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1-Carboidratos

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1 
1 
CARBOIDRATOS 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
Os carboidratos são as macromoléculas mais abundantes na natureza. Encontram-
se distribuídos em todos os seres vivos. 
Além do nome carboidratos, são também conhecidos como hidratos de carbono, 
glucídeos, açúcares ou sacarídeos e oses. Os carboidratos mais simples são constituídos 
por carbono, hidrogênio e oxigênio. Muitos compostos desta classe tem a fórmula geral 
(CH2O)n onde n  3, entretanto, existem compostos que não se ajustam à fórmula geral; 
como exemplo temos a desoxiribose, açúcar do ácido desoxiribonucleico cuja fórmula 
molecular é C5H10O4. Alguns carboidratos contêm também em suas estruturas, nitrogênio, 
fósforo ou enxôfre. 
Nos seres vivos, os carboidratos exercem diversas funções: fonte de energia pela 
sua combustão; fonte de carbono na síntese de outros componentes celulares, alimentos 
de reserva, como é o caso do amido nos vegetais e o glicogênio nos animais; são 
importantes elementos estruturais das células e tecidos, como no caso da celulose em 
vegetais e quitina nos animais. 
Os carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetona ou ainda substâncias que 
por hidrólise liberam esses compostos. Os pertencentes ao grupo poliidroxialdeído são 
chamados de ALDOSES, enquanto os pertencentes ao grupo poliidroxicetonas são 
chamados de CETOSES. 
 
 
C
OH
CH OH
CH2OH
D-gliceraldeído
 diidroxiacetona
CH2OH
C O
CH2OH
 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO 
Segundo tamanho da cadeia, os carboidratos podem ser classificados em três 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
2 
classes principais: Monossacarídeos, Oligossacarídeos e Polissacarídeos. 
1.2.1 Monossacarídeos 
São os açúcares simples não hidrolisáveis. Incluem compostos de 3 até 7 átomos 
de carbono. O monossacarídeo mais abundante na natureza é a D-glicose (com 6 átomos 
de C). Os monossacarídeos constituem as unidades formadoras dos oligossacarídeos e 
dos polissacarídeos. 
Os monossacarídeos simples, são compostos sólidos, sem cor, cristalinos, solúveis 
em água e a maioria possui sabor adocicado. O esqueleto carbônico dos 
monossacarídeos é constituído por uma cadeia carbônica não-ramificada onde os átomos 
de carbono estão unidos entre si por ligações covalentes simples. Um dos átomos de 
carbono é unido por uma dupla ligação a um átomo de oxigênio para formar o grupo 
carbonila. Existem duas famílias de monossacarídeos: se o grupo carbonila está na 
extremidade da cadeia carbônica, o monossacarídeo é um aldeído e é chamado 
ALDOSE; se o grupo carbonila está em qualquer outra posição, o monossacarídeo é uma 
cetona e é chamado CETOSE. 
 
FAMÍLIA DAS D-ALDOSES 
 
C
OH
CH OH
CH2OH
três carbonos
C
H O
CH OH
CH OH
CH2OHD-gliceraldeído
C
OH
C
C
HO H
H OH
CH2OH
D-eritrose D-treose
quatro carbonos
H
C
O
C
C
H OH
H OH
CH OH
CH2OH
D-ribose
H
C
O
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH2OH
D-arabinose
H
C
O
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH2OH
D-xilose
H
C
O
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH2OH
D-lixose
cinco carbonos
 
Carboidratos 
3 
seis carbonos
D-manoseD-glicoseD-altrose
H
C
O
C
C
HO H
HO H
CH OH
C
CH2OH
H OH
H
C
O
C
C
H OH
HO H
CH OH
C
CH2OH
H OH
H
C
O
C
C
HO H
H OH
CH OH
C
CH2OH
H OH
 D-taloseD-galactoseD-idose
H
C
O
C
C
HO H
HO H
CHO H
C
CH2OH
H OH
H
C
O
C
C
H OH
HO H
CHO H
C
CH2OH
H OH
H
C
O
C
C
HO H
H OH
CHO H
C
CH2OH
H OH
 
