA CALAGEM • Características do corretivo • Dose do corretivo • Forma e época de aplicação do corretivo SUCESSO DA CALAGEM a) Natureza química Calcários •Carbonatos de Ca e Mg • Moagem de rochas calcárias • Mais usados na prática da calagem CARACTERÍSTICAS DOS CORRETIVOS Ca(Mg)CO3 + H2O Ca 2+(Mg2+)sol + CO3 2- CO3 + H2O HCO3 - + OH- HCO3 - + H2O H2CO3 + OH- H+ + OH- H2O • Menos de 10% de MgCO3 ou menos de 5% MgO •10 a 25% de MgCO3 ou 5 a 12% MgO • Depende da análise de solo • Mg baixo Calcário com > Mg TIPOS • Ricos em Ca • Teor de Mg variável • Depende da análise de solo • Mg baixo Calcário com > Mg ou T < 5% de Mg QUAL USAR? b) Óxidos •Cal virgem •Queima ou calcinação completa do calcário Ca(Mg)CO3 Ca(Mg)O + CO2 b) Óxidos •Reação rápida •Calor gerado pode danificar sementes, plântulas e micro-organismos Ca(Mg)O Ca2+(Mg2+)sol + 2OH - + calor b) Óxidos • Para evitar possíveis danos a aplicação deve ser feita com antecedência •A queima incompleta do calcário gera uma mistura de Ca(Mg)CO3 e Ca(Mg)O Calcário calcinado c) Hidróxidos • Hidratação da cal virgem Ca(Mg)O Ca(Mg)(OH)2 + calor •Ação neutralizante imediata, pó fino Ca(Mg)(OH)2 + H2O Ca 2+(Mg2+)sol + 2OH - sol d) Escórias de Siderurgia • Silicatos e óxidos de Ca e Mg • Resíduos da indústria de aço • Reação lenta porém mais rápida que o carbonato • Metais pesados Ca(Mg)SiO3 + H2O Ca 2+(Mg2+)sol + SiO3 2- SiO3 + H2O HSiO3 - + OH- sol HSiO3 - + H2O H2SiO3 + OH- sol b) Poder de Neutralização (PN) • Quantidade de ácido que o corretivo é capaz de neutralizar • Função da natureza química e do grau de pureza • CaCO3 puro é o padrão 100% (%E CaCO3) CARACTERÍSTICAS DOS CORRETIVOS Espécie química %E CaCO3 ou PN CaCO3 100 MgCO3 119 CaO 179 MgO 248 Ca(OH)2 135 Mg(OH)2 172 CaSiO3 86 MgSiO3 100 CaCO3 = 40+12+(16)3= 100 Molc CaCO3 =100/2 = 50 molc MgCO3 = 24+12+(16)3= 84 Molc MgCO3 =84/2 = 42 molc 50 CaCO3 ------ 42 MgCO3 X ------ 100 X = 119 PN Calculado PN= ECaCO3 = (%CaO x 1,79) + (%MgO x 2,48) Legislação: calcários comuns, calcinados, cal virgem e hidratada PN mínimo 67, 80, 125 e 94% Escória básica 60% c) Granulometria • Velocidade de reação: depende da área superficial de contato com o solo. • < partícula > velocidade de reação • Calcários: tamanho de partículas variável • pó a 2 mm de diâmetro (máx. permitido) CARACTERÍSTICAS DOS CORRETIVOS • Eficiência relativa (ER) •Diferentes frações granulométricas considerando o tempo e reação de três meses Fração granulométrica Eficiência Relativa (%) Peneira N° (ABNT) Dimensão da partícula (mm) 10 > 2 0 10-20 2 a 0,84 20 20-50 0,84 a 0,30 60 50 < 0,30 100 ER ER= (A x 0,2) + (B x 0,6) + (C x 1,0) A = % partículas de 0,84 a 2 mm B = % partículas de 0,3 a 0,84 mm C = % partículas de < 0,3 mm 82 d) Poder relativo de neutralização total (PRNT) • Depende da natureza química • Considera PN • Depende da natureza física (granulometria) • Afeta na ER CARACTERÍSTICAS DOS CORRETIVOS PRNT (%) = (PN x ER)/100 • Calcário com PN = 90% e ER = 70% PRNT ? PRNT (%) •PRNT = 63% • 63% do PN reage em 3 meses • 27% do PN após os 3 meses •Legislação: mínimo permitido 45% Quantidade a aplicar QA = (necessidade de calagem x 100)/PRNT • Calcário com PN = 90% e ER = 70% PRNT ? CUIDADO! Cálculos de necessidade de calagem consideram PRNT 100% 83 • Calcário é barato, abundante e com jazidas razoavelmente bem distribuídas. • A prática pode se tornar cara • Maquinário •Custo de transporte •Levar em consideração o período de seu efeito residual (1-4 anos) ASPECTOS