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1 CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MANUAL ACADÊMICO HISTOLOGIA BÁSICA Regina C. Pereira Reiniger 2018 2 SUMÁRIO UNIDADE I – INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 03 ESTUDO DOS TECIDOS.......................................................................................................................... 03 PREPARO DOS CORTES HISTOLÓGICOS........................................................................................... 03 TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DOS CORTES................................................................ 04 MICROSCÓPIO ÓPTICO......................................................................................................................... 06 UNIDADE II – TECIDO EPITELIAL...................................................................................................... 10 TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO........................................................................................... 11 TECIDO EPITELIAL GLANDULAR....................................................................................................... 16 UNIDADE III – TECIDO CONJUNTIVO................................................................................................ 19 TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO.............................................................................................. 19 TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR........................................................................................................ 20 UNIDADE IV – TECIDO CARTILAGINOSO........................................................................................ 29 UNIDADE V – TECIDO ÓSSEO............................................................................................................. 32 UNIDADE VI – TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO................................................................................. 37 UNIDADE VII – TECIDO LINFÓIDE...................................................................................................... 43 UNIDADE VIII – TECIDO NERVOSO.................................................................................................... 48 UNIDADE IX – TECIDO MUSCULAR................................................................................................... 60 UNIDADE X – ESTRUTURA HISTOLÓGICA GERAL DOS ÓRGÃOS.............................................. 68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................... 70 3 UNIDADE I – INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA A Histologia compreende o estudo da função celular, assim como a estrutura da célula e, consequentemente abrange o estudo da célula e estrutura do tecido em relação às suas funções. "Literalmente, histologia significa a ciência dos tecidos”. Grego: Histo = tramas ou tecidos Logo = ramo do conhecimento Tecidos Orgânicos: São quatro, os tecidos básicos: Epitelial, Conjuntivo, Nervoso e Muscular. Os tecidos são agrupamentos de células. Estes por sua vez, quando reunidos formam os órgãos. O conjunto de órgãos denomina-se sistemas. Os sistemas são encontrados formando os organismos que reunidos constituem comunidades e populações. Sistemas orgânicos - Digestivo, Respiratório, Urinário, Endócrino, Reprodutor, Circulatório. Características principais dos quatro tipos básicos de tecidos: Tecido Células Matriz extracelular Funções principais Nervoso Longos prolongamentos Nenhuma Transmissão de impulsos nervosos Epitelial Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestimento, secreção e absorção Muscular Alongadas contráteis Quantidade moderada Movimento Conjuntivo Vários tipos Abundante Apoio e proteção Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. . Diferenciação celular: Após a fusão dos núcleos dos gametas masculino e feminino (fecundação), forma-se o zigoto. O zigoto sofre sucessivas mitoses para dar origem às células que constituem o corpo dos seres vivos pluricelulares, as quais dividem o trabalho entre elas. Esta distribuição de funções é consequência da diferenciação celular. A diferenciação celular ocorre à medida que o organismo se forma. Apesar de todas as células terem capacidade de desempenharem todas as funções, a eficiência na realização de certas funções é maior em certos tipos de 4 células e menor em outros. Certas células aperfeiçoam de tal maneira em uma função em relação às demais células do organismo. Por exemplo, todas as células são capazes de contrair seu citoplasma quando estimuladas no entanto, as células musculares são especializadas na contração. Do mesmo modo, tem-se células diferenciadas para condução de impulsos (células nervosas), para secreção (células secretoras), para o revestimento (células epiteliais nos animais e epidérmicas nos vegetais) etc. A diferenciação aumenta muito a eficiência das células para favorecer o organismo, tornando-as dependentes umas das outras. No homem adulto, por exemplo, são 1013 a 1014 células que se dividem em aproximadamente 200 tipos diferentes. Durante a diferenciação ocorrem modificações químicas e morfológicas com aumento da complexidade celular. Toda célula é dotada de duas características: a diferenciação e a potencialidade. A diferenciação é o grau de especialização da célula; a potencialidade é a capacidade que a célula tem de organizar outros tipos celulares especializados. Para qualquer célula, quanto maior for a potencialidade menor será a diferenciação e vice-versa. As células originadas dos óvulos possuem 100% de potencialidade e grau zero de diferenciação, sendo, portanto, pluripotentes. A maioria das células tem graus intermediários de diferenciação e potencialidade. A capacidade de multiplicação de uma célula é inversamente proporcional ao seu grau de diferenciação. As células indiferenciadas dos embriões, por exemplo, multiplicam-se intensamente, enquanto que os neurônios não se multiplicam. Por outro lado, as células hepáticas, muito diferenciadas, dividem-se por mitose quando estimuladas. Como então, pode-se conceituar a diferenciação celular? Em termos gerais, a diferenciação celular é o conjunto de processos que transformam uma célula embrionária em uma célula especializada. Esses processos (a diferenciação) são controlados através da expressão seletiva de diversos conjuntos de genes. As modificações estruturais e funcionais que ocorrem durante a diferenciação resultam da inativação de certos genes e da ativação de outros; isto é, na transcrição de certos genes e não de outros. Existem genes que se expressam em todas as células, como aqueles necessários para construção de membrana, ribossomos, etc. eles são denominados genes de manutenção (ou resistentes). A diferenciação celular vem sendo estudada a muito tempo e alguns dos conceitos tem sofrido poucas alterações no decorrer dos anos; no entanto, tem-se aprendido muito sobre como os genes são controlados e já existem bons modelos para explicar a diferenciação, como a formação dos glóbulos sanguíneos (hemocitopoese). TECIDO É um grupo de células especializadas, separadas ou não por líquidos e substâncias intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram diferenciação, que se 5 distinguem por sua estrutura e por atuarem conjuntamente no desempenho deuma função específica. Os tecidos são formados pelas unidades biológicas fundamentais chamadas células e também pela matriz extracelular, que, em geral, elas mesmas produzem. As células podem ser iguais ou diferentes, no organismo existem cerca de 200 tipos de células, que se diferenciam por suas formas e funções, derivadas da presença de componentes químicos particulares, organizados de maneira distinta em cada tipo celular. A matriz extracelular é um conjunto de substâncias amorfas figuradas, líquidos e fibras, produzidas pelas células, que preenchem o espaço entre as mesmas. Com base nos tipos de células que possuem, na proporção entre estas e as matrizes extracelulares, no modo de vinculação das células entre si e com os elementos da matriz e nas funções que desempenham, os tecidos se classificam nos quatro seguintes tipos fundamentais: 1 Tecido epitelial - forma tanto as membranas que revestem superfícies como conjuntos celulares que se especializam na secreção de substâncias. As membranas denominam-se epitélios de revestimento; os conjuntos celulares, epitélios glandulares ou glândulas. 2 Tecido conjuntivo - contém células que se encontram dispersas em meio a uma abundante matriz extracelular. Existem vários tipos de tecido conjuntivo que se diferenciam pelas células que possuem, pela qualidade, quantidade, distribuição e propriedades dos elementos da matriz extracelular. O tecido conjuntivo pode ser frouxo, denso, mucoso, adiposo, cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático, incluindo também o sangue, com matriz extracelular líquida. . 