 
 
FAMÍLIA DAS D-CETOSE 
 
 
seis carbonos
D-tagatose
C
C
C
HO H
HO H
CH OH
CH2OH
CH2OH
O
D-sorbose
C
C
C
H OH
HO H
CH OH
CH2OH
CH2OH
O
D-frutose
C
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH2OH
CH2OH
O
D-psicose
C
C
C
H OH
H OH
CH OH
CH2OH
O
CH2OH
CH2OH
C O
C
C
CH2OH
H OH
H OH
CH2OH
C O
C
C
CH2OH
HO H
H OH
cinco carbonos
D-ribulose D-xilulose
CH2OH
C O
CH2OH
CH2OH
C O
C
CH2OH
H OH
três carbonos quatro carbonos
diidroxiacetona
D-eritrulose
 
 
Estereoisomeria 
 
Todos os monossacarídeos, exceto a diidroxiacetona, contêm um ou mais átomos 
de carbono assimétrico, o que permite a existência de isômeros ópticos diferentes: um 
levorrotatório e outro dextrorrotatório. A representação dos isômeros ópticos pode ser 
feita utilizando, por exemplo, as fórmulas de projeção de Fischer ou de perspectiva . 
 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
4 
L(-)-gliceraldeídoD(+)-gliceraldeído
L(-)-gliceraldeídoD(+)-gliceraldeído
Fórmulas em perspectiva
CH OH
CHO
CH2OH
CHO H
CHO
CH2OH
Fórmulas de projeção de Fischer
HO C
CHO
H
CH2OH
H C
CHO
OH
CH2OH
 
 
Conhecendo apenas o desvio da luz polarizada, não permite saber a configuração 
absoluta (disposição espacial) dos grupos do gliceraldeído. 
Um composto de referência foi escolhido (o gliceraldeído) para permitir classificar a 
família dos açúcares e também servir de referência para outros compostos. 
Quando a hidroxila do carbono assimétrico do gliceraldeído estiver para direita, 
tem-se o D-gliceraldeído; quando a hidroxila estiver para a esquerda, tem-se o L-
gliceraldeído. Os símbolos D e L indicam a configuração ou seja, a disposição dos grupos 
no espaço e nunca o poder rotatório do composto. Para os açúcares que possuem dois 
ou mais átomos de carbono assimétrico, adotou-se a convenção de que os prefixos D e L 
referem-se a configuração estereoquímica do carbono assimétrico mais afastado da 
carbonila. Quando dois isômeros ópticos são imagens especulares um do outro são 
chamados de Enantiômeros. Se dois açucares diferem na configuração de um único 
átomo de carbono eles são chamados Epímeros um do outro. 
 
Epímeros da glicose 
 
6
5
4
3
2
1
6
5
4
3
2
1
6
5
4
3
2
1
D-galactoseD-glicoseD-manose
C
C
C
HO H
HO H
CH OH
CHO
CH2OH
H OHC
C
C
HO H
H OH
CH OH
CHO
CH2OH
H OHC
C
C
HO H
H OH
CH OH
CHO
CH2OH
HO H
(epímero no C-2) (epímero no C-4)
 
