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POLIGRAFO 2018 HISTOLOGIA BASICA

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1 
 
 
 
 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MANUAL ACADÊMICO 
 
HISTOLOGIA BÁSICA 
 
 
 
 
 Regina C. Pereira Reiniger 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
 2 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
UNIDADE I – INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 03 
ESTUDO DOS TECIDOS.......................................................................................................................... 03 
PREPARO DOS CORTES HISTOLÓGICOS........................................................................................... 03 
TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DOS CORTES................................................................ 04 
MICROSCÓPIO ÓPTICO......................................................................................................................... 06 
UNIDADE II – TECIDO EPITELIAL...................................................................................................... 10 
TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO........................................................................................... 11 
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR....................................................................................................... 16 
UNIDADE III – TECIDO CONJUNTIVO................................................................................................ 19 
TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO.............................................................................................. 19 
TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR........................................................................................................ 20 
UNIDADE IV – TECIDO CARTILAGINOSO........................................................................................ 29 
UNIDADE V – TECIDO ÓSSEO............................................................................................................. 32 
UNIDADE VI – TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO................................................................................. 37 
UNIDADE VII – TECIDO LINFÓIDE...................................................................................................... 43 
UNIDADE VIII – TECIDO NERVOSO.................................................................................................... 48 
UNIDADE IX – TECIDO MUSCULAR................................................................................................... 60 
UNIDADE X – ESTRUTURA HISTOLÓGICA GERAL DOS ÓRGÃOS.............................................. 68 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I – INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA 
 
 
 A Histologia compreende o estudo da função celular, assim como a estrutura da 
célula e, consequentemente abrange o estudo da célula e estrutura do tecido em relação às 
suas funções. "Literalmente, histologia significa a ciência dos tecidos”. 
 
 Grego: Histo = tramas ou tecidos 
 Logo = ramo do conhecimento 
 
Tecidos Orgânicos: 
 São quatro, os tecidos básicos: Epitelial, Conjuntivo, Nervoso e Muscular. 
 Os tecidos são agrupamentos de células. Estes por sua vez, quando reunidos formam 
os órgãos. O conjunto de órgãos denomina-se sistemas. Os sistemas são encontrados 
formando os organismos que reunidos constituem comunidades e populações. 
 
Sistemas orgânicos - Digestivo, Respiratório, Urinário, Endócrino, Reprodutor, 
Circulatório. 
 
Características principais dos quatro tipos básicos de tecidos: 
 
Tecido Células Matriz extracelular Funções principais 
Nervoso Longos prolongamentos Nenhuma Transmissão de 
impulsos nervosos 
Epitelial Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestimento, secreção 
e absorção 
Muscular Alongadas contráteis Quantidade moderada Movimento 
Conjuntivo Vários tipos Abundante Apoio e proteção 
Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. 
 
 
. 
 Diferenciação celular: 
Após a fusão dos núcleos dos gametas masculino e feminino (fecundação), forma-se o 
zigoto. O zigoto sofre sucessivas mitoses para dar origem às células que constituem o corpo 
dos seres vivos pluricelulares, as quais dividem o trabalho entre elas. Esta distribuição de 
funções é consequência da diferenciação celular. A diferenciação celular ocorre à medida 
que o organismo se forma. Apesar de todas as células terem capacidade de desempenharem 
todas as funções, a eficiência na realização de certas funções é maior em certos tipos de 
 4 
células e menor em outros. Certas células aperfeiçoam de tal maneira em uma função em 
relação às demais células do organismo. Por exemplo, todas as células são capazes de 
contrair seu citoplasma quando estimuladas no entanto, as células musculares são 
especializadas na contração. Do mesmo modo, tem-se células diferenciadas para condução 
de impulsos (células nervosas), para secreção (células secretoras), para o revestimento 
(células epiteliais nos animais e epidérmicas nos vegetais) etc. A diferenciação aumenta 
muito a eficiência das células para favorecer o organismo, tornando-as dependentes umas 
das outras. No homem adulto, por exemplo, são 1013 a 1014 células que se dividem em 
aproximadamente 200 tipos diferentes. Durante a diferenciação ocorrem modificações 
químicas e morfológicas com aumento da complexidade celular. Toda célula é dotada de 
duas características: a diferenciação e a potencialidade. A diferenciação é o grau de 
especialização da célula; a potencialidade é a capacidade que a célula tem de organizar 
outros tipos celulares especializados. Para qualquer célula, quanto maior for a 
potencialidade menor será a diferenciação e vice-versa. As células originadas dos óvulos 
possuem 100% de potencialidade e grau zero de diferenciação, sendo, portanto, 
pluripotentes. 
 
A maioria das células tem graus intermediários de diferenciação e potencialidade. A 
capacidade de multiplicação de uma célula é inversamente proporcional ao seu grau de 
diferenciação. As células indiferenciadas dos embriões, por exemplo, multiplicam-se 
intensamente, enquanto que os neurônios não se multiplicam. Por outro lado, as células 
hepáticas, muito diferenciadas, dividem-se por mitose quando estimuladas. Como então, 
pode-se conceituar a diferenciação celular? Em termos gerais, a diferenciação celular é o 
conjunto de processos que transformam uma célula embrionária em uma célula 
especializada. Esses processos (a diferenciação) são controlados através da expressão 
seletiva de diversos conjuntos de genes. 
 
As modificações estruturais e funcionais que ocorrem durante a diferenciação resultam da 
inativação de certos genes e da ativação de outros; isto é, na transcrição de certos genes e 
não de outros. Existem genes que se expressam em todas as células, como aqueles 
necessários para construção de membrana, ribossomos, etc. eles são denominados genes de 
manutenção (ou resistentes). 
A diferenciação celular vem sendo estudada a muito tempo e alguns dos conceitos tem 
sofrido poucas alterações no decorrer dos anos; no entanto, tem-se aprendido muito sobre 
como os genes são controlados e já existem bons modelos para explicar a diferenciação, 
como a formação dos glóbulos sanguíneos (hemocitopoese). 
 
TECIDO 
 
É um grupo de células especializadas, separadas ou não por líquidos e substâncias 
intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram diferenciação, que se 
 5 
distinguem por sua estrutura e por atuarem conjuntamente no desempenho deuma função 
específica. 
Os tecidos são formados pelas unidades biológicas fundamentais chamadas células e 
também pela matriz extracelular, que, em geral, elas mesmas produzem. As células podem 
ser iguais ou diferentes, no organismo existem cerca de 200 tipos de células, que se 
diferenciam por suas formas e funções, derivadas da presença de componentes químicos 
particulares, organizados de maneira distinta em cada tipo celular. A matriz extracelular é 
um conjunto de substâncias amorfas figuradas, líquidos e fibras, produzidas pelas células, 
que preenchem o espaço entre as mesmas. 
 
Com base nos tipos de células que possuem, na proporção entre estas e as matrizes 
extracelulares, no modo de vinculação das células entre si e com os elementos da matriz e 
nas funções que desempenham, os tecidos se classificam nos quatro seguintes tipos 
fundamentais: 
 
1 Tecido epitelial - forma tanto as membranas que revestem superfícies como conjuntos 
celulares que se especializam na secreção de substâncias. As membranas denominam-se 
epitélios de revestimento; os conjuntos celulares, epitélios glandulares ou glândulas. 
 
2 Tecido conjuntivo - contém células que se encontram dispersas em meio a uma abundante 
matriz extracelular. Existem vários tipos de tecido conjuntivo que se diferenciam pelas 
células que possuem, pela qualidade, quantidade, distribuição e propriedades dos elementos 
da matriz extracelular. O tecido conjuntivo pode ser frouxo, denso, mucoso, adiposo, 
cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático, incluindo também o sangue, com matriz 
extracelular líquida. 
. 
3 Tecido muscular – se caracteriza por ter células que se contraem. Com base no 
ordenamento espacial dos componentes do citoesqueleto, na forma e no tamanho das 
células e levando-se em conta se sua contração é governada pela vontade ou não, existem 
três tipos de tecidos musculares: tecido muscular estriado esquelético ou voluntário, o 
tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. 
 
4 Tecido nervoso – contém neurônios e células acessórias, denominadas neuróglia. O tecido 
nervoso forma o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. 
 
Os tecidos se associam entre si em proporções variáveis e formam os órgãos. 
Muitos órgãos apresentam os quatro tipos de tecidos. Por sua vez, grupos de órgãos se 
associam para realizar funções comuns ou complementares, o que dá origem aos sistemas 
do corpo, como os sistemas circulatório, imune, tegumentar, digestivo, respiratório, 
endócrino, urinário, reprodutor e sensorial. 
 
 6 
 
 
 
 
 ESTUDO DOS TECIDOS 
 
1. Preparo de cortes Histológicos: 
 Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de 
tecidos, cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico, para o 
M.O.; em geral os cortes são preparados pela técnica de parafina (lâminas permanentes). 
 
 
1.1. TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DE CORTES 
 
1.1.1. Amostra de Tecido: 
 A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós 
morte (necropsia). A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho 
pode variar em função do tipo de equipamento apresentado pelo laboratório, onde o corte 
será preparado. 
 