ECONÔMICOS Custo efetivo = custo por tonelada/PRNT • Levar em consideração aspectos técnicos • Atenção para LEI DO MÍNIMO • Dose depende do método e das espécies vegetais •Pode ser feita por curvas de neutralização • Trabalhoso, inadequado para laboratório •Brasil: 3 métodos • NC é calculada para 0-20 cm • Calcário com PRNT 100% CÁLCULO DE NECESSIDADE DE CALAGEM •Aumento do pH para um valor desejado • Mistura do solo com uma solução tampão (SMP) •pH inicial 7,5 •< pH SMP > acidez do solo •Exigência da planta pH 5,5; 6,0 e 6,5 MÉTODO SMP (RS/SC) • pH 6,5 – 7,0 (adotado por muitos anos) •Calagem para aumentar o pH para 5,6 ou 5,7 e reduzir o m% <10% é suficiente para maioria das plantas •Latossolos pH ao redor de 7,0 pode ser um risco • Estrutura do solo (aeração, fluxo de água) • Baixa disponibilidade de micronutrientes • Mn (soja) e Zn (milho) MÉTODO SMP (RS/SC) Fornecimento de Ca e Mg AUTO CALAGEM Precipitar Fe tóxico •Al, maior problema em solos NC (t/ha) = Al trocável x 1,5 • Além do Al, solos com baixa disponibilidade de Ca e Mg • Muitas fórmulas para NC para neutralizar o Al e fornecer Ca e Mg MÉTODO Al, Ca e Mg TROCÁVEIS (MG) •MG NC (t/ha)= [Y x (Al – (mt x t/100)] + [(X – (Ca + Mg)] • Y (poder tampão do solo em função da textura) Y= 0-1 (< 15% argila) Y= 1-2 (16 - 35% argila) Y= 2-3 (36 - 60% argila) Y= 3-4 (> 60% argila) MÉTODO Al, Ca e Mg TROCÁVEIS (MG) Fator solo Saturação por Al CTC efetiva Fator planta Análise de solo •Aumentar a saturação por bases para diversas culturas • Estreita relação entre V% e pH NC (t/ha)= [T x (V2 – V1)]/100 MÉTODO DA SATURAÇÃO POR BASES (SP) CTC pH 7,0 análise de solo V% análise de solo V% desejada (recomendação regional) •Calagem cultivos sucessivos (culturas anuais) Efeito residual será tanto menor quanto maior forem: • Fertilizantes nitrogenadosamoniacais (Sulfato de amônio) • Remoção das bases pelas colheitas sucessivas • Chuva ácida • Plantas acidificadoras da rizosfera • Solo com baixo poder tampão • Corretivos de alta reatividade • Dose de corretivo < que a recomendada EFEITO RESIDUAL DA CALAGEM •Plantas sensíveis a acidez principalmente logo após a germinação corrigir antes do plantio • Calcários comuns 3 a 6 meses antes do plantio •Calcário calcinado até 1 mês •Cal virgem 1 mês (ação caustica) •Rotação gramínea/leguminosa antes da gramínea ÉPOCA DE APLICAÇÃO DOS CORRETIVOS • Solubilidade em água dos corretivos é baixa • Ação neutralizante não se propaga a grandes distâncias • Distribuição e incorporação • Cálculos de NC 1ha e 0-20cm • Alterações devem ser corrigidas FORMA DE APLICAÇÃO DOS CORRETIVOS • Implantação de lavouras a lanço e uniforme • Pequenas áreas (hortas), manualmente • Grandes áreas com distribuidoras tratorizadas •Adubadoras a lanço ou em linha com espaçamento pequeno •Calcário na linha de plantio somente para fornecimento de Ca e Mg em solos menos ácidos (finamente moídos) Distribuição dos corretivos Gradagem – aração - gradagem • Homegeneidade • Camadas de 30-40cm favorecem o crescimento radicular (grade pesada e subsolador) • Calagem superficial sem incorporação em culturas perenes instaladas e pastagens estabelecidas (20 a 50% da dose calculada) Incorporação dos corretivos • Regiões de pouca precipitação, não favorecendo a drenagem e lixiviação do excesso de sais •Solos com pH alcalino • Uso de S elementar finamente moído •H2SO4 (difícil manuseio) •Al2(SO4)3 •Sulfato de amônio ACIDIFICAÇÃO DO SOLO
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