Carboidratos 
5 
O cálculo do número de isômeros ópticos de determinado composto é realizado 
através da equação de Vant’Hoff (isômeros ópticos ativos = 2n), onde n = número de 
carbonos assimétricos). Isômeros ópticos ativos são os que desviam o plano da luz 
polarizada ou para a direita, simbolizado pelo sinal (+) ou d, ou para a esquerda, 
simbolizado pelo sinal (-) ou l. Existem ainda os isômeros racêmicos (dl) que são mistura 
equimolecular dos isômeros d e l que não desviam o plano da luz polarizada. A fórmula 
para calcular o número de isômeros racêmicos é 2n-1 (n = número de carbonos 
assimétricos). 
Mutarrotação: Os monossacarídeos com cinco ou mais átomos de carbono na 
cadeia, em geral ocorrem em soluções aquosas como estruturas cíclicas (em anel) nas 
quais o grupo carbonila forma uma ligação covalente com o oxigênio de uma hidroxila ao 
longo da cadeia. Um exemplo é a D-glicose, ela pode ocorrer sob duas formas 
isoméricas, diferindo pela rotação específica. Se a D-glicose é cristalizada a partir de uma 
solução aquosa pela evaporação da água sua rotação específica é + 112,2º; essa forma é 
chamada de -D-glicose. Se ela é cristalizada a partir de uma solução em piridina, sua 
rotação específica será de + 18,7º; essa forma é chamada de -D-glicose. Quando  e  
D-glicose são dissolvidas em água, a rotação óptica de cada uma varia gradualmentecom 
o tempo até atingir um valor constante de 52,5º. O equilíbrio da luz polarizada em 52,5º é 
uma conseqüência da transformação de aproximadamente 63% da glicose  em glicose 
. Se a glicose for  transformará em 36% em . Nos dois casos, somente 1% 
aproximadamente de D-glicose permanecem cadeia aberta. Estas mudanças na forma da 
D-glicose, alteram o desvio da luz polarizada, por isso, dá-se o nome de mutarrotação. 
Essas formas cíclicas de açúcares com seis átomos no anel são chamadas de piranoses 
por se assemelharem ao composto pirano (anel com seis átomos). A formação dos anéis 
piranosídicos na D-glicose é o resultado de uma reação geral que ocorre entre grupos 
alcoólicos e aldeídicos para formar derivados chamados hemiacetais. 
 
pirano
-D-glicopiranose-D-glicopiranose
HC CH
CHHC
OH2CO
OH
OH
H
CH2OH
H OH
H
H
OH HHOH
H
H
HH
CH2OH
OH
OH
OH
O
 
 
 
 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
6 
R C
H
O
+ HO R R C
OH
H
OR
R C
OR
H
OR
1 2 1 2
HO R
3
3
2
aldeído álcool hemiacetal
acetalhemiacetal álcool
21
R C
OH
H
OR +
 
 
 
Com a ciclização, o carbono carbonílico passa a ser assimétrico, e com isso 
permite duas configurações estereoquímicas, denominadas  e  que são chamadas 
anômeros. O átomo de carbono hemiacetalico é chamado de carbono anomérico. 
 
H H
6
5
4
3
2
D-glicose
1 C
OH
C
C
C
C
CH2OH
H OH
HO H
H OH
H OH
C
C OH
C C
H
O
CH2OH
H
OH
H
H
OH
C
H
OH
1
23
4
5
6
6
5
3 2
1C
C O
C C
H
O
CH2OH
H
OH
H
H
OH
C
OH
H
C
C O
C C
H
O
CH2OH
H
OH
H
H
OH
C
H
OH
1
23
5
6
44
-D-glicopiranose -D-glicopiranose 
 
As cetohexoses também ocorrem nas formas  e  anoméricas, mas formam anéis 
de 5 átomos chamados furanoses por se assemelharem ao composto furano (anel de 5 
átomos). Os derivados são chamados hemicetais 
Carboidratos 
7 
furano
-D-frutofuranose-D-frutofuranose
HH
HH
CH2 O
OH H
H
OH
CH2OH
H O
HOHOCH2 O
OH H
H
CH2OH
OH
H O
CH
O
HC
CC
 
 
 
+
1
R C
OH
R
OR
2
3
hemicetal cetal
hemicetalálcoolcetona
4
34
3
2
1
3
2
R C O
R
+ HO R R C
OH
R
OR
R C
OR
H
OR
1 1
HO R
álcool
 