1.1.2. Fixação: 
 Os fixadores objetivam endurecer os tecidos moles e prevenir a deterioração e 
outras alterações estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Atuam como 
coaguladores proteicos. Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por ela 
liberadas após a morte, o que danificaria os tecidos para o exame microscópico. 
Apresentam também ação anti-séptica matando bactérias e outros agentes causadores de 
doenças nos tecidos infectados, que poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que 
manuseiam tais tecidos. 
 O fixador mais comum é a solução de formal à 10%; outros fixadores: álcool, 
fixador de Bouin, Zenker. 
 
 Para o transporte até o laboratório não devem ser esquecidos os requisitos 
fundamentais de acompanhamento: anamnese, condições de coleta, data da morte e data de 
coleta, dados de necropsia (se realizada). Na ausência do formal ou álcool, para transporte, 
pode-se acondicionar a amostra em isopor com gelo, mas deve-se evitar congelá-la, pois 
sua estrutura microscópica será alterada quando ocorrer o descongelamento. 
 
 
1.1.3. Lavagem: 
 O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra sendo lavada em água 
corrente por um período de 12 horas, será removido assim o excesso de formol. 
 
 
1.1.4. Desidratação: 
 O objetivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como 
a parafina não é solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de 
tecido. Isto é feito em dois estágios: 
 7 
 
1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o 
aumento de graduação na concentração, num amplo período de tempo. 
 
- álcool 70º - 1 a 2 hs 
- álcool 80º - 1 h 
- álcool 90º - 1 h 
- álcool 96º - 1 h 
- álcool 100º- 1 h 
- álcool 100º- 1 h 
 
2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina 
miscível com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de 
Xilol até que o álcool seja substituído por este. O tecido fica meio transparente. 
 
- Xilol I -1 h  Xilol II- 1 h  Parafina I - 1 h  Parafina II -1 h 
 
1.1.5. Inclusão 
 
 Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida. 
O tecido logo fica inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a 
ocupar todos os espaços do tecido, que antes continha água. Este procedimento é feito 
dentro da estufa. A cêra endurece a medida que esfria, onde monta-se o bloco de parafina 
(emblocagem), para que possa ser cortado em fatias delgadas. 
 
 
 
1.1.6. Microtomia 
 
 O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no 
micrótomo; onde se desbasta a parafina até chegar ao corte, após gradua-se o micrótomo 
para cortes de 3 a 6 um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas 
aderidas aos cortes vizinhos de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é, 
individualmente, separado com facilidade. 
 
1.1.7. Confecção da lâmina 
 
 Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo 
albumina de Meyer, para fixar o corte à lâmina. (lado brilhante voltado para o vidro). 
Deixar escorrer o excesso de água, e levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar 
completamente e começar a derreter a parafina. 
 Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20% e depois passar pela gelatina, 
dispensando a albumina. 
 
 
 
 
 8 
 
1.1.8. Coloração 
 
 A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao 
microscópio óptico. Devido a isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos 
de modo a tornar seus componentes visíveis e destacados uns dos outros. 
 A coloração é feita usando geralmente misturas de substâncias químicas 
denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como 
ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos 
tecidos. 
 Os componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são 
chamados basófilos, sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos. 
 A hematoxilina não é um corante básico, mas comporta-se como tal, ligando-se as 
estruturas basófilas dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela 
Hematoxilina e pela Eosina ( H - E ) é a maisutilizada na rotina em histologia. 
 
H - E  Hematoxilina - coram núcleos de azul  Eosina - coram citoplasma róseo 
 
 Técnica de coloração HE - Hematoxilina e Eosina 
 
- Xilol - 15' - 30' 
- Deixar Secar 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Lavar em água destilada 
- Hematoxilina - 1'30'' 
- Lavar em água corrente 
- Deixar descansando em água - 2' (até ficar meio azulado) 
- Eosina - 30'' 
- Lavar em água - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Deixar secar 
- Xilol - 20' 
- Montagem em Bálsamo 
- Identificação das lâminas 
 
 
 
2. MICROSCÓPIO ÓPTICO 
 
Finalidade: Aumentar pequenos objetos e revelar seus pormenores, ou seja, aumento e 
resolução, respectivamente. 
 
 9 
Estrutura: 
Constitui-se de duas partes básicas: 
1 - Mecânica 
1.a. Estrutura de Sustentação: 
Canhão - sustenta tanto a ocular como as objetivas. 
Braço - Liga o canhão ao pé(base). 
Platina ou mesa - É o plano de apoio do material. 
Base ou pé - É o plano de apoio ao microscópio. 
 
1.b. Estrutura de Movimentação: 
Parafuso Macrométrico: Aproxima a objetiva com movimentos amplos, focalização 
grosseira. 
Parafuso Micrométrico: Possibilita a nitidez do observador, movimentos mínimos, 
focalização fina. 
Revólver: Fixa (apoia) e movimenta as objetivas. 
Charriot: Fixa e movimenta a lâmina. 
 
 
2. Óptica 
Sistema de Lentes 
 
Ocular - Situa-se na parte superior do canhão. Com a finalidade de aumentar a imagem 
recebida e enviar ao olho do observador. 
 
Objetiva - Situa-se parte inferior do canhão. Tem como importância ampliar a imagem do 
objeto, é responsável pelo poder de resolução do microscópio. 
 
Condensador - Localizado abaixo da platina, tem como importância desviar de acordo com 
as necessidades e foco luminoso. 
 
Poder de Resolução ou limite de resolução (L.R.). Chama-se de L.R. de um sistema óptico 
sua capacidade de separar detalhes. Mais precisamente, o L.R. é a menor distância que deve 
existir entre dois pontos, para que apareçam individualizados. 
 A riqueza de detalhes da imagem fornecida por um sistema óptico é o seu limite 
resolutivo, e não seu poder de aumentar de tamanho os objetos. 
 O limite de resolução depende essencialmente da objetiva. A ocular apenas aumenta 
de tamanho a imagem projetada no seu plano de foco pela objetiva. 
 
Outros tipos de Microscópio: Contraste de fase, Polarização, Eletrônico, Eletrônico de 
Varredura. 
 
 
Referências Bibliográficas: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
488 p. 
 
 10 
 
UNIDADE II - TECIDO EPITELIAL 
 
Origem: 
 
- Ectodérmica: epiderme, epitélio do nariz, epitélio da boca, glândulas sebáceas, glândulas 
mamarias, glândulas salivares. 
 
- Mesodérmica: endotélio, epitélio do sistema urogenital, epitélio de membranas que 
envolvem órgãos (pleura - pulmão, pericárdio - coração e peritônio – órgãos abdominais). 
 
- Endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o fígado e 
o pâncreas, epitélio da bexiga urinária, glândulas tireóide e paratireóide. 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
 1. Células justapostas. 
2. Ausência de substância intercelular (pouca quantidade). 
3. Células apoiadas à membrana basal. 
4. Não possuem vasos sangüíneos (avascularizados). 
5. Não possuem inervação, exceto terminações nervosas que captam estímulos. 
6. Regenera-se facilmente. 
 
TIPOS DE EPITÉLIO: 
 1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR 
 
FUNÇÕES GERAIS 
• Revestir e Proteger 
• Absorção 
• Secreção 
• Condução de substâncias 
• Sensibilidade específica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
DESCRIÇÃO DOS TECIDOS 
 
 
 TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
 
 
1. OCORRÊNCIA: Revestindo todas as superfícies e forrando todas as cavidades. 
 Exemplo: esôfago, traquéia, útero... 
 
 
2. FUNÇÕES: 
. Revestimento 
. Proteção 
. Absorção 
. Condução de substâncias 
 
3. ESTRUTURA: 
3.1. MEMBRANA BASAL: 
 Função: Adesão 
 Apoio 
 Sustentação 
 Semi-permeabilidade 
 
 Ao microscópio eletrônico: 
• Lâmina Basal = Material glicoprotéico + Fibrilas Colágenas 
• Membrana Reticular = Material glicoprotéico + Fibrilas Reticulares 
 
 LÂMINA BASAL = Quase todos os epitélios apresentam na sua superfície de 
contato com o tecido conjuntivo. 
 
3.2. SUBSTÂNCIA INTERSTICIAL OU MATRIZ EXTRACELULAR 
 Com exceção de uma camada muito delgada de glicoproteínas, que geralmente 
reveste as células epiteliais, não existe substância intersticial entre elas. 
Esta camada chama-se GLICOCÁLIX. Acredita-se que estas glicoproteínas façam parte nos 
processos celulares de pinocitose, e adesão entre células. Conforme Kessel (2001) a matriz 
extracelular é secretada na base da célula, sendo chamada de lâmina basal. 
 
 
3.3. FORMA DAS CÉLULAS 
 As dimensões e as formas das células epiteliais variam muito. Observa-se desde 
células achatadas como um ladrilho, até células prismáticas altas, com todas as formas 
intermediárias. Geralmente as formas dos núcleos acompanham a forma das células. 
Exemplo: células cúbicas - núcleo esférico, células prismáticas - núcleo elíptico. 
 