3 Tecido muscular – se caracteriza por ter células que se contraem. Com base no ordenamento espacial dos componentes do citoesqueleto, na forma e no tamanho das células e levando-se em conta se sua contração é governada pela vontade ou não, existem três tipos de tecidos musculares: tecido muscular estriado esquelético ou voluntário, o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso. 4 Tecido nervoso – contém neurônios e células acessórias, denominadas neuróglia. O tecido nervoso forma o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Os tecidos se associam entre si em proporções variáveis e formam os órgãos. Muitos órgãos apresentam os quatro tipos de tecidos. Por sua vez, grupos de órgãos se associam para realizar funções comuns ou complementares, o que dá origem aos sistemas do corpo, como os sistemas circulatório, imune, tegumentar, digestivo, respiratório, endócrino, urinário, reprodutor e sensorial. 6 ESTUDO DOS TECIDOS 1. Preparo de cortes Histológicos: Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de tecidos, cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico, para o M.O.; em geral os cortes são preparados pela técnica de parafina (lâminas permanentes). 1.1. TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DE CORTES 1.1.1. Amostra de Tecido: A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós morte (necropsia). A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho pode variar em função do tipo de equipamento apresentado pelo laboratório, onde o corte será preparado. 1.1.2. Fixação: Os fixadores objetivam endurecer os tecidos moles e prevenir a deterioração e outras alterações estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Atuam como coaguladores proteicos. Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por ela liberadas após a morte, o que danificaria os tecidos para o exame microscópico. Apresentam também ação anti-séptica matando bactérias e outros agentes causadores de doenças nos tecidos infectados, que poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que manuseiam tais tecidos. O fixador mais comum é a solução de formal à 10%; outros fixadores: álcool, fixador de Bouin, Zenker. Para o transporte até o laboratório não devem ser esquecidos os requisitos fundamentais de acompanhamento: anamnese, condições de coleta, data da morte e data de coleta, dados de necropsia (se realizada). Na ausência do formal ou álcool, para transporte, pode-se acondicionar a amostra em isopor com gelo, mas deve-se evitar congelá-la, pois sua estrutura microscópica será alterada quando ocorrer o descongelamento. 1.1.3. Lavagem: O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra sendo lavada em água corrente por um período de 12 horas, será removido assim o excesso de formol. 1.1.4. Desidratação: O objetivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como a parafina não é solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de tecido. Isto é feito em dois estágios: 7 1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o aumento de graduação na concentração, num amplo período de tempo. - álcool 70º - 1 a 2 hs - álcool 80º - 1 h - álcool 90º - 1 h - álcool 96º - 1 h - álcool 100º- 1 h - álcool 100º- 1 h 2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina miscível com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de Xilol até que o álcool seja substituído por este. O tecido fica meio transparente. - Xilol I -1 h Xilol II- 1 h Parafina I - 1 h Parafina II -1 h 1.1.5. Inclusão Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida. O tecido logo fica inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a ocupar todos os espaços do tecido, que antes continha água. Este procedimento é feito dentro da estufa. A cêra endurece a medida que esfria, onde monta-se o bloco de parafina (emblocagem), para que possa ser cortado em fatias delgadas. 1.1.6. Microtomia O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no micrótomo; onde se desbasta a parafina até chegar ao corte, após gradua-se o micrótomo para cortes de 3 a 6 um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas aderidas aos cortes vizinhos de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é, individualmente, separado com facilidade. 1.1.7. Confecção da lâmina Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo albumina de Meyer, para fixar o corte à lâmina. (lado brilhante voltado para o vidro). Deixar escorrer o excesso de água, e levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar completamente e começar a derreter a parafina. Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20% e depois passar pela gelatina, dispensando a albumina. 8 1.1.8. Coloração A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao microscópio óptico. Devido a isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos de modo a tornar seus componentes visíveis e destacados uns dos outros. A coloração é feita usando geralmente misturas de substâncias químicas denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos tecidos. Os componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são chamados basófilos, sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos. A hematoxilina não é um corante básico, mas comporta-se como tal, ligando-se as estruturas basófilas dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela Hematoxilina e pela Eosina ( H - E ) é a maisutilizada na rotina em histologia. H - E Hematoxilina - coram núcleos de azul Eosina - coram citoplasma róseo Técnica de coloração HE - Hematoxilina e Eosina - Xilol - 15' - 30' - Deixar Secar - Álcool Absoluto - 2' - Álcool Absoluto - 2' - Lavar em água destilada - Hematoxilina - 1'30'' - Lavar em água corrente - Deixar descansando em água - 2' (até ficar meio azulado) - Eosina - 30'' - Lavar em água - 2' - Álcool absoluto - 2' - Álcool absoluto - 2' - Álcool absoluto - 2' - Álcool absoluto - 2' - Deixar secar - Xilol - 20' - Montagem em Bálsamo - Identificação das lâminas 2. MICROSCÓPIO ÓPTICO Finalidade: Aumentar pequenos objetos e revelar seus pormenores, ou seja, aumento e resolução, respectivamente. 9 Estrutura: Constitui-se de duas partes básicas: 1 - Mecânica 1.a. Estrutura de Sustentação: Canhão - sustenta tanto a ocular como as objetivas. Braço - Liga o canhão ao pé(base). Platina ou mesa - É o plano de apoio do material. Base ou pé - É o plano de apoio ao microscópio. 1.b. Estrutura de Movimentação: Parafuso Macrométrico: Aproxima a objetiva com movimentos amplos, focalização grosseira. Parafuso Micrométrico: Possibilita a nitidez do observador, movimentos mínimos, focalização fina. Revólver: Fixa (apoia) e movimenta as objetivas. Charriot: Fixa e movimenta a lâmina. 2. Óptica Sistema de Lentes Ocular - Situa-se na parte superior do canhão. Com a finalidade de aumentar a imagem recebida e enviar ao olho do observador. Objetiva - Situa-se parte inferior do canhão. Tem como importância ampliar a imagem do objeto, é responsável pelo poder de resolução do microscópio. Condensador - Localizado abaixo da platina, tem como importância desviar de acordo com as necessidades e foco luminoso. Poder de Resolução ou limite de resolução (L.R.). Chama-se de L.R. de um sistema óptico sua capacidade de separar detalhes. Mais precisamente, o L.R. é a menor distância que deve existir entre dois pontos, para que apareçam individualizados. A riqueza de detalhes da imagem fornecida por um sistema óptico é o seu limite resolutivo, e não seu poder de aumentar de tamanho os objetos. O limite de resolução depende essencialmente da objetiva. A ocular apenas aumenta de tamanho a imagem projetada no seu plano de foco pela objetiva. Outros tipos de Microscópio: Contraste de fase, Polarização, Eletrônico, Eletrônico de Varredura. Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 488 p. 10 UNIDADE II - TECIDO EPITELIAL Origem: - Ectodérmica: epiderme, epitélio do nariz, epitélio da boca, glândulas sebáceas, glândulas mamarias, glândulas salivares. - Mesodérmica: endotélio, epitélio do sistema urogenital, epitélio de membranas que envolvem órgãos (pleura - pulmão, pericárdio - coração e peritônio – órgãos abdominais). - Endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o fígado e o pâncreas, epitélio da bexiga urinária, glândulas tireóide e paratireóide. CARACTERÍSTICAS GERAIS: 1. Células justapostas. 2. Ausência de substância intercelular (pouca quantidade). 3. Células apoiadas à membrana basal. 4. Não possuem vasos sangüíneos (avascularizados). 5. Não possuem inervação, exceto terminações nervosas que captam estímulos. 