 
Monossacarídeos importantes: muitos monossacarídeos são encontrados em 
grandes quantidades na natureza. Entre eles temos a glicose, monossacarídeo mais 
abundante, encontrado nos carboidratos de reserva, como o amido e glicogênio, nos 
carboidratos estruturais como a celulose, hemicelulose e em alguns oligossacarídeos 
importantes como a lactose e sacarose. 
A frutose, é encontrada na sacarose e como polissacarídeos de reserva (inulina) 
em algumas plantas; a galactose que compõe junto com a glicose a lactose encontrada 
no leite; a manose que é encontrada na parede celular dos vegetais; a ribose e 
desoxirribose que são componentes estruturais dos ácidos nucleicos e nucelotídeos; o 
gliceraldeído, a eritrose, xilulose, ribulose e sedoeptulose que são importantes no 
metabolismo de carboidratos e na fotossíntese. Alguns carboidratos aminados são 
importantes subunidades de polissacarídeos estruturais como a glicosamina, presente 
na quitina das carapaças dos insetos. 
PROPRIEDADES DOS CARBOIDRATOS 
Os carboidratos apresentam muitas propriedades químicas que permitem sua 
identificação através de reações específicas. 
 
TAUTOMERIA 
Foi considerada inicialmente um tipo especial de isomeria de função onde as 
formas tautômeras convertem-se entre si. Os carboidratos quando colocados em meio 
alcalino, sofrem tautomeria naturalmente, estabelecendo um equilíbrio entre as formas 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
8 
tautômeras. Através desta propriedade, as cetoses podem ser convertidas em aldoses 
permitindo serem quantificadas por reações de óxido redução (açucares redutores). 
 
D-frutose
C
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH2OH
CH2OH
OC
C
C
HO H
H OH
CH OH
CHO
CH2OH
H OH
D-glicose
C
C
C
HO H
H OH
CH OH
CH
CH2OH
C
C
C
HO H
H OH
CH OH
CHO
CH2OH
HO H
D-manosetrans-Enidiol
HO
cis-Enidiol
CH
C OH
CH2OH
OHH C
OHH
HHO
C
C
HO HO
 
 
DESIDRATAÇÃO 
Carboidratos de 5 e 6 átomos de carbono colocados em presença de ácidos fortes 
e concentrados sofrem desidratação perdendo 3 molécula de água, produzindo 
compostos denominados furfurais, que são aldeídos derivados do furano. 
 
Hidroximetilfurfural
HEXOSE
ácido forte
calor
PENTOSE
Furfural
CHOo
o CHOHOCH2
Hidroximetilfurfural
ácido forte
calor
 
 
Os furfurais formam reações coloridas com fenóis que podem ser geral ou 
específicas dependendo do fenol utilizado. Essas reações coloridas constituem a base 
para métodos qualitativos e também quantitativos na determinação dos carboidratos. 
 
AÇÚCARES REDUTORES (OXIDAÇÃO) 
Os monossacarídeos podem ser oxidados por agentes oxidantes suaves tais como 
os íons férrico (Fe3+) e cúprico (Cu2+). 
O carbono do grupo carbonila é oxidado a ácido carboxílico formando os ácidos 
aldônicos, geralmente em meio alcalino. A extremidade alcoólica dos carboidratos pode 
ser oxidada por enzimas específicas formando os ácidos aldurônicos que são 
importantes constituintes de polissacarídeos. 
Em presença de oxidantes fortes, tanto a carbonila quanto a extremidade alcoólica 
dos monossacarídeos são oxidados formando os ácidos dicarboxílicos (ácidos 
aldáricos). 
A glicose e outros açúcares que possuem a carbonila livre ou potencialmente livre 
são capazes de reduzir os íons férrico ou cúprico, são chamados de açúcares redutores. 
Esta propriedade é útil na análise quantitativa (Reagentes de Noelting e Nelson) e 
qualitativa (Reagentes de Fehling, e Benedict) dos açúcares. 
Carboidratos 
9 
Os dissacarídeos e polissacarídeos possuem na extremidade da cadeia, uma 
carbonila livre e por isto chamada de extremidade redutora. 
 