 
 12 
 
3.4. COESÃO ENTRE AS CÉLULAS 
 As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua, e para separá-las, são 
necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o tipo epitelial, 
mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes trações, exemplo pele. 
 Essa coesão é em parte devido a ação adesiva das glicoproteínas do glicocálix. O 
íon cálcio também é importante para a manutenção da coesão entre as células. A adesão 
celular é reforçada por estruturas especiais, como os desmossomos. 
 
3.5. REGENERAÇÃO 
 Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada. Ocorre, pois uma 
renovação constante dessas células, graças a uma atividade mitótica contínua. A velocidade 
dessa renovação, porém, é variável, podendo ser muito rápida em certos casos e lenta em 
outras. Como exemplo extremo citamos o epitélio de revestimento do intestino que se 
renova a cada 2 a 3 dias, e o das glândulas salivares e do pâncreas, que levam mais de 2 
meses para se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudo estratificados, em geral as 
mitoses ocorrem nas células situadas junto à lâmina basal. 
 
 
 
3.6. METAPLASIA 
 Em determinadas condições patológicas, certas células, podem sofrer uma 
série de alterações e dar origem a um novo tipo de tecido. Este processo se chama 
metaplasia; é uma alteração reversível, e os seguintes exemplos podem ser citados: 
 
a. O epitélio pseudo estratificado da traquéia e dos brônquios, em fumantes crônicos sob a 
ação irritante do fumo, pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso. 
 
b. Em casos de carência de vitamina A, o epitélio dos brônquios, bexiga e vários outros são 
substituídos por epitélios estratificados pavimentosos cornificados. 
 
OBS: A metaplasia não é exclusiva do tecido epitelial, podendo ocorrer em outros órgãos. 
 
 
 ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA SUPERFICIAL 
 
- MICROVILOS  Milhares de evaginações da membrana sob a forma de dedos de 
luvas, na superfície livre da célula. Presente nas células epiteliais com função de absorção. 
Os microvilos aumentam a eficiência dos processos de absorção, ampliandomuito a 
superfície de contato das células com o ambiente. Exemplo: Intestino, Rim. 
 
- CÍLIOS E FLAGELOS  Na superfície das cél. Epiteliais Ciliadas existem grande 
quantidade de estruturas móveis e alongadas chamadas CÍLIOS. O movimento ciliar é 
geralmente coordenado, provocando uma corrente de fluido em uma só direção, na 
superfície das cél. Epiteliais ciliadas. Exemplo: Traquéia. 
 13 
 Os Flagelos são encontrados nos mamíferos somente nos espermatozóides, tem uma 
estrutura semelhante à dos cílios. Diferem, entretanto em suas dimensões, sendo mais 
longos que estes. 
 
- ESTEREOCÍLIOS  São constituídos por longos microvilos, que podem ou não se 
anastomosar livremente entre si. São encontrados na região apical das células de 
revestimento do epidídimo e do canal deferente. 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
 
 O epitélio de revestimento é classificado de acordo com a forma das células e com 
número e arranjo das camadas celulares. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
- Quanto a forma das células: plano, cúbico ou cilíndrico. 
 
- Quanto ao número de camadas: uma camada – simples; mais de uma camada – 
estratificado. 
 
 
 Células especializadas em absorção ou filtração estão dispostas em camada única, 
portanto é um epitélio Simples ou Uniestratificado. 
 
 Células expostas a grande uso e desgaste estão ordenadas em muitas camadas, o 
arranjo é então denominado epitélio estratificado. 
 
 
a) EPITÉLIO PAVIMENTOSO OU PLANO 
SIMPLES  Consiste de uma camada única de células achatadas, que se assemelham os 
ladrilhos de pavimento. O núcleo das células é centralmente localizado, sendo esférico ou 
oval. 
Denominações especiais: 
 - ENDOTÉLIO  reveste internamente o coração, vasos sangüíneos e linfáticos. 
- MESOTÉLIO forra as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, e a face externa dos 
órgãos contidos em cavidades. 
 
ESTRATIFICADO  Consiste em muitas camadas celulares; as células superficiais são 
achatadas, porém as células profundamente situadas são mais espessas (Figura 1 e 2). 
 Por convenção, a classificação do epitélio estratificado é dada pela forma das 
células superficiais. 
• Epitélio estratificado pavimentoso resiste ao uso e desgaste e protege os tecidos 
subjacentes. As células profundas ou basais estão sofrendo continuamente divisões 
celulares; as novas células são empurradas em direção a superfície onde descamam. 
 
• Conforme as células se deslocam para a superfície, elas se afastam da fonte de nutrição 
que se origina dos vasos sangüíneos do tecido conjuntivo subjacente. Como conseqüência 
 14 
deste movimento e da falta gradativa de nutrientes, as células diminuem, tornam-se 
rígidas e finalmente morrem. 
 
• Em locais secos como a pele, as células superfíciais contém uma escleroproteína 
chamada queratina. Este material resiste a traumas e a infecções bacterianas e micóticas, 
além de ser impermeável. A este tipo de epitélio damos o nome de epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado (Figura 2). 
 
• Nas superfícies úmidas, como aquelas encontradas na boca, vagina, as células do 
epitélio estratificado plano não contém queratina e o chamamos de epitélio 
estratificado pavimentoso não queratinizado (Figura 1). 
 
Figura 1 – Esôfago Figura 2 – Pele grossa 
 
b) EPITÉLIO CÚBICO 
SIMPLES Consiste em uma camada única de células que se assemelham aos cubos. O 
núcleo é esférico e central. Sua ocorrência é recobrindo os pequenos ductos em certas 
glândulas (ex. salivares), e forma as unidades secretoras de outras glândulas ( ex. tireóide). 
FUNÇÃO: Secreção e absorção. 
 
ESTRATIFICADO  Raro, apenas revestindo alguns ductos de glândulas. 
 
 
c) EPITÉLIO CILÍNDRICO 
SIMPLES  Consiste em uma camada única de células que se assemelham a colunas 
verticais. A extremidade de cada célula, que descansa sobre a lâmina basal, é conhecida 
como região basal da célula. A sua extremidade é conhecida como região apical da célula. 
Seu núcleo é central ou próximo a região basal da célula. Sua ocorrência é revestindo o 
estômago, intestinos, útero, vesícula biliar (Figura 3). 
 
FUNÇÃO Secreção e absorção 
 
 
 15 
 Figura 3 – Vesícula Biliar 
 
ESTRATIFICADO Encontrado somente em alguns locais do corpo; como revestindo 
grandes ductos de certas glândulas (glândulas mamárias) e conjuntiva do olho. 
 
PSEUDO - ESTRATIFICADO  É um epitélio que nos dá idéia de estratificação, mas na 
realidade é um epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. A 
aparência estratificada resulta do fato de que as células variam em altura e nem todas 
atingem a superfície. Pelo fato das células possuírem diferentes alturas, seus núcleos 
localizam-se em diferentes níveis, fornecendo a ilusão de que o epitélio é estratificado. Este 
epitélio é encontrado nas superfícies da parte superior do sistema respiratório. 
 
 Figura 4 - Traquéia 
 
CILÍNDRICO ESPECIALIZADO A estrutura de muitas células cilíndricas tem sido 
adaptadas para o desempenho de funções especiais, tais como: 
 
1. Células Caliciformes - São glândulas unicelulares cuja função é de produzir muco. A 
secreção mucosa acumula-se na porção apical da célula, que assume a forma de um 
cálice. As células caliciformes estão presentes em grande número no epitélio de 
revestimento do sistema respiratório e também nos intestinos. 
 
2. Células Absortivas - São células cuja superfície livre apresenta uma borda estriada ou 
em escova. Ao microscópio eletrônico observam-se os microvilos. Este arranjo aumenta 
muito a área de superfície livre da célula, incrementando a absorção. Estas células são 
encontradas no revestimento dos intestinos, túbulos contorcidos dos rins. 
 16 
 
3. Células Cilíndricas Ciliadas - Apresentam na sua superfície livre processos móveis, os 
cílios, que possuem um batimento coordenado. Ocorrem no epitélio de revestimento dos 
brônquios pulmonares, trompas uterinas, traquéia. No sistema respiratório, o muco 
contendo partículas estranhas que foram inaladas e posteriormente capturadas, é 
deslocado pêlos cílios em direção a faringe, onde este material é deglutido ou 
expectorado. 
 
 
d) EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO  É um epitélio estratificado que ocorre exclusivamente 
no sistema urinário (Figura 5). O número de estratos é variável, dependendo se o órgão está 
contraído ou distendido. 
• No estado de contração  Este epitélio tem várias camadas, e suas células superficiais 
são volumosas e esféricas, projetando-se para a luz. 
• No estado de distensão  Podem ser encontrado 2 ou 3 estratos celulares, e as células 
superficiais tornam-se estiradas e achatadas. 
 
 O arranjo deste epitélio permite os órgãos cavitários, como a bexiga, distender-se 
sem que ocorra ruptura ou separação das células do revestimento. 
 