6. Regenera-se facilmente. TIPOS DE EPITÉLIO: 1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR FUNÇÕES GERAIS • Revestir e Proteger • Absorção • Secreção • Condução de substâncias • Sensibilidade específica 11 DESCRIÇÃO DOS TECIDOS TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 1. OCORRÊNCIA: Revestindo todas as superfícies e forrando todas as cavidades. Exemplo: esôfago, traquéia, útero... 2. FUNÇÕES: . Revestimento . Proteção . Absorção . Condução de substâncias 3. ESTRUTURA: 3.1. MEMBRANA BASAL: Função: Adesão Apoio Sustentação Semi-permeabilidade Ao microscópio eletrônico: • Lâmina Basal = Material glicoprotéico + Fibrilas Colágenas • Membrana Reticular = Material glicoprotéico + Fibrilas Reticulares LÂMINA BASAL = Quase todos os epitélios apresentam na sua superfície de contato com o tecido conjuntivo. 3.2. SUBSTÂNCIA INTERSTICIAL OU MATRIZ EXTRACELULAR Com exceção de uma camada muito delgada de glicoproteínas, que geralmente reveste as células epiteliais, não existe substância intersticial entre elas. Esta camada chama-se GLICOCÁLIX. Acredita-se que estas glicoproteínas façam parte nos processos celulares de pinocitose, e adesão entre células. Conforme Kessel (2001) a matriz extracelular é secretada na base da célula, sendo chamada de lâmina basal. 3.3. FORMA DAS CÉLULAS As dimensões e as formas das células epiteliais variam muito. Observa-se desde células achatadas como um ladrilho, até células prismáticas altas, com todas as formas intermediárias. Geralmente as formas dos núcleos acompanham a forma das células. Exemplo: células cúbicas - núcleo esférico, células prismáticas - núcleo elíptico. 12 3.4. COESÃO ENTRE AS CÉLULAS As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua, e para separá-las, são necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o tipo epitelial, mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes trações, exemplo pele. Essa coesão é em parte devido a ação adesiva das glicoproteínas do glicocálix. O íon cálcio também é importante para a manutenção da coesão entre as células. A adesão celular é reforçada por estruturas especiais, como os desmossomos. 3.5. REGENERAÇÃO Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada. Ocorre, pois uma renovação constante dessas células, graças a uma atividade mitótica contínua. A velocidade dessa renovação, porém, é variável, podendo ser muito rápida em certos casos e lenta em outras. Como exemplo extremo citamos o epitélio de revestimento do intestino que se renova a cada 2 a 3 dias, e o das glândulas salivares e do pâncreas, que levam mais de 2 meses para se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudo estratificados, em geral as mitoses ocorrem nas células situadas junto à lâmina basal. 3.6. METAPLASIA Em determinadas condições patológicas, certas células, podem sofrer uma série de alterações e dar origem a um novo tipo de tecido. Este processo se chama metaplasia; é uma alteração reversível, e os seguintes exemplos podem ser citados: a. O epitélio pseudo estratificado da traquéia e dos brônquios, em fumantes crônicos sob a ação irritante do fumo, pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso. b. Em casos de carência de vitamina A, o epitélio dos brônquios, bexiga e vários outros são substituídos por epitélios estratificados pavimentosos cornificados. OBS: A metaplasia não é exclusiva do tecido epitelial, podendo ocorrer em outros órgãos. ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA SUPERFICIAL - MICROVILOS Milhares de evaginações da membrana sob a forma de dedos de luvas, na superfície livre da célula. Presente nas células epiteliais com função de absorção. Os microvilos aumentam a eficiência dos processos de absorção, ampliandomuito a superfície de contato das células com o ambiente. Exemplo: Intestino, Rim. - CÍLIOS E FLAGELOS Na superfície das cél. Epiteliais Ciliadas existem grande quantidade de estruturas móveis e alongadas chamadas CÍLIOS. O movimento ciliar é geralmente coordenado, provocando uma corrente de fluido em uma só direção, na superfície das cél. Epiteliais ciliadas. Exemplo: Traquéia. 13 Os Flagelos são encontrados nos mamíferos somente nos espermatozóides, tem uma estrutura semelhante à dos cílios. Diferem, entretanto em suas dimensões, sendo mais longos que estes. - ESTEREOCÍLIOS São constituídos por longos microvilos, que podem ou não se anastomosar livremente entre si. São encontrados na região apical das células de revestimento do epidídimo e do canal deferente. CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO O epitélio de revestimento é classificado de acordo com a forma das células e com número e arranjo das camadas celulares. CLASSIFICAÇÃO: - Quanto a forma das células: plano, cúbico ou cilíndrico. - Quanto ao número de camadas: uma camada – simples; mais de uma camada – estratificado. Células especializadas em absorção ou filtração estão dispostas em camada única, portanto é um epitélio Simples ou Uniestratificado. Células expostas a grande uso e desgaste estão ordenadas em muitas camadas, o arranjo é então denominado epitélio estratificado. a) EPITÉLIO PAVIMENTOSO OU PLANO SIMPLES Consiste de uma camada única de células achatadas, que se assemelham os ladrilhos de pavimento. O núcleo das células é centralmente localizado, sendo esférico ou oval. Denominações especiais: - ENDOTÉLIO reveste internamente o coração, vasos sangüíneos e linfáticos. - MESOTÉLIO forra as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, e a face externa dos órgãos contidos em cavidades. ESTRATIFICADO Consiste em muitas camadas celulares; as células superficiais são achatadas, porém as células profundamente situadas são mais espessas (Figura 1 e 2). Por convenção, a classificação do epitélio estratificado é dada pela forma das células superficiais. • Epitélio estratificado pavimentoso resiste ao uso e desgaste e protege os tecidos subjacentes. As células profundas ou basais estão sofrendo continuamente divisões celulares; as novas células são empurradas em direção a superfície onde descamam. • Conforme as células se deslocam para a superfície, elas se afastam da fonte de nutrição que se origina dos vasos sangüíneos do tecido conjuntivo subjacente. Como conseqüência 14 deste movimento e da falta gradativa de nutrientes, as células diminuem, tornam-se rígidas e finalmente morrem. • Em locais secos como a pele, as células superfíciais contém uma escleroproteína chamada queratina. Este material resiste a traumas e a infecções bacterianas e micóticas, além de ser impermeável. A este tipo de epitélio damos o nome de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (Figura 2). • Nas superfícies úmidas, como aquelas encontradas na boca, vagina, as células do epitélio estratificado plano não contém queratina e o chamamos de epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado (Figura 1). Figura 1 – Esôfago Figura 2 – Pele grossa b) EPITÉLIO CÚBICO SIMPLES Consiste em uma camada única de células que se assemelham aos cubos. O núcleo é esférico e central. Sua ocorrência é recobrindo os pequenos ductos em certas glândulas (ex. salivares), e forma as unidades secretoras de outras glândulas ( ex. tireóide). FUNÇÃO: Secreção e absorção. ESTRATIFICADO Raro, apenas revestindo alguns ductos de glândulas. c) EPITÉLIO CILÍNDRICO SIMPLES Consiste em uma camada única de células que se assemelham a colunas verticais. A extremidade de cada célula, que descansa sobre a lâmina basal, é conhecida como região basal da célula. A sua extremidade é conhecida como região apical da célula. Seu núcleo é central ou próximo a região basal da célula. Sua ocorrência é revestindo o estômago, intestinos, útero, vesícula biliar (Figura 3). FUNÇÃO Secreção e absorção 15 Figura 3 – Vesícula Biliar ESTRATIFICADO Encontrado somente em alguns locais do corpo; como revestindo grandes ductos de certas glândulas (glândulas mamárias) e conjuntiva do olho. PSEUDO - ESTRATIFICADO É um epitélio que nos dá idéia de estratificação, mas na realidade é um epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. A aparência estratificada resulta do fato de que as células variam em altura e nem todas atingem a superfície. Pelo fato das células possuírem diferentes alturas, seus núcleos localizam-se em diferentes níveis, fornecendo a ilusão de que o epitélio é estratificado. Este epitélio é encontrado nas superfícies da parte superior do sistema respiratório. Figura 4 - Traquéia CILÍNDRICO ESPECIALIZADO A estrutura de muitas células cilíndricas tem sido adaptadas para o desempenho de funções especiais, tais como: 1. Células Caliciformes - São glândulas unicelulares cuja função é de produzir muco. A secreção mucosa acumula-se na porção apical da célula, que assume a forma de um cálice. As células caliciformes estão presentes em grande número no epitélio de revestimento do sistema respiratório e também nos intestinos. 