 
6
5
4
3
2
D-glicose
1C
OH
C
C
C
C
CH2OH
H OH
HO H
H OH
H OH
-D-glicopiranose
O
OH
OH
H
CH2OH
H OH
H
H
OH H
2Cu2+ 2Cu
+
C
O
C
C
C
C
CH2OH
H OH
HO H
H OH
H OH
O
-
1
2
3
4
5
6
D-gliconato

 
H2O2D-gliconato + 
glicose oxidaseD-glicose 
Redução 
 
Os carboidratos podem também serem reduzidos a álcoois através da utilização de 
reagentes específicos como o boroidreto de sódio (NaBH4). Os álcoois formados recebem 
os nomes em função do monossacarídeo utilizado: Ex: glicose  glucitol ou sorbitol; 
manose  manitol. O sorbitol pode ser encontrado em frutos de muitas plantas superiores 
enquanto o manitol é encontrado em algas e fungos. 
 
 
Fosforilação das hexoses 
As hexoses são fosforiladas enzimaticamente as custas de ATP para produzir 
ésteres de ácido fosfórico, que constituem intermediários importantes no metabolismo dos 
carboidratos: 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
10 
Frutose - 1,6 - difosfato
fosfofrutoquinase
ATP
ADP
frutose - 6 - fosfato
glicoisomerase
mutase
glicose - 1 - fosfatoglicose - 6 - fosfato 
Hexoquinase
ADPATP
Glicose
 
 
Formação de glicosídeos 
Os hemiacetais e hemicetais (monossacarídeos) reagem com uma nova molécula 
de álcool, formando os acetais ou cetais respectivamente. Quando a molécula de álcool é 
uma hidroxila de uma outra molécula de um monossacarídeo, há a formação de um 
dissacarídeo.A ligação química formada entre os dois monossacarídeos é denominada 
de ligação glicosídica. Os acetais e cetais formados não sofrem mutarrotação e, por 
isso, não são açucares redutores. 
As outras hidroxilas do hemiacetal, também reagem porém há necessidade de 
condições mais drásticas porque há a formação de éteres. Por exemplo, a hidroxila 
anomérica reage facilmente com metanol em meio ácido enquanto nas demais a reação 
ocorre somente na presença de agentes metilantes fortes como o dimetilsulfato. Os 
derivados metilados são úteis na determinação da estrutura do anel do açúcar. 
 
H H
6
5
3 2
1C
C O
C C
H
O
CH2OH
H
H
OH
C
OH
H
C
C O
C C
H
O
CH2OH
H
OH
H
H
OH
C
H
OH
1
23
5
6
4
4
-D-glicopiranose -D-glicopiranose
OH
H
hemiacetal
álcool
H2O
hidrólise condensação
H
OH
4C
C O
C C
H
O
CH2OH
H
H
OH
1
23
5
6
H
H
O
hemiacetal
H
OH
4 1
23
5
6
OH
H
OH
H
H
CH2OH
 
CC
OCacetal H
 
 
Maltose 
 
Carboidratos 
11 
Derivados biologicamente importantes dos monos-sacarídeos 
Existem na natureza alguns açúcares derivados de outros açúcares cujos grupos 
funcionais normais foram modificados. São eles. 
 
a) Glicosídeos: já descritos anteriormente 
 
b) Ésteres de ácido fosfórico: 
São encontrados em todas as células e são intermediários importantes no 
metabolismo dos carboidratos. Exemplos: glicose-1-fosfato; glicose-6-fosfato, e 
frutose–6-fosfato etc. 
 
c) Aminoaçúcares 
As aldoses e cetoses reagem com as aminas para formar N-glicosilaminas. 
Nos nucleotídeos o átomo de nitrogênio das bases puricas e pirimidicas formam 
ligações de N-glicosídicas com o átomo de carbono 1 da D-ribose ou da desoxirribose. 
A D-glicosilamina ocorre em muitos polissacarídeos dos tecidos de vertebrados e é 
também o componente principal da quitina, um polissacarídeo estrutural encontrado nos 
exoesqueletos de insetos e crustáceos. 
 
-D-glicosilamina
NH2
H
H
H
HO
OH
 CH2OH
O
H
H
 
 
d) Desoxiaçúcares 
O desoxiaçúcares mais abundante na natureza é o 2-desoxi - D-ribose, o açúcar 
que faz parte da molécula do ácido desoxirribonucleico (DNA). Outros desoxiaçúcares são 
componentes importantes das paredes celulares de plantas e de algumas bactérias. 
 
OCH2
H
OH H
H H
H
OH
-D-2 desoxiribose 
HO
 
 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
12 
e) Açúcares ácidos 
Existem dois exemplos importantes: o ácido D-glicônico, um intemediário no 
metabolismo da glicose em alguns organismos. 
 
C
OOH
C
C
C
C
CH2OH
H
OH
OH
OHH
HO
H
H
ácido glicônico
 
 
1.2.2 – Oligossacarídeos 
São os carboidratos que apresentam de 2 a 10 monossacarídeos. Os mais 
encontrados na natureza são os dissacarídeos (resultantes da união de 2 
monossacarídeos ligados entre si por ligações glicosídicas). Os mais comuns são: 
 
a) Maltose: Açúcar do malte, composta de duas glicoses, unidas por ligações 
glicosídicas  (1, 4). 
Pode ser formada como um produto intermediário resultante da ação das amilases 
sobre o amido. 
A maltose é um açúcar redutor porque a segunda molécula de glicose tem o 
carbono anomérico livre. 
A análise da estrutura dos dissacarídeos é feita através de seus derivados 
metilados. 
 O
OH
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
O
H O
OH
CH2OH
OH
H
H
OH H
H
Maltose
 
 
b) Celobiose: É um intermediário da hidrólise da celulose. Ela é semelhante a maltose 
diferindo apenas na ligação glicosídica que é  1,4. Também apresenta uma 
extremidade redutora. Os derivados metilados da celobiose são iguais aos da maltose. 
 
 
Carboidratos 
13 
Celobiose
O
OH
OH
CH2OH
H
H
H
OH H
O
H
H
H
HOH
H
H
OH
CH2OH
OH
O
 
 
c) Isomaltose: Intermediário da hidrólise de alguns polissacarídeos ramificados, que 
-la 
da maltose e celobiose. É um açúcar redutor como os outros anteriores. 
 
Isomaltose
O
OH
OH
H
H
H
OH H
OH
H
O
OH
OH
CH2OH
H
H
H
OH H
H
O
CH2
 
 
d) Lactose: Açúcar do leite, composta de uma molécula de galactose ligada a uma 
molécula de glicose por ligação glicosídica  (1,4): 
 O
OH
CH2OH
H
H
H
OH H
OH
O

HOH
H
H
OH
CH2OH
OH
H
O
Lactose
H
 
 
e) Sacarose: Conhecida como açúcar da cana, encontrado também em maior 
quantidade na beterraba, e em outras plantas. Formada por uma molécula de glicose e 
uma molécula de frutose, ligadas por ligação glicosídica  1,2. Como os carbonos 
anoméricos dos dois monossacarídeos estão comprometidos na ligação, a sacarose 
não é um açúcar redutor. 
Pode ser hidrolizada por ácido ou pela enzima invertase. 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
14 
Sacarose
CH2 O
OH H
CH2OH
H OH
-D-frutofuranose
O
OH
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
O
-D-glicopiranose


 
 
f) Trealose: Encontrada em fungos e na hemolinfa (sangue) da maioria dos insetos. 
Contém dois resíduos de D-glicose, em ligação glicosídica  (1,1). Também é um 
açúcar não redutor por conter os dois carbonos anoméricos comprometidos. 
 
Trealose
HOCH2
O
H
OH
OH
H
OH H
H
H
O
OH
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H O
 
 
Existe ainda um oligossacarídeo importante que é a rafinose, um trissacarídeo 
encontrado em muitas plantas, principalmente na beterraba junto com a sacarose 
constituída por 3 moléculas, uma de galactose, uma de glicose e uma de frutose. A 
galactose está unida a glicose por ligações 
 
 
1.2.3 – Polissacarídeos 
 
A maioria dos carboidratos encontrados na natureza compõem-se de 
polissacarídeos de alto peso molecular. São moléculas contendo muitas unidades de 
monossacarídeos ( 10). Desempenham duas funções biológicas muito importantes: fonte 
armazenadora de energia e como elemento estrutural. 
 
a) Polissacarídeos de Reserva: Os mais abundantes são o amido e o glicogênio. 
Amido - é a substância de reserva dos vegetais. Em geral depositado no 
citoplasma das células. Formado por dois componentes: amilose e amilopectiva. 
Amilose – consiste de longa cadeia não ramificada de glicoses unidas por ligações 
glicosídicas  1-4 (contém de 200 – 2000 unidades de glicose). 
Carboidratos 
15 
 
Extremidade
não redutora
Extremidade
redutora
O
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
O
O
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
O
O
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
OO
Amilose
 
 
A cadeia de amilose apresenta uma extremidade não redutora e uma extremidade 
redutora, com um carbono anomérico livre. A molécula não é linear, apresenta uma 
conformação em espiral, mantidas por interações de hidrogênio entre as hidroxilas. Essas 
espirais de amilose formam interações específicas com o átomo de iodo, produzindo uma 
coloração azul característica. A amilose de reserva é utilizada pelos animais e plantas 
através de sua degradação enzimática pela  amilase (animal) resultando numa mistura 
de glicose e maltose; ou pela -amilase das plantas produzindo maltoses. 
Amilopectina - Altamente ramificada. A cada 13-18 resíduos de glicose sofre 
ramificação. A ligação do esqueleto glicosídico é  (1,4), e nos pontos de ramificações  
(1,6). Em presença de iodo dá coloração vermelha-violeta. As  e -amilases também 
atacam a amilopectina. Uma vez que as  e -amilases não podem hidrolisar as ligações 
 (1,6) nos pontos de ramificação da amilopectina, restaum núcleo altamente ramificado 
chamado de dextrina limite; assim chamado por representar o limite do ataque das 
amilases. 
Uma enzima desramificadora denominada de  (1,6) glicosidase pode hidrolisar as 
ligações  (1,6) nos pontos de ramificação. 
A ação combinada de uma -amilase e uma  (1,6) glicosidase pode, portanto, 
degradar completamente a amilopetina em glicose e maltose. 
 
Amilopectina
Cadeia
principal
Ramificação )6
Ponto de 
ramificação
(
O
OH
H H
H
H
OH H
OO
CH2
O
OH
CH2OH
H H
H
H
OH H
O
O
 
UFLA/FAEPE - Bioquímica 
16 
 
 
Glicogênio - Principal polissacarídeo de reserva das células animais. Encontra-se 
depositado no fígado e nos músculos. 
Molécula altamente ramificada, semelhante a amilopectina porém, apresenta 
ramificações mais próximas umas das outras, ocorrendo a cada 8 a 12 resíduos de 
glicose. Produz coloração vermelha no teste do iodo. 
O glicogênio é facilmente hidrolisado pelas  e -amilases, produzindo glicose e 
maltose respectivamente. 
Inulina - É um polissacarídeo de reserva encontrados em muitas plantas. 
Apresenta uma estrutura sem ramificações, formadas por unidades de frutose unidas por 
ligações  2,1. 
 
HOCH2 O
OH H
H O
O
CH2
O
H
H
O
OH H
CH2
H O
CH2
H
O
HO
H
Inulina
 
 
b) Polissacarídeos Estruturais: Muitos dos polissacarídeos servem primariamente 
como elementos estruturais nas paredes e nos envoltórios celulares, nos espaços 
intercelulares e no tecido conjuntivo onde eles dão forma, elasticidade ou rigidez aos 
tecidos de plantas e animais, bem como proteção e suporte aos organismos unicelulares. 
Carboidratos 
17 
 
Celulose - Um dos principais polissacarídeos das plantas. É o mais abundante, 
responsável pela estrutura da parede celular dos vegetais. 
É um polímero linear de glicoses ligadas entre si por ligações  (1,4). Principal 
constituinte da madeira e portanto do papel. O algodão é quase celulose pura contém de 
300 -15.000 resíduos de glicose. 
A hidrólise completa com ácidos fortes, produz apenas D-glicose. A hidrólise 
parcial, produz celobiose. 
Somente as bactérias e alguns animais secretam celulase, enzima capaz de 
hidrolisar a celulose. 
Os ruminantes podem utilizar a celulose como alimento, pois as bactérias presentes 
no rúmen sintetizam celulase. A maioria dos mamíferos não possuem esta enzima. 
 
O
OH
CH2OH
H
H
H
OH H
H
O
O
OH
CH2OH
H
H
H
OH H
O
H
O
O
H
HOH
H
H
H
CH2OH
OH
O
n
Celulose
 
 
Hemicelulose - Não tem nenhuma relação com a celulose, sendo completamente 
diferente. É formada por muitos polissacarídeos lineares e ramificados, constituídos de 
muitos monossacarídeos diferentes: As xilanas, mananas e galactanas. 
Xilanas - Polímeros ramificados onde predomina o monossacarídeo xilose. 
Mananas - Encontradas predominantemente em coníferas. Estrutura composta 
principalmente de manose e glicose na razão de 3:1, unidas por ligações -1,4. 
Galactanas - Constituídas principalmente por galactose e arabinose. Cadeia 
formada por resíduos de galactose unidos por ligações -1,3, apresentando ramificações 
em -1,6 de dissacarídeos de D-galactose e D-arabinose. 
Pectinas - São encontradas nas paredes celulares e no suco de muitas plantas. 
Formadas por resíduos de ácidos galacturônicos, metilados no carbono 6. Dois tipos: 
 
 Homogalacturonanas  resíduos ácido galacturônicos ligados por ligações  
1,6 
 Ramnogalacturonanas  ligações -1,2. 
 
 
As pectinas apresentam propriedades importantes na indústria de doces, pela 
propriedade de formar geléias em condições ácidas. 
Dextranas: São polissacarídeos de glicose ligados por  1,6. Sobre essa cadeia 
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18 
principal são ramificadas cadeias laterais mais curtas, com ligações  1,4. São muito 
utilizadas como suporte para cromatografia de filtração molecular. 
Quitina – É um polissacarídeo que associado a sais minerais e proteínas, constitui 
o exoesqueleto dos insetos e crustáceos. É constituído de acetilglicosamina unidas por 
ligações -1,4. 
 
O
NH
CH2OH
H
H
H
OH H
H
O
C
CH3
O
O
O
H
HOH
H
H
H
CH2OH
NH
O
C
CH3
O
n
Quitina
 
 
Ácido Hialurônico - Polímero constituído de N-acetilglicosamina ligadas ao ácido 
D-glicurônico por ligações  1,3. Esse dissacarídeo constitui a subunidade repetitiva ao 
ácido hialurônico, sendo unidos entre si por ligações  1,4. Está presente na substância 
extra celular amorfa dos tecidos conjuntivos dos vertebrados . 
Muitos outros polissacarídeos estruturais podem ainda ser encontrados realizando 
funções nos organismos vivos; entre eles temos a heparina, goma-arábica, o ágar, o 
ácido algínico, etc...

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