 
 Figura 5 – Bexiga 
 
 
 TECIDO EPITELIAL GLANDULAR 
 
 As glândulas são formadas por um grupo de células especializadas cuja função é 
secreção. Entende-se por secreção a produção e liberação, pelas células, de um fluido 
contendo substâncias como muco, enzimas ou um hormônio. 
 As células secretoras de uma glândula são conhecidas como parênquima. O tecido 
conjuntivo do interior da glândula, que sustenta as células secretoras, é chamado de 
estroma. 
 
As glândulas se classificam em: Glândulas Exócrinas 
 Glândulas Endócrinas 
 
 17 
 
Muitos tipos celulares secretam moléculas sinalizadoras denominadas citocinas, que 
realizam a função de comunicação célula-a-célula. As citocinas são liberadas por células 
sinalizadoras específicas. Dependendo da distância,a citocina precisa viajar para alcançar 
sua célula alvo, e seus efeitos podem ser um dos seguintes: 
 
-Autócrino: a célula sinalizadora é seu próprio alvo; a célula estimula a si mesma. 
 
-Parácrino: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora; assim, a 
citocina não precisa ir para o sistema vascular. 
 
-Endócrino: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra; assim, a citocina 
tem que ser transportada pelo sistema sanguíneo, ou linfático. 
 
As glândulas que secretam seus produtos através de uma via secretora constitutivos o fazem 
de um modo contínuo, liberando seus produtos de secreção imediatamente sem 
armazenamento e sem necessitar de um estímulo por moléculas sinalizadoras. As glândulas 
que possuem uma via secretora regulada concentram e armazenam seus produtos de 
secreção até que seja recebida a molécula sinalizadora adequada para sua liberação. 
 
 
1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS 
 Possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou 
para o interior (luz) de um órgão cavitário. Exemplo: Sudoríparas, salivares... 
 
As glândulas exócrinas classificam-se de acordo com: 
 
a) Quanto ao ducto: 
Simples o ducto não se ramifica. Exemplo: Glândula sudorípara 
Composta  o ducto se ramifica, em geral repetidamente. Exemplo: Pâncreas. 
 
b) Quanto a forma da porção secretora: 
Tubulosa Em forma de tubos. Exemplo: Glândulas estomacais e intestinais. 
Acinosa ou alveolar  Forma arredondada. Exemplo: Parótida e pâncreas. 
Tubuloalveolar  Presença das duas formas. Exemplo: Sublinguais e salivares. 
 
 
c) Quanto ao produto de secreção: 
Serosa Secreta um fluido aquoso. Exemplo: Parótida 
Mucosa  Secreta um fluído espesso e viscoso, glicoprotéico denominado muco. 
Exemplo: célula caliciforme. 
Seromucosas ou mistas  Compostas por uma mistura de unidades secretoras. Exemplo: 
glândulas salivares. 
 
 18 
d) Quanto ao modo de extrusão: 
Merócrinas Nestas glândulas, a secreção é liberada para a superfície livre de vesículas 
recobertas por membranas, não resultando em perda de citoplasma. Exemplo: parte 
exócrina do pâncreas. 
 
Apócrinas  Nestas glândulas, a secreção e, possivelmente, uma parte do citoplasma da 
célula secretora são perdidas para a superfície livre da célula. A parte celular restante, então 
regenera a porção perdida. Exemplo: glândulas sudoríparas axilares e glândulas mamárias. 
 
Holócrina  Nestas glândulas, a célula inteira morre e destaca-se formando a secreção da 
glândula. As células perdidas são substituídas a partir da divisão das células vizinhas. 
Exemplo: glândulas sebáceas da pele. 
 
OBS: Em muitas glândulas exócrinas, existe um tipo especial de célula contrátil ramificada 
entre as células secretoras e a membrana basal, chamada célula MIOEPITELIAL. Estas 
células contêm miofibrilas e auxiliam na expulsão da secreção do ácino para o interior do 
ducto. Exemplo: glândulas mamárias, salivares, sudoríparas. 
 
 
2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS 
 
 Estas glândulas não possuem ductos e sua secreção verte-se diretamente na corrente 
sanguínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas 
contém substâncias químicas denominadas HORMÔNIOS, que regulam a atividade celular, 
normalmente a distância da glândula que lhes deu origem. 
 
Classificam-se: 
VESICULAR  Possui grande quantidade de capilares. Suas células arranjam-se 
formando vesículas. Exemplo: Tireóide (Figura 6). Neste tipo de glândula o produto de 
secreção pode ser armazenado dentro da vesícula. 
 
CORDONAL  As células são arranjadas em cordões. O produto de secreção é elaborado 
e armazenado intracelularmente. Exemplo: paratireóides, hipófise, supra renal. 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
UNIDADE III - TECIDO CONJUNTIVO 
 
Origem embrionária: Mesoderme (mesênquima) 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EMBRIOGÊNESE 
 
1. Tecido conjuntivo Embrionário ou Mesenquimal 
2. Tecido conjuntivo Embrionário Gelatinoso, mucoso ou Gelatina de Whorton 
3. Tecido conjuntivo Adulto 
Fibrilar Frouxo
Fibrilar Denso
Modelado
Não modelado
Tecido Mucoso
Tecido Hemocitopoético
Tecido Adiposo
Tecido Ósseo
Tecido Cartilaginoso
Tecido Conjuntivo
de Suporte 
Tecido Conjuntivo
Tecido conjuntivo fibrilar
Tecido conjuntivo de 
características especiais
Tecido Elástico
 
Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. 
 
 
CARACTERISTICAS GERAIS 
 
- Células esparsas 
- Grande quantidade de líquido intersticial 
- Bem vascularizado e bem inervado 
 20 
 Figura 1 – Conjuntivo fibrilar frouxo 
 
CONSTITUIÇÃO 
 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Liquido intercelular ou tissular 
 
1. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO OU MESENQUIMAL 
 
 É o tecido conjuntivo que se forma primariamente, podendo formar todos os demais 
tipos de tecidos conjuntivos. Sua ocorrência é restrita aos Embriões. 
 
CARACTERISTICAS: Suas células apresentam-se da seguinte maneira: 
- Com forma irregular 
- Ricas em prolongamentos citoplasmáticos 
- Núcleo grande e vesiculoso 
- Citoplasma homogêneo 
- Substância intercelular líquida e fluida 
 
OCORRÊNCIA: Ocorre nos embriões preenchendo todos os espaços. 
 
FUNÇÃO: Dar origem a todos os demais tecidos conjuntivos. 
 
2. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO GELATINOSO, MUCOSO OU 
GELATINA DE WHORTON 
 
CARACTERÍSTICAS: Suas células são de dois tipos: 
a. Mesenquimal 
b. Fibroblastos que apresenta seus prolongamentos citoplasmáticos reduzidos. 
 
 A substância intercelular é viscosa, gelatinosa e com algumas fibrilas. 
 
OCORRÊNCIA: Cordão Umbilical 
 
FUNÇÃO: Conduzir elementos na fase fetal; 
 Sustentar os vasos do cordão umbilical. 
 
 21 
OBS. O tecido conjuntivo mesenquimal é mais rico em água do que o gelatinoso. 
 
 
3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ou FIBRILAR 
 
 É encontrado formando e revestindo órgãos, ligando tecidos, e ocorre por todo o 
organismo. Mantém as mesmas características gerais e constituição. 
 Como característica especifica apresenta grande quantidade de fibras na substância 
intercelular (Figura 1). 
 
 
CONSTITUIÇÃO: 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Liquido intercelular ou tissular 
 
1. CÉLULAS 
 
Fibroblasto - síntese de substâncias 
 fibrócito - célula adulta 
 
Macrófago: fixo e móvel - defesa por fagocitose 
 
Plasmócito: defesa especifica 
 
Mastócito: Interpõe-se nos processos alérgicos 
 
Adipócito: Armazena substâncias energéticas 
 
 Encontram-se ainda leucócitos, que saem dos capilares para desempenhar suas funções. 
Os mais comuns são os linfócitos, mas também podem aparecer eosinófilos e neutrófilos. 
 
 
DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS 
 
1.FIBROBLASTOS: Tem como função realizar a síntese de substância intercelular e 
síntese de colágeno. Apresentam citoplasma abundante com muitos prolongamentos 
citoplasmáticos, e seu núcleo é grande e ovóide. São as células mais comuns deste tecido. 
 
FIBRÓCITO: São menores, poucos prolongamentos e aspecto fusiforme. Apresentam-se 
com metabolismo quiescentes. 
 
 Embora fibrócitos possam ainda secretar constituintes da matriz em quantidades 
diminuídas, o reparo principal do tecido conjuntivoenvolve a formação de novos 
fibroblastos, muitos dos quais são derivados dos pericitos. 
 
 22 
2. MACRÓFAGO: Tem como função defesa através da fagocitose de corpos estranhos. 
Podem unir-se para fagocitar partículas grandes, sendo desta forma chamada de célula 
macrofagocitária de corpo estranho ou gigante, constituem-se de células muito grandes com 
100 núcleos ou mais. 
 Sua forma é irregular quando em ação, e arredondadas em repouso. Seu núcleo é 
arredondado e central. Movimenta-se e fagocita por meio de Pseudópodos curtos e largos 
(por isso sua forma é irregular quando em ação). 
 