2. Células Absortivas - São células cuja superfície livre apresenta uma borda estriada ou em escova. Ao microscópio eletrônico observam-se os microvilos. Este arranjo aumenta muito a área de superfície livre da célula, incrementando a absorção. Estas células são encontradas no revestimento dos intestinos, túbulos contorcidos dos rins. 16 3. Células Cilíndricas Ciliadas - Apresentam na sua superfície livre processos móveis, os cílios, que possuem um batimento coordenado. Ocorrem no epitélio de revestimento dos brônquios pulmonares, trompas uterinas, traquéia. No sistema respiratório, o muco contendo partículas estranhas que foram inaladas e posteriormente capturadas, é deslocado pêlos cílios em direção a faringe, onde este material é deglutido ou expectorado. d) EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO É um epitélio estratificado que ocorre exclusivamente no sistema urinário (Figura 5). O número de estratos é variável, dependendo se o órgão está contraído ou distendido. • No estado de contração Este epitélio tem várias camadas, e suas células superficiais são volumosas e esféricas, projetando-se para a luz. • No estado de distensão Podem ser encontrado 2 ou 3 estratos celulares, e as células superficiais tornam-se estiradas e achatadas. O arranjo deste epitélio permite os órgãos cavitários, como a bexiga, distender-se sem que ocorra ruptura ou separação das células do revestimento. Figura 5 – Bexiga TECIDO EPITELIAL GLANDULAR As glândulas são formadas por um grupo de células especializadas cuja função é secreção. Entende-se por secreção a produção e liberação, pelas células, de um fluido contendo substâncias como muco, enzimas ou um hormônio. As células secretoras de uma glândula são conhecidas como parênquima. O tecido conjuntivo do interior da glândula, que sustenta as células secretoras, é chamado de estroma. As glândulas se classificam em: Glândulas Exócrinas Glândulas Endócrinas 17 Muitos tipos celulares secretam moléculas sinalizadoras denominadas citocinas, que realizam a função de comunicação célula-a-célula. As citocinas são liberadas por células sinalizadoras específicas. Dependendo da distância,a citocina precisa viajar para alcançar sua célula alvo, e seus efeitos podem ser um dos seguintes: -Autócrino: a célula sinalizadora é seu próprio alvo; a célula estimula a si mesma. -Parácrino: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora; assim, a citocina não precisa ir para o sistema vascular. -Endócrino: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra; assim, a citocina tem que ser transportada pelo sistema sanguíneo, ou linfático. As glândulas que secretam seus produtos através de uma via secretora constitutivos o fazem de um modo contínuo, liberando seus produtos de secreção imediatamente sem armazenamento e sem necessitar de um estímulo por moléculas sinalizadoras. As glândulas que possuem uma via secretora regulada concentram e armazenam seus produtos de secreção até que seja recebida a molécula sinalizadora adequada para sua liberação. 1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS Possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior (luz) de um órgão cavitário. Exemplo: Sudoríparas, salivares... As glândulas exócrinas classificam-se de acordo com: a) Quanto ao ducto: Simples o ducto não se ramifica. Exemplo: Glândula sudorípara Composta o ducto se ramifica, em geral repetidamente. Exemplo: Pâncreas. b) Quanto a forma da porção secretora: Tubulosa Em forma de tubos. Exemplo: Glândulas estomacais e intestinais. Acinosa ou alveolar Forma arredondada. Exemplo: Parótida e pâncreas. Tubuloalveolar Presença das duas formas. Exemplo: Sublinguais e salivares. c) Quanto ao produto de secreção: Serosa Secreta um fluido aquoso. Exemplo: Parótida Mucosa Secreta um fluído espesso e viscoso, glicoprotéico denominado muco. Exemplo: célula caliciforme. Seromucosas ou mistas Compostas por uma mistura de unidades secretoras. Exemplo: glândulas salivares. 18 d) Quanto ao modo de extrusão: Merócrinas Nestas glândulas, a secreção é liberada para a superfície livre de vesículas recobertas por membranas, não resultando em perda de citoplasma. Exemplo: parte exócrina do pâncreas. Apócrinas Nestas glândulas, a secreção e, possivelmente, uma parte do citoplasma da célula secretora são perdidas para a superfície livre da célula. A parte celular restante, então regenera a porção perdida. Exemplo: glândulas sudoríparas axilares e glândulas mamárias. Holócrina Nestas glândulas, a célula inteira morre e destaca-se formando a secreção da glândula. As células perdidas são substituídas a partir da divisão das células vizinhas. Exemplo: glândulas sebáceas da pele. OBS: Em muitas glândulas exócrinas, existe um tipo especial de célula contrátil ramificada entre as células secretoras e a membrana basal, chamada célula MIOEPITELIAL. Estas células contêm miofibrilas e auxiliam na expulsão da secreção do ácino para o interior do ducto. Exemplo: glândulas mamárias, salivares, sudoríparas. 2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Estas glândulas não possuem ductos e sua secreção verte-se diretamente na corrente sanguínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas contém substâncias químicas denominadas HORMÔNIOS, que regulam a atividade celular, normalmente a distância da glândula que lhes deu origem. Classificam-se: VESICULAR Possui grande quantidade de capilares. Suas células arranjam-se formando vesículas. Exemplo: Tireóide (Figura 6). Neste tipo de glândula o produto de secreção pode ser armazenado dentro da vesícula. CORDONAL As células são arranjadas em cordões. O produto de secreção é elaborado e armazenado intracelularmente. Exemplo: paratireóides, hipófise, supra renal. Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 495 p. KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 19 UNIDADE III - TECIDO CONJUNTIVO Origem embrionária: Mesoderme (mesênquima) CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EMBRIOGÊNESE 1. Tecido conjuntivo Embrionário ou Mesenquimal 2. Tecido conjuntivo Embrionário Gelatinoso, mucoso ou Gelatina de Whorton 3. Tecido conjuntivo Adulto Fibrilar Frouxo Fibrilar Denso Modelado Não modelado Tecido Mucoso Tecido Hemocitopoético Tecido Adiposo Tecido Ósseo Tecido Cartilaginoso Tecido Conjuntivo de Suporte Tecido Conjuntivo Tecido conjuntivo fibrilar Tecido conjuntivo de características especiais Tecido Elástico Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. CARACTERISTICAS GERAIS - Células esparsas - Grande quantidade de líquido intersticial - Bem vascularizado e bem inervado 20 Figura 1 – Conjuntivo fibrilar frouxo CONSTITUIÇÃO - Células - Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) - Liquido intercelular ou tissular 1. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO OU MESENQUIMAL É o tecido conjuntivo que se forma primariamente, podendo formar todos os demais tipos de tecidos conjuntivos. Sua ocorrência é restrita aos Embriões. CARACTERISTICAS: Suas células apresentam-se da seguinte maneira: - Com forma irregular - Ricas em prolongamentos citoplasmáticos - Núcleo grande e vesiculoso - Citoplasma homogêneo - Substância intercelular líquida e fluida OCORRÊNCIA: Ocorre nos embriões preenchendo todos os espaços. FUNÇÃO: Dar origem a todos os demais tecidos conjuntivos. 2. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO GELATINOSO, MUCOSO OU GELATINA DE WHORTON CARACTERÍSTICAS: Suas células são de dois tipos: a. Mesenquimal b. Fibroblastos que apresenta seus prolongamentos citoplasmáticos reduzidos. A substância intercelular é viscosa, gelatinosa e com algumas fibrilas. OCORRÊNCIA: Cordão Umbilical FUNÇÃO: Conduzir elementos na fase fetal; Sustentar os vasos do cordão umbilical. 21 OBS. O tecido conjuntivo mesenquimal é mais rico em água do que o gelatinoso. 3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ou FIBRILAR É encontrado formando e revestindo órgãos, ligando tecidos, e ocorre por todo o organismo. Mantém as mesmas características gerais e constituição. Como característica especifica apresenta grande quantidade de fibras na substância intercelular (Figura 1). CONSTITUIÇÃO: - Células - Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) - Liquido intercelular ou tissular 1. CÉLULAS Fibroblasto - síntese de substâncias fibrócito - célula adulta Macrófago: fixo e móvel - defesa por fagocitose Plasmócito: defesa especifica Mastócito: Interpõe-se nos processos alérgicos Adipócito: Armazena substâncias energéticas Encontram-se ainda leucócitos, que saem dos capilares para desempenhar suas funções. Os mais comuns são os linfócitos, mas também podem aparecer eosinófilos e neutrófilos. DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS 1.FIBROBLASTOS: Tem como função realizar a síntese de substância intercelular e síntese de colágeno. Apresentam citoplasma abundante com muitos prolongamentos citoplasmáticos, e seu núcleo é grande e ovóide. São as células mais comuns deste tecido. FIBRÓCITO: São menores, poucos prolongamentos e aspecto fusiforme. Apresentam-se com metabolismo quiescentes. Embora fibrócitos possam ainda secretar constituintes da matriz em quantidades diminuídas, o reparo principal do tecido conjuntivoenvolve a formação de novos fibroblastos, muitos dos quais são derivados dos pericitos. 