Fagocitam restos de células, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes 
que penetram no organismo. 
 
 Os macrófagos se originam dos monócitos - células sanguíneas que 
atravessam os capilares, penetrando no tecido conjuntivo (por diapedese), onde se 
transformam em macrófagos. Portanto o monócito e o macrófago são as mesmas células, 
em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente 
produzindo novas células. O monócito se origina da medula óssea. 
 Os macrófagos estão presentes na maioria dos órgãos e constituem o sistema 
fagocitário mononuclear. Apresentam nomes diferentes dependendo do local em que se 
encontram. São células importantes no sistema imunológico (JUNQUEIRA & 
CARNEIRO, 2004). 
 
Nome da Célula Localização 
Monócito Sangue 
Macrófago Tecido conjuntivo, órgãos linfóides, pulmão e medula óssea 
Célula de Kupffer Fígado 
Micróglia Sistema Nervoso 
Células de Langerhans Pele 
Célula Dendrítica Linfonodo 
Osteoclasto Osso 
 
 
3. PLASMÓCITOS: São células ovóides, citoplasma muito basófilo, e núcleo esférico e 
excêntrico. Estas células foram originalmente classificadas como células do tecido 
conjuntivo porque eles estão comumente presentes no tecido conjuntivo frouxo associado a 
certos epitélios úmidos. Entretanto, uma vez que eles se originam de linfócitos B de órgãos 
linfóides secundários e de tecido conjuntivo das mucosas, eles são mais apropriadamente 
considerados como um componente do tecido linfóide. Por isso, os plasmócitos são 
freqüentemente descritos como pertencentes tanto ao tecido conjuntivo frouxo como ao 
tecido linfóide, (COMARCK, 2001). 
 São poucos numerosos no conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos a 
penetração de bactérias e proteínas estranhas ao organismo, como por exemplo, mucosa 
intestinal e traqueal. Apresentam-se numerosos nas áreas onde existem inflamações 
crônicas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). 
 Os anticorpos (Ac) circulantes, encontrados no sangue, são sintetizados pelos 
plasmócitos. Os Ac são proteínas específicas, fabricadas pelo organismo em resposta à 
penetração de moléculas estranhas, que recebe o nome de antígeno (Ag). 
 23 
 Todos os Ac formados são específicos para o Ag que provocou sua formação, e se 
combina com o mesmo. Pode também ocorrer reação cruzada, entre um Ac e um Ag muito 
semelhante ao que desencadeou sua formação. 
Segundo COMARCK (2001), os plasmócitos são importantes células efetoras da 
resposta imune: desenvolver imunidade significa ficar a salvo ou isento de reinfecção. O 
tipo mais comum de imunidade desenvolve-se quando células imunologicamente 
responsivas respondem a macromoléculas estranhas e produzem respostas imunes 
específicas direcionadas contra elas. Uma macromolécula capaz de estimular respostas 
imunes específicas é denominada antígeno. A proteína de secreção, produzida por um 
plasmócito, que interage especificamente com um antígeno é denominada anticorpo. Os 
anticorpos, conhecidos mais precisamente de imunoglobulinas, são transportados no plasma 
sanguíneo e constituem uma classe de gama-globulinas. 
 
 
4. MASTÓCITOS: Apresenta-se como uma célula globosa, grande, sem prolongamentos 
citoplasmáticos, seu citoplasma apresenta-se carregados de grânulos basófilos. Seu núcleo é 
esférico e central. Os mastócitos colaboram com as reações imunes e tem um papel 
importante na inflamação, reações alérgicas e na expulsão de parasitos. 
 
Ocorrência: são numerosos em alguns conjuntivos como, por exemplo, a pele, membranas 
mucosas, pulmão, útero e trato gastrintestinal. 
Apresenta pelo menos duas populações, uma delas é denominada como mastócito do 
tecido conjuntivo: encontrado na pele e cavidade peritoneal (há heparina em seus 
grânulos); a segunda população é denominada de mastócito da mucosa e está presente na 
mucosa intestinal e pulmões (seus grânulos apresentam condroitim sulfatado em vez de 
heparina). 
 São ausentes no tecido conjuntivo que envolve os pequenos vasos sanguíneos 
situados no interior do cérebro e medula espinhal. Sendo estes protegidos contra os efeitos 
potencialmente destruidores do edema característico das reações alérgicas. 
 Os grânulos dos mastócitos contêm mediadores químicos como a histamina e 
glicosaminoglicanas (heparina ou condroitim sulfatada), proteases neutras, fator 
quimiotático para eosinófilos, leucotrienos ou SRL-A (substância de reação lenta da 
anafilaxia). A histamina promove um aumento da permeabilidade vascular, importante na 
inflamação. 
 A liberação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos provoca reações 
alérgicas denominadas “reações de sensibilidade imediata”, porque tem lugar poucos 
minutos após a penetração do Ag em indivíduos sensibilizados previamente ao mesmo. 
 Exemplo: Choque anafilático 
 
Observações importantes: 
 A superfície dos mastócitos apresentam receptores específicos para IgE (anticorpo), 
produzido pelos plasmócitos. 
 
O PROCESSO DE EXTRUSÃO DOS GRÂNULOS NÃO DANIFICA A CÉLULA 
QUE CONTINUA VIVA E SINTETIZA NOVOS GRÂNULOS. 
 
 24 
6.CÉLULAS ADIPOSAS: São células arredondadas quando isoladas ou achatadas quando 
em grupos. Seu núcleo e o citoplasma estão intensamente comprimidos na periferia da 
célula, sendo que o espaço restante está preenchido por vacúolos contendo gorduras no seu 
interior. 
 Tem como função armazenar gorduras que servirão como reserva alternativa de 
energia. 
 
 
 
2. SUBSTÂNCIA INTERCELULAR 
 
CONSTITUIÇÃO - FIBRAS - colágenas, elásticas e reticulares 
 - SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA 
 
 
FIBRAS 
 
. Fibras Colágenas: Branca “ïn vivo” 
 As fibras estão reunidas em Feixes de Fibras estas são formadas por feixes de 
fibrilas, e estas por sua vez são constituídas por um conjunto de Miofibrilas. 
 
PROPRIEDADES: 
. Transformam-se em gelatina quando fervidas. 
. É muito resistente à pressão e tração devido ao arranjo de sua disposição paralela. 
. Não são ramificadas, sendo muito longas e dispostas freqüentemente em feixes. 
. É a fibra mais comum do organismo. 
.O colágeno é sintetizado por diversos tipos celulares: fibroblastos, osteoblastos, 
odontoblastos, condrócitos e célula muscular lisa. 
 
São conhecidos pelo menos 15 tipos diferentes de fibras de colágeno, que variam nas 
sequências de aminoácidos de suas cadeias. O colágeno é a proteína mais abundante no 
corpo humano (30% do total de proteínas). A síntese de colágeno é feita pelos fibroblastos. 
 
Os tipos principais de colágeno são: 
- Tipo I: tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento; 
- Tipo II: cartilagens hialina e elástica; 
- Tipo III: fibras reticulares; 
- Tipo IV: lâmina densa da lâmina basal; 
- Tipo V: associado ao colágeno tipo I e na placenta; 
- Tipo IV: liga a lâmina basal à lâmina reticular 
 
 
. Fibras Elásticas: Amarelo “in vivo” 
 - São menos espessas que as colágenas e são ramificadas. 
 - Ocorrem no tecido conjuntivo fibrilar (ex.: Art. de grande calibre) 
 
 25 
PROPRIEDADES: 
. Cedem à traçãoe pressão, mas cessadas as forças, retornam ao estágio normal. 
. Resistem à cocção (não se alteram a fervura). 
. As fibras elásticas são sintetizadas por fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. 
 
. Fibras Reticulares: São fibras muito delicadas e também as mais delgadas. 
 
PROPRIEDADES: 
. Disposição em forma de rede. 
. Não são coráveis 
. Não são vistos ao M.O., somente quando impregnadas em Nitrato de Prata; 
 
 Formam o arcabouço de sustentação das células dos órgãos hemocitopoiéticos 
(baço, linfonodos, medula óssea) das células musculares lisas, dos nervos, dos 
adipócitos e das células de muitos órgãos epiteliais (fígado, rins e as glândulas 
endócrinas). 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (intercelular) 
. É uma substância incolor, 
. Homogênea 
. Preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo 
. É de consistência viscosa; 
. Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior do tecido. 
A SFA é uma mistura complexa de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanas e 
proteoglicanas) e glicoproteínas multiadesivas. 
 
SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os condroitim sulfatos, responsáveis 
pela consistência nos tecidos cartilaginosos e ósseos. 
 
NÃO SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os ácidos hialurônicos que 
garantem a viscosidade do tecido e ainda impedem a entrada de bactérias nestes. 
Encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito. 
 
Obs. O ácido hialurônico é despolimerizado pela hialuronidase. Algumas bactérias 
produzem essa enzima, e por este motivo, conseguem penetrar no organismo, atravessando 
o tecido conjuntivo. 
 
3. LÍQUIDO INTERSTICIAL ou FLUIDO TISSULAR 
 
 - É o liquido que ocorre entre os tecidos 
 - Tem como função transportar elementos no interstício. 
 
H2O DE SOLVATAÇÃO: É o líquido tissular, não livre, não circulante, mas por onde 
circulam as substâncias. São moléculas de água fixa. 
A baixa quantidade de líquidos é devido as forças: Hidrostática e Osmótica 
 P.Hidrostática: Retira líquidos do interior dos capilares 
 P.Osmótica: Atrai líquidos para o interior dos capilares 
 26 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA E LÍQUIDA TISSULAR 
 
 A quase totalidade de água presente na S.F.A. do tecido conjuntivo acha-se na 
camada de solvatação. Mesmo assim, essa água serve de veículo para a passagem por 
difusão, de inúmeras substâncias hidrostáticas os quais se difundem pelo conjuntivo sem 
que haja movimentos de líquidos. 
 Exemplo: Não se pode aspirar líquido do conjuntivo com uma seringa hipodérmica 
 
 Em condições normais, a quantidade de líquido intersticial é insignificante. 
 
 
EQUILIBRIO OSMÓTICO E HIDROSTÁTICO 
 
 A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, 
passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares dos tecidos. A 
parede dos capilares é impermeável as macromoléculas, porém deixa passar água, íons e 
moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de peso molecular baixo. 
 Segundo Junqueira e Carneiro (2004) o sangue traz para o conjuntivo os diversos 
nutrientes de que as células necessitam e leva para os órgãos de desintoxicação e 
eliminação (fígado, rim, intestino) os produtos de refugo do metabolismo, compreende-se a 
importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e vice-versa. 
 Há duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a pressão 
hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração 
cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que 
tem sentido contrário, é a pressão osmótica do plasma sangüíneo, que atrai água para dentro 
dos capilares. Essa pressão osmótica deve-se principalmente às proteínas do plasma, pois os 
íons e pequenas moléculas, que passam facilmente pela parede capilar, estão presentes fora 
dos vasos e dentro dele, em concentração muito semelhante. A pressão osmótica exercida 
pelos íos e moléculas pequenas é aproximadamente igual dentro dos capilares e fora, 
anulando-se mutuamente. Como as macromoléculas protéicas não passam para os espaços 
intercelulares do conjuntivo, a pressão osmótica (coloidosmótica) que eles exercem no 
interior dos capilares não é contrabalançada por pressão semelhante existente fora do 
capilar. 
 Em condições normais, ocorre uma passagem de água para fora dos capilares na 
porção arterial deles, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma arteríola. Essa saída de 
água decorre do fato de que aí a pressão hidrostática vence a pressão coloidosmóica. Mas a 
pressão hidrostática decresce ao longo do capilar, sendo mínima na sua extremidade 
venosa, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma vênula. Enquanto a pressão 
hidrostática do sangue cai, a pressão coloidosmótica aumenta, em conseqüência da saída de 
água, que acarreta uma concentração progressiva das proteínas. O aumento da concentração 
das proteínas e a queda da pressão hidrostática fazem com que, na parte venosa do capilar, 
a pressão osmótica prevaleça sobre a p. hidrostática, atraindo água para o interior do 
capilar. 
 
 
 
 27 
Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004
Pressão hidrostática
Ação bombeadora do coração
Pressão Osmótica
Proteínas Plasmáticas
Permite a saída
Uma parte da água é drenada 
pelos capilares linfáticos
Esse movimento dos fluidos 
permite a nutrição dos 
componentes teciduais.
Atrai água de volta 
aos capilares
Ao retornar aos 
capilares, carrega os 
restos do metabolismo 
tecidual.
 
 
 
 
 
 
EDEMA 
 
 Em condições patológicas diversas, a quantidade de líquido intersticial pode 
aumentar muito, formando o edema, que se caracteriza nos cortes histológicos por uma 
separação maior entre os elementos figurados do conjuntivo, provocada pelo acúmulo de 
líquido. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como um aumento de volume que cede 
facilmente a pressão localizada, a qual dá origem a uma depressão que desaparece 
lentamente. 
 O edema pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, como ocorre em 
certas infestações parasitárias (Filariose) e em certos casos de câncer, e tanbém por 
obstrução venosa pelas veias, como ocorre na insuficiência cardíaca. Outra causa é a 
desnutrição, mais especificamente a deficiência protéica. A falta de proteínas na 
alimentação acarreta uma deficiência de proteínas plasmáticas, com a conseqüente queda na 
pressão coloidosmótica e conseqüente acúmulo de água no tecido conjuntivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR 
 
 Classifica-se com os seguintes critérios: 
 
 - Quanto ao tipo de fibras 
 - Distribuição e concentração das fibras 
 - Orientação das fibras 
 
1. Quanto ao tipo de fibras 
1.1 Tec. conjuntivo fibrilar elástico: predomínio de fibras elásticas. Ex. artérias de grande 
calibre. 
1.2 Tec. conjuntivo fibrilar colagenoso: Predomínio de fibras colágenas. Ex. Derme e 
tendões. 
1.3 Tec. conjuntivo fibrilar reticular: Predomínio de fibras reticulares. Ex. órgãos 
linfóides. 
 
2. Quanto a distribuição das fibras: 
2.1 Tec. cojuntivo fibrilar frouxo ou areolar: Possui todos os elementos do tecido 
conjuntivo. Suas fibras são encontradas esparsas. Ocorre ligando os órgãos, envolvendo os 
vasos sangüíneos, e é o tecido que mais ocorre no organismo. Apresenta como função 
preenchimento dos espaços e ligação. 
 
2.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso ou fibroso: Há predomínio de fibras colagenosos, 
seguido de elásticas e reticulares. Ocorre na derme, gânglios linfáticos e tendões. 
 
3. Quanto a orientaçãodas fibras: 
3.1 Tec. conjuntivo fibrilar (fibroso) denso irregular ou não modelado ou 
irregularmente constituído: As fibras estão dispostas sem nenhum arranjo definido. Ex. 
derme. 
 
3.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso regular ou modelado ou regularmente constituído: 
As fibras estão dispostas regularmente, normalmente em paralelo, entre as quais ocorrem 
fibroblastos, fibrócitos e macrófagos. Ex. tendões e ligamentos. 
 
 
Referências Bibliográficas: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
UNIDADE IV - TECIDO CARTILAGINOSO 
 
Característica: principal é a de possuir sua substância intercelular consistente. 
 
1- Células: condroblastos e condrócitos 
2- Substância Intercelular ou matriz cartilaginosa: 
 Fibras: Colágenas e elásticas 
 Amorfa: predomina a condroitim sulfato, responsável pela consistência da cartilagem. 
3- Líquido Tissular: ocorre em mínima quantidade. 
 
Ocorrência e Distribuição: Orelha, nariz, anéis da traquéia, epífises ósseas, esqueleto do 
embrião. 
 
Funções: Sustentação e flexibilidade 
 Sendo que de acordo com a região, podem ser mais rígidas. 
 
Descrição dos componentes 
 
Células 
- Condroblastos: célula jovem, ativa, com grande quantidade de energia e grande 
potencial. 
Função: produzir substância intercelular formando a matriz da cartilagem 
Característica: Forma ovalada , núcleo ovalado, citoplasma rico em complexo de golgi e 
R.E. Granular, localizada na periferia da cartilagem. 
 
- Condrócitos: Secretam colágeno (tipo II) e condronectina. 
Função: Dividir-se e formar novos condroblastos, quando houver necessidade (caso 
contrário permanece inativo). 
Características: Forma arredondada, núcleo arredondado, citoplasma rico em gotículas de 
lipídios e glicogênio, localiza-se no centro da cartilagem, podendo aparecer isolados ou em 
grupos. Quando reunidos formam grupos isógenos porque se originam de um único 
condroblasto. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO 
 
1. Quanto a orientação das fibras 
a) Cartilagem hialina 
b) Cartilagem elástica 
c) Cartilagem fibrosa 
 
a)Cartilagem Hialina 
 Apresenta como característica suas fibras dispersas na substância fundamental 
amorfa, sendo que fibras e substância apresentam o mesmo índice de refração. 
 Ocorrem na traquéia, esqueleto do embrião, laringe, epífises dos ossos longos e 
partes do nariz. 
 30 
- Suas fibras colágenas são distribuídas irregularmente, mas mesmo assim, garantem a 
função de sustentação. 
- O tecido que envolve a grande maioria dos tecidos cartilaginosos hialinos é o pericôndrio. 
 
b) Cartilagem Elástica 
 Apresentam como característica além das fibras colágenas uma rica rede de fibras 
elásticas dispersas na substância fundamental amorfa. 
- Suas fibras elásticas são mais espessas que as fibras colágenas 
- Apresenta Pericôndrio 
Pode ser encontrada: Orelha, nariz, epiglote, tuba de Eustáquio, pavilhão auditivo. 
 
c) Cartilagem Fibrosa 
 Sua principal característica é ser formada por fibras colágenas orientadas em feixes 
paralelos, que lhe conferem maior resistência. Não apresenta Pericôndrio 
-É encontrada: nos discos intervertebrais e algumas inserções articulares (Escápula-
Umeral). 
 