22 2. MACRÓFAGO: Tem como função defesa através da fagocitose de corpos estranhos. Podem unir-se para fagocitar partículas grandes, sendo desta forma chamada de célula macrofagocitária de corpo estranho ou gigante, constituem-se de células muito grandes com 100 núcleos ou mais. Sua forma é irregular quando em ação, e arredondadas em repouso. Seu núcleo é arredondado e central. Movimenta-se e fagocita por meio de Pseudópodos curtos e largos (por isso sua forma é irregular quando em ação). Fagocitam restos de células, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes que penetram no organismo. Os macrófagos se originam dos monócitos - células sanguíneas que atravessam os capilares, penetrando no tecido conjuntivo (por diapedese), onde se transformam em macrófagos. Portanto o monócito e o macrófago são as mesmas células, em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente produzindo novas células. O monócito se origina da medula óssea. Os macrófagos estão presentes na maioria dos órgãos e constituem o sistema fagocitário mononuclear. Apresentam nomes diferentes dependendo do local em que se encontram. São células importantes no sistema imunológico (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004). Nome da Célula Localização Monócito Sangue Macrófago Tecido conjuntivo, órgãos linfóides, pulmão e medula óssea Célula de Kupffer Fígado Micróglia Sistema Nervoso Células de Langerhans Pele Célula Dendrítica Linfonodo Osteoclasto Osso 3. PLASMÓCITOS: São células ovóides, citoplasma muito basófilo, e núcleo esférico e excêntrico. Estas células foram originalmente classificadas como células do tecido conjuntivo porque eles estão comumente presentes no tecido conjuntivo frouxo associado a certos epitélios úmidos. Entretanto, uma vez que eles se originam de linfócitos B de órgãos linfóides secundários e de tecido conjuntivo das mucosas, eles são mais apropriadamente considerados como um componente do tecido linfóide. Por isso, os plasmócitos são freqüentemente descritos como pertencentes tanto ao tecido conjuntivo frouxo como ao tecido linfóide, (COMARCK, 2001). São poucos numerosos no conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos a penetração de bactérias e proteínas estranhas ao organismo, como por exemplo, mucosa intestinal e traqueal. Apresentam-se numerosos nas áreas onde existem inflamações crônicas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Os anticorpos (Ac) circulantes, encontrados no sangue, são sintetizados pelos plasmócitos. Os Ac são proteínas específicas, fabricadas pelo organismo em resposta à penetração de moléculas estranhas, que recebe o nome de antígeno (Ag). 23 Todos os Ac formados são específicos para o Ag que provocou sua formação, e se combina com o mesmo. Pode também ocorrer reação cruzada, entre um Ac e um Ag muito semelhante ao que desencadeou sua formação. Segundo COMARCK (2001), os plasmócitos são importantes células efetoras da resposta imune: desenvolver imunidade significa ficar a salvo ou isento de reinfecção. O tipo mais comum de imunidade desenvolve-se quando células imunologicamente responsivas respondem a macromoléculas estranhas e produzem respostas imunes específicas direcionadas contra elas. Uma macromolécula capaz de estimular respostas imunes específicas é denominada antígeno. A proteína de secreção, produzida por um plasmócito, que interage especificamente com um antígeno é denominada anticorpo. Os anticorpos, conhecidos mais precisamente de imunoglobulinas, são transportados no plasma sanguíneo e constituem uma classe de gama-globulinas. 4. MASTÓCITOS: Apresenta-se como uma célula globosa, grande, sem prolongamentos citoplasmáticos, seu citoplasma apresenta-se carregados de grânulos basófilos. Seu núcleo é esférico e central. Os mastócitos colaboram com as reações imunes e tem um papel importante na inflamação, reações alérgicas e na expulsão de parasitos. Ocorrência: são numerosos em alguns conjuntivos como, por exemplo, a pele, membranas mucosas, pulmão, útero e trato gastrintestinal. Apresenta pelo menos duas populações, uma delas é denominada como mastócito do tecido conjuntivo: encontrado na pele e cavidade peritoneal (há heparina em seus grânulos); a segunda população é denominada de mastócito da mucosa e está presente na mucosa intestinal e pulmões (seus grânulos apresentam condroitim sulfatado em vez de heparina). São ausentes no tecido conjuntivo que envolve os pequenos vasos sanguíneos situados no interior do cérebro e medula espinhal. Sendo estes protegidos contra os efeitos potencialmente destruidores do edema característico das reações alérgicas. Os grânulos dos mastócitos contêm mediadores químicos como a histamina e glicosaminoglicanas (heparina ou condroitim sulfatada), proteases neutras, fator quimiotático para eosinófilos, leucotrienos ou SRL-A (substância de reação lenta da anafilaxia). A histamina promove um aumento da permeabilidade vascular, importante na inflamação. A liberação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos provoca reações alérgicas denominadas “reações de sensibilidade imediata”, porque tem lugar poucos minutos após a penetração do Ag em indivíduos sensibilizados previamente ao mesmo. Exemplo: Choque anafilático Observações importantes: A superfície dos mastócitos apresentam receptores específicos para IgE (anticorpo), produzido pelos plasmócitos. O PROCESSO DE EXTRUSÃO DOS GRÂNULOS NÃO DANIFICA A CÉLULA QUE CONTINUA VIVA E SINTETIZA NOVOS GRÂNULOS. 24 6.CÉLULAS ADIPOSAS: São células arredondadas quando isoladas ou achatadas quando em grupos. Seu núcleo e o citoplasma estão intensamente comprimidos na periferia da célula, sendo que o espaço restante está preenchido por vacúolos contendo gorduras no seu interior. Tem como função armazenar gorduras que servirão como reserva alternativa de energia. 2. SUBSTÂNCIA INTERCELULAR CONSTITUIÇÃO - FIBRAS - colágenas, elásticas e reticulares - SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA FIBRAS . Fibras Colágenas: Branca “ïn vivo” As fibras estão reunidas em Feixes de Fibras estas são formadas por feixes de fibrilas, e estas por sua vez são constituídas por um conjunto de Miofibrilas. PROPRIEDADES: . Transformam-se em gelatina quando fervidas. . É muito resistente à pressão e tração devido ao arranjo de sua disposição paralela. . Não são ramificadas, sendo muito longas e dispostas freqüentemente em feixes. . É a fibra mais comum do organismo. .O colágeno é sintetizado por diversos tipos celulares: fibroblastos, osteoblastos, odontoblastos, condrócitos e célula muscular lisa. São conhecidos pelo menos 15 tipos diferentes de fibras de colágeno, que variam nas sequências de aminoácidos de suas cadeias. O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano (30% do total de proteínas). A síntese de colágeno é feita pelos fibroblastos. Os tipos principais de colágeno são: - Tipo I: tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento; - Tipo II: cartilagens hialina e elástica; - Tipo III: fibras reticulares; - Tipo IV: lâmina densa da lâmina basal; - Tipo V: associado ao colágeno tipo I e na placenta; - Tipo IV: liga a lâmina basal à lâmina reticular . Fibras Elásticas: Amarelo “in vivo” - São menos espessas que as colágenas e são ramificadas. - Ocorrem no tecido conjuntivo fibrilar (ex.: Art. de grande calibre) 25 PROPRIEDADES: . Cedem à traçãoe pressão, mas cessadas as forças, retornam ao estágio normal. . Resistem à cocção (não se alteram a fervura). . As fibras elásticas são sintetizadas por fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. . Fibras Reticulares: São fibras muito delicadas e também as mais delgadas. PROPRIEDADES: . Disposição em forma de rede. . Não são coráveis . Não são vistos ao M.O., somente quando impregnadas em Nitrato de Prata; Formam o arcabouço de sustentação das células dos órgãos hemocitopoiéticos (baço, linfonodos, medula óssea) das células musculares lisas, dos nervos, dos adipócitos e das células de muitos órgãos epiteliais (fígado, rins e as glândulas endócrinas). SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (intercelular) . É uma substância incolor, . Homogênea . Preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo . É de consistência viscosa; . Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior do tecido. A SFA é uma mistura complexa de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanas e proteoglicanas) e glicoproteínas multiadesivas. SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os condroitim sulfatos, responsáveis pela consistência nos tecidos cartilaginosos e ósseos. NÃO SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os ácidos hialurônicos que garantem a viscosidade do tecido e ainda impedem a entrada de bactérias nestes. Encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito. Obs. O ácido hialurônico é despolimerizado pela hialuronidase. Algumas bactérias produzem essa enzima, e por este motivo, conseguem penetrar no organismo, atravessando o tecido conjuntivo. 3. LÍQUIDO INTERSTICIAL ou FLUIDO TISSULAR - É o liquido que ocorre entre os tecidos - Tem como função transportar elementos no interstício. H2O DE SOLVATAÇÃO: É o líquido tissular, não livre, não circulante, mas por onde circulam as substâncias. São moléculas de água fixa. A baixa quantidade de líquidos é devido as forças: Hidrostática e Osmótica P.Hidrostática: Retira líquidos do interior dos capilares P.Osmótica: Atrai líquidos para o interior dos capilares 26 SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA E LÍQUIDA TISSULAR A quase totalidade de água presente na S.F.A. do tecido conjuntivo acha-se na camada de solvatação. Mesmo assim, essa água serve de veículo para a passagem por difusão, de inúmeras substâncias hidrostáticas os quais se difundem pelo conjuntivo sem que haja movimentos de líquidos. Exemplo: Não se pode aspirar líquido do conjuntivo com uma seringa hipodérmica Em condições normais, a quantidade de líquido intersticial é insignificante. EQUILIBRIO OSMÓTICO E HIDROSTÁTICO A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares dos tecidos. A parede dos capilares é impermeável as macromoléculas, porém deixa passar água, íons e moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de peso molecular baixo. Segundo Junqueira e Carneiro (2004) o sangue traz para o conjuntivo os diversos nutrientes de que as células necessitam e leva para os órgãos de desintoxicação e eliminação (fígado, rim, intestino) os produtos de refugo do metabolismo, compreende-se a importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e vice-versa. Há duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a pressão hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que tem sentido contrário, é a pressão osmótica do plasma sangüíneo, que atrai água para dentro dos capilares. Essa pressão osmótica deve-se principalmente às proteínas do plasma, pois os íons e pequenas moléculas, que passam facilmente pela parede capilar, estão presentes fora dos vasos e dentro dele, em concentração muito semelhante. A pressão osmótica exercida pelos íos e moléculas pequenas é aproximadamente igual dentro dos capilares e fora, anulando-se mutuamente. Como as macromoléculas protéicas não passam para os espaços intercelulares do conjuntivo, a pressão osmótica (coloidosmótica) que eles exercem no interior dos capilares não é contrabalançada por pressão semelhante existente fora do capilar. Em condições normais, ocorre uma passagem de água para fora dos capilares na porção arterial deles, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma arteríola. Essa saída de água decorre do fato de que aí a pressão hidrostática vence a pressão coloidosmóica. Mas a pressão hidrostática decresce ao longo do capilar, sendo mínima na sua extremidade venosa, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma vênula. Enquanto a pressão hidrostática do sangue cai, a pressão coloidosmótica aumenta, em conseqüência da saída de água, que acarreta uma concentração progressiva das proteínas. O aumento da concentração das proteínas e a queda da pressão hidrostática fazem com que, na parte venosa do capilar, a pressão osmótica prevaleça sobre a p. hidrostática, atraindo água para o interior do capilar. 27 Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004 Pressão hidrostática Ação bombeadora do coração Pressão Osmótica Proteínas Plasmáticas Permite a saída Uma parte da água é drenada pelos capilares linfáticos Esse movimento dos fluidos permite a nutrição dos componentes teciduais. Atrai água de volta aos capilares Ao retornar aos capilares, carrega os restos do metabolismo tecidual. EDEMA Em condições patológicas diversas, a quantidade de líquido intersticial pode aumentar muito, formando o edema, que se caracteriza nos cortes histológicos por uma separação maior entre os elementos figurados do conjuntivo, provocada pelo acúmulo de líquido. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como um aumento de volume que cede facilmente a pressão localizada, a qual dá origem a uma depressão que desaparece lentamente. O edema pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, como ocorre em certas infestações parasitárias (Filariose) e em certos casos de câncer, e tanbém por obstrução venosa pelas veias, como ocorre na insuficiência cardíaca. Outra causa é a desnutrição, mais especificamente a deficiência protéica. A falta de proteínas na alimentação acarreta uma deficiência de proteínas plasmáticas, com a conseqüente queda na pressão coloidosmótica e conseqüente acúmulo de água no tecido conjuntivo. 28 CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR Classifica-se com os seguintes critérios: - Quanto ao tipo de fibras - Distribuição e concentração das fibras - Orientação das fibras 1. Quanto ao tipo de fibras 1.1 Tec. conjuntivo fibrilar elástico: predomínio de fibras elásticas. Ex. artérias de grande calibre. 1.2 Tec. conjuntivo fibrilar colagenoso: Predomínio de fibras colágenas. Ex. Derme e tendões. 1.3 Tec. conjuntivo fibrilar reticular: Predomínio de fibras reticulares. Ex. órgãos linfóides. 2. Quanto a distribuição das fibras: 2.1 Tec. cojuntivo fibrilar frouxo ou areolar: Possui todos os elementos do tecido conjuntivo. Suas fibras são encontradas esparsas. Ocorre ligando os órgãos, envolvendo os vasos sangüíneos, e é o tecido que mais ocorre no organismo. Apresenta como função preenchimento dos espaços e ligação. 2.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso ou fibroso: Há predomínio de fibras colagenosos, seguido de elásticas e reticulares. Ocorre na derme, gânglios linfáticos e tendões. 3. Quanto a orientaçãodas fibras: 3.1 Tec. conjuntivo fibrilar (fibroso) denso irregular ou não modelado ou irregularmente constituído: As fibras estão dispostas sem nenhum arranjo definido. Ex. derme. 3.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso regular ou modelado ou regularmente constituído: As fibras estão dispostas regularmente, normalmente em paralelo, entre as quais ocorrem fibroblastos, fibrócitos e macrófagos. Ex. tendões e ligamentos. Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 495 p. KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 29 UNIDADE IV - TECIDO CARTILAGINOSO Característica: principal é a de possuir sua substância intercelular consistente. 1- Células: condroblastos e condrócitos 2- Substância Intercelular ou matriz cartilaginosa: Fibras: Colágenas e elásticas Amorfa: predomina a condroitim sulfato, responsável pela consistência da cartilagem. 3- Líquido Tissular: ocorre em mínima quantidade. Ocorrência e Distribuição: Orelha, nariz, anéis da traquéia, epífises ósseas, esqueleto do embrião. Funções: Sustentação e flexibilidade Sendo que de acordo com a região, podem ser mais rígidas. Descrição dos componentes Células - Condroblastos: célula jovem, ativa, com grande quantidade de energia e grande potencial. Função: produzir substância intercelular formando a matriz da cartilagem Característica: Forma ovalada , núcleo ovalado, citoplasma rico em complexo de golgi e R.E. Granular, localizada na periferia da cartilagem. - Condrócitos: Secretam colágeno (tipo II) e condronectina. Função: Dividir-se e formar novos condroblastos, quando houver necessidade (caso contrário permanece inativo). Características: Forma arredondada, núcleo arredondado, citoplasma rico em gotículas de lipídios e glicogênio, localiza-se no centro da cartilagem, podendo aparecer isolados ou em grupos. Quando reunidos formam grupos isógenos porque se originam de um único condroblasto. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO 1. Quanto a orientação das fibras a) Cartilagem hialina b) Cartilagem elástica c) Cartilagem fibrosa a)Cartilagem Hialina Apresenta como característica suas fibras dispersas na substância fundamental amorfa, sendo que fibras e substância apresentam o mesmo índice de refração. Ocorrem na traquéia, esqueleto do embrião, laringe, epífises dos ossos longos e partes do nariz. 30 - Suas fibras colágenas são distribuídas irregularmente, mas mesmo assim, garantem a função de sustentação. - O tecido que envolve a grande maioria dos tecidos cartilaginosos hialinos é o pericôndrio. b) Cartilagem Elástica Apresentam como característica além das fibras colágenas uma rica rede de fibras elásticas dispersas na substância fundamental amorfa. - Suas fibras elásticas são mais espessas que as fibras colágenas - Apresenta Pericôndrio Pode ser encontrada: Orelha, nariz, epiglote, tuba de Eustáquio, pavilhão auditivo. c) Cartilagem Fibrosa Sua principal característica é ser formada por fibras colágenas orientadas em feixes paralelos, que lhe conferem maior resistência. Não apresenta Pericôndrio -É encontrada: nos discos intervertebrais e algumas inserções articulares (Escápula- Umeral). Pericôndrio Todas as peças cartilaginosas Hialinas e Elásticas são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo denso, (na sua maior parte). É formado por um tecido conjuntivo rico em fibras colágenas na parte mais superficial, porem gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos. Matriz É formada em 40% por fibrilas de colágeno embebidas em substância fundamental amorfa. Nos preparos comuns, o colágeno não se destaca da subs. Fundamental amorfa por dois motivos. - Porque está principalmente sob a forma de fibrilas, a maioria das quais de dimensões submicroscópicas. - Porque as fibrilas têm o índice de refração muito semelhante ao da substância fundamental amorfa que as envolve. A parte amorfa da matriz é constituída principalmente por glicosaminoglicanas combinadas com proteínas, formando proteoglicanas. OBS. as proteoglicanas ligam-se quimicamente ao colágeno e está associação é responsável pela resistência da cartilagem as pressões. Condriogênese (Histogênese) A cartilagem se origina do mesênquima. Os passos p/ sua formação são: 1) Transformação das células mesenquimais em condroblastos 2) Formação da matriz cartilaginosa 3) Centralização dos condroblastos na matriz cartilaginosa que passam a denominar-se condrócitos 31 4) Novos condroblastos surgem na periferia 5) As células mesenquimais da periferia forma o pericôndrio Crescimento Ocorre de duas maneiras: - Aposicional: de fora para dentro (Pericôndrio) - Intersticial: de dentro para fora (Condrócito) Aposicional: A estrutura responsável é o pericôndrio. O crescimento ocorre da seguinte forma: - As células mesenquimais (condriogênicas) dão origem ao condroblasto que produz substância intercelular e se transforma em condrócito. O processo repete a histogênese da cartilagem, determinando que a mesma cresça de fora para dentro. Intersticial: A estrutura responsável é o condrócito (por divisão mitótica dos condrócitos pré-existentes). Estes condrócitos dividem-se por mitose, renovam-se, transformando em condroblastos que iniciam a síntese da matriz cartilaginosa e convertem-se novamente em condrócitos. Desta forma ocorre o crescimento de células de dentro para fora. O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases de vida da cartilagem. A medida que a cartilagem se torna cada vez mais rígida e espessa, o crescimento intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. Nutrição - Não há nenhum vaso sangüíneo ou linfático na matriz, portanto é avascularizado. - Sua nutrição é feita através do pericôndrio. - Os vasos que estão no pericôndrio trazem nutrientes que através da difusão pela matriz nutrem as células. - A via de transporte dos nutrientes é a água de solvatação dos componentes da matriz, pois nas cartilagens praticamente não existe água em estado livre. Regeneração Regeneração fibrosa: Ocorre pela ação do pericôndrio Os fibroblastos se dividem e invadem a lesão, passando a sintetizar substância fibrilar. Logo a seguir ocorre uma restauração fibrosa no local lesado da cartilagem. Mais raramente pode ocorrer restauração do tipo celular (da própria cartilagem), sendo na maioria dos casos do tipo fibrilar. Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 495 p. KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 32 UNIDADE V - TECIDO ÓSSEO 1. Conceito: É uma forma de tecido conjuntivo constituída por células e substância intercelular que contém cerca de 70% de compostos inorgânicos. 2. Funções: * Proteção deórgãos internos (ex.: craniana e torácica). * Depósito de sais de Ca e P e outros elementos. * Sustentação (rigidez). * Molduração corporal. * Alavancas para inserção muscular. * Produção de elementos sangüíneos. 3. Propriedades: * Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão. * Apresenta um alto grau de mineralização. * Está em constante remodelação. 4. Constituintes do Tecido Ósseo * Células - Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos * Substância Intercelular - Fibrosa (colágeno) Amorfa com sais inorgânicos e orgânicos * Líquido Tissular - Ausente ou reduzido na substância osteóide, e matriz Óssea, mas abundante no osso adulto, sendo representado por plasma, linfa e outros elementos. DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES CÉLULA OSTEOPROGENITORA: - São pequenas células fusiformes que residem em todas as superfícies ósseas não reabsortivas. Elas constituem a camada profunda do periósteo que reveste cada osso e também o endósteo que reveste a cavidade medular, canais haversianos. - Estas células do periósteo ou do endósteo que são estimuladas a proliferar dão origem a osteoblastos, em regiões que são bem vascularizadas, e a condroblastos em regiões que não são vascularizadas. - Estas células participam na reparação das fraturas. OSTEOBLASTOS: - Dão origem ao tecido ósseo; - No osso adulto são encontradas em áreas de destruição ou regeneração; - Forma cúbica ou angular; - Apresentam Fosfatase Alcalina que participa da impregnação da matriz orgânica do osso com fosfatos. 33 OSTEÓCITOS: - Encontrados em maior número; - Forma estrelada; - Núcleo compacto; Obs.: São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas dos quais partem os canalículos. OSTEOCLASTOS: - Células móveis, gigantes, multinucleadas (6 a 50 ou + núcleos); - São células capazes de destruir a cartilagem e o osso; - Os osteoclastos derivam dos monócitos do sangue. Após atravessar a parede dos capilares do osso, os monócitos fundem-se para formar os osteoclastos. SUBSTÂNCIA INTERCELUL.AR OU MATRIZ Parte inorgânica - representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são os de fosfato e cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. * O Ca e P formam Cristais de Hidroxiapatita (Ca10 (PO4)6(OH)2) , onde se arranjam ao longo das fibrilas do colágeno, e são envolvidos por substância fundamental amorfa. Parte orgânica - formada por fibras de colágeno e por pequena quantidade de substância fundamental que contém proteoglicanas e glicoproteínas. * A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela dureza e resistência característica do tecido ósseo. Removendo o Ca do osso - mantém a forma intacta, porém tornam-se flexíveis como tendões. Removendo o Colágeno (parte orgânica) - através da incineração - o osso também fica com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. PERIÓSTEO E ENDÓSTEO São as membranas conjuntivas que revestem o osso externamente e internamente. Periósteo - É formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa, e mais celular e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo. Endósteo - Formado por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo, revestindo as cavidades dos ossos esponjosos, canal medular, canais de havers, e canais de volkmann. 34 No tecido conjuntivo do endósteo e principalmente do periósteo, existem vasos sangüíneos, que se ramificam e penetram nos ossos, através de canais encontrados na matriz óssea. Principais funções: • Nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos partem ramos que penetram nos ossos pelos canais de Volkmann. • Servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO * Tecido ósseo rudifibroso ou imaturo ou primário; * Tecido ósseo laminoso ou maturo ou secundário (lamelar). Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz, porém, no tecido ósseo primário as fibras colágenas formam conjuntos dispostos irregularmente; e no tecido ósseo secundário essas fibras se organizam em lamelas, que adquirem uma disposição muito peculiar. TECIDO ÓSSEO RUDIFIBROSO OU IMATURO OU PRIMÁRIO São encontrados nos embriões, pontos de inserção dos tendões nos ossos, e alvéolo dentário. Apresenta fibras colágenas sem organização definida, tem menor quantidade de minerais e maior percentual de osteócitos. É o primeiro tecido ósseo a ser formado, sendo substituído gradativamente por tecido ósseo secundário. No adulto é pouco freqüente. TECIDO ÓSSEO LAMINOSO OU SECUNDÁRIO OU MADURO É o mais desenvolvido no adulto. Como característica apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando o sistema de Harvers. As lacunas com osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, em cada lamela, as fibras colágenas são paralelas umas as outras. Separando um grupo de lamelas, ocorre freqüentemente um acúmulo de proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas), que recebe o nome de substância cimentante. Cada sistema de Harvers ou Ósteon é constituído por um cilindro longo, às vezes bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro deste cilindro ósseo existe um canal, o canal de Harvers, que contém vasos, nervos e tecido Conjuntivo Frouxo. Os canais de Harvers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, por meio de canais transversais 35 ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de Harvers por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas. HISTOGÊNESE O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação intramenbranosa que ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de ossificação endocondral que se inicia sobre um modelo cartilaginoso, o qual é destruído gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma à partir de células vindas do conjuntivo adjacente. Tanto na ossificação Intramembranosa como na endocondral, o primeiro tecido ósseo formado é do tipo primário. Este é pouco à pouco removido e substituído por tecido secundário ou lamelar. HISTOFISIOLOGIA Sustentação e proteção O tecido ósseo forma o esqueleto que serve de apoio às partes moles do organismo e no qual se inserem os músculos voluntários (esqueléticos). Os ossos longos constituem sistemas de alavancas que aumentam a força gerada pela contração muscular. Por sua resistência, os ossos representam uma proteção para o sistema nervoso central, contido na caixa craniana e no canal vertebral. Protegem também a medula óssea. Plasticidade Apesar da sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas forças e que está submetido normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada dentária pode ser modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos sobre os mesmos. Ocorre reabsorção óssea no lado em que a pressão atua e deposição no lado oposto, que está sujeito a uma tração. Desse modo, o dente praticamente caminha na espessura do maxilar. Essa capacidade de reconstrução não é exclusivado osso alveolar, sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a aparência inerente de um osso seco. Reserva de cálcio O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva deste elemento, cuja taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O ìon cálcio é importante na contração muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação sanguínea, adesão celular... Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sangüíneo e o dos ossos. O cálcio absorvido da dieta e que faria aumentar a taxa sanguínea é depositado imediatamente no tecido ósseo e, inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua percentagem no sangue. 36 VASCULARIZAÇÃO Os vasos sangüíneos formam no periósteo uma rede + ou - espessa. Deste ponto tem início pequenos ramos arteriais finos que penetram na medula óssea através de perfurações de nutrição e participam da rede capilar que a irriga. Os vasos linfáticos se situam principalmente na capa externa do periósteo. INERVAÇÃO É feito por fibras nervosas mielínicas e amnielínicas que formam uma plexo frouxo. Uma parte destas fibras acompanha os vasos sangüíneos e penetram com os mesmos nos canais de nutrição. Outra parte das fibras termina no periósteo como ramificações livres. REPARAÇÃO DAS FRATURAS Nas fraturas ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sangüíneos do osso e do periósteo. Nota-se também destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local fraturado. Para iniciar a reparação, o coágulo sangüíneo e os restos celulares e de matriz devem ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa proliferação de seus fibroblastos, que formam um tecido muito rico em células, constituindo um colar em torno da fratura e penetrando entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se forma, quanto por ossificação intramembranosa. Podem ser encontrados no local de reparação ao mesmo tempo: • Áreas de cartilagem; • Áreas de ossificação intramembranosa e • Áreas de ossificação endocondral. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo, constituído por tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado. Com a volta gradual do osso às suas atividades, irá ocorrer a remodelação do calo ósseo; sendo esta remodelação essencial para que o osso retorne a sua estrutura anterior, ou seja, antes de ocorrer a fratura. Pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo reabsorvido e substituído por tecido ósseo lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fratura seja totalmente refeita. Referências Bibliográficas: COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 495 p. KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 37 UNIDADE VI - TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO SANGUE 1. Definição: O sangue é um tecido conjuntivo fluido, no qual as células, ou elementos figurados estão suspensos em uma matriz líquida chamada plasma. 2. Funções: A) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono, pela afinidade pela Hemoglobina. B) Transporte de hormônios C) Remoção de restos metabólicos D) Manutenção do equilíbrio ácido básico E) Controle da temperatura corporal F) Defesa contra infecções • garantem a homeostasia do meio interno. 3. Composição: Constituído de: . Plasma - substância intercelular líquida - que contém proteínas( albumina, fibrinogênio e gamaglobulinas) . Células - Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias - Leucócitos ou glóbulos brancos - Trombócitos ou plaquetas 4. Cor: Decorre da presença do pigmento hemoglobina do citoplasma dos eritrócitos. O sangue é um líquido viscoso e opaco de cor escarlate quando oxigenado e vermelho escuro quando desoxigenado. 5. Descrição das células: 5.1. Eritrócitos Forma Discos bicôncavos, anucleados e arredondados nos mamíferos, . Discos biconvexos, nucleados e elípticos nas aves, répteis e anfíbios. Tamanho Variam em torno de 4 a 7 µm de diâmetro e 2 µm em espessura. O nº total varia com o sexo, idade, atividade fisica... Estrutura O eritrócito é composto de uma membrana ou estroma e a hemoglobina. 38 SobrevidaO tempo de duração dos eritrócitos é em torno de 120 dias, sendo após este tempo eliminadas da circulação. São destruídas por fagocitose (hemocaterese) no baço fígado e medula óssea. A membrana é eliminada do organismo, enquanto que a hemoglobina é reaproveitada pelo organismo. A hemoglobina é desdobrada em ferro e bilirrubina. HEMOGLOBINA E O TRANSPORTE DE GASES Os gases apresentam baixa solubilidade em água, e o plasma é constituído por aproximadamente 90% de água, portanto essa característica é problema para o oxigênio, pois o dióxido de carbono é 40 vezes mais solúvel em água se comparado ao oxigênio. Para tal, o oxigênio necessita de uma molécula de hemoglobina para realizar seu transporte pelo organismo. A hemoglobina é um pigmento de cor vermelha que tem afinidade pelo oxigênio. É formada por quatro grupos prostéticos, chamado HEME, associados com a globina (uma proteína tetramérica). A molécula de globina consiste em dois dímeros, α1 β1 e α2 β2 , cada qual uma unidade fortemente aderida. Cada hemoglobina é formada por quatro globinas associada ao grupo HEME, que é um composto nitrogenado não proteico, sendo uma porfirina que contém um metal – ferro. O oxigênio é transportado pela hemoglobina ligando-se ao ferro e a globina, sendo o ferro fundamental para esse transporte. Quando o oxigênio está combinado com a hemoglobina chama-se de oxihemoglobina (HbO2). Cada hemoglobina pode transportar 4 moléculas de oxigênio, chamada de hemoglobina saturada. A medida que o oxigênio vai sendo liberado nos tecidos vai ocorrendo a diminuição da saturação (a hemoglobina pode levar 4,3,2, 1 ou zero). Quando a hemoglobina estiver sem oxigênio é chamado de desoxihemoglobina. Hb + 4 O2 Hb (O2)4 Exemplo: Quando dizemos que a saturação de hemoglobina está em 95%, significa que 95% das hemoglobinas estão transportando 4 moléculas de O2, e os restante – 5% não necessariamente serão desoxihemoglobina, pois podem estar transportando 1, 2 ou 3 O2. O sangue arterial apresenta alta saturação de hemoglobina, já o sangue venoso é mais baixo, mas mesmo no sangue venoso há hemoglobina transportando oxigênio. Um 39 exemplo disto é quando trancamos a respiração, e o sangue segue circulando e liberando oxigênio nos tecidos, portanto a hemoglobina também é um depósito de oxigênio. Quando a oxihemoglobina ganhar 1 hidrogênio, ela libera rapidamente o oxigênio e se transforma em desoxihemoglobina. Podemos dizer que a desoxihemoglobina se transforma em oxihemoglobina no pulmão através da hematose, e volta a ser desoxihemoglobina nos tecidos. H+ + HbO2 ↔ HHb + O2 A ligação de oxigênio com a Hb tem que ser possível de liberação, e há fatores que facilitam essa liberação: - aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) – nos tecidos; - aumento
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