 Pericôndrio 
 Todas as peças cartilaginosas Hialinas e Elásticas são envolvidas por uma camada 
de tecido conjuntivo denso, (na sua maior parte). 
 É formado por um tecido conjuntivo rico em fibras colágenas na parte mais 
superficial, porem gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da 
cartilagem. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos. 
 
 
 Matriz 
 É formada em 40% por fibrilas de colágeno embebidas em substância fundamental 
amorfa. Nos preparos comuns, o colágeno não se destaca da subs. Fundamental amorfa por 
dois motivos. 
 - Porque está principalmente sob a forma de fibrilas, a maioria das quais de 
dimensões submicroscópicas. 
 - Porque as fibrilas têm o índice de refração muito semelhante ao da substância 
fundamental amorfa que as envolve. 
 
 A parte amorfa da matriz é constituída principalmente por glicosaminoglicanas 
combinadas com proteínas, formando proteoglicanas. 
 
OBS. as proteoglicanas ligam-se quimicamente ao colágeno e está associação é responsável 
pela resistência da cartilagem as pressões. 
 
Condriogênese (Histogênese) 
 
 A cartilagem se origina do mesênquima. Os passos p/ sua formação são: 
1) Transformação das células mesenquimais em condroblastos 
2) Formação da matriz cartilaginosa 
3) Centralização dos condroblastos na matriz cartilaginosa que passam a denominar-se 
condrócitos 
 31 
4) Novos condroblastos surgem na periferia 
5) As células mesenquimais da periferia forma o pericôndrio 
 
 Crescimento 
Ocorre de duas maneiras: 
- Aposicional: de fora para dentro (Pericôndrio) 
- Intersticial: de dentro para fora (Condrócito) 
 
Aposicional: A estrutura responsável é o pericôndrio. 
 O crescimento ocorre da seguinte forma: 
- As células mesenquimais (condriogênicas) dão origem ao condroblasto que produz 
substância intercelular e se transforma em condrócito. O processo repete a histogênese da 
cartilagem, determinando que a mesma cresça de fora para dentro. 
 
Intersticial: A estrutura responsável é o condrócito (por divisão mitótica dos condrócitos 
pré-existentes). Estes condrócitos dividem-se por mitose, renovam-se, transformando 
em condroblastos que iniciam a síntese da matriz cartilaginosa e convertem-se novamente 
em condrócitos. Desta forma ocorre o crescimento de células de dentro para fora. 
 O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases 
de vida da cartilagem. 
 A medida que a cartilagem se torna cada vez mais rígida e espessa, o crescimento 
intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. 
 
Nutrição 
- Não há nenhum vaso sangüíneo ou linfático na matriz, portanto é avascularizado. 
- Sua nutrição é feita através do pericôndrio. 
- Os vasos que estão no pericôndrio trazem nutrientes que através da difusão pela matriz 
nutrem as células. 
- A via de transporte dos nutrientes é a água de solvatação dos componentes da matriz, pois 
nas cartilagens praticamente não existe água em estado livre. 
 
Regeneração 
Regeneração fibrosa: Ocorre pela ação do pericôndrio 
Os fibroblastos se dividem e invadem a lesão, passando a sintetizar substância fibrilar. 
Logo a seguir ocorre uma restauração fibrosa no local lesado da cartilagem. Mais raramente 
pode ocorrer restauração do tipo celular (da própria cartilagem), sendo na maioria dos casos 
do tipo fibrilar. 
 
Referências Bibliográficas: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 32 
UNIDADE V - TECIDO ÓSSEO 
 
1. Conceito: É uma forma de tecido conjuntivo constituída por células e substância 
intercelular que contém cerca de 70% de compostos inorgânicos. 
 
2. Funções: 
 * Proteção deórgãos internos (ex.: craniana e torácica). 
 * Depósito de sais de Ca e P e outros elementos. 
 * Sustentação (rigidez). 
 * Molduração corporal. 
 * Alavancas para inserção muscular. 
 * Produção de elementos sangüíneos. 
 
3. Propriedades: 
 * Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão. 
 * Apresenta um alto grau de mineralização. 
 * Está em constante remodelação. 
 
4. Constituintes do Tecido Ósseo 
* Células - Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos 
 
* Substância Intercelular - Fibrosa (colágeno) 
 Amorfa com sais inorgânicos e orgânicos 
 
* Líquido Tissular - Ausente ou reduzido na substância osteóide, e matriz Óssea, mas 
abundante no osso adulto, sendo representado por plasma, linfa 
e outros elementos. 
 
DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES 
CÉLULA OSTEOPROGENITORA: 
 - São pequenas células fusiformes que residem em todas as superfícies ósseas não 
reabsortivas. Elas constituem a camada profunda do periósteo que reveste cada osso e 
também o endósteo que reveste a cavidade medular, canais haversianos. 
 - Estas células do periósteo ou do endósteo que são estimuladas a proliferar dão 
origem a osteoblastos, em regiões que são bem vascularizadas, e a condroblastos em 
regiões que não são vascularizadas. 
 - Estas células participam na reparação das fraturas. 
 
OSTEOBLASTOS: 
- Dão origem ao tecido ósseo; 
- No osso adulto são encontradas em áreas de destruição ou regeneração; 
- Forma cúbica ou angular; 
- Apresentam Fosfatase Alcalina que participa da impregnação da matriz orgânica 
do osso com fosfatos. 
 
 
 
 33 
OSTEÓCITOS: 
- Encontrados em maior número; 
- Forma estrelada; 
- Núcleo compacto; 
Obs.: São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas dos 
quais partem os canalículos. 
 
 
OSTEOCLASTOS: 
- Células móveis, gigantes, multinucleadas (6 a 50 ou + núcleos); 
- São células capazes de destruir a cartilagem e o osso; 
- Os osteoclastos derivam dos monócitos do sangue. Após atravessar a parede dos 
capilares do osso, os monócitos fundem-se para formar os osteoclastos. 
 
 
 
SUBSTÂNCIA INTERCELUL.AR OU MATRIZ 
 
 Parte inorgânica - representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais 
encontrados são os de fosfato e cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e 
citrato. 
 * O Ca e P formam Cristais de Hidroxiapatita (Ca10 (PO4)6(OH)2) , onde se arranjam 
ao longo das fibrilas do colágeno, e são envolvidos por substância fundamental amorfa. 
 
 Parte orgânica - formada por fibras de colágeno e por pequena quantidade de 
substância fundamental que contém proteoglicanas e glicoproteínas. 
 
 * A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela 
dureza e resistência característica do tecido ósseo. 
 
 Removendo o Ca do osso - mantém a forma intacta, porém tornam-se flexíveis 
como tendões. 
 Removendo o Colágeno (parte orgânica) - através da incineração - o osso também 
fica com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado 
sem se partir. 
 
 
 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO 
 
 São as membranas conjuntivas que revestem o osso externamente e internamente. 
Periósteo - É formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa, e 
mais celular e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo. 
Endósteo - Formado por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo, revestindo as 
cavidades dos ossos esponjosos, canal medular, canais de havers, e canais de 
volkmann. 
 
 34 
 No tecido conjuntivo do endósteo e principalmente do periósteo, existem vasos 
sangüíneos, que se ramificam e penetram nos ossos, através de canais encontrados na 
matriz óssea. 
 Principais funções: 
• Nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos partem ramos que penetram nos ossos 
pelos canais de Volkmann. 
• Servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO 
 
 * Tecido ósseo rudifibroso ou imaturo ou primário; 
 * Tecido ósseo laminoso ou maturo ou secundário (lamelar). 
 
 Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz, 
porém, no tecido ósseo primário as fibras colágenas formam conjuntos dispostos 
irregularmente; e no tecido ósseo secundário essas fibras se organizam em lamelas, que 
adquirem uma disposição muito peculiar. 
 
 
TECIDO ÓSSEO RUDIFIBROSO OU IMATURO OU PRIMÁRIO 
 
 São encontrados nos embriões, pontos de inserção dos tendões nos ossos, e alvéolo 
dentário. 
 Apresenta fibras colágenas sem organização definida, tem menor quantidade de 
minerais e maior percentual de osteócitos. 
 É o primeiro tecido ósseo a ser formado, sendo substituído gradativamente por 
tecido ósseo secundário. No adulto é pouco freqüente. 
 
TECIDO ÓSSEO LAMINOSO OU SECUNDÁRIO OU MADURO 
 
 É o mais desenvolvido no adulto. 
 Como característica apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam 
paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com 
vasos, formando o sistema de Harvers. 
 As lacunas com osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, em cada 
lamela, as fibras colágenas são paralelas umas as outras. 
 Separando um grupo de lamelas, ocorre freqüentemente um acúmulo de 
proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas), que recebe o nome de substância 
cimentante. 
 Cada sistema de Harvers ou Ósteon é constituído por um cilindro longo, às vezes 
bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. 
 No centro deste cilindro ósseo existe um canal, o canal de Harvers, que contém 
vasos, nervos e tecido Conjuntivo Frouxo. Os canais de Harvers comunicam-se entre si, 
com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, por meio de canais transversais 
 35 
ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de Harvers por não 
apresentarem lamelas ósseas concêntricas. 
 
 
HISTOGÊNESE 
 O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação 
intramenbranosa que ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de 
ossificação endocondral que se inicia sobre um modelo cartilaginoso, o qual é destruído 
gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma à partir de células vindas do 
conjuntivo adjacente. 
 Tanto na ossificação Intramembranosa como na endocondral, o primeiro tecido 
ósseo formado é do tipo primário. Este é pouco à pouco removido e substituído por tecido 
secundário ou lamelar. 
 
 
HISTOFISIOLOGIA 
Sustentação e proteção 
 O tecido ósseo forma o esqueleto que serve de apoio às partes moles do organismo e 
no qual se inserem os músculos voluntários (esqueléticos). Os ossos longos constituem 
sistemas de alavancas que aumentam a força gerada pela contração muscular. Por sua 
resistência, os ossos representam uma proteção para o sistema nervoso central, contido na 
caixa craniana e no canal vertebral. Protegem também a medula óssea. 
 
 
Plasticidade 
 Apesar da sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito 
plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas 
forças e que está submetido normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada 
dentária pode ser modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos 
sobre os mesmos. Ocorre reabsorção óssea no lado em que a pressão atua e deposição no 
lado oposto, que está sujeito a uma tração. Desse modo, o dente praticamente caminha na 
espessura do maxilar. Essa capacidade de reconstrução não é exclusivado osso alveolar, 
sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a 
aparência inerente de um osso seco. 
 
 
 Reserva de cálcio 
 O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva 
deste elemento, cuja taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O ìon 
cálcio é importante na contração muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação 
sanguínea, adesão celular... 
 Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sangüíneo e o dos ossos. O 
cálcio absorvido da dieta e que faria aumentar a taxa sanguínea é depositado imediatamente 
no tecido ósseo e, inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua 
percentagem no sangue. 
 
 
 36 
VASCULARIZAÇÃO 
 
 Os vasos sangüíneos formam no periósteo uma rede + ou - espessa. Deste ponto tem 
início pequenos ramos arteriais finos que penetram na medula óssea através de perfurações 
de nutrição e participam da rede capilar que a irriga. 
 Os vasos linfáticos se situam principalmente na capa externa do periósteo. 
 
INERVAÇÃO 
 
 É feito por fibras nervosas mielínicas e amnielínicas que formam uma plexo frouxo. 
Uma parte destas fibras acompanha os vasos sangüíneos e penetram com os mesmos nos 
canais de nutrição. Outra parte das fibras termina no periósteo como ramificações livres. 
 
REPARAÇÃO DAS FRATURAS 
 
 Nas fraturas ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sangüíneos do osso e do 
periósteo. Nota-se também destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local 
fraturado. 
 Para iniciar a reparação, o coágulo sangüíneo e os restos celulares e de matriz 
devem ser removidos pelos macrófagos. 
 O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa 
proliferação de seus fibroblastos, que formam um tecido muito rico em células, 
constituindo um colar em torno da fratura e penetrando entre as extremidades ósseas 
rompidas. 
 Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as 
extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação 
endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se forma, quanto por ossificação 
intramembranosa. 
 Podem ser encontrados no local de reparação ao mesmo tempo: 
• Áreas de cartilagem; 
• Áreas de ossificação intramembranosa e 
• Áreas de ossificação endocondral. 
 Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo, 
constituído por tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une 
provisoriamente as extremidades do osso fraturado. 
 Com a volta gradual do osso às suas atividades, irá ocorrer a remodelação do calo 
ósseo; sendo esta remodelação essencial para que o osso retorne a sua estrutura anterior, ou 
seja, antes de ocorrer a fratura. 
 Pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo reabsorvido e substituído 
por tecido ósseo lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fratura seja 
totalmente refeita. 
 
Referências Bibliográficas: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 37 
 
UNIDADE VI - TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO 
 
SANGUE 
 
1. Definição: O sangue é um tecido conjuntivo fluido, no qual as células, ou elementos 
figurados estão suspensos em uma matriz líquida chamada plasma. 
 
 
2. Funções: 
A) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono, pela afinidade pela Hemoglobina. 
B) Transporte de hormônios 
C) Remoção de restos metabólicos 
D) Manutenção do equilíbrio ácido básico 
E) Controle da temperatura corporal 
F) Defesa contra infecções 
 
• garantem a homeostasia do meio interno. 
 
3. Composição: 
Constituído de: 
. Plasma - substância intercelular líquida - que contém proteínas( albumina, fibrinogênio e 
gamaglobulinas) 
 
. Células - Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias 
 
- Leucócitos ou glóbulos brancos 
 
- Trombócitos ou plaquetas 
 
 
4. Cor: Decorre da presença do pigmento hemoglobina do citoplasma dos eritrócitos. O 
sangue é um líquido viscoso e opaco de cor escarlate quando oxigenado e vermelho 
escuro quando desoxigenado. 
 
 
5. Descrição das células: 
 
5.1. Eritrócitos 
 Forma  Discos bicôncavos, anucleados e arredondados nos mamíferos, 
 . Discos biconvexos, nucleados e elípticos nas aves, répteis e anfíbios. 
 
 Tamanho  Variam em torno de 4 a 7 µm de diâmetro e 2 µm em espessura. 
 O nº total varia com o sexo, idade, atividade fisica... 
 
Estrutura  O eritrócito é composto de uma membrana ou estroma e a hemoglobina. 
 
 38 
SobrevidaO tempo de duração dos eritrócitos é em torno de 120 dias, sendo após este 
tempo eliminadas da circulação. São destruídas por fagocitose (hemocaterese) no baço 
fígado e medula óssea. A membrana é eliminada do organismo, enquanto que a 
hemoglobina é reaproveitada pelo organismo. A hemoglobina é desdobrada em ferro e 
bilirrubina. 
 
HEMOGLOBINA E O TRANSPORTE DE GASES 
 
Os gases apresentam baixa solubilidade em água, e o plasma é constituído por 
aproximadamente 90% de água, portanto essa característica é problema para o oxigênio, 
pois o dióxido de carbono é 40 vezes mais solúvel em água se comparado ao oxigênio. Para 
tal, o oxigênio necessita de uma molécula de hemoglobina para realizar seu transporte pelo 
organismo. 
A hemoglobina é um pigmento de cor vermelha que tem afinidade pelo oxigênio. É 
formada por quatro grupos prostéticos, chamado HEME, associados com a globina (uma 
proteína tetramérica). A molécula de globina consiste em dois dímeros, α1 β1 e α2 β2 , cada 
qual uma unidade fortemente aderida. Cada hemoglobina é formada por quatro globinas 
associada ao grupo HEME, que é um composto nitrogenado não proteico, sendo uma 
porfirina que contém um metal – ferro. O oxigênio é transportado pela hemoglobina 
ligando-se ao ferro e a globina, sendo o ferro fundamental para esse transporte. 
Quando o oxigênio está combinado com a hemoglobina chama-se de 
oxihemoglobina (HbO2). Cada hemoglobina pode transportar 4 moléculas de oxigênio, 
chamada de hemoglobina saturada. A medida que o oxigênio vai sendo liberado nos 
tecidos vai ocorrendo a diminuição da saturação (a hemoglobina pode levar 4,3,2, 1 ou 
zero). Quando a hemoglobina estiver sem oxigênio é chamado de desoxihemoglobina. 
 Hb + 4 O2  Hb (O2)4 
 
 
Exemplo: Quando dizemos que a saturação de hemoglobina está em 95%, significa que 
95% das hemoglobinas estão transportando 4 moléculas de O2, e os restante – 5% não 
necessariamente serão desoxihemoglobina, pois podem estar transportando 1, 2 ou 3 O2. 
O sangue arterial apresenta alta saturação de hemoglobina, já o sangue venoso é 
mais baixo, mas mesmo no sangue venoso há hemoglobina transportando oxigênio. Um 
 39 
exemplo disto é quando trancamos a respiração, e o sangue segue circulando e liberando 
oxigênio nos tecidos, portanto a hemoglobina também é um depósito de oxigênio. 
 Quando a oxihemoglobina ganhar 1 hidrogênio, ela libera rapidamente o oxigênio e 
se transforma em desoxihemoglobina. Podemos dizer que a desoxihemoglobina se 
transforma em oxihemoglobina no pulmão através da hematose, e volta a ser 
desoxihemoglobina nos tecidos. 
 
 H+ + HbO2 ↔ HHb + O2 
 
 A ligação de oxigênio com a Hb tem que ser possível de liberação, e há fatores que 
facilitam essa liberação: 
- aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) – nos tecidos; 